Eu não sei como os párias foram parar ali, mas era tudo realmente estranho, não era nada legal ser surpreendida por três anjos sem almas quando se está numa caverna um tanto quanto sombria. Busquei pelo meu arco na minha bolsa e o segurei na mão.

— Um arco? Pretende lutar contra nós com um mísero arco?- uma garota ruiva perguntou, suas roupas eram rusticas e sujas, precisa de um banho.

— Misero arco? Tem certeza?- atirei uma flecha que a fez se desfazer em pó, corri para pegar a flecha antes de um dos companheiros dela, nós rolamos juntos quando batemos um no outro e caímos, Grover correu para pegar a flecha.

— Como conseguiu essas setas?- o pária perguntou ao meu lado.

— Não é da sua conta!- respondi e apontei meu arco pra ele, ele foi mais rápido e saiu correndo, me fazendo errar a pontaria. Annabeth correu até ele e o barrou, num instante, ele se desfez em pó, deixando a mostrar a flecha na mão de Annabeth.

— Gostei disso- ela disse e sorriu triunfante.

Tentei dar uma risada, mas um pária pulou em cima de mim, me derrubando bruscamente no chão, tentei chuta-lo dali, mas minhas tentativas foram inúteis, o paria tirou uma faca do meio das roupas.

— onde conseguiu isso?- perguntei, desde quando eles tinham facas?

— Não é da sua conta- ele disse e riu, mirou a faca na direção dos meus olhos, vi uma flecha atravessar o ar e o paria se desfizer em pó, olhei pra trás e vi Percy com meu arco levantado e rindo.

— Obrigada- falei e forcei um sorriso.

— Ah, não tem de que- ele disse esticando a mão pra me ajudar a se levantar.

— Pessoal não to muito a fim de ficar aqui, podemos ir?- Annabeth perguntou, assentimos e continuamos, à volta para o inicio da caverna foi um tanto mais rápida que quando viemos. Minha fome continuava e meu estomago roncava, isso me impedia de ir ainda mais rápido.

Quando chegamos à ponte, Annabeth pareceu apreensiva, eu também estaria, na verdade estava.

— Vou à frente- Percy falou passando na minha frente e indo, ele foi normalmente, seguido por Grover e Annabeth, quando chegou a minha vez hesitei.

— Vem Belinha- Grover me estimulou, balancei a cabeça negativamente.

— Estou com medo- murmurei.

"Cuidado"

A voz voltou, era a minha mãe! Mas, eu tinha certeza de que não fora ela o tempo todo.

— Vou tomar mamãe, pode ter certeza, não vou morrer aqui antes da senhora me esclarecer muitas coisas... – falei pra mim mesma e comecei a caminhar, andava devagar e hesitante, a ponte tremia. Comecei a me tornar confiante  até Percy gritar:

— Annie! Corra!

Eu olhei pra trás e vi que a corda estava descosturando, comecei a correr, enquanto a ponte começava a cair atrás de mim, dei um pulo para pisar na pedra, em vão, comecei a cair, mas senti uma mão me segurando, me neguei a abrir os olhos antes que sentisse o chão totalmente abaixo de mim.

— Pode abrir- ouvi uma voz masculina, não era Percy ou Grover, abri meus olhos e vi aqueles grandes olhos negros me encarando. - Cheguei tarde, mas na hora certa.

— Nico?