Mudanças escrita por Ruby


Capítulo 5
As coisas nem sempre são o que parecem ser.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! O capítulo de hoje tem dois POV's. Gostaria de me desculpar por isso D: Sei que é chatinho mudar o POV no meio do capítulo, mas essa história foi postada primeiro no Orkut (e lá era festa). Tentei arrumar o máximo que pude sem alterar a história, mas infelizmente alguns capítulos serão essa chatice, sorry ):
Enfim, vamos logo ao capítulo, porque adivinhem quem aparece?? Não, não é Papai Noel.
Espero que gostem!



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POV Bella

Os dias passaram como o primeiro: corridos, cansativos e com direito a ataques de TPM de Rosalie Hale. Mas foi por causa desse emprego louco que minha vida começou a mudar de verdade.

Era uma quinta-feira, mais de uma semana depois de eu ter começado a trabalhar. As mesas estavam cheias e Alice tinha saído do balcão para ajudar no atendimento. Eu já tinha me familiarizado com aquilo tudo, então não me desesperei por ficar sozinha no balcão. Eu já não ligava pros ataques de Rosalie e a tratava com a maior cordialidade possível. Laurent tinha aparecido algumas vezes para nos cumprimentar e, conforme o prometido, ele tinha mandado um capítulo semi-pronto do seu novo livro por e-mail e tinha pedido minha opinião. Para não ficar boiando nos capítulos, no meu horário de almoço eu havia trazido meu livro e já tinha terminado de lê-lo. Mas nesse dia, ao invés do livro, eu havia levado meu violão.

Na hora do meu almoço, Alice não pôde sair comigo. Então peguei o violão e fui tocar em um campo aberto que havia atrás do Café II.

Fazia mais ou menos 15 minutos que estava lá, tocando e cantando na certeza de que não havia ninguém me ouvindo.

– Sua voz é realmente bonita. – ouvi alguém dizer.

Eu já tinha ouvido aquela voz em algum lugar... E me lembrava dela. Uma voz doce, musical, grossa... “Sangue e Coração”, definitivamente era de lá. Ergui minha cabeça e vi Edward Cullen parado na minha frente, encostado em uma árvore, me vendo tocar. Assim que o olhei, ele sorriu e se aproximou.

– Hmm... Obrigada. – respondi, meio sem jeito. Eu nunca fora obcecada por ele como as outras garotas, mas, por Deus, eu não podia negar como ele era bonito. Sua pele pálida realçava os olhos verdes, mas seu cabelo cor de bronze, bagunçado pelo vento, era o que chamava mais atenção. Seu sorriso era incrivelmente lindo, perfeito, e ele me olhava como se pudesse ler os meus pensamentos – o que me fez temer que fosse verdade, pois ele começou instantaneamente a corar.

– Posso me sentar? – ele perguntou.

– Claro... – respondi. Ele se sentou ao meu lado na grama. Eu simplesmente não conseguia parar de olhar pra ele. – Eu... não quero ser rude, mas... Achei que você costumava almoçar com seus colegas do elenco.

– Pois é... Eu costumava. – ele disse, examinando meu violão – Mas Rosalie Hale não está num humor muito bom, e Emmett, meu irmão, está lá com ela. Além disso, eu definitivamente preciso me afastar de Rosalie.

Eu estava confusa. Edward Cullen precisava se afastar de Rosalie Hale?

– Por quê? – soltei antes de conseguir segurar minha língua.

– Você não lê revistas de fofoca? – ele brincou.

– Hmm... Na verdade, não. Não sou do tipo de pessoa que procura notícias sobre os atores. Se eu não gostasse do filme, nem te reconheceria na rua... – parei ao perceber a besteira que tinha falado. – Me desculpe a sinceridade, é s-só que... – eu comecei a corar.

– Não se desculpe, eu prefiro assim. – ele riu e seus olhos verdes encontraram meus olhos castanhos – As revistas estão dizendo que nós temos um caso. – eu olhei assustada pra ele – O que é uma bela mentira. – ele completou.

– E por isso, vocês se afastaram?

– Sim. Eu não quero manchar a reputação da série com boatos sem fundamento. Mas vamos parar com essa conversa. Eu só vim aqui porque gostei do seu som.

– Jura? – eu estava boba. Afinal, ele era músico também. Eu sabia que tocava bem, mas ouvir isso de um músico era quase um presente!

– Sim! De que tipo de música você gosta?

– Todo tipo de música. Todas servem de inspiração...

– Inspiração? – ele arqueou as sobrancelhas – Você compõe?

– Ahn – eu estava ainda mais vermelha agora – Na verdade, eu tento. Mas nem sempre as músicas ficam boas.

– Deixe-me ouvir algumas delas.

– O quê? – ninguém nunca havia pedido para escutar minhas músicas antes... Esse cara só podia estar zombando de mim.

– Vamos lá, deixe de ser tímida! – ele disse, sorrindo – Toque suas músicas!

Depois de alguns minutos de insistência, toquei algumas, apenas as que eu mais gostava, e ele tentou me acompanhar na voz. Ele cantava incrivelmente bem e, numa dessas músicas, eu me vi perdida em seu tom e até esqueci de continuar tocando. Nós ficamos conversando por um bom tempo, até o horário em que eu teria que voltar para trabalhar. Eu nunca imaginei que Edward Cullen, o ator principal de “Sangue e Coração” estaria algum dia conversando comigo sobre minhas músicas. E, pior ainda, nunca imaginei que eu estaria me recriminando pelo juízo que fiz dele antes de conhecê-lo.

– Então, ahn... Você é figurante? – ele perguntou enquanto me ajudava a levantar do chão.

– Não, eu trabalho num Café aqui no set, no pátio.

– Ah, claro – ele parecia meio sem jeito. – Talvez amanhã nós possamos, se você quiser, ahn... Tipo, não um encontro, claro, mas almoçar juntos, não sei...

– Ah... Claro! Eu... Eu a-adoraria, claro, se você quiser. – eu não sabia quem estava mais sem graça.

– Ótimo! – ele pareceu aliviado – Que bom! Bem, então nos vemos amanhã.

– Tudo bem. – eu disse, e saí para voltar ao trabalho.

Assim que cheguei ao balcão, coloquei meu avental e tomei meu posto atrás da caixa registradora, enquanto Alice ajudava Jasper e Seth com os clientes. De repente, Edward apareceu do nada em frente ao balcão, ofegante, e com os cabelos cor de bronze ainda mais bagunçados pelo vento.

– Me desculpe, mas... ahn... Como é mesmo seu nome?

Eu corei e comecei a rir.

– Isabella. Mas me chame apenas de Bella, por favor.

– Ah, claro. Bom, não sei se preciso dizer meu nome, eu... – ele começou meio sem graça, rindo da situação.

– Não, não é necessário, Sr. Cullen. – eu respondi. Ele fez uma careta.

– Não! Não, por favor, me chame apenas de Edward...

– Tudo bem, Edward. – eu ri e corei ainda mais. Ele ria também, totalmente sem graça.

– Ok. Então, nos vemos amanhã, Bella?

– Claro.

Ele estendeu a mão e eu ofereci a minha. Ele a beijou, sem quebrar o contato visual.

– Traga seu violão. – Ele disse e saiu, me deixando totalmente abobalhada.



POV Edward


– Não, Lauren, eu já te disse que não é necessário.

Lauren era minha agente e estava me enchendo o saco por causa das fofocas que saíram nas revistas teen.

– Edward, seja racional! – ela praticamente gritava no telefone – Isso pode manchar totalmente a sua carreira! Estar envolvido em um escândalo amoroso com Rosalie Hale não faz bem pra ninguém, acredite em mim!

– Lauren, eu já te disse que não há nada! – eu devolvi no mesmo tom – Rosalie, eu e Emmett saímos para uma festa semana passada e eu dei uma carona para Rosalie, porque nós estamos no mesmo hotel! Escute... Eu preciso desligar, ok? Estou no meu horário de almoço e eu realmente prefiro discutir isso com você pessoalmente.

Saí para almoçar no novo Café que havia inaugurado no pátio. O lugar era aconchegante, os funcionários eram muito educados e prestativos. Preciso me lembrar de parabenizar a dona deste estabelecimento na próxima vez que vier aqui.

Meu almoço foi rápido, durou apenas 15 minutos. Paguei a conta e deixei uma gorjeta generosa ao cara de cabelo loiro escuro que me atendeu. Dei a volta por trás do Café e ia seguindo para meu trailer, quando ouvi alguém tocando violão.

Segui o som e deparei com uma moça de aproximadamente 18 anos, cabelos castanhos presos num rabo-de-cavalo, formalmente vestida. Devia ser alguma fã esperando algum ator aparecer. Geralmente eu fugia de pessoas assim, mas sua voz era tão adorável que não consegui fugir.

– Sua voz é realmente bonita. – disse, tirando-a do seu devaneio.

Ela demorou um pouco para erguer a cabeça, mas quando seus olhos cor de chocolate encontraram os meus, foi a minha vez de ficar paralisado. Eles tinham tanta energia, eram tão expressivos, que me fizeram ficar totalmente fora do ar. Eu podia ver, em detalhes, as linhas do seu rosto pálido, as bochechas corando levemente e os olhos – ah, aqueles olhos... Senti que podia ficar horas preso a eles. Quando consegui me recuperar, eu sorri e me aproximei dela, corando um pouco por ficar paralisado daquele jeito. Isso nunca havia acontecido antes.

– Hmm... Obrigada. – ela respondeu, meio sem jeito.

– Posso me sentar? – perguntei já me sentando ao lado dela na grama.

– Claro... – ela respondeu, ainda sem jeito – Eu... não quero ser rude, mas... Achei que você costumava almoçar com seus colegas do elenco.

– Pois é... Eu costumava. – eu disse. Então ela sabia quem eu era. Devia mesmo ser uma fã. Fingi examinar seu violão, para ter como evitar perguntas caso ela começasse uma “entrevista”. Simplesmente respondi que estava me afastando de Rosalie, dando a entender que o assunto estava encerrado.

– Por quê? – ela perguntou assustada.

– Você não lê revistas de fofoca? – brinquei.

– Hmm... Na verdade, não. Não sou do tipo de pessoa que procura notícias sobre os atores. Se eu não gostasse do filme, nem te reconheceria na rua.

Então ela ignorava minha existência. Seria chamado de maluco se confessasse que passei a gostar daquela desconhecida ali mesmo, por causa dessa frase.

– Me desculpe a sinceridade, é s-só que... – ela continuou, começando a corar.

– Não se desculpe, eu prefiro assim. – eu ri, e seus olhos castanhos encontraram os meus outra vez, me tirando do ar. Não saberia dizer por quanto tempo viajei em seus olhos. Podiam ser anos, ou apenas segundos. Pigarreei para me livrar da sensação. Ela ainda estava esperando uma resposta minha. – As revistas estão dizendo que nós temos um caso. O que é uma bela mentira. – completei.

– E por isso, vocês se afastaram?

– Sim. Eu não quero manchar a reputação da série com boatos sem fundamento. Mas vamos parar com essa conversa. Eu só vim aqui porque gostei do seu som.

Seus olhos expressaram surpresa.

– Jura? – ela corou outra vez.

Não pude fazer outra coisa, a não ser rir. A surpresa dela era quase cômica. Será que ela não se ouvia? Não ficava fascinada com a própria voz, como eu havia ficado?

Dei continuidade ao assunto da música. Primeiro, porque lembrar de Rosalie Hale simplesmente me irritava. E segundo, porque parecia ser o assunto perfeito para fazer a garota falar. Eu precisava ouvir aquela voz de novo, então pedi que ela cantasse para mim.

E o tempo, simplesmente, parou. Não existia Edward, Rosalie ou Lauren naquele momento. Ele se resumia apenas àquela garota e àquela voz. A melodia suave e encantadora flutuava ao nosso redor como uma brisa suave. Entrava pelos meus ouvidos, arrepiava minha pele e me fazia querer sempre mais.

Mas o tempo voltou a passar rápido demais quando ela me despertou dizendo que precisava ir embora. Senti um aperto estranho no peito, e não fazia ideia do que aquilo significava.

– Você é figurante? – perguntei, enquanto a ajudava a se levantar.

– Não, eu trabalho num Café aqui no set, no pátio. – ela riu. Parecia ter achado engraçado.

– Ah, claro – onde eu havia almoçado. Nota mental: almoçar sempre no mesmo lugar. Respirei fundo e continuei – Talvez amanhã nós possamos, se você quiser, ahn... Tipo, não um encontro, claro, mas almoçar juntos, não sei...

– Ah... Claro! Eu... Eu a-adoraria, claro, se você quiser. – eu não sabia quem estava mais sem graça.

– Ótimo! – suspirei aliviado – Que bom! Bem, então nos vemos amanhã.

– Tudo bem. – Ela disse, e se virou para ir na direção contrária à minha.

Eu sorria como um bobo. Não era apenas um sorriso feliz, era... diferente. Acho que não saberia explicar, pois nunca alguém havia me cativado tanto em tão pouco tempo. Meu pensamento foi preenchido com imagens que eu não queria, de jeito nenhum, afastar. Os olhos de chocolate derretido, os cabelos caindo em ondas pelos ombros, as maçãs do rosto vermelhas... E quando ela me disse seu nome...

Eu parei de repente e praguejei em alto e bom som. Eu não havia perguntado seu nome! Idiota, idiota, idiota! Voltei correndo ao Café, chegando lá meio sem fôlego. Reconheci a garota atrás da caixa registradora e quase atravessei o balcão na pressa de chegar até ela.

– Me desculpe, mas... Como é mesmo seu nome?

Ela começou a rir da minha cara. Ótimo. Edward, o palhaço, muito prazer.

– Isabella. Mas me chame apenas de Bella, por favor.

Bella... Não poderia ser mais perfeito.

– Bom, não sei se preciso dizer meu nome, eu...

– Não, não é necessário, Sr. Cullen.

Sr. Cullen? Fiz uma careta.

– Não, por favor, me chame apenas de Edward...

– Tudo bem, Edward. – ela ria e corava ainda mais. Eu também ri, sem graça. Será que eu estava tão corado quando ela?

– Ok. Então, nos vemos amanhã, Bella?

– Claro.

Eu ofereci minha mão e ela estendeu a dela. Eu a beijei, sem quebrar nosso contato visual.

– Traga seu violão. – pedi, e saí correndo para não me atrasar.

Nessa hora, eu percebi algo ao qual não estava acostumado: eu estava me apaixonando por essa garota.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam do encontro de Bella e Edward (finalmente!)? Please, please, please, deixem um review!
Bom fim de semana, girls!
E até o próximo capítulo! ;*