Mudanças escrita por Ruby


Capítulo 3
Hora de mudar de novo?


Notas iniciais do capítulo

Hey, girls! Gostaria de agradecer, novamente, o voto de confiança que vocês deram pra história ♥ Algumas perguntas serão respondidas nesse capítulo e eu tenho quase certeza que a Manuca vai gostar xD Espero que vocês gostem! *-*



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Acordei às 9h30 da manhã com o sol batendo forte na parede. Alice provavelmente já tinha saído para trabalhar... Arrumei meu quarto, peguei minha roupa e minhas coisas e fui tomar um banho para relaxar. Já fazia duas semanas que estava com Alice, e as coisas não poderiam estar melhores. O único problema era que eu ficava o dia inteiro em casa sozinha enquanto Alice estava no trabalho. Eu precisava fazer alguma coisa com relação a isso. Eu já tinha dado umas voltas pela praia, ido até a cidade, mas sempre longe daqui. Na noite passada, Alice me levara para conhecer o Café e o local das filmagens de “Sangue e Coração”. Eu ainda não tinha ido conhecer o lugar onde ela trabalhava enquanto estava aberto, mas pretendia ir um dia desses.

Talvez eu arrumasse um trabalho para ocupar o tempo livre e aumentar minhas economias. Desde quando cheguei Alice não quis falar das contas que tínhamos que dividir. Eu não achava isso justo, afinal era pra isso que eu estava aqui: ajudá-la.

Depois do banho, fui até a cozinha procurar alguma coisa para comer e encontrei um bilhete de Alice na geladeira:


“Bells,

As coisas do café da manhã estão na geladeira. Dá pra você fazer panquecas com as coisas que compramos ontem no supermercado.

Estava pensando em almoçarmos juntas no Café, o que você acha? Assim passamos mais tempo juntas e você pode conhecer meus amigos!

Beijos,

Alice!”


E, riscado no verso do papel, uma continuação:


“PS: Antes que você me pergunte, não, não vou almoçar com Jasper... E não, nós não brigamos. Hoje é o dia de folga dele. Não me deixe na mão! Eu saio às 11h!


Eu tomei meu café da manhã e, enquanto não chegava o horário de almoço de Alice, fiquei enrolando nas ruas perto do Café. As ruas estavam movimentadas, muito diferente de Forks. Havia trailers e carros esportivos por todos os lados, provavelmente por causa do filme. Meus olhos procuravam reconhecer alguém, mas as únicas pessoas na rua eram meninas histéricas com câmeras nas mãos.

Às 10h20 segui para o Café, um lugar pequeno, mas aconchegante. Procurei uma mesa no fundo, longe do tumulto, enquanto esperava. Um garoto moreno, de rosto bonito, que me lembrava os garotos da reserva Quileute, me viu entrando e veio ao meu encontro:

– Posso ajudá-la? – ele perguntou numa voz macia e doce, abrindo um largo sorriso.

– Não, obrigada – eu respondi da forma mais educada que consegui – Na verdade, estou esperando Alice para almoçar com ela.

– Então você é a Bella? – olhei espantada para ele, mas ele não pareceu perceber. – Muito prazer em conhecê-la, me chamo Seth.

– O prazer é meu, Seth. – eu respondi, devolvendo o sorriso.

– Bom, er... Bella, se precisar de alguma coisa, pode me chamar, ok? Com licença.

– Muito obrigada.

Ele saiu, meio aos tropeços, e eu não consegui segurar a risada.

De repente, um homem alto, moreno, forte, de cabelos escuros e olhos verdes entrou no Café, carregando um notebook. Eu estava esperando tanto por isso que a cena aconteceu em câmera lenta. Ele olhava pelo Café inteiro à procura de uma mesa e encontrou uma vazia logo ao meu lado. Ele estava se dirigindo a mim. Usava uma calça preta, camisa branca e sapato social. Seus longos cabelos pretos em dreads caíam pelas costas, enquanto ele caminhava graciosamente ao meu encontro.

Laurent se sentou à mesa ao lado da minha e chamou o garoto moreno, Seth, pedindo alguma coisa que eu não escutei. Ele estava sentado de frente pra mim, de modo que eu o olhava a todo o momento. Ele levantou os olhos quando Seth trouxe sua bebida e eles passaram por mim e pela minha camiseta. Ele deu um meio sorriso disfarçado pra mim e começou a digitar com velocidade no notebook.

Eu olhei para baixo: “Keep Calm and Love Laurent Brandom”. Oh, droga, eu não devia ter colocado essa camiseta!

Eu comecei a bater os dedos na mesa, de nervoso, porque o tempo não passava. A presença de Laurent a poucos centímetros me deixava aflita. Deitei minha cabeça nos braços, imaginando quanto tempo mais eu agüentaria esperar por Alice.

– Então... – uma voz angelical falou perto do meu ouvido. Eu ergui a cabeça na hora e olhei naqueles olhos verdes. Não era possível! Você é fã dos meus livros?

Eu não podia acreditar na minha sorte.

– Sim... sim, s-sou fã! Sou uma grande fã dos seus livros, acho que você escreve maravilhosamente bem! – eu gaguejava.

– Uau! Que bom! Sabe, eu estou escrevendo uma continuação da saga... Mas por favor, não espalhe, ninguém sabe ainda... E em todos os meus livros eu peço a opinião dos fãs. Será que você poderia me ajudar?

Eu ouvi direito?

– Você ta falando sério? Ah, meu Deus, mas é claro! O que eu posso fazer por você?

Uma massagem? Um abraço? Um "Sim, eu aceito" na frente do juiz de paz?!

– Gostaria de uma opinião sincera. Estou pensando em, basicamente, começar a história com Jared. Como Sue decidiu ficar com Carlisle no último livro... Você leu o último livro, certo? – ele perguntou, franzindo a testa. Eu balancei a cabeça afirmativamente.

– Claro que eu li!

Na verdade, eu estava terminando de ler e ainda não tinha chegado nessa parte... Mas eu não me importava.

Ficamos conversando por meia-hora, até que Alice veio nos cumprimentar.

– Olá, Bella! Ei, Laurent! Sua mesa estava ocupada hoje, não é?

– Pois é, Alice. Mas Isabella me fez companhia. Vocês se conhecem?

– Sim, ela mora comigo.

– Ah, sim. Bom, senhoritas, não quero atrapalhar o almoço de vocês. – ele disse se levantando e oferecendo seu lugar à Alice – Isabella, muito obrigado pela sua ajuda. Manteremos contato por email. Tchau, meninas.

– Tchau, Laurent! – Alice acenou.

– Até mais, Sr. Brandom. – eu só consegui acenar com a cabeça.

– Meu Deus, Bella! – Alice se sentou ao meu lado. Estava sem o avental verde. – Você conseguiu!

– Ele é incrível, Alice! – eu estava tão abobalhada que as palavras ainda fugiam de mim.

– Você vai me contar toda a história, tenho até 13h para escutar, mas primeiro me deixe fazer uma coisa. Seth! – ela chamou o menino moreno.

– Pois não, senhoritas?

– Traga-nos duas porções do prato do dia e dois sucos de maracujá, ok?

– Sim, senhorita! Já volto com o pedido, mademoiselle.

– Bem gentil, esse Seth – comentei, quando ele já tinha saído.

– Eu te disse que o pessoal daqui era legal, não disse? Mas não se engane, Seth é um conquistador barato. Agora me conte. Pelo visto Laurent te pediu ajuda num livro...?

Eu contei pra ela toda a conversa que tivemos enquanto comíamos. Quando me dei conta, faltavam 10 minutos para que Alice voltasse ao trabalho.

– Alice – eu disse. – antes de ir embora, nós precisamos conversar sobre as contas.

– Bella, não precisa, ainda não é dia de pagar. Se você não tiver dinheiro, tudo...

– Não, Alice, eu tenho um dinheiro guardado, mas não é muito, e eu não vou conseguir viver das minhas economias por muito tempo. Além disso, eu preciso te ajudar nas contas atrasadas, foi pra isso que vim. Eu estava pensando em arrumar um trabalho, até porque eu fico tempo demais sozinha em casa. Será que você não podia me indicar algum lugar?

– Bella... Eu realmente não sei o que falar. Eu até indicaria o Café, mas já estão ameaçando mandar dois funcionários embora. Esme queria abrir uma filial no centro da cidade, talvez ela ainda esteja com a ideia na cabeça...

– Com licença – uma mulher ruiva de cabelos cacheados, sentada na mesa atrás da nossa, interrompeu – Me desculpe, eu sei que é rude escutar e interromper a conversa dos outros, mas eu escutei você falar em filial... Quem é Esme?

– Ela é... minha chefe... – Alice gaguejava, olhando da mulher ruiva para mim, com cara de quem não estava entendendo nada. – Você deseja falar com ela? Eu posso chamá-la, ela está no escritório.

– Se não for incomodá-la... – ela fez uma careta, como pedido de desculpas.

– Claro que não, eu já estou no meu horário de serviço. – Depois, Alice se dirigiu a mim – Bella, em casa conversamos melhor sobre isso, ok? Qualquer novidade eu aviso.

– Ok, Alice. Obrigada. Tenha um bom trabalho.

– Obrigada! – Ela disse, colocando o avental. Depois dirigiu-se à mulher ruiva – Como é seu nome?

– Diga a ela que Victoria está aqui.

Eu saí do Café e fui direto pra casa, prestando atenção nas lojas ao meu redor, procurando algum anúncio de “Precisa-se de funcionários” ou “Damos esmolas”. Assim que cheguei ao prédio, Sam, o porteiro, me deu duas contas que estavam endereçadas ao nosso apartamento.

– Bom dia, Isabella. Como vão as coisas no 95?

– Ótimas, Sam, obrigada – eu cheguei ao elevador, apertando o botão para que ele descesse ao térreo – Alice, Alice, Alice... E você me disse que não era dia, não é?

Entrei no elevador enquanto olhava as contas: venceriam na próxima semana. Não eram tão caras, nós conseguiríamos dividir.

Cheguei ao apartamento e fui direto ao meu quarto pegar meu violão. Há tanto tempo não tocava! Jake, Alice e eu tivemos o sonho de montar uma banda certa vez. Não é preciso dizer que fracassamos quando Jacob quebrou a bateria numa de suas tentativas de mostrar que era bom nisso.

Falando em Jacob, eu realmente sentia sua falta. Peguei o telefone e disquei seu número. Ele atendeu rápido, mas ofegante.

– Alô?

– Jake belezinha! É Bells!

– Ei, Bells! Como vai a querida Califórnia?

– Sentindo sua falta... Jogando beisebol de novo?

– Não, não. Eu acabei de chegar. Eu e os meninos estávamos pulando do penhasco.

– O dia está bom aí? – perguntei, esperançosa.

– Não, está chovendo pra caramba. Acho que um temporal está se aproximando. Quando o tempo ficar realmente feio, aí sim vamos jogar beisebol. E não perca seu tempo tentando me convencer que isso é loucura.

Suspirei. Ele me conhecia tão bem.

– Ei, Bells, tenho novidades! – ele quase gritou no telefone.

– Você está grávido? Eu disse pra gente se prevenir... – eu disse, zombando com ele.

– Há há há, engraçadinha. Não, não é isso.

– Então o que é?

– Eu tenho um encontro... – ele disse meio tímido.

– Com Nessie?! – eu não escondi minha excitação.

– Sim, sim. Hoje à noite.

– Ahh, isso é maravilhoso, Jake! Boa sorte!

– Obrigado. Bells, eu preciso desligar. Estou encharcando o tapete de Billy, se ele vir estou encrencado.

– Tudo bem, Jake. Não suma!

– Eu digo o mesmo! Paul está te mandando um beijo e te chamando de gracinha. Ele está fazendo uns sinais com as mãos, mas vou fingir que não vi a indecência. Ele vai apanhar por isso, daqui a pouco. Leah diz que sente sua falta.

– Diga a todos que também estou com saudades. E mande lembranças ao Billy.

– Pode deixar, Bells. Se cuide!

Foi o tempo de desligar o telefone, e ele começar a tocar outra vez.

– Jake? – atendi, achando que ele talvez tivesse esquecido alguma coisa.

– Bella, Bella! Corra pro Café agora! – Era Alice. Havia urgência em sua voz.

– Alice, o que houve? – tentei falar, mas ela já tinha desligado o telefone.

Alguma coisa tinha acontecido. Só conseguia torcer para que não fosse algo ruim.

Passei voando pela portaria e ouvi Sam dizer alguma coisa, mas nem parei para prestar atenção. Corri pela rua e só parei quando entrei no Café. Alice estava conversando com uma mulher de estatura mediana e cabelos longos, e a ruiva, Victoria.

– Bella! – Alice veio correndo em minha direção, sorrindo.

– Alice, não me mate de susto! – parei arfando, sentindo meu coração quase sair pela boca – Achei que você tinha sido demitida ou escorregado em cima do faqueiro...

– Não seja dramática! Tenho uma notícia pra te dar! – Ela me pegou pela mão e me guiou até as duas mulheres que conversavam com ela. – Bella, essa é Victoria, que você já conhece – ela acenou com a cabeça – e essa é Esme, minha chefe. Essa é Isabella.

– Olá, Isabella! – Esme se adiantou, me dando um beijo no rosto. – Bom, o que tenho para falar com você é rápido e simples. Alice me contou das suas qualidades e habilidades, do seu último trabalho e bom desempenho na escola, e eu tenho uma oferta para fazer. Gostaria de trabalhar para nós?

Senti um sorriso crescer em meus lábios.

– Claro! – eu mal conseguia falar – Sim, eu gostaria muito!

– Muito bem, então. Mas vocês não trabalharão aqui.

Franzi a testa. Ela não tinha acabado de dizer que eu trabalharia para eles?

– Victoria faz parte da produção de um filme, que está sendo gravado aqui perto – Esme continuou, apontando para a ruiva – Os atores geralmente freqüentavam o Café, mas está ficando cada vez mais complicado trazê-los até aqui. Então, nós estamos querendo abrir uma filial da nossa loja no set de gravação.

– De “Sangue e Coração”?! – eu quase gritei. Meu coração batia tão forte que eu tinha certeza que elas conseguiam escutar.

– Sim – Victoria respondeu sorrindo – “Sangue e Coração”. Nós pensamos em levar pelo menos quatro funcionários da loja e contratar você. O que você acha?

Eu estava paralisada. Estática. Abismada. Muda. Eu não conseguia acreditar nas informações que meu cérebro recebia. Ele estava tão ocupado em me fazer acreditar que se esqueceu de comandar minha boca para responder.

– Isabella? – Esme me perguntou.

– Eu... Eu... – eu não conseguia encontrar as palavras certas – Esme, Victoria... Alice! Eu não sei como agradecer!

– Eu sei como: aceitando. – Esme me disse – Quero vocês duas aqui, na segunda-feira, às 6h da manhã, ok? Vejo vocês, meninas.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Teorias? DHUAISHDISHD
Até o próximo capítulo! o/