Eu estava ficando constrangida e com raiva. Porque diabos aquele menino esta me olhando tanto? Só porque ele me salvou não quer dizer que tenha o direito de ficar me encarando o tempo inteiro. Eu O-D-E-I-O isso.

 Então o grupo começou a conversar e eu não fiquei avontade, sai e me sentei em um banco que tinha em frente do hotel que dava para ver o mar. A brisa bateu em meus cabelos e eu fechei meus olhos, acho que sentiria falta disso algum dia.

 Senti algo sentar ao meu lado e abri meus olhos e me afastei.

 - Ei, qual foi? Não pode ser tão assustada assim. - Nico Di Ângelo falou sorrindo.

 - Ah não? experimenta ser atacado várias vezes ao dia. - Virei minha cara emburrada.

 - Como você pode ser tão mau humorada? - Perguntou 

 - Algo me diz que você não é a pessoa mais bem humorada do mundo. - Dei um sorrisinho sarcástico.

 - Você é muito bonita para ser assim…

 - Nem tudo que parece é Di Ângelo.

 - Então vamos fazer um trato. - Nico sugeriu.

 - Oque? - Falei impaciente.

 - Começamos do zero, sem nenhuma antipatía ou coisa do tipo. Ai vamos tolerar um ao outro certo? 

 - Eu ganho oquê com isso?

 - Tudo que quiser.- Sorriu ele

 - Até você da um tempo e sair de perto de mim?

 - Só se for mesmo oque você quiser depois do trato.

 - Fechado. - Falei.

  Nico sorriu e se levantou do banco. Não deu nem 10 segundos ele voltou.

 - Oi, meu nome é Nico Di Ângelo filho de Hades. Posso me sentar aqui? - Falou com um sorriso idiota no rosto.

 Revirei os olhos e ia chamá-lo de idiota, mas lembrei do trato.

 - Olá, o meu nome é Katrina Ferroz e não sei de quem sou filha, claro que pode se sentar aqui. - Sorri forçadamente e ele deu uma gargalhada e se sentou.

 - Já teve namorados antes? - Perguntou ele

 - Porque quer saber disso? - Perguntei com a raiva subindo ao meus neorônios

 - Calma Katrina, estamos nos conhecendo lembra? 

  Controlei a raiva.

 - Tive, mas não vale a pena citar. - Falei com a vista baixa.

 - Ah, não vou insistir.

 - Obrigada. - Minha voz estava tremula e Di Ângelo percebeu.

 - Mas quando estiver disposta, vou querer ouvir certo? 

 Sorri e foi o suficiente para lágrimas despencarem dos meus olhos.

 - Certo.

 - Ei, não gosto de ver ninguém chorando. Vem cá. - E me puxou para perto dele e me deu um abraço.

 A pele dele era fria, mas confortante. Eu chorei mais ainda nos braços dele, permaneci em silêncio e ele me respeitou.

 As lembraças vinheram a tona:

 Flash Back mode on:

   Eu estava em uma praia deserta.

  - Então seu nome é Katrina? filha da guerra. - Falou a besta fera com asas de couro dando gargalhadas que doia os ouvidos.

  - Filha de que? Não seja ridículo. Solte-o agora mesmo. - Falei gritando.

  - Soltarei-o e matarei você, escolha. Mortais é um bom lanche passa-tempo e matar você estaria comprando meu atestado de óbito com seu pai. - Falou a criatura voando a uns três metros de altura segurando meu Josh.

  - Não Katrina, fuja. Você é especial eu sabia. Você tem a oportunidade, fuja! - Gritou Josh.

  - Eu não vou deixar você! - Gritei.

  A criatura ficou em minha frente e falou.

 - Você é diferente dos seus irmãos, você é muito sentimental. - Falou me observando

 - Do que esta falando? Eu não tenho irmãos e solte Josh agora mesmo. - Falei trancando meus dentes.

 - Ou que? Você nem pode se defender - Deu uma gargalhada.

 - SOLTE-O - Gritei dessa vez mais alto.

 - Eu te amo Katrina e para onde eu for me lembrarei de você. 

 - Eu te amo, mas não vou desistir de você Josh. - Falei chorando.

 - Ótimo, já se despediram.

 E saiu voando para o oceano com Josh dependurando em suas patas.

 - Para onde esta o levando? Não! - Gritei, mas foi tarde mais.

 Flash Back mode off.

  - Ouça-me, não sou a pessoa mais agradável e tolerável do mundo. Mas só precisa me conhecer mais certo? Podemos conversar sobre tudo que você quiser, basta confiar. - Di Ângelo falou cuidadoso.

  - Muito cedo, quem sabe um dia. - Falei.

  - Certo… - Di Ângelo foi interrompido.

 Era uma garota bonita de olhos azuis e cabelos dourados, lembrei que era a namorada de Leo um dos garotos que lutou com os monstros:

   - É… Quero falar com você. Katrina certo?

  Assenti e me levantei.

  Nico veio atrás de mim e a garota disse que era a ”sós” comigo e ele revirou os olhos.

  Nos sentamos no sofá da recepção e eu perguntei:

  - Olhe, me desculpe. Não lembro seu nome. - Falei sinceramente.

 Ela sorriu e era lindo o sorriso dela, contagiante e quente.

  - Pode me chamar de Ana.- Continuou. - Chamei-a aqui porque eu tive um sonho com você e ouvir falar que os sonhos de pessoas como nós, é tipo uma ”visão”- fez aspas com as mãos-

  - E como foi isso? - Perguntei confusa.

  - Não entendi muito bem, falei para Annabeth mas ele disse que seria desvendado quando chegaremos no acampamento. Nos duas envolvida em uma fumaça rosa e depois eramos separadas e estávamos vestindo outras roupas, era confuso demais.

 Eu fiquei com a sobrancelha arqueada tentando entender, mas tudo era muito novo para mim. Imagine tentar decifrar um sonho de uma semideusa.

  - Então vamos esperar né? até o acampamento, Será que é alguma coisa boa?

  - Eu não sei, acho que deve ser sim. Annabeth falou positivamente. Agora temos que ir para nossos quartos já esta tarde.

 Me dei conta que estava mesmo.

  - Eu não tenho quarto. - Lembrei-a

  - Tem sim, Já providenciamos. Agora você vai dormir no quarto com o Fernandinho o garotinho sabe?

  - Sei sim - Sorri.

  - Ele tava dormindo com a Sarah e Amanda, agora vai ficar mais confortável para todos. É do lado do quarto do Nico e do Gabriel.

 - Ah - Falei desanimada. - Que sorte.

 - Calma - Sorriu ela. - Ele não vai tentar nada, mas por via das dúvidas mantenha a porta trancada. - Saiu rindo.

  Fui á caminho do meu quarto e quem dou de cara no corredor?