Garoto Rude escrita por Mellanie Vonturi


Capítulo 7
-W


Notas iniciais do capítulo

Bem, novamente peço desculpas pela demora. Como eu havia dito, esta semana fui a praia. Me queimei toda (kkk) e antes de eu ir estava preparando este capítulo e hoje consegui terminá-lo. Muito obrigada por todos os reviews, favoritos e pelo apoio. E desejo uma boa leitura.



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Era uma manhã de segunda-feira, o sol tomava conta de meu quarto, que mesmo com as cortinas fechadas, não conseguiu cobrir um raio de sol. Eu não havia dormido nada bem, fiquei acordada até as 03h00min e não consegui descansar. Muito inteligente de minha parte chegar tarde em casa e ter que acordar cedo no outro dia. Ou mesmo dia, que seja. Olhei-me no espelho do quarto, pendurado na parede. Eu estava com olheiras.

– Ótimo – pensei sendo irônica.

Arrumei minha cama e fui para o banheiro. Depois de um banho para conseguir acordar, escovei meus dentes. Vesti-me normalmente, mas não muito normal para mim. Entendeu? Também não? Ok.

Depois de estar pronta, fui para a cozinha. Onde encontrei Sarah preparando o café da manhã.

– Bom dia Mandy! – Disse ela sendo simpática.

– Bom dia mãe.

Observei-a organizar tudo de um modo tão Sarah, bem, isto foi um elogio. Apesar de tudo ela é uma ótima mãe. Uma mãe organizada, histérica, e... bem, é a Sarah.

– Mandy, me diga como foi seu encontro com o rapaz – pediu.

– Bom – menti.

– Aconteceu alguma coisa durante, para você chegar tão tarde assim? – Perguntou levando para o lado do duplo sentido.

– Mãe, claro que não. Somos só amigos.

– Então tudo bem.

Eu até achei que ela não iria mais quebrar o silêncio que passeava pela casa, e teimava de acabar. Mas eu felizmente estava enganada.

– Filha, você sabe que eu estou sem emprego há mais de duas semanas.

– Sim...

– E que estamos tendo de sobreviver com o dinheiro da poupança.

Desde que... Bem, desde que as aulas começaram, uma semana antes, Sarah foi demitida, pois havia discutido com o gerente. Sim, é a cara dela. E até agora ela está à procura de um emprego. Eu até pedi para deixá-la eu arrumar um emprego. Meio turno. É pouca coisa, mas ajudaria em algo. Ela então negou até a última palavra que não. Sarah quer que nada atrapalhe meus estudos. Isso é mimo, eu sei. Mas é a opinião dela.

– Há alguns dias atrás eu fiz uma entrevista e soube que fui aceita como uma vendedora de cosméticos. É temporário. Ainda estou em fase de teste. Não lhe contei, até porque não houve tempo. Você estava saindo bastante, se divertindo, então eu preferi assim.

– Que ótimo mãe! – Foi a única coisa que eu disse. Não sou boa para me expressar em palavras.

Eu andava lentamente pelo caminho para meu colégio. Sim, eu estava novamente indo a pé ao colégio. Estou me acostumando com isto. Não é tão ruim assim.

Carros e mais carros passavam. Era estranho tanto movimento numa rua como esta a esta hora. Mas então estava vindo um carro vermelho do qual eu conhecia muito bem. Daniel vinha passando com a perua cor-de-rosa. Eu falei de Melissa, se você não entendeu. Eles estavam sozinhos no carro. Daniel deu olhada rápida em mim, mas depois voltou seus olhos a rua. Já Melissa, continuou olhando para mim. Sua expressão era de nojo. Ela havia perdido algo em mim? Só se for o seu caráter.

Poucos minutos depois eu já estava em outra rua. Pronta para atravessar a faixa de pedestres. Mas ainda estava longe do colégio. Sem perceber, ouço uma, duas, três buzinas e vejo que uma voz familiar me chamava. Era Richard em seu carro preto. Ele me chama com o dedo e eu boba vou até ele.

– Ei, vai a pé?

Não, vou voando.

CALMA! Eu não falei isso, mas bem que deu vontade de falar.

– Vou sim.

– Então entra. Pode deixar que eu te dou uma carona – disse ele abrindo a porta do banco do carona.

– Não precisa – dei um passo para trás.

– Ah, vai... Eu estou lhe oferecendo. Depois você me paga, de outro jeito – ele mesmo riu.

Sem opção, eu entrei. Não queria recusar, mas do mesmo modo eu não gostaria de aceitar.

Richard é o tipo de garoto que qualquer garota se apaixona rapidamente. Mas eu não. Isto é tão estranho. Ele é alto, moreno, olhos verdes, cabelos negros, bonito, engraçado, divertido. Não sei qual é o meu problema. Mas apesar de tudo isto, eu não o mereço. Ele é muito mais do que eu mereço. O garoto perfeito que eu não consigo me apaixonar. Argh! Isso é tão...

– Chegamos – disse ele interrompendo meus pensamentos e desligando o carro.

Eu apenas dei um sorriso sem graça e ele saiu do carro. Em poucos segundos ele já estava do outro lado, abrindo a porta para mim. Um tremendo cavalheiro. Droga!

Após eu ter saído do carro, ele fecha a porta e tranca o carro. Só me pergunto aonde é que ele arranja dinheiro para ter um carro e uma moto, sem ao menos trabalhar. Claro, Amanda. Que pergunta idiota, ele não é como você. Ele não pertence à mesma classe social que você. Quando estávamos na porta do colégio, para entrar no pátio, já se podiam ver as pessoas fofocando e apontando em nossa direção. Corei instantaneamente. Já Richard, deu uma risada fofa e baixa e me pega de surpresa, dando um beijo em minha bochecha. Aquilo era covardia.

No meio da multidão das pessoas que não tinham nada para fazer, estavam eles. Daniel e Melissa, encostados na parede. De mãos dadas e cada um com expressões diferentes. Melissa, como sempre com sua cara de bunda, misturada com nojo. Daniel me encarava, aliás, não tirava os olhos de mim. Sua expressão era um mix de nojo, incrédulo e... Ciúmes? Não, não mesmo. Amanda tome alguns remédios, por favor.

O sino toca e todos entram em suas salas. Inclusive o casal mais falso do ano. Você sabe muito bem de quem eu estou falando.

Richard me abraça, indo junto comigo até a sala. E como este garoto é lerdo para andar. Quando chegamos à sala, o Sr. Payne já estava a ponto de começar sua aula. E haviam ocupado o meu lugar. Adivinhe quem? Se você acha que foi Daniel, você está totalmente...

Certo (a)!

Troquei olhares de ódio com Daniel, mas ele nem sequer saiu de seu lugar. Fui obrigada a sentar atrás do próprio. E Richard se sentou nos fundos, seu lugar oficial.

Eu lutava para conseguir prestar a atenção nas explicações, mas estava com muito sono. Era capaz de eu sonhar ali mesmo. E dizer o nome de alguém em voz alta.

A sala inteira olhava em direção para mim, imitando o professor. Toquei-me de que eu estava dormindo acordada – encontre a lógica – e fui até o quadro, onde estava o Sr. Payne. Eu nem sequer prestei atenção na questão em que o professor estava me perguntando. E sim, no loiro que acabava de tirar a camisa. Por que diabos ele tem que tirar a camisa? Ah claro, me lembrei. Estamos sem um ar condicionado. E eu acabei não tirando os olhos de Daniel. Não sou a tarada que você está pensando, só não estou em meu melhor estado.

– Senhorita Parker, pode me responder?

– Lindo...

– O quê?

– É...

– Resposta errada. Volte para seu lugar.

Idiota, idiota, idiota!

Sentei-me até meu lugar, mas antes disto eu jurava ter visto: Melissa cerrando os punhos de raiva, Daniel me olhar com uma cara engraçada, porém, zombando de mim. Ele havia colocado a camisa de volta. E por último, mas não menos importante, Richard me encarar com um olhar triste. E tudo isso aconteceu.

Estávamos eu e Richard no refeitório, sentados em uma mesa. Richard não tinha a menor intenção de parar de falar. Por um momento eu pensei que ele fosse alguma amiga tagarela que só pensava em Edward Cullen, da qual eu nunca tive.

Ok. Retire a parte do Edward Cullen e troque a palavra “amiga” por amigo. Pronto, agora sim é o Richard.

Ele falava tão rápido, e rapidamente mudava de assunto sem eu perceber. Ele acabou repetindo uma pergunta para mim várias vezes, mas eu não havia prestado atenção, então ele chama a minha atenção. Que não estava muito interessada naquela conversa.

– Amanda, Hey! Você está entre nós? Morreu com os olhos abertos ou o quê?

– Ah, Rich. Desculpa, hoje eu não estou prestando muita atenção nas coisas.

– Bem, eu queria te falar que faz muito tempo que eu me sinto assim com você. Sabe, desde o primeiro dia de aula. Eu te falei isso ontem. Mas eu queria fazer uma coisa que eu sempre tive uma enorme vontade, mas nunca tive a chance.

– O quê?

– Isto. – E então eu não tive o mínimo de tempo para raciocinar o que estaria para acontecer. Foi uma coisa tão rápida. Richard se esticou na mesa, ao invés de ir até mim, e ficou de pé. Nisso seu rosto foi chegando mais perto, mais perto ainda e BUM! Ele encostou seus lábios quentes nos meus. Eu não esperava por aquilo. Mas estava tão bom. Era algo tão novo para mim, eu nunca havia sido beijada em toda a minha vida. Um beijo tão quente, tão doce, tão... Apaixonante. Esta era a palavra. E o beijo continuou. Richard não se preocupou com todas aquelas pessoas no refeitório nos assistindo. Então eu também não me preocuparia.

Ao poucos o beijo foi acabando, por falta de ar. E ele finalizou com um selinho. Não demorou muito e eu sorri. Richard fez o mesmo. Um sorriso sincero e verdadeiro. Coisa que eu nunca havia visto antes.

E então ele se sentou de volta para sua cadeira, que ficava de frente para mim. Apenas com a mesa entre nós.

Agora a dúvida reinava em minha mente. Eu ainda o via como um amigo, apesar de tudo. Mas tenho quase certeza de que aquilo poderia mudar. Haviam chances de eu me apaixonar por Richard? Talvez isto já esteja acontecendo e eu nem esteja percebendo.

Quando olhei ao redor de nossa mesa, as pessoas olhavam para mim, surpresas. Quem diria que a nerd um dia se vestiria normal, sabe Deus por qual motivo, e se apaixonaria por alguém totalmente diferente, que na verdade era o sonho de qualquer estudante daquele lugar.

Talvez exista uma Amanda que eu não conheça. Talvez eu não precise me vestir deste modo, saias longas, camisas e blusas xadrez. E óculos nada atraentes. Mas o que é que está acontecendo comigo? Eu nunca havia reparado em mim mesma. Por que estou reparando agora? Realmente 2013 será um ano muito diferente para mim.

E as aulas preenchidas de tédio voltaram. Uma por uma. Até elas finalmente acabarem, eu já deveria estar em meu centésimo sono. Hoje eu não havia prestado atenção em absolutamente nada. Só ficava olhando para um lugar inexistente. Às vezes pensativa. Muitas vezes os professores chamavam minha atenção, e eu feito uma abobada, saía de meus devaneios.

– Amanda, o que acha de eu te levar para sua casa? Não ouse negar meu pedido. – Disse Richard enquanto jogava sem cuidado algum, sua mochila no banco de trás de seu carro.

– Tudo bem. – Eu disse apenas isto, sou péssima em expor minhas reações.

Antes de eu entrar no carro, pude ver Melissa e Daniel se beijando. Ou melhor, se engolindo. Mas por que é que eu estou me importando com isto? Que droga!

– Até amanhã, Amanda! – Falou Richard se despedindo e abrindo a porta para mim sair.

– Até!

Entrei em casa e Richard já havia ido. Deslizei meu corpo sobre a porta e sentei-me no chão agarrando meus joelhos. Uma coisa um tanto clichê de se fazer quando está... Apaixonada? Quem sabe... Só sei que me sinto estranha, não consigo mais ser a mesma. Meu comportamento e atitudes provam isto. Só posso dizer que eu nunca estive tão feliz em uma segunda-feira. E também nunca estive tão confusa. Eu deveria aprender a controlar melhor os meus sentimentos. Deveria, pois não é o que estou conseguindo.

E de repente meu celular começa a tocar ao som de I Won’t Give Up. Aquilo significava que era uma mensagem. Corri até minha mochila e o encontrei. “1 Mensagem Não Lida”. Eu a abri, mas antes de lê-la, tentei ver quem a havia mandado. Mas estava escrito “Número Desconhecido”. Confusa eu finalmente li a mensagem. Levei um enorme susto ao ler aquelas palavras.

“Uau, quer dizer que a iludida está apaixonada? Por quem agora? Quem será a próxima vítima? Está pagando quanto para fingir um namoro? Controle seus sentimentos, Amanda. A merda do seu coração não sabe escolher direito, e no final, você pode acabar se dando mal. Beijos! –W”

W? Quem é W? Como esta pessoa sabe sobre mim? O que está acontecendo?


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Notas finais do capítulo

Mistééério u.u
Quem será W?
Amanda apaixonada? Ferrou x.x
Reviews? Favoritos? Alguém se atreve a recomendar? Não? Tudo bem.
Beijos :*