O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado
Trunks assobiava, descontraído. Abriu o frigorífico. Retirou queijo, fiambre, manteiga, uma embalagem de ovos, uma alface, maionese, um pacote de sumo de laranja. Colocou tudo sobre a bancada da cozinha. Abriu o armário, por cima da bancada, retirou queques de chocolate, pão de forma embalado, bolachas de cereais. Arranjou uma frigideira para fazer os ovos mexidos. Abriu o pacote do pão, ia começar a fazer as sandes, quando escutou um grito.
Espevitou-se, colocando todos os sentidos em alerta. Mas as sensações vieram baralhadas, como uma nuvem de mosquitos.
Um segundo grito e correu chamando:
- Ana!!
Alcançou a escadaria, mas ao tentar subir os degraus embateu na parede. A escadaria tinha mudado de sítio, balançava como se estivesse dentro de um navio em pleno oceano. Trunks sacudiu a cabeça, admirado com a alucinação. Agarrou-se ao corrimão que parecia gelatina, impulsionou-se para vencer dois degraus de cada vez e espantou-se por sentir os pés afundarem-se numa coisa mole, um insuflável com pouco ar. Algo acontecia, a casa derretia-se e havia no ar um zumbido ensurdecedor. A visão periférica escurecia, entrava numa espécie de túnel. Voou pelo corredor. Ao chegar à porta do quarto estacou por ver que ela não estava ali.
- Ana? Onde estás? Ana!
Continuava a pisar coisas moles, mas via o chão como sempre fora, aparentemente duro, liso. Encontrou pingos de sangue, franqueou a porta, estacou a seguir. O quarto estava gelado, como o frigorífico da cozinha. Viu um buraco negro a girar como um remoinho por cima da cabeceira da cama. E viu um trio de bichos negros enfezados a fixá-lo com uns olhos vermelhos minúsculos. A sua força era insignificante, mas as auras, tão negras como a pelagem, não adivinhavam um confronto fácil.
Preparou-se para lutar. E recordou que conhecia aqueles bichos.
- Na-nani?
O primeiro bicho atacou, garras em riste. Afastou-o com um pontapé, este embateu na parede do quarto, caindo inanimado. Esticou uma mão para fritá-lo com um disparo de energia quando os outros dois bichos saltaram. Aproveitou a energia latente no braço, recuou ligeiramente e, com um movimento rápido, enviou um par de potentes raios azuis. Os dois bichos desfizeram-se em fumo.
O terceiro bicho levantou-se e Trunks, sem sequer olhar, cortou-o ao meio com um pontapé à retaguarda. O bicho também desapareceu numa nuvem de fumo.
O buraco negro fechava-se. De algum modo sabia que a Ana se tinha sumido por ali e tentou segui-la, mas o buraco fechou-se de repente. Trunks deu uma cabeçada na parede. Atingiu-a com um soco, bradando:
- Ana!!!
O chão era mole, mas a parede tinha uma consistência normal.
E continuava sem perceber por que razão tinha acabado de lutar com kucris no seu quarto.
Sentiu uma náusea, tinha as entranhas às voltas. Dobrou-se numa convulsão.
A temperatura do quarto aqueceu de repente, passando do frio para um calor insuportável. Começou a suar, reprimindo os vómitos. O zunido sumira-se, os ouvidos estavam entupidos. Tateava furiosamente, de olhos fechados, o mundo das sensações e conseguiu descobrir o ki dela.
- Ana…
Tornou a socar a parede.
Depois, reparou na mão, no braço que tinha acabado de socar a parede. Eram a sua mão e o seu braço… Verdadeiros. O seu corpo… Era ele!
A Dimensão Z.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Próximo capítulo:
A guerra recomeça.