Mudanças escrita por Ruby


Capítulo 4
Desilusões.


Notas iniciais do capítulo

~editando~
Minhas leitoras que ainda não conhecem a Amanda (e as que conhecem também, claro), apresento-lhes a melhor história que vocês lerão na vida: I Can't Stay.
http://fanfiction.com.br/historia/326239/I_Cant_Stay/
Acompanhem! Não vão se arrepender ♥



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Às 5h30 da manhã de segunda-feira, eu já estava pronta, esperando Alice sair do banho. Eu tentei comer alguma coisa, mas nada descia pela minha garganta. Fiz um suco de maracujá para que eu me acalmasse, mas ele ainda não tinha surtido nenhum efeito.

– Ande, Alice! – gritei – Nós vamos nos atrasar!

– Se acalme, Bella! – ela respondeu rindo – Eu trabalho lá há seis meses, sei o que estou fazendo!

Eu já estava pronta. Calça social preta, camisa social branca de manga curta, sapatinho preto fechado e cabelos presos num rabo-de-cavalo. Na minha bolsa estava arrumado tudo que eu podia precisar.

Alice saiu do banho e logo saímos para o vento fresco do verão de Los Angeles. Assim que chegamos ao Café, Jasper, Seth e Marcus – outro ajudante da loja – estavam nos esperando. O Café já estava aberto e começava a lotar.

– E então, meninas – Jasper perguntou, depois de dar um beijo em Alice. – Preparadas?

– Nervosa, você quis dizer... – eu respondi. Meu estômago estava revirando de ansiedade e fiquei agradecida por não ter comido nada.

– Acalme-se – Marcus disse – Ouvi dizer que o lugar que nos arrumaram é maravilhoso.

– Deve ser – disse Seth, esfregando as mãos – Mal posso esperar pra conhecer aquela coisa fofa da Rosalie Hale.

Todos nós rimos. De repente, um carro preto, imenso e lindo de morrer parou na nossa frente. O vidro do motorista se abriu e deixou Victoria a mostra, com um sorriso enorme no rosto. Apesar de linda, seus caninos afiados me deram calafrios.

– Prontos pra trabalhar, garotos? – ela disse, numa excitação maior que a nossa, se fosse possível.

– Claro! – todos nós respondemos juntos.

– Yeah, baby! – Seth disse, fazendo um passo de dança meio estranho, estralando os dedos e dando uma piscadinha para Victoria, fazendo-a rir.

– Todos pra dentro, então!

Na mesma hora todos nós entramos no carro e começamos a seguir para o set. Em menos de 2 minutos já avistamos a entrada.

– Srta...? – Marcus tentou perguntar.

– Me chame apenas de Victoria, por favor.

– Tudo bem. Victoria... – ele começou de novo – não quero ser rude, mas se o set é tão perto do Café, por que tivemos que esperar alguém no buscar?

– O set é fechado. – ela respondeu, parando ao lado de dois seguranças na entrada e apresentando o crachá – Eles só permitem a entrada de quem tem credencial. – Ela deu partida novamente e entramos no set. – Assim que chegarmos ao Café II, onde vocês trabalharão, eu entregarei as suas credenciais. A partir de amanhã vocês já podem entrar sozinhos.

Eu olhava pros lados, abobalhada. O lugar era incrível, imenso. Havia câmeras e gente correndo por todos os lados. Vários seguranças estavam espalhados pelo set, e várias pessoas estavam correndo com papéis e copos de café nas mãos. Victoria continuou dirigindo e parou o carro ao lado de um pátio imenso com várias mesinhas, coberto por uma estrutura de madeira. Nós descemos do carro e ela nos levou para um balcão do outro lado do pátio, de onde se tinha visão de todas as mesas.

Atrás do balcão havia uma réplica exata do Café. Os menus, as máquinas de Cappuccino, os pratos e copos, tudo em tons de verde e marrom. Nós paramos em frente ao balcão e Esme estava nos esperando para dar as instruções.

– Muito obrigada por trazê-los, Victoria! – ela disse, sorrindo para a mulher de cabelos ruivos.

– Por nada, Esme. Meninos, o crachá de vocês será a credencial, ok? Não o percam por nada! – Victoria disse enquanto nos entregava os crachás. – Boa sorte, pessoal! – e saiu, deixando-nos com Esme e mais um garoto loiro e cabelos compridos, que acabara de chegar.

– Pessoal, este é James – Ele deu um sorriso tímido e baixou a cabeça. Ok, ele era muito lindo. – Ele trabalha no set e vai nos ajudar a controlar o Café II. Devo avisar-lhes que, assim que abrirmos, isso vai lotar. Serão pedidos para todos os lados e vocês terão de ser rápidos e espertos.

Ela deu uma risadinha do tipo “mas-isso-não-é-um-grande-desafio”.

– Vamos lá. Marcus, você e James ficarão nos fundos, na cozinha, preparando os lanches. Jasper e Seth, meus garçons mais simpáticos a atenciosos – Seth deu uma piscadinha para Esme – continuarão fazendo o que vocês fazem de melhor: espalhar sua simpatia. Vocês atenderão as mesas. Bella, como você é nova, eu a deixarei tomando conta do caixa, controlando os pedidos e servindo os pedidos de Expresso. Alice ficará com você no balcão, te explicando como as coisas funcionam e te ajudando. Quando você conseguir pegar o jeito, e se houver necessidade, Alice ajudará os garotos a atenderem as mesas, ok?

Todos nós balançamos a cabeça, em sinal de entendimento.

– Muito bem. Eu estarei no Café. Caso precisem de mim, me liguem e eu venho para ajudar. Agora são – ela olhou no relógio de pulso – 6h25. Às 7h vocês já podem abrir. Revezem no horário de almoço para não deixar desfalcado, ok? Bom trabalho, garotos.

– Obrigada, Esme. – eu disse, cheia de gratidão.

– Esme, gracinha, você vai se orgulhar de mim, baby... – Seth brincou, piscando pra Esme.

– Eu tenho idade para ser sua mãe, Seth! – ela riu, revirando os olhos – Todos ao trabalho!

Alice me explicara como funcionavam as máquinas, o sistema de pedidos e entregas, a caixa registradora e todas as outras coisas. Enquanto Marcus e James preparavam os lanches, Jasper e Seth limpavam as mesas. Às 7h em ponto nós abrimos o Café II, e a festa estava formada.

– Por favor, um Cappuccino.

– Um Beirute, três Expressos, dois Cappuccinos e duas tortas de maracujá, para viagem.

– Sete copos de café, dois com adoçante e o resto com açúcar.

– Bella, peça duas tortas de limão e prepare dois Cappuccinos para a mesa três.

– Alice, dois Expressos e um Beirute para a mesa sete.

– Cinco copos de café forte.

Assim seguiram as primeiras três horas de trabalho. Graças à Alice, eu estava conseguindo dar conta dos pedidos e da caixa registradora. Ela não precisou sair do balcão, pois a maioria dos pedidos era para serem levados, poucos eram aqueles que se sentavam nas mesas.

Às 10h, o movimento acalmou um pouco. Eu e Alice pudemos respirar sossegadas e até conversar sobre o movimento e os pedidos malucos que os fregueses faziam.

– Ih, Bella – ela me disse, perto das 11h, olhando fixo para algo que eu ainda não conseguira reconhecer – Olhe quem está chegando. Prepare seus ouvidos.

Eu olhei para frente. Rosalie Hale caminhava graciosamente até o balcão, arrancando suspiros e assobios de Seth, que levou um tapa na cabeça de Jasper por ficar mexendo com a cliente. Ela estava com um fone de ouvido em uma das orelhas. Sentou-se num banco na minha frente, apoiou o cotovelo no balcão, segurou a cabeça com as mãos e começou a falar.

– Eu não agüento mais! As pessoas não conseguem entender, elas pensam que é mania, mas não é! Sabe o que é ser tratada como alguém normal? É horrível! – e, erguendo a cabeça e fechando os olhos: – Eu sei que você está no seu horário de trabalho, mas posso desabafar com você?

Ela estava falando sério? Rosalie Hale estava com problemas e queria conversar comigo? Primeiro Laurent Brandom, agora Rosalie Hale. Eu estava com o crachá de um psicólogo e não tinha percebido? Antes que eu pudesse responder, ela abriu os olhos e continuou falando.

– Ah, espere só um momento – ela tirou o fone de ouvido e disse – Um Cappuccino, por favor. Rápido – e voltou a colocar o fone de ouvido.

Ah, claro, ela não estava falando comigo... Ela estava no telefone. Eu ainda não conseguira me mexer. Primeiro, por estar em frente a ela. Segundo, por causa da vergonha – interna – que eu havia passado.

– Obrigada, meu amor, eu sabia que você ia me escutar – ela continuou falando – Você acredita que a minha maquiadora me chamou de mimada? Quem ela pensa que é pra falar assim com Rosalie Hale? Se eu quisesse, era só estalar os dedos pro Mason e ela tava fora da produção! Mas as pessoas tiraram o dia pra me irritar, porque no meu hotel eles me dão travesseiros normais. Eu disse pra eles que eu não consigo dormir se os travesseiros não forem de pena de ganso, mas eles não me escutam! A camareira teve a coragem de me perguntar como eu dormia antes da fama! Ai, se eu não estivesse de salto alto naquela hora...

Ela parou de repente e olhou pra mim. Eu ainda estava parada no mesmo lugar.

– Queridinha... – sua voz estava carregada de sarcasmo – Você é surda? Ou quer que eu te explique o significado da palavra “rápido”?

– Me... Me d-desculpe, e-eu só... eu só estava...

Parei de falar com o olhar que ela me deu. Na mesma hora me virei e comecei fazer o Cappuccino. Minha vontade era de chorar, de sair correndo dali. E pensar que eu gostava dessa Rosalie, achava ela o máximo! Falsa, irritante, nojenta!

– Aqui está, Srta. Hale. – entreguei o Cappuccino a ela com um sorriso, segurando o choro ao máximo. Ela saiu sem nem ao menos dizer um “obrigado” ou “já estava na hora”. Apenas deixou o dinheiro no balcão e não esperou pelo troco. Seth, que estava parado perto das mesas, se sentou no banco em que ela estava, enquanto Jasper e Alice vinham para me dar um abraço.

– É, colega – Seth começou a falar – Ela acabou com você...

– Cala a boca, Seth! – Alice jogou um pano de prato na cara dele, fazendo-o cair do banquinho em que estava sentado. Eu comecei a rir pra esconder as lágrimas que agora rolavam pelo meu rosto.

– Já passou, pessoal. – eu disse, secando as lágrimas – Não foi nada demais, mesmo.

– Bella – Alice me disse – Faça seu horário de almoço agora, pra se acalmar. Não se preocupe com o movimento, a gente dá conta.

– Tudo bem. Obrigada, Alice.

Eu saí do balcão, indo até o banheiro dos funcionários lavar o rosto. Meus olhos estavam inchados e minha cara estava péssima. Eu tentei disfarçar com um gloss e um pouco de pó, mas não adiantou. Então resolvi almoçar.

Mesmo depois de comer, fiquei esperando o tempo passar, enquanto me recompunha. Eu preciso me lembrar de trazer meu violão da próxima vez.

O dia passou voando, corrido do mesmo jeito que fora pela manhã. Quando cheguei em casa, fui direto ao telefone ligar para Jacob e saber como estavam as coisas.

– Ei, Bella! Que bom que ligou. Meu Deus, que voz é essa?

Eu reprimi um suspiro.

– Estou quebrada, Jake... Arrumei um emprego, trabalhei até agora.

– Uau! Parabéns, Bells!

– Obrigada, Jake. Espero que tudo se ajeite daqui pra frente. E então, como foram as coisas na semana passada?

– Normais, sem nenhuma novidade grande. Tirando o fato de que eu estou namorando...

– Ah, meu Deus, Jacob! – Eu gritei – Você e Nessie?

– Quem mais poderia ser?

Ouvi Alice gritar da porta do banheiro: “Diz pra esse cachorro tomar juízo agora, ao invés de cerveja!”

– Parabéns, Jake! Que vocês sejam realmente muito felizes – parei para bocejar – Alice está mandando votos de felicidade.

– Obrigado, Bells. E grite um pouco mais alto, o porteiro ainda não ouviu você.

– Não posso mais expressar minha felicidade? – bocejei outra vez.

– Claro que pode, mas a única coisa que você consegue expressar agora é sono. Durma, gracinha. Vou desligar, antes que eu comece a falar sozinho.

– Engraçadinho.

– Até mais, Bells.

Eu estava tão quebrada que nem me lembro de ter devolvido o telefone na mesinha de centro. Dormi no sofá, enquanto esperava Alice sair do banho.

– Bella... Bella! – acordei com ela me chamando.

– Oi...? Quem morreu? – eu ainda estava meio grogue.

– Vai tomar um banho, você cochilou aí – Alice dava risinhos – Quer que eu prepare alguma coisa pra você comer?

– Não precisa, Alice, obrigada – eu me levantei e me encaminhei para o banheiro.

A ducha quente me fez relaxar e, depois do banho, caí na cama. Não me lembro de mais nada. Sei que acordei no meio da madrugada com a luz do meu quarto ainda acesa e metade do meu corpo pra fora da cama. Apaguei as luzes, me ajeitei nos lençóis, e voltei ao mundo dos sonhos.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram do encontro de Bella com a sinistra? HDAIUHDUIAUDHSAD Comentem, please!
Até o próximo capítulo o/