Mudanças escrita por Ruby


Capítulo 6
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Hey, girls! Capítulo novo pra vocês xD espero que vocês gostem *-* Eu amo esse capítulo e vocês vão descobrir por que HDUIAHIAHDSAD ;]



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Eu não parei de pensar em Edward o resto do dia. Meus pensamentos o seguiam e eu o procurava a toda hora, aonde quer que eu fosse. Ele ficou em minha mente o dia inteiro, a noite inteira durante meus sonhos e o resto da semana seguinte. Alice ficou histérica quando eu disse com quem estava passando meu horário de almoço agora. Toda vez que nos encontrávamos, ela me perguntava se já tinha rolado alguma coisa. O que ela não entendia é que não iria rolar nada, porque ele era apenas meu amigo. Um amigo no qual eu pensava o dia inteiro, mas amigo.

- Sabe – ele começou, no horário em que nos encontramos na sexta-feira, no mesmo campo de sempre. Ele estava estirado no chão, encostado em uma árvore, enquanto eu dedilhava pedaços de uma música que estava na cabeça – É legal ter uma amiga com quem conversar aqui dentro. Emmett já sabe tudo a meu respeito, Rosalie vive de mau humor desde que tínhamos cinco anos de idade, então não tem muita graça conversar com eles no horário de almoço. Além disso, nós temos tanta coisa para manter em segredo dos outros, coisas que não podem sair do set de jeito nenhum, que às vezes eu fico cansado. Me sinto sobrecarregado. É bom compartilhar algumas dessas coisas com você. – ele me olhou e sorriu.

- Mas, então – eu disse, acompanhando seu raciocínio e franzindo a testa – você também não deveria me contar. Eu não faço parte da produção de “Sangue e Coração”.

- Eu sei – ele riu – Aí é que está a graça. E, tecnicamente, nada está saindo daqui, não é? Ainda estamos dentro do set. – eu ri. – É estranho isso, mas, apesar do pouco tempo, eu confio em você. Sei que você não é nenhuma jornalista disfarçada, louca para vender notícias sobre mim.

- Como você sabe? – brinquei.

- Por que se fosse – ele se levantou e olhou nos meus olhos – tudo que eu te contei já teria ido parar nas revistas de fofocas e você estaria nadando em dinheiro.

Balancei a cabeça afirmativamente. Ele tinha razão. Era engraçado pensar que eu tinha Edward Cullen em minhas mãos.

- Há uma coisa que não entendi – comecei, deixando meu violão de lado – Você disse que Rosalie está de mau humor desde que tinham cinco anos de idade. Então vocês já se conheciam?

- Ah, sim. – ele pegou meu violão e começou a dedilhar outra música – Nós estudamos juntos uma época. Nossos pais diziam que Rosalie gostava de mim quando éramos crianças, mas eu nunca correspondi. Emm, porém, é apaixonado por ela desde aquela época.

- Emmett? – eu perguntei incrédula. Isso sim é uma fofoca...

- Sim, meu irmão. Parece meio irônico, mas eles nunca se deram bem. Tenho meus motivos para desconfiar que Rosalie também seja apaixonada por ele, mas são dois teimosos.

- Conheço bem pessoas assim – eu ri, lembrando de Jacob e Nessie.

Ficamos em silêncio enquanto ele começava a tocar uma música que não reconheci. Talvez essa fosse a melhor parte de ser amiga de Edward Cullen: não havia aquele silêncio constrangedor de quando nenhum dos dois sabe o que falar. A simples presença dele preenchia esse espaço. Não havia necessidade de falar compulsivamente.

A música que ele tocava era leve e preenchia o ar a nossa volta. Não parecia ser uma simples sequência de notas. Elas eram ligadas, como se uma levasse a outra e dependesse do conjunto para sobreviver. Parecia ser feita pra alguém...

Comecei a imaginar o que estaria passando na cabeça dele, enquanto ele tocava. Será que ele ficava tão feliz quanto eu, quando passávamos esse tempo juntos? Como ele me via? Ele estava sendo sincero comigo, ou toda aquela conversa era papo furado de famosos? Estava quase abrindo a boca para despejar essas perguntas quando ele falou de repente, sem me olhar diretamente nos olhos:

- Sabe... Eu comecei a compor uma música, mas não consigo terminá-la. Achei que talvez, você sendo uma compositora também, pudesse me ajudar a terminar. O que você acha?

Precisava lembrar de rever meu crachá mais tarde. Eu era caixa ou “faz tudo”?

- Claro que ajudo! Quer dizer, eu posso tentar, não sei se vai ficar bom...

Então ele começou a tocar. Seus dedos deslizavam com facilidade pelas cordas. E então ele começou a cantar o que seria o refrão da sua música:

É quando seus olhos me encontram / E me prendem com tal força,

Tiram meus pés do chão / E minha mente vai a mil...

Ele me olhou, esperando algum comentário, mas eu estava tentando dar alguma continuação às frases.

- E então? – ele me perguntou, depois de alguns longos segundos.

- Me dá o violão – pedi – Acho que tenho uma continuação.

Comecei a dedilhar no ritmo que ele havia tocado, e minha mente começou a viajar.

- Esperando você, enquanto você passa... Não, não. Eu te olhava/ sem acreditar/ Você me fez sorrir... Não, meu Deus, isso está péssimo! – ele ria das minhas tentativas inúteis – Ok, pare de rir. E pare de olhar pra mim!

Esses olhos lindos me distraem, eu quis completar.

Respirei fundo e comecei a tocar novamente. Fechei os olhos e seu perfume me pegou. Eu não consegui mais controlar meus pensamentos, mas minhas mãos dedilhavam a música automaticamente. Me lembrei dos seus olhos, de como eles faziam meu coração disparar, de como eu me sentia bem quando estava com ele. Lembrei dos seus sorrisos, da sua voz doce... E a música saiu dos meus lábios, sem comando algum, espontânea:

Meu coração salta do peito / E a paz se instala em mim

E eu percebo que aqui dentro tudo mudou / Mudou pra sempre.”

Nem eu conseguia acreditar o quão verdadeiras eram minhas palavras. Essa música tinha sido feita pra ele, sem que eu percebesse. Só faltava acrescentar o nome dele no começo das frases. Nessa hora, eu encarei uma verdade que não queria enxergar antes: eu estava apaixonada por Edward Cullen.

Ele ainda me olhava, a boca ligeiramente aberta, visivelmente sem palavras. Comecei a corar instantaneamente.

- Uau – ele disse – Bella, ficou perfeita! Por acaso fez a música pra alguém?

- Não... Só me empolguei um pouco, estava inspirada.

Nós dois rimos.

- Parece que nossas músicas se completam, não é? – ele disse, e eu ergui os olhos pra ele.

Um meio sorriso crescia em seus lábios. Minha respiração saia com dificuldade. Como ele conseguia me manter prisioneira daquele jeito? Eu só conseguia pensar em passar o resto da minha vida acariciando seu rosto, que estava chegando cada vez mais perto, e...

De repente me lembrei da hora. Olhei no relógio e percebi que já era hora de voltar ao trabalho. Maldito tempo! Por que ele tinha que passar tão rápido quando estava com ele?

- Você precisa ir, não é? – ele disse, suspirando.

- Preciso. E você também.

- Sim. Bella, amanhã as gravações serão suspensas, nós não trabalharemos... Imaginei que você também não, então, eu estava pensando... Você gostaria de sair comigo?

- Com... Com você? – ele estava me chamando pra um encontro? Meu coração batia tão loucamente, que eu tinha medo que ele escutasse.

- Sim. Emmett, Rosalie e eu vamos numa boate. Chame Alice e Jasper para virem conosco, garanto que vai ser legal.

- Ah, claro. – Encontro em grupo. Que romântico. – Onde é a danceteria?

- Não se preocupe. Amanhã, às 19h em ponto, estarei em frente a sua casa para pegar vocês.

- Tudo certo. Bom, preciso voltar ao trabalho. Até mais, Ed – e comecei a me afastar.

- Ei! – ele me chamou de volta. Eu me virei, e ele estava sorrindo – Acho que preciso do seu endereço, caso você queira uma carona...

Eu sorri e voltei pra onde estávamos para passar o endereço.

No sábado, às 19h, Sam ligou no meu apartamento para avisar que Edward já tinha chegado.

- Peça para ele aguardar, Sam! Já estamos descendo! – Alice respondeu mais excitada que eu, me empurrando porta afora.

Enquanto ela trancava a porta e Jasper chamava o elevador, ela sussurrou:

- E então?

- E então o que? – eu me esquivei. Era a 5ª vez que ela me perguntava isso hoje.

- Ah, Bella! Vai me dizer que esse vestido preto e esse salto alto são para uma ocasião qualquer?

- Alice! – e a repreendi, dando-lhe um tapa no braço. – Eu já lhe disse milhares de vezes que somos amigos. Nada vai acontecer hoje, ok?

Ela não pôde retrucar, pois havíamos nos aproximado de Jasper, que estava segurando a porta do elevador para nós.

Seguimos para a boate. Emmett e Rosalie foram em um carro e Jasper e Alice no Volvo, deixando eu e Edward num carro sozinhos. Segundo ele, Emmett e Rosalie teriam outros “compromissos” depois que saíssem da boate, e Alice me dissera que pretendia dormir na casa de Jasper. Eu estava começando a ficar nervosa.

A boate era incrível, e ficamos por lá até 2h da manhã. Eu estava mais quebrada do que estive no meu primeiro dia de trabalho. Rosalie e Emmett saíram da boate por volta de 1h da manhã. Durante todo o tempo que ficou conosco, ela me lançava olhares de ódio e uma ou duas vezes, ouvi-a conversando com Emmett e se referindo a mim como “a garçonete”. Alice e Jasper nos acompanharam no resto da maratona, e pareciam que nunca mais iriam parar de dançar. Durante o tempo que ficamos lá, eu e Edward apenas dançávamos e conversávamos muito. Qualquer coisa era assunto de um comentário, que virava uma longa discussão. Eu gostava quando conversávamos assim. Me passava a impressão de que nós realmente nos dávamos bem, seja como amigos ou como qualquer outra coisa.

Um ou outro flash nos pegava de repente, me fazendo pular. Eu sempre desviava o rosto e Edward, quando possível, entrava na minha frente, ficando de costas para a câmera. Mesmo assim, eu tinha certeza que na segunda de manhã, nós estaríamos na capa de várias  revistas.

Alice disse que precisava ir embora, pois estava morrendo de sono, e Edward e eu aproveitamos a deixa para irmos embora também. Me despedi de Alice – recendo um cochicho de “Aproveite a noite, tem champanhe na geladeira” – e Edward se ofereceu para me levar embora. Antes de chegarmos ao meu apartamento, porém, Edward parou o carro no calçadão da praia e saiu correndo pela areia, gritando para que eu fosse com ele.

- Edward! O que está fazendo? – perguntei, seguindo-o, enquanto tirava meus sapatos.

Ele atravessou a areia correndo e molhou os pés descalços na água.

- Essa água ta ótima! E ta escuro, ninguém vai ver! Vem! – Ele gritou, entrando na água até os joelhos.

Eu fui até perto de onde ele estava, molhando apenas meus pés na água morna. Quando o olhei, fiquei paralisada. Ele tinha tirado a camisa e deixado-a na areia. As luzes da cidade e a luz da lua iluminavam fracamente sua pele branca, dando um brilho incrível. Eu não conseguia desviar meus olhos do seu abdômen bem definido. Não tinha certeza se conseguiria me controlar, caso entrasse na água com ele. Ele me olhou, meio desacreditado da minha indecisão de entrar na água.

- Anda logo! Deixe de ser medrosa!

- Não sou medrosa! – Gritei de volta, mas permaneci onde estava. Eu era uma baita de uma medrosa.

Como ele via que eu não me mexia, veio até mim e me pegou no colo, me levando até a água.

- Edward, me solte! – eu disse rindo – Pare! Por favor, pare!

- Não, você vai entrar na água comigo!

Ele me levou até o fundo e me soltou. Eu caí de uma vez na água, me molhando inteira. Quando voltei à superfície, ele ainda estava seco da cintura pra cima.

- Ah, não, você não vai ficar seco! – gritei, e comecei a jogar água nele.

- Não, não! – ele levantou as mãos, protegendo o cabelo e fingindo desespero – Meu cabelo não!

Nós dois rimos e ele começou a correr em direção à areia, tentando se desviar da água que eu jogava nele.

- Você não ligou pro meu cabelo quando me jogou na água, não é? – eu disse, sem parar de jogar água em sua cabeça – Não me perguntou nem se eu sabia nadar! E se eu me afogasse?!

- Eu te salvaria... – ele parou de correr, me olhando – Só para te jogar na água outra vez!

Rindo, ele se virou e continuou correndo. Parecíamos duas crianças que viam a praia pela primeira vez. Meu medo de ser vista por alguém desapareceu enquanto ficávamos correndo pela água. Quando chegamos à areia, seu cabelo estava todo encharcado e eu estava rindo como a criança que era.

- Olha o que você fez! – ele disse, fingindo estar bravo e apontando para o cabelo – Espere eu te pegar.

E saiu correndo atrás de mim, gritando coisas como “Corra, Bella, corra!”. Ele me pegou pelas pernas e, gentilmente, me jogou na areia. Eu estava me divertindo tanto, e rindo tanto da situação, que não percebi como nossos rostos tinham se aproximado. Nossos olhos se encontraram por um momento e eu parei de rir. Tentei disfarçar, olhando para o céu e sentindo meu rosto corar. Não sei se agradecia ou amaldiçoava por estar escuro. Se eu pudesse teria levantado da areia, mas ele estava em cima de mim.

- Ei, olhe só meu vestido! – eu brinquei, tentando quebrar o clima que tinha se formado de repente. – Está todo cheio de areia! E meu cabelo também! – eu tentei levantar, mas ele me segurou em seus braços, ainda olhando profundamente em meus olhos.

- Você fica linda de qualquer jeito, Isabella. – ele sorriu um sorriso torto perfeito e lentamente começou a baixar seu rosto até o meu.

Eu não sabia o que fazer. Eu estava com medo de mergulhar de cabeça nessa relação e me decepcionar. Eu tinha medo de perder o amigo que eu tinha feito nesse tempo que eu estive aqui, por causa de uma besteira impensada. E o pior: eu tinha medo do que poderia acontecer depois desse beijo.

Eu poderia muito bem ter tentado escapar, pensar nas possibilidades, pedir um segundo para respirar, mas o contato visual entre nós era tão intenso que eu mal conseguia pensar.

Seus lábios finalmente chegaram aos meus e uma onda de desejo correu meu corpo. Nosso beijo começou calmo. Ele passava a mão carinhosamente pelos meus cabelos molhados, mas eu mal conseguia respirar. Enlacei meus dedos em seu cabelo e pousei minha mão livre em suas costas. Imediatamente nosso beijo atingiu um tom de urgência que eu nunca pensei ser capaz de experimentar.

Depois de alguns minutos, ele finalmente me soltou. Nós dois estávamos sem fôlego.

- Eu definitivamente preciso ir embora – foi o que consegui dizer.

- Eu também acho – ele respondeu.

Nos levantamos rapidamente e seguimos em direção ao calçadão, sem dizer nada. Entramos no carro – encharcando o banco, mas ele não parecia ligar – e seguimos para o prédio. Assim que chegamos, ele parou o carro em frente a portaria e, olhando pra mim, disse:

- Já está tarde, eu vou te acompanhar ao seu apartamento. Alguém pode tentar te atacar, ou...

- Tudo bem. – interrompi, sem pensar.

Eu sabia que estava tarde, mas eu estava mais segura dentro do prédio do que dentro do carro com ele, no meio da rua. Uma parte de mim sabia das suas intenções ao pedir para me acompanhar. A outra parte concordava com isso, sem encontrar problema algum.

Nós chamamos Quil, o porteiro que fazia o turno da noite no prédio, e entramos com o carro no estacionamento. Seguimos até o 9º andar sem dizer nenhuma palavra. O silêncio conveniente que existia entre nós simplesmente desapareceu: ficava mais constrangedor a cada passo. Abri a porta do nº 95, entrei e me virei para olhá-lo encostado no portal.

- Ahn... – perguntei sem graça, corando mais que o normal – Você quer entrar?

- Não... – ele disse baixo – Desculpe, eu acho melhor não. – Ele não me olhava e estava sério, respirando fundo. – Bom, está entregue!

Ele deu uma risadinha, e então seus olhos encontraram os meus.

- Certo... – eu disse, sem conseguir desviar o olhar – Então... Eu vou...

- Na verdade, eu aceito um copo d’água. – ele disse rápido demais, provavelmente com medo que eu dissesse boa noite e fechasse a porta.

Eu não consegui conter o riso e saí da frente da porta, fazendo sinal para que ele entrasse. Ele entrou gargalhando, com o rosto vermelho de vergonha.

- A cozinha é logo ali – eu disse, jogando meus sapatos no sofá – Se você quiser...

Fui interrompida por um beijo. Edward me agarrara com tal força que era quase impossível me soltar. Eu comecei a guiá-lo para o meu quarto e ali ficamos até depois de amanhecer. Me lembro de ter alternado um pouco entre o quarto e o chuveiro, sempre com ele, mas não reparei nas horas. A última coisa que me lembro era de ter adormecido em seu peito.


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Notas finais do capítulo

Soooo... O que acharam? *-* Please, deixem reviews!
Até o próximo capítulo ;*