Garoto Rude escrita por Mellanie Vonturi


Capítulo 8
O Amor Não Tem Idade


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH 100 REVIEWS!!
Caramba, eu nunca imaginei que um dia eu teria uma fic com tantos reviews. Na verdade, quando eu postei, pensei que não iria passar de 10 reviews. Mas eu estava errada, felizmente *-*
Escrever esta fic me faz um bem que vocês não imaginam. Ah, e depois que terminarem de ler o capítulo, leiam as notas finais, é importante.
Obrigada por todos os reviews e favoritos!
Ah, e este capítulo é cheio de emoções. Personagem nova Õ/. As esperanças de Amanda sobre Daniel estão voltando? Quem sabe... Só sei que você precisa ler logo. ;)



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Mas que droga. Não consigo me concentrar em nada para fazer este trabalho. Aliás, como vou me concentrar com uma mensagem destas? Principalmente de quando você nem sabe de quem é. Passam-se tantas pessoas pela minha cabeça que poderiam ter mandado aquela mensagem. Mas ainda assim continuo confusa. E então meus pensamentos voltam ao normal, ao seu devido lugar, para eu finalmente terminar meu trabalho.

Sem nada para fazer, pois eu já havia feito tudo, resolvo sair um pouco. Não exatamente passear. Apenas dar uma volta na rua, observar as pessoas. Sentar numa calçada e talvez por coincidência se encontrar com alguém. Até porque é muito raro eu sair de minha casa, e que o caminho não seja para a escola.

Tirei as pantufas de meus pés e coloquei de volta meu all star. Vou até a cozinha e busco uma pêra. Vou até a rua e me sento na calçada. Penso em colocar as músicas de meu celular para tocar e ouvi-las em meu fone de ouvido. Mas acabo desistindo. Eu queria ficar alguns minutos, apenas sentada, vendo as crianças brincarem. Começo a perceber que um menino de sete anos apontava para mim. Max. Ele conversava com uma mulher que provavelmente estava em seus 36 anos. A mulher me encarava sem ao menos disfarçar. Ela não parecia ser uma mulher qualquer. Apesar de sua blusa azul em decote V ser básica, porém extremamente cara e suas calças jeans, de um preço que provavelmente daria o triplo do meu. Ela não tirou os olhos de mim por um segundo. Começou a me olhar feio e depois entrou de volta na casa do menino. E do nada bate um vento frio e forte, me fazendo se arrepiar. Levantei-me e voltei para minha casa. Não havia nada para fazer nem dentro e nem fora de casa. Apenas se aquecer de baixo das cobertas e tirar um belo de um cochilo. Ok, confesso que estou ficando muito preguiçosa.

Fui para meu quarto e o organizei, estava uma bagunça. Era capaz de o confundirem com um aterro sanitário. Mentira, eu exagerei. Aposto que você nem havia percebido o quanto eu sou exagerada.

Após ter arrumado meu quarto, peguei duas cobertas para se esquentar e as coloquei em minha cama. Deite-me na própria, tirei meu calçado e tentei descansar. Mas foi tudo em vão. A campainha tocou freneticamente. Talvez pudesse ser Sarah, mas ela estaria trabalhando. Com toda a minha preguiça saí da cama. Fui até a sala de meia e abri a porta. Não havia ninguém. Espero que não seja mais alguma brincadeira idiota de Josh, o garoto que mora ao lado. Mas meu olhar foi abaixando, até chegar ao tapete, aonde havia uma caixa de presente com um envelope em cima.

– Estranho – murmurei.

Peguei a caixa que não era muito pesada e com o envelope em mãos voltei ao meu quarto. Deixei a caixa em minha cama e abri o envelope. Nele havia um papel. Provavelmente uma carta. Não havia remetente ou coisa parecida. Fui desdobrando o papel e comecei a lê-lo. A escrita em uma letra de mão extremamente elegante. Aparentemente sem defeito algum.

“Ora, ora. Qual a sensação de descobrir que está sendo vigiada? Um choque, não? Calma, não estarei 24 horas de olho em você, para sua sorte. Mas um dia terei que lhe contar um segredo, e infelizmente só encontrei este modo. Não se preocupe em querer descobrir se sou um homem ou talvez uma mulher. Terá a hora certa para isto. Mas, enfim. Andei descobrindo coisas sobre você e, bem, você é uma péssima admiradora secreta. Não entendeu? Abra a caixa e aproveite o presente. Estarei pensando em você. –W”

Deixei o papel cair no chão e rapidamente abri a caixa. Ela era grande, então só consegui encontrar o tal “presente” no fundo da caixa. Encontrei o meu... diário? Como este W foi tão sujo de ler o meu diário? Uma coisa tão... íntima, havia sido lido por outra pessoa. O tirei de dentro e percebi que ele estava sem o cadeado. O abri e comecei a folhear as páginas. Mas haviam muito poucas. A maioria estavam arrancadas. E então encontrei uma página inteira, escrita por mim. Quando eu tinha 11 anos. Mas eu não me lembrava de nada que estava escrito.

“Querido diário, eu sei que é ridículo ficar se confessando para um caderno que ninguém nunca vai ler, mas este é o meu único jeito de me expressar. Também sei que ainda sou uma criança, mas dizem que o amor não tem idade. Ou talvez apenas se iludir. Acho que a resposta certa é se iludir, pois, ele nunca poderia ser meu amor. Daniel me decepcionou ao me humilhar no seu aniversário de 12 anos. Hoje. Não sei por que estou chorando, mas eu o amo. E acho que ele não sente o mesmo por mim. Sou apenas mais uma estranha que ele gosta de iludir. Por quê?”

Tentei ler o resto, mas estava borrado. Talvez tenha sido choro. Ou eu havia tentando apagar. Mas então de repente veio em minha memória uma imagem que me fez chorar a noite toda. Lembro como se fosse uma coisa de mês passado.

A garota nerd e iludida, que no caso eu, levava o bolo de morango preferido de Daniel. Era para o caminho da escola e era o aniversário de Daniel. Ele daria uma festa na escola para comemorar. Coisa de popular. E quando eu finalmente havia chegado lá, continuei segurando o bolo. Fui até Daniel e o entreguei. Mas Daniel não aceitou o bolo. Eu insisti e ele irritado, pegou o bolo. Eu sorri e ele deu uma risada. E deu um sinal para Noah, que afundou a minha cara no bolo. E depois jogaram o bolo no lixo. Eu saí da escola correndo e chorando e menti para Sarah, dizendo que a festinha havia sido divertida.

Sofrer bullying da própria paixonite. Triste, não? Lembro-me que depois daquele eu dia, eu comecei a ignorá-lo e havia tentado esquecer. E que deu certo. No final esqueci e aqui estou eu.

No fundo da caixa, quase esquecido, estava mais um papel. Um desenho. O peguei e o olhei. Percebi que eu havia feito o desenho. Um rabisco de mim e... Daniel. Mas em mim havia pichações como, chifrinhos e defeitos feitos por alguém. Peguei minha borracha na escrivaninha e apaguei aquelas pichações. Guardei tudo de volta na caixa e coloquei de baixo de minha cama, mas fiquei com o desenho. Eu não sei por que, mas colei o desenho em meu mural, na parede próxima a minha cama. Talvez servisse como uma lembrança, afinal, faz quase cinco anos.

Encostei-me na cama, e fiquei pensando em tudo o que estava acontecendo. Agora esta pessoa sabia que eu já gostei de Daniel. E poderia talvez usar contra mim. Ou talvez não. Mas por que isto? E que segredo? Por que esta pessoa não vem logo na porta de minha casa e me conta logo o que está acontecendo? Agora estou insegura, esperando minha mãe chegar.

Duas semanas se passaram e infelizmente Richard não está mais conversando comigo. Fico triste com isto, pois tenho medo dele perder o interesse em mim. Eu só o via nas aulas. Era um oi e um tchau. Isto está errado, ele não pode deixar as coisas ficarem assim. Depois de se declarar acabar me evitando?

Eu estava sentada em minha cadeira, esperando as questões para responder. Eu não sairia de lá por nada no mundo. Mas ao mesmo tempo eu tampava os ouvidos, pois estava ouvindo a aluna nova tagarelar com Melissa.

Já começou com mau exemplo – pensei.

Porém Melissa falava em voz baixa e de vez em quando olhava para mim. Desconfiada e sempre me encarando com um olhar mortal. Como se me mandasse parar de tentar entender a conversa. E então de repente a garota havia ficado em silêncio. Eu sentia os olhos das duas em mim. E logo a professora voltou, enquanto o silêncio reinava.

...

Observava todos em volta de mim. Eu estava sozinha, sentada na mesa do canto do refeitório. Comendo meu sanduíche em absoluta paz e silêncio. Richard estava sentado na mesma mesa que Daniel. Ele dava altas risadas com o amigo, e às vezes olhava para mim. Mas voltava seus olhos para Daniel. Ao lado de Richard estava Melissa. Ela não havia vergonha alguma de me encarar na frente de todos. E sempre com um olhar mortal. Que consegue te deixar com medo só de continuar olhando.

De repente ouvi uma voz escandalosa criando um grande “Oooi”. Porém, mil vezes mais comprido que este. Era a garota nova, sentada em minha frente. Na cadeira que antes ficava Richard.

– É... Amanda não é? Eu sou a Milenna. Milenna Wolf.

– Ah, olá Milenna.

– Eu sou nova aqui.

– Percebi. Mas por que quis fazer amizade logo comigo? – Perguntei desconfiada.

– Bem, fui rejeitada pela Melina e seu bando. E você parece ser legal. Então eu vim aqui.

– É Melissa. Você parece ser popular, não combina andar com uma nerd feito eu. Não sei como foi rejeitada. Mas tudo bem.

E como deu para ver, ela realmente fala demais. Talvez Melissa não tenha aguentado ouvi-la falar tanto e a jogou para mim.

– Você está tentando mudar de visual, não é? – Perguntou.

– Talvez – respondi.

– Se você quer mesmo, precisa queimar estes óculos.

– Ficou maluca?

– Você que sabe... – disse ela fugindo do assunto.

O sinal estava quase para tocar.

– Como eu sou nova, preciso me atualizar nas atividades. Você pode passar na minha casa depois da aula?

– Claro – concordei e antes de Milenna dizer algo, o sinal tocou.

Ela saiu correndo rápido feito uma chita. Novamente estou exagerando, mas tudo bem. Milenna havia saído com tanta pressa que deixou sua bolsa. Olhei dentro e estava cheia de maquiagem e coisas do tipo. Peguei a bolsa e comecei a correr atrás de Milenna. Eu estava a chamando. Aliás, gritando seu nome. Mas ela nem sequer ouviu. Aquela garota é lerda?

Porém, antes de eu continuar correndo, alguém me atinge do lado. Fazendo-me cair no chão junto com a pessoa. E para meu azar alguém bem pesado. Derrubou toda a maquiagem de Milenna no chão. A pessoa não sai logo de cima de mim. Incomodada eu resolvo pedir para que o tal saia de cima.

– Pode sair de cima de mim ou vai morar aqui?

– É-é... Desculpe.

Daniel? De novo? Não acredito que tudo está se repetindo, como no 1º dia de aula. Mas agora quem se desculpava era ele. O que foi que deu nele? Se ele estava fazendo meu papel, eu deveria fazer o seu papel? Ser grosseira?

Percebi que estava sem meu óculos. Ele estava no chão, quebrado por mim mesma. Ou Daniel, que seja. O peguei e o segurei.

– Seu idiota, olha o que você fez.

– Eu já pedi desculpas.

– Era meu óculos preferido.

Ele tomou os óculos de minha mão e ficou o segurando. Como se pudesse consertar algo. Revirei os olhos e acabei sendo grosseira, o tomando de sua mão.

Comecei a andar e ele me seguia sem dizer palavra alguma. Entrei no banheiro feminino, e ele acabou entrando junto. Comecei a rir baixo. E quando olhei para Daniel, ele abriu um sorriso.

– Olá Daniela – zombei.

Ele não disse nada, olhou para o chão e mordeu os lábios. Não consegui me segurar e acabei suspirando. Ele começou a rir baixo. Tive que voltar a ignorá-lo.

Tentei de todo jeito consertar, mas aquela droga havia quebrado. Então o taquei na lixeira com raiva.

– Calma, o mundo não vai acabar por causa de um óculos quebrado – disse ele.

– Mas a minha visão vai – teimei.

– Quer saber? Você fica muito melhor sem este óculos.

– Daniel, eu me lembro muito bem sobre o que você disse há duas semanas – e suas palavras vieram como uma bomba em minha mente.

“- Quer a verdade? Então vou dizer a verdade. Eu nunca me interessei por você. Eu sempre te achei a nerd invisível que eu nunca iria gostar. E hoje nada mudou. Não sei o que você quis tentando imitar a Melissa, mas ficou horrível. Bem, a única razão de eu ultimamente ter sido gentil com você foi ele. Ele quem me obrigou, já que aposta é aposta. Então espero que não se iluda, pois eu nunca ficaria com você ou coisa parecida.”

– Eu sei, eu também me lembro muito bem. Mas... quero me desculpar novamente por tudo o que disse e começarmos de novo, talvez.

Neguei com a cabeça. Havia algo errado. Eu não tinha como aceitar ele mudar assim da noite para o dia.

– Isto não está certo, e você sabe disto.

Daniel chegou mais perto de mim e tirou a mecha de meu cabelo que estava cobrindo parte de meu rosto.

– Me perdoe, esqueça o que eu disse. Você não imagina o quanto eu me arrependi por ter dito aquilo – dito isso ele tentou me beijar, mas acabei esquivando.

– Não fuja de mim. Sei que no fundo você quer o mesmo que eu. E sei que nunca disse isso, mas você é perfeita. Não precisa se esconder – continuou ele.

E quando eu segui seus olhos, pude perceber que minha blusa estava com um botão aberto, fazendo com que ele tivesse a visão de... Esquece.

O fechei rapidamente e voltei meus olhos a Daniel. Que logo não me deixou escolher, e antes que pudesse reagir, ele me beijou. Um beijo diferente. Diferente do meu primeiro beijo. Não foi apenas com os lábios. Quem é que beija só com os lábios? Este foi diferente. Quente e emocionante. Romântico e selvagem. Com desejo e paixão. Paixão? Sim, eu não estou errada.

Daniel pôs a mão em minha cintura, eu apenas pus minha mão em sua nuca.

Segundos depois o beijo acabou. E olhando em seus olhos acinzentados me deu uma vontade de chorar. E foi o que aconteceu. Algumas lágrimas desceram de meu rosto e Daniel limpou cada uma.

– Por que está chorando, não deveria estar feliz? – Perguntou ele.

– Porque eu sei que depois de hoje, você irá me iludir novamente. É assim que você faz.

Ele nega com a cabeça e olha no fundo de meus olhos.

– Eu já lhe disse que estou pedindo desculpas por tudo o que disse. Pelo modo que agi. Eu fui um idiota. Você não merecia as palavras que eu disse naquela noite.

– E Melissa?

– Eu darei um jeito, não se preocupe com isto.

E com suas palavras sinceras eu abri um sorriso.

Saímos do banheiro juntos, foi até engraçado. Mas não imagine que foi aquele momento romântico de mãos dadas, porque não foi. Saímos de fininho e escondidos entramos na sala. A professora ainda não havia chegado. E quando percebo, todos me encaram com olhares maliciosos. Exceto Melissa, Milenna e Richard. E uma dor em meu coração veio ao se lembrar de Richard. Eu ainda estava apaixonada por ele, apesar de tudo.

Sentei-me em minha cadeira e sorri para mim mesma. Aquele beijo havia sido tão mágico que conseguiu fazer com que eu se esquecesse de detalhes como Richard, Melissa e W.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam sobre Milenna?
Que W malvado, ler o diário dos outros é tão...
OMG o que acharam sobre o momento romântico?
Amanda cada vez piorando mais a situação.
Desculpem se encontrarem algum erro.
Ah, sobre o aviso importante:
EU RESOLVI MOSTRAR MINHA CARA.
Mas calma, quero avisar que eu não tenho 14,15,16,17 anos. Ao contrário.
E também que sou muito feia, sabe :/
E se alguém parar de ler a fic pela minha idade, acharei uma falta de mentalidade. Enfim, eu fiz um grupo no facebook para a fic. Participem:
https://www.facebook.com/groups/211389992335772/
Eu ainda estou "construindo". Mas já podem pedir para participar. Beijos.
OBS: Alguém aí sabe um bom nome pra por em cada casal? Tipo, shippar.