Emma apenas deixou-se cair na escuridão, não se preocupou em lutar, esperava do fundo da sua alma que o homem não mentisse, que realmente devolvesse o menino a sua mãe, a uma delas pelo menos.

Emma estava perdida em uma imensidão preta, até que uma luz branca aparecerá, uma luz branca iluminando uma porta de madeira. Emma a abriu e atravessou a porta... Suaves notas começavam a ser dedilhadas no violão, as notas lembravam a música que tocava lentamente de fundo cantada por Leroy - bêbado, porém Emma não o culpava, sabia de sua história com a mulher que ele amara, ela havia ouvido a história de Granny, que contara da moça que passou um verão em StoryBrooke, porém com o final do verão e a volta aos seus afazeres teve de abandonar o homem, desolado ele bebia, bebia para esquecer, porém apenas se lembrava cada vez mais. Emma se identificou com ele após alguns anos, ria da ironia da situação em meio a goles e goles de Whiskey. - as notas acabaram e Leroy descerá do palco, desajeitado, causando risadas em todos. Era a vez de Emma cantar, ela subira ao palco e encontrou os olhos da morena que também fitava os olhos verdes. As notas do violão novamente começavam, dessa vez uma música leve tomou conta do estabelecimento, todos pararam de falar, e a atenção foi levada a menina dos cabelos loiros, que sorria apaixonadamente.

Sua voz era doce, e as primeiras palavras que compunham a música foram liberadas, extasiando todos.

So lately, been wondering

Who will be there to take my place

When I'm gone you'll need love to light the shadows on your face

If a great wave shall fall and fall upon us all

Then between the sand and stone, could you make it on your own

Emma podia observar o seu "eu" de dez anos atrás, seus olhos vibravam a cada nota da música, suas mãos tremiam, observava também a reação de todos no restaurante, calados, lágrimas escorriam na face de algumas das mulheres mais sentimentais, seus corações batiam mais forte. Mas principalmente observava a morena, que exibia um sorriso, o sorriso que mesmo depois de dez anos fazia com que novamente ela se apaixonasse pela morena. Novamente e novamente, incessantemente.

If I could, then I would

I'll go wherever you will go

Way up high or down low,

I'll go wherever you will go

As palavras eram jogadas para fora, suas mãos continuavam a tremer, e agora, atualmente as palavras feriam o coração de Emma que assistia a apresentação de dez anos atrás, pensava nos acontecimentos atuais, no sacrifício próprio pelo seu filho, - Não, ela não se arrependia – apenas se sentia culpada de ter que abandonar a sua amada novamente, ela respirou fundo e andou da porta que estava até uma mesa no fundo. Julgou-se ser invisível, nenhum olhar fora redirecionado a ela – felizmente – pensava.

And maybe, I'll find out

A way to make it back someday

To watch you, to guide you, through the darkest of your days

If a great wave shall fall and fall upon us all

Then I hope there's someone out there

Who can bring me back to you

“Who can bring me back to you” A frase a fez refletir e ela se lembrou de Henry, seu filho, um garoto lindo e inteligente, criado pela melhor mãe que poderia escolher, ele era educado e era também o garoto que trouxe alegria novamente a vida de ambas suas mães. Ele causou o reencontro, causou alguns dos melhores momentos de suas mães em dez anos. Matou a vontade e desejo que consumiam os corpos e almas de ambas durante dez anos. Mas principalmente, causou o reencontro de duas almas gêmeas.

A música terminava lentamente e Emma observava enquanto o seu corpo dez anos mais novo corria até os braços da morena e a beijava desesperadamente, assistia o sorriso que brotava na face de ambas quando – ela se lembrava da sensação – seus pulmões pediam ar. Ela se lembrava... Ela se lembrava de tudo, de cada sensação e de cada beijo. De cada toque e abraço, de cada dia e noite, ela se lembrava.

Continuava sentada na mesa que estava, observava ao redor e olhou para a porta, decidiu sair de lá, chorava desesperadamente. A música havia a transtornado e a letra se encaixava perfeitamente com as questões que agora estavam em sua cabeça.

Quem estará lá e tomará o meu lugar? Quem chegará todas as noites e beijará os lábios de minha amada? Quem a chamará de “minha”? Quem cuidará dela? Quem irá prometer amá-la e respeitá-la por todos os dias de sua vida? Quem, além de mim irá amá-la até os últimos dias de sua vida?

As perguntas continuavam rondando a cabeça de Emma, e uma nova luz branca aparecerá no meio da rua, ela seguiu a luz e adentrou a porta de madeira que reproduzia um rangido alto, deixando-a assustada no princípio

Entrará na porta e saíra no quarto preto, que agora se dissipara. Ela estava certa, de que jamais permitiria que ninguém tomasse o seu lugar, isso queria dizer que teria de ser forte. Ela estava certa, de que jamais desistiria deles, da sua família, do seu filho e da sua, só sua Regina.

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– Vejo que a Bela Adormecida acordou! – Uma voz grossa ecoou, o sarcasmo acompanhava a voz, que agora desaparecerá no meio do vazio do quarto, o mesmo quarto que estivera presa anteriormente.

– Onde está Daniel? – Perguntou a loira, recobrando a consciência aos poucos, sua cabeça estava dolorida. Piscará algumas vezes para tentar focar a visão, e assim que conseguiu examinou seus pulsos – presos por cordas apertadas, suas pernas presas por cordas e seu pescoço, preso a um gancho em uma corrente.

– Ele... bem ele foi dar uma volta e mandou que nós nos... divertíssemos com você... – o homem respondeu. Sarcasmo novamente era visível em sua voz, e assim que fechará a boca o homem se aproximou de Emma e a beijou forçadamente, a loira cuspiu em sua cara.