Shooting Star escrita por valeriafrazao


Capítulo 11
Capítulo 10 - Decisão




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POV Edward

Terraço do hotel – 07 de Janeiro de 2010.


- Eu te amo. – Cambaleei mentalmente quando ouvi a voz suave e ao mesmo tempo nervosa de Bella declarar seus sentimentos por mim, quase como algo agridoce.

O doce e o amargo se misturam em meu cérebro, absorvendo a informação recebida, absorvendo a sensação de mais uma vez ser... amado?

Eu não esperava por aquilo.

Eu estava ali sendo o idiota em cima de um prédio, pensando em acabar com a minha própria vida quando a minha frente eu tinha a resposta a todos os meus conflitos internos, a todas as minhas duvidas e principalmente a resposta a promessa.

A promessa... a promessa que eu fizera a Tanya, a promessa que de certa forma eu fizera a mim mesmo quando sai de Nova York, jurando recomeçar toda minha vida do zero e bem, veja agora onde estou.

No alto de um prédio tentando tirar minha vida por conta de uma história maluca e sem sentindo da qual ninguém iria acreditar e no final, o máximo que as pessoas diriam era algo do tipo como “pobre garoto no fim ele enlouqueceu e não agüentou”.

Não. Definitivamente não era isso que eu queria para mim, não era isso que Tanya iria querer e as palavras de Bella só provavam que ela também não queria isso e mesmo que ela não percebesse suas palavras me fizeram pensar por um instante em tudo que estava acontecendo a minha volta nesses últimos dias.

Seu amor era verdadeiro.

Sim, isso eu não poderia negar, apenas alguém que ama incondicionalmente de forma nada egoísta privaria-se da oportunidade de ter a razão da sua existência ao seu lado e Bella estava fazendo exatamente isso.

Para Bella era assim, por que se eu me jogasse – e de repente refleti o quão estúpido aquilo seria – ela de certa maneira poderia tirar vantagem disso, tendo a mim por toda uma vida, ou uma morte, eternidade, ou qualquer coisa que quisesse chamar.
Mas não, Bella estava ali, na minha frente, os olhos em pânico, a mandíbula trincada sem o mínimo som de sua respiração – não que ela realmente precisasse respirar – mas, lá estava ela implorando por minha vida.

Ela havia dito que não sabia por que as coisas estavam acontecendo assim, que as coisas simplesmente estavam acontecendo, é... acho que refletindo um pouco mais eu sabia a verdadeira razão e ela surgiu sobre os meus olhos como uma revelação.

Talvez Bella fosse simplesmente a resposta as minhas perguntas, a resposta ao que eu prometera, a chave de tudo.

Eu olhava as grandes orbes chocolate na minha frente, cheias de desespero para que eu não me jogasse do alto daquele edifício e ao mesmo tempo cheias de um sentimento que me pegara de surpresa e isso de alguma forma fazia com que eu me sentisse bem.

Aqueles olhos transmitiam amor e eu sentia o meu coração inflar de uma estranha sensação que eu não conseguia definir, mas eu suspeitava o que podia ser aquele sentimento.

Soava estranho e acolhedor ao mesmo tempo, como se eu estivesse entre o certo e o errado.

Eu tinha um problema em minhas mãos e uma decisão a tomar.

Bella estava morta e Tanya também, mas apesar disso Bella estava ali, pedindo por mim, mas Tanya... eu não sabia onde ela estava.

Talvez em algum lugar feliz “vivendo” da melhor maneira possível e isso incluía estar longe da minha presença.

Mas o que eu faria com Bella? O que eu faria com esse estranho sentimento que se apossava dentro do meu coração e o que eu faria com os sentimentos dela?

Eu não sabia se estava pronto para corresponder a isso, mas ali, no alto daquele prédio eu tomei minha decisão e esperava não me arrepender dela.
Fosse qualquer decisão que eu tomasse naquele momento, ambas seriam loucuras, então apenas optei por uma.

E isso incluía Bella.

Processei tão rapidamente essas informações em minha mente assim que Bella disse que me amava e ali encarando seus olhos, eu de repente sabia o que tinha que fazer.

Uma voz familiar invadiu meus pensamentos, dentro da minha bolha de frustrações e indecisões, como se quisesse dizer a mim que o que eu me preparava a fazer era certo, como se insinuasse que finalmente eu chegara a um ponto de meu caminho onde ele se abriria em duas estradas e eu estava tomando o caminho correto.

A voz de Tanya ressoou em minha mente, de maneira que somente eu poderia ouvir e ela trazia a chave de toda a equação.

- Se um dia algo acontecer comigo... – Ela fez uma pausa. – Se qualquer coisa acontecer, você vai seguir em frente, você vai amar outra pessoa tanto quanto você me ama?


E com a lembrança da sua voz em minha mente, eu sabia que minha decisão estava tomada.

Ali, no alto daquele prédio, encarando os olhos de Bella, enquanto o som da voz de Tânya invadia minha mente eu não tinha mais duvidas.

Sorri para Bella que esperava ansiosa por alguma palavra minha depois de sua declaração e fiz o que tinha que ser feito.

Fechando meus olhos e aspirando o ar ao meu redor eu tomei impulso suficiente em meus calcanhares de forma que a queda não fosse para o lado errado e então eu pulei.
Pulei ao seu lado.

E me posicionei a sua frente.

Elevando gritos surpresos de toda uma multidão que só então agora eu me dava conta que assistia a todo o espetáculo na parte térrea do grande hotel.

Emmett com certeza iria me matar, eu rezava para que nenhum canal internacional de TV estivesse filmando os acontecimentos pensando na possível sincope que meus pais teriam ao ver o noticiário Londrino.

Eu ainda não havia aberto meus olhos, mas eu podia sentir a proximidade de Bella a minha frente mesmo que eles permanecessem fechados.

Era estranho saber que eu estivera tão perto da morte quando alguém especialmente morto estivesse a centímetros de mim.

O vento do final de tarde soprou ao meu redor e eu pude sentir a essência de morango que seu cabelo emanava, era o tipo de essência doce que inebriava meu cérebro e me fazia esquecer de todos os problemas.

- Edward, você... esta bem? – Sua voz foi um sussurro tão baixo que demorei um instante para processar se ela realmente havia falado comigo.

Abri meus olhos lentamente, me preparando para encarar os de Bella, de certa forma eu acreditava que talvez ela me achasse louco o suficiente para desaparecer da minha vida e o estranho é que agora eu não queria que isso acontecesse.

Com certeza eu estava desenvolvendo um alto nível de bipolaridade.

Um trovão soou alto e próximo, parecia estar acima de nossas cabeças. E pude sentir o cheiro da chuva chegando.

Assim que meus olhos se abriram, Bella permanecia na minha frente e isso me trouxe mais uma vez o conforto desconhecido.

Eu sabia que ao lado dela eu estava descobrindo algo novo, eu ainda só não sabia o que era, mas eu também sabia que aquilo me fazia bem.

Olhar em seus olhos e vê-los inseguros a espera de minha reação me mostrou que eu não tinha nenhuma reação preparada para aquilo, então tudo que fiz foi respondê-la.
- Sim eu estou bem. – Disse com um tom mais formal do que deveria e me perguntei por que eu estava usando aquele tom. Isabella me fitou sem graça, como se esperasse mais de mim e eu logo tratei de me corrigir.

- Você me salvou. Agora estamos quites. – E assim que pronunciei as palavras me lembrei da primeira vez que há vi e o que ela havia me dito.


- Bem Bella, o que faz na minha cama? – Perguntei sem nenhum tipo de receio ou raiva, mas eu tinha que perguntar, afinal eu tinha que saber não é?

Bella me olhou com tamanha intensidade que por um instante me perdi no castanho dos seus olhos.

- Estou aqui para salva-lo.

- Me salvar? – Questionei confuso.

- Sim. – Ela respondeu calmamente. – E você devera me salvar também.


Senti a confusão que seus olhos mostravam assim que eles se estreitaram em uma linha firma. Não entendi, mas naquele momento não importava.

A chuva logo começou a cair sobre nós e grandes pingos d’água tocavam meu rosto, pareciam que estavam vindo justamente para lavar minha alma e meu coração e talvez o efeito desejado estivesse sendo conseguido.

Parado ali, olhando Bella na minha frente, não importava se a noite havia chegado, não importava se o mundo estava desabando em um novo dilúvio tudo que eu conseguia enxergar era seu rosto e ele resplandecer como um sol de verão acolhedor.

O engraçado é que esse sentimento que me aquecia por dentro enquanto a chuva fria corria por fora do meu corpo era mágico o suficiente para me fazer esquecer de repente, por que eu estava ali,

Por que tinha sido tão ridículo ao ponto de pensar em por em pratica o que estava prestes a fazer antes de Bella aparecer.

Dei um passo a sua frente para respirar
Seus dedos tamborilavam junto as suas pernas e levei minhas mãos para próximos deles sem que ela notasse, ainda disperça a voz de Emmett.

Assim que percebi que minha mão a atravessava ao invés de efetivamente tocá-la, fui surpreendido pela frustração, como saber se ela era real quando eu não podia senti-la?

Mas antes que eu por vez concluísse que Bella era apenas uma alucinação e tudo aquilo não passara de uma historia criada por minha imaginação, uma corrente elétrica atravessou a parte que eu juntava ao seu corpo, mostrando-me que ela estava ali.

Bella instantaneamente virou seu rosto de volta ao meu e depois abaixou seus olhos onde minha mão estava, encostada sobre seus dedos tamborilantes sem realmente tocá-los.

O choque passou por sua face, como se desculpasse e o medo tomou lugar e percebi que ela estava apavorada com o acontecido quando na verdade deveria estar enraivecida por eu toca-la sem permissão.

Ela puxou sua mao para longe da minha e instantaneamente eu a vetei.

- Não! Por favor, deixe me tocá-la. – Pedi ainda ignorando a voz de Emmett.

- Edward se você não abrir esta porta eu juro que a porei abaixo.

- Você precisa ir. Ele não parece estar brincando. – Bella disse ignorando o que eu dissera a ela.
- Eu preciso tocá-la. – Falei por fim o meu desejo.

- Acho que não podemos nos tocar. – Seus olhos baixaram ao chão e eu persebi que ela estava constrangida. – Ao menos não se você estiver acordado. Acho que é isso.


- Então eu quero sonhar esta noite e espero que seja com você.
Bella parecia confusa quando minhas palavras saíram, sua boca se abriu para falar algo, mas foi interrompida quando ao som de um porta sendo derrubada.

- Ai esta você. – Emmett correu em minha direção, achei que ele fosse me dar um soco pela fúria que sustentava em seu olhar, mas assim que se aproximou de mim tudo que fez foi me abraçar e eu nada pude fazer a não ser retribuir o abraço de urso de meu irmão.

Bella nos olhava e eu pisquei para ela.

- Ele esta bem?

- Como ele esta?

Duas vozes femininas invadiram o ambiente e eu não as reconheci, mas Emmett parecia constragindo enquanto Bella, bem... Bella parecia em choque.

- Alice, Rose! – Ela disse e de repente ela não estava mais lá.
POV Bella

07 de Janeiro de 2010 - Colina do Aeroporto de Londre


Em um instante eu estava na frente de Edward, fitando seus olhos enquanto seu irmão colocava a porta do terraço no chão no instante seguinte eu estava na colina ao lado do aeroporto.

Eu não sei dizer quanto tempo exatamente fiquei sentada ali, olhando o horizonte a minha frente e todos os aviões que preparavam-se para pousar, pareciam que haviam se passado horas enquanto eu pensava em como a vida é engraçada.

Minha irmã e minha melhor amiga, estavam simplesmente tentando ajudar o irmão do homem a quem eu acabara de me declarar, não somente para salvar sua vida, mas simplesmente por que eu realmente o amava.

Deus! Qual é a piada comigo?

Parecia que alguém do céu, ou do inferno, estava mexendo seus pauzinhos e divertindo-se as minhas custas.

Eu sabia que elas iriam até o hotel, mas não imaginei que fossem chegar tão perto de Edward e antes que o próprio caísse na gafe de falar alguma coisa, eu fugi.

E agora estou eu aqui, pensando no que fazer ou como fazer.

- Bella. - A voz de Gabrielly cortou o silêncio a minha volta, o que me causou um sobressalto imediato.

- Você quer me matar do coração Gabrielly. - Disse a ela com falso ultraje, afinal não era mesmo possível que eu morresse novamente. Se bem que, depois de todos os acontecimentos, acredito que no meu caso, seria até possível.

- Acho que mesmo que quisesse não conseguiria. - Ela me respondeu com um sorriso singelo e eu a acompanhei numa estrondosa gargalhada que se seguiu.

Gabrielly parou ao meu lado e fitou os prédios distantes da antiga Londres.

- Dia bonito não?

Percebi que esse não era o tipo de pergunta que Gabrielly faria a mim e sabia que ela tinha algo a me dizer.

- Sim dia bonito, mas acho que não é sobre o tempo que você quer me falar. - Respondi sem necessariamente olhar para ela.

- Não. Você esta certa Bella, não é sobre o tempo, é sobre Edward.
Girei meu rosto em sua direção, eu havia saído do hotel a algumas horas e desde então não sabia o que estava acontecendo por lá, Gabrielly provavelmente havia ficado e me preocupei com as noticias que poderiam vir.

- O que tem ele? Aconteceu alguma coisa? Não me diga que ele voltou ao terraço? - Minha voz saiu esganiçada e tomada de pavor. A idéia de que talvez Edward tivesse descoberto que Rose e Alice fossem pessoas do meu passado e com isso achasse que tudo não passaria de uma brincadeira idiota me fez pensar no que ele poderia ter feito assim que sai e tive que me chutar mentalmente quando percebi que não deveria ter saído do hotel antes de saber o que aconteceria a seguir.

- Não Bella, ele não voltou. Ele esta bem. - Gabrielly respondeu e eu automaticamente relaxei meus ombros.

- Se ele esta bem, então o que houve? - Perguntei voltando o foco a pergunta inicial que ela queria me fazer.

- Bem... O que houve naquele terraço Bella? E por que de repente você esta aqui e não lá?

- Alice... - Eu disse em um sussurro. Minha voz quase inaudível para mim mesma. - Alice estava lá.

- E? - Ela me incentivou enquanto procurava em meus olhos o que eu queria dizer com o fato de Alice estar lá. - Sua irmã não pode te ver Bella, por que simplesmente fugiu? Por que não ficou?

- Gabi, eu me declarei pra Edward naquele terraço, era a única chance que eu tinha de salvá-lo e bem, parece que funcionou, mas não acho que ele estivesse preparado para tantas revelações em um só dia.

Gabrielly arqueou uma sobrancelha como se a minha resposta não fosse suficiente.

- E depois, você viu o que Alice disse sobre sentir minha falta antes de toda aquela confusão, eu não acho que ela ficaria feliz em saber que eu estou por perto, mas que ela não pode me ver, talvez ela pensasse que eu não a amo e definitivamente eu não quero que minha irmã ache que eu não gosto dela mais do que ela já pensou por toda uma vida.
- Bella, você não pode simplesmente pensar isso. - Gabrielly me reprovou pela minha atitude. - Quando nos conhecemos você imaginou o que poderia ter deixado pendente em sua vida para estar ainda aqui. Lembra-se?

Dei a ela um aceno de cabeça confirmando que eu me lembrava.

- Então, naquele momento pensamos que teria algo haver com Edward, mas e se ele fosse apenas a ferramenta de comunicação entre você e sua família? Talvez essa fosse a chance que você nunca teve de dizer a elas - sua irmã e sua mãe - o quanto as amava e o quanto esta arrependida de tudo o que foi.

- Isso é um absurdo Gabrielly.

- E por que? - Ela me desafiou. - E se você estivesse aqui justamente para isso? Você não acha que seja muita coincidência que Emmett tenha conhecido Rose e Alice apenas um dia antes dessa confusão toda?

- As pessoas se conhecem Gabrielly, essa é a vida e ponto final.

Eu não poderia acreditar que alguma coisa que Gabrielly dissesse tivesse algum fundamento, por mais que no fundo tudo aquilo realmente fizesse sentido.

Edward já havia sofrido tanto e não era justo com ele usá-lo para simplesmente resolver meus conflitos familiares com minha mãe e minha irmã.

Pensei no que Reneé acharia quando soubesse dessa loucura toda, já estava apavorada com o simples fato de Alice estar tão próxima a Edward, minha mãe então acabaria se juntando a mim quando tudo isso caísse em seus ouvidos.

É eu não queria ser a causadora de sua morte.

- Bella, Bella... Você esta me ouvindo? - Gabrielly cortou meus pensamentos e realmente, eu estava tão entretida nele que não havia ouvido nada do que ela tinha me dito.

- Desculpe Gabrielly. - Disse sem jeito. - O que você estava dizendo?

- Que você não pode desistir agora Bella, você já foi tão longe. Você tem que voltar.

Gabrielly ainda insistia com aquilo, mas eu já havia tomado minha decisão.
- Não! - Disse a ela olhando em seus olhos. - Eu não vou voltar. Você tem razão Gabrielly eu já fui longe demais e já machuquei pessoas demais também pelo percurso, é hora de deixar essas pessoas viverem suas vidas.

- Alice, Reneé, Emmett e... Edward ainda tem uma vida Gabrielly e eles tem que seguir em frente, eu não preciso atrapalhá-los. Talvez se eu nunca tivesse surgido, Edward agora já teria encontrado uma boa garota londrina e Emmett estaria feliz por seus planos de trazer seu irmão a Londres, para se reconstruir, estivessem dando certo.

- Alice e Rose estariam bem, e não a um passo de descobrir que sua irmã e amiga que morreu a dois anos anda zanzando por ai como uma perfeita gasparzinha, então acho que o melhor é deixá-los viver.

- Mas e você? - Gabrielly perguntou-me. - Você tem que pensar em você também.

- Eu estou pensando Gabrielly, eu só estou tendo aquilo que mereci, é uma pena que tenha descoberto que sou capaz de amar somente agora, e é uma pena que eu saiba que poderia ter sido diferente se eu não pensasse tanto em mim antes, então acho que agora é hora de pensar nas pessoas.

Eu já sabia o que teria que fazer e Gabrielly pareceu compreender, ela não me disse mais nada, ficamos ali em silêncio fitando mais uma vez a cidade de Londres.

Eu estava perdida em meus pensamento, pensando em como faria aquilo dar certo e teria que dar, essa seria a ultima vez em que eu veria Edward Cullen.

Minha decisão estava tomada.
- Não! - Disse a ela olhando em seus olhos. - Eu não vou voltar. Você tem razão Gabrielly eu já fui longe demais e já machuquei pessoas demais também pelo percurso, é hora de deixar essas pessoas viverem suas vidas.

- Alice, Reneé, Emmett e... Edward ainda tem uma vida Gabrielly e eles tem que seguir em frente, eu não preciso atrapalhá-los. Talvez se eu nunca tivesse surgido, Edward agora já teria encontrado uma boa garota londrina e Emmett estaria feliz por seus planos de trazer seu irmão a Londres, para se reconstruir, estivessem dando certo.

- Alice e Rose estariam bem, e não a um passo de descobrir que sua irmã e amiga que morreu a dois anos anda zanzando por ai como uma perfeita gasparzinha, então acho que o melhor é deixá-los viver.

- Mas e você? - Gabrielly perguntou-me. - Você tem que pensar em você também.

- Eu estou pensando Gabrielly, eu só estou tendo aquilo que mereci, é uma pena que tenha descoberto que sou capaz de amar somente agora, e é uma pena que eu saiba que poderia ter sido diferente se eu não pensasse tanto em mim antes, então acho que agora é hora de pensar nas pessoas.

Eu já sabia o que teria que fazer e Gabrielly pareceu compreender, ela não me disse mais nada, ficamos ali em silêncio fitando mais uma vez a cidade de Londres.

Eu estava perdida em meus pensamento, pensando em como faria aquilo dar certo e teria que dar, essa seria a ultima vez em que eu veria Edward Cullen.

Minha decisão estava tomada.
Deitei em minha cama, esperando que a inconsciência chegasse, o quarto estava escuro o suficiente para que eu não visse mais que um palmo a minha frente e de repente eu não enxergava mais nada além das minhas pálpebras fechadas e pesadas pelo cansaço.

- Edward. - Uma voz familiar me chamou e eu sabia a quem ela pertencia.

Meus olhos se abriram novamente e eu sabia que estava sonhando pois não sentia mais minhas pálpebras pesadas como há segundos atrás.

Bella estava ali, bem na minha frente e me surpreendi comigo mesmo quando abri um sorriso espontâneo por tê-la ao meu lado.

Eu devia mesmo estar adquirindo algum tipo de bipolaridade.

De manhã eu tentava me matar por Tanya e a noite eu sorria para Bella. Deus! O que estava acontecendo comigo?

- Bella. - Respondi com um pouco mais de entusiasmo do que deveria.

Ela sorriu, mas não um sorriso verdadeiro, apenas algo em resposta a maneira como eu havia dito seu nome.

Havia algo de errado com ela, será que tudo que ela me dissera durante a tarde fora apenas uma mentira? Eu não queria acreditar nisso, estava me agarrando as suas palavras para recomeçar minha vida, mesmo que partíssemos do pré-suposto de uma loucura.

Aquela altura do campeonato, eu definitivamente pouco ligava.

Me levantei de minha cama seguindo em sua direção e Bella deu uma passo para trás o que me fez parar na hora.

Seus olhos não entregavam nada em sua expressão e eu estava começando a ficar confuso com sua atitude.

- O que esta acontecendo Bella? - Perguntei por fim, com medo da resposta que viria a seguir.

- Precisamos conversar Edward. - Ela me respondeu de maneira fria e isso não aquietou meus ânimos.

- Achei que você tivesse conversado comigo esta tarde.

- Sim é sobre isso e sobre... - Ela fez uma pausa, como se não estivesse certa do que iria falar e depois continuou. - ... Alice e Rose.

- Ah! - Exclamei por fim compreendendo. Ela provavelmente queria me falar sobre as duas que estiveram com Emmett mais cedo aqui em nossa suíte. Eu também queria saber a respeito então apenas acenei permitindo que ela começasse.

- Alice é minha irmã Edward e Rose, bem... Rose foi minha melhor amiga. - Ela começou a dizer e pude sentir minha expressão quando ela disse que Alice era sua irmã, então essa era a razão da familiaridade que eu sentia quando conversei com Alice naquela tarde.

- Sua irmã?

- Sim, ela é minha irmã. Eu não quero que você pense que tudo isso é uma brincadeira de mal gosto, eu sinceramente não sei como ela e Emmett se cruzaram, mas bem, não há muito que possam entender em relação a nós dois. - Ela disse apontando para nossos corpos.

- Quer dizer que Alice não sabe de nada? Ela não sabe que você está aqui? - Perguntei a ela.

- Não, ela não sabe. E sinceramente espero que as coisas continuem assim.

- Por quê? - Eu não estava entendendo onde Bella estava tentando chegar.

- Por quê? Bem Edward, eu não fui a melhor irmã do mundo e sinceramente também não fui a melhor filha, nunca tratei Alice como ela realmente deveria ser tratada e acho que não faria bem a ela e a minha mãe, ou mesmo Rose saber o que esta acontecendo por aqui.

- Se é o que você quer, eu não contarei. - Eu não entendia o porquê daquilo, mas bem, Bella deveria ter suas razões e eu não iria contrariá-la, afinal eu também tinha as minhas.

- Você não vai contar, por que não haverá mais nada a ser contado Edward.

A afirmação dela me pegou de surpresa, eu definitivamente não estava preparado para aquilo.

Não ver Bella, não tê-la por perto, ela estava sendo meu porto seguro até ali, e realmente eu começava a ver expectativas para nós.

Sim, era uma loucura, mas algo me dizia que eu poderia fazer aquilo dar certo, de repente eu sabia que podia, então eu não poderia deixá-la partir.

Eu não poderia perder mais uma vez em minha vida algo que se tornara tão importante, agora era minha vez de prendê-la ali, prender sua atenção, assim como ela fizera comigo mais cedo, mas eu não tinha as palavras certas, não ainda.

- O que você esta me dizendo Bella?

- Estou te dizendo que vou embora.

Ela disse de uma única vez e senti minhas pernas cambalearem com a força do golpe de suas palavras.

Musica 1: http://www.youtube.com/watch?v=g54nynrEIOc

- Por quê? Você não pode simplesmente me dizer tudo que me disse ir embora.

Minha voz não saiu como eu desejei e parecia que eu estava implorando por sua presença ali, na verdade eu realmente estava.

Eu sabia que a única forma de fazê-la ficar seria dizer, mas eu não podia, não ainda, eu não estava pronto, não estava acertado comigo mesmo.

- Edward, eu não sou o que você pensa. Olhe pra mim? - Ela apontou pra si mesma. - Eu estou morta e você esta vivo. Eu magoei minha mãe e minha irmã quando estava viva, eu tive minha chance e acabei com ela, e bem agora você esta tendo a sua e o que é que você esta fazendo? Perdendo seu tempo, seu sono, seus sonhos com alguém que você nunca terá futuro!

As lágrimas começaram a rolar por seu rosto enquanto ela falava de forma urgente.

- Eu fui sincera quando disse que te amava, eu fui sincera em cada palavra, mas eu tenho que ver os fatos e os fatos são que você ainda tem toda uma vida pela frente e eu não.

Apesar do choro, ela parecia ter certeza do que estava falando e eu ainda não conseguia formular uma resposta para pará-la.

- Eu sempre sonhei demais com as coisas, e veja onde os meus sonhos me levaram, a um lugar onde tudo que sou é um fantasma que vaga.

Eu não queria que ela se sentisse assim, a sensação de impotência estava me dominando em vê-la tão triste, eu precisa fazer alguma coisa.

- Eu não posso fazer você também infeliz, então acho que a melhor coisa a ser feita agora é ir embora e...

E eu não permiti que ela dissesse mais nada, por que cada palavra sua estava me estrangulando, eu não me importava com quem ela havia sido em vida, ou o que eu tinha vivido.

Naquele momento a idéia de perdê-la estava me tomando por todo, como se meus joelhos tivessem sido atirados ao chão.

Então avancei a sua frente e não permiti que ela terminasse, eu fiz a única coisa que sentia vontade naquele instante e então a beijei.

No primeiro instante o corpo de Bella se enrijeceu sobre o meu, ela não teve reação alguma e se eu não sentisse seu rosto sobre minhas mãos eu poderia jurar que ela havia partido.

Mas de repente suas mãos estavam em meus cabelos, tremulas e agitadas, a sensação era maravilhosa e eu tive certeza que ela não deveria partir.

Sua língua começou a se movimentar em minha boca de forma rápida e urgente e eu retribui seu movimento de bom grado.

Inconscientemente uma de minhas mãos que segurava seu rosto desceu por sua coluna, acariciando a região sobre o casaco que ela usava.

Suas mãos não desgarram de meus cabelos e parecíamos loucos famintos um pela boca do outro.

Tudo era tão mágico e perfeito que eu queria tudo naquele momento, menos que ele acabasse.

Me afastei um instante para reabastecer meus pulmões de ar e fui gratificado com o som de sua voz gemendo meu nome.

- Edward.... - Ela sussurrou.

- Shiiuuu..., não fale, você não vai embora daqui esta noite Isabella. - Disse a ela e antes que ela pudesse se opor voltei a beijar seus lábios, dessa vez não houve resistência, sua língua faminta procurou pela minha em um beijo urgente.

Eu a puxei para mais perto do meu corpo, queria senti-la o mais próximo de mim que eu conseguisse, Bella gemeu arqueando suas costas aprovando meu movimento e eu não perdi tempo em acariciá-la.

Sem que percebêssemos estávamos caminhando em direção a cama atrás de mim, as peças de roupas foram sendo tiradas uma a uma, lançadas pelo quarto sem que realmente observássemos para onde.

Eu tinha medo de acordar naquele instante e perceber que não a veria mais, então eu a abracei com toda força que eu pude, fazendo de meus braços sua prisão permanente.

Lentamente eu a deitei sobre a cama em que minutos antes eu estava dormindo, seus olhos estavam fixos aos meus, como se estivesse ali fotografando e gravando cada parte do meu rosto, eu fiz o mesmo.

Decorei cada linha do rosto a minha frente, cada traço, cada expressão, eu não sabia se há veria de novo, ela poderia muito bem fugir pela manhã, mas naquele momento eu sabia que ela faria tudo, menos fugir.

- Eu te amo. - Ela disse. E não só me chutei mentalmente como também, me enforquei com uma corda por não me sentir preparado para dizer o mesmo, então usei o meu melhor sorriso e respondi.

- Eu sei. - Não era exatamente uma resposta, mas eu não estava preparado para dizer.

Eu estava preparado para que ela se levantasse de minha cama e saísse dali, mas ao contrário do que eu esperava ela apenas sorriu para mim.

Quando acordei no dia seguinte, Bella não estava na minha cama, e de certa forma eu já esperava por isso, mas o cheiro dela estava em mim, o cheiro do seu corpo e dos seus cabelos e essa era a certeza maior que eu tinha de que ela era mais do que real na minha vida.

Ela havia partido como me dissera que faria na noite anterior, ela só não contava que eu não aceitaria tão facilmente.

Olhei a cama ao lado da minha e Emmett não estava, sua cama estava limpa e arrumada e eu agora entendia a razão dos calmantes tão fortes que ele me dera, ele simplesmente não passaria a noite em casa.

Musica 2: http://www.youtube.com/watch?v=YcNknfJzG6Y

O sol entrava pelas janelas do quarto tocando meu rosto e eu me levantei indo até elas para olhar o que me esperava para mais um dia em Londres.

Bella havia dito que era o que ela havia decidido, mas ela só não sabia da minha decisão e eu estava decidido a não deixa-la partir.

- Você nunca vai estar sozinha Bella. - Disse pra mim mesmo em voz alta e esperava que onde quer que ela estivesse ela pudesse me ouvir.

Eu ainda não sabia como faria para reencontrá-la, até que uma pasta sobre a cama de Emmett chamou minha atenção.

Projeto Shooting Star - Estudos Arqueológicos da Universidade de Washington

Apenas por curiosidade apanhei a pasta me sentando sobre a cama de Emmett enquanto olhava o que afinal meu irmão estudava em Londres.

Folheei algumas páginas até me surpreender com uma antiga lenda, e bem... tudo que era impossível e sobrenatural estava acontecendo a minha volta, então por que não?

- Sim Bella, você não estará mais sozinha.

Fechei a pasta colocando-a embaixo do braço enquanto procurava meu celular afim de ligar para Emmett.

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Bom é isso, mais uma capitulo que demorou mais saiu...
Shooting Star esta chegando na reta final, serão mais 5 capitulos no máximo e então terminamos.. eu não sou a rainha dos lemons então espero que tenham gostado da primeira noite dos dois..
Bjs Mil pra todas e deixem reviews...

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