Shooting Star escrita por valeriafrazao


Capítulo 10
Capitulo 9 - Tensão




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POV Edward.

Suíte Cullen – 07 de Janeiro de 2010.


Ela estava ali.

Tanya estava ali comigo o tempo todo, a música que saiu pelo alto falante dentro do quarto dizia isso.

Mas como ela podia dizer que eu deveria seguir em frente quando tudo que eu queria era tocá-la uma ultima vez, beijá-la uma ultima vez e simplesmente tê-la em meus braços.

Ao contrário disso não foi Tanya quem invadiu meus sonhos, não foi ela quem esteve comigo na noite passada e não foram seus lábios que eu toquei.

Foram os de Bella.

E agora de uma forma absurda fora Emmett quem abrira meus olhos pra mostrar aquilo que estava debaixo do meu nariz todo o tempo, mas que somente eu não quis enxergar.

Bella estava morta e isso era um fato.

Mas se Isabella podia falar comigo, por que não Tanya?

Será que ela havia deixado de me amar?

Não.

Eu não aceitaria isso.

Eu sabia que ela ainda me amava, era isso que a melodia que repercutia em meu quarto dizia, mas a mesma melodia dizia que eu deveria seguir em frente.

O problema é que eu não queria, não queria seguir sem Tanya e se houvesse uma chance para que nós ainda pudéssemos ficar juntos, então eu me agarraria a ela.

Quando a musica finalmente parou, abri as portas do meu quarto encontrando a sala da minha suíte completamente vazia, o barulho da porta que eu havia ouvido era mesmo de um Emmett que provavelmente havia saído furioso comigo, sinceramente eu não sabia.

Fiquei ali sentado naquele sofá enquanto encarava o nada pensando o que faria com a minha vida depois das descobertas dessa manhã.

Por um lado eu sentia que ainda havia uma chance para Tanya e eu por mais sobrenatural, louco e prepotente que isso soasse enquanto ao mesmo tempo eu sentia magoa por ela simplesmente não ter permitido o contato que eu tanto queria com ela enquanto outra pessoa o teve.

Por outro lado eu me sentia confuso em relação ao que acontecera entre Bella e eu, uma parte de mim havia gostado daquele beijo e isso era inegável, mas outra parte de mim, uma parte bem maior estava furioso com ela, afinal ela havia omitido um singelo detalhe, algo insignificante. Ela estava morta.

Eu estava confuso demais para chegar a qualquer decisão do que fazer, do que sentir ou de quem eu era de verdade.

A única certeza que eu tinha é que se havia uma remota chance para estar com Tanya eu teria esta chance as custas do que fosse.

Foi então que uma lâmpada se acendeu em minha cabeça e de repente o ato mais louco de minha começou a se formar em minha mente em imagens.

Sim. Se eu a quisesse de volta eu teria que lutar por ela, mesmo que isso custasse minha própria vida.

Sem pensar duas vezes e antes que eu me arrependesse da loucura que eu estava prestes a cometer levantei-me do sofá, seguindo em direção a porta, enquanto sem olhar pra traz me despedia do mundo atrás de mim.

Caminhei a passos rápidos pelo corredor seguindo em direção ao hall de elevadores que me levariam ao meu destino final.
Assim que o elevador parou e eu entrei, agradeci por não haver ninguém dentro dele o que me deu mais alguns segundos para formatar em minha mente o meu plano que me permitira pela ultima vez ou talvez para sempre ter de volta a mulher da minha vida.

Isso eu só descobriria depois dele concretizado.

Quando cheguei ao ultimo andar do hotel, tive ainda que subir dois lances de escada até chegar ao meu destino final.

O terraço.

Tive a certeza de fechar a porta pelo lado de dentro a fim de que ninguém pudesse me interromper e de repente, lá estava eu, caminhando para única solução que eu poderia encontrar para resolver o impasse da minha vida.

Eu precisava de Tanya.

Eu a amava.

Mas eu teria que morrer para te-la, mas ainda haviam coisas que eu não compreendia.

Eu podia sentir o vento envolvendo meu corpo de onde eu estava e eu podia sentir as lágrimas que corriam em minha face, salgadas e gélidas, e tudo que eu queria entender era o por que?

O porquê de a pessoa pela qual eu amei toda minha vida não surgir para mim como acontecia com Bella.
Eu sempre amei Tanya, eu a amei viva, eu a amei depois de morta, eu simplesmente a amei, por que tudo que eu queria na minha vida era estar para sempre junto dela, mas acho que não era assim para Tanya, ela não queria o mesmo que eu, ela não me queria.

Olhando os carros que passavam lá embaixo eu imaginava o quão perfeita a vida de outras pessoas poderiam ser, mas quando se tratava da minha própria vida tudo que eu conseguia ver era a escuridão inebriante.

Por que?

- Tanya... – Eu lamuriei seu nome em voz alta, transportando para fora do meu coração toda a dor que eu estava sentindo.

Olhei mais uma vez para o asfalto cinzento abaixo de mim, para os carros que passavam desapercebidos e as pessoas que caminhavam sem ao menos dar atenção ao que estava acontecendo no alto daquele luxuoso hotel.

Talvez se eu me jogasse, só talvez eu tivesse uma chance de rever Tanya em minha vida e a idéia começava a se firmar em minha mente enquanto inconscientemente eu levava meus pés até parapeito daquele terraço.

Aspirei o ar gélido, sentindo meus pulmões doerem com a intensidade do frio do ar Londrino e olhei para baixo.

- Você não é um covarde. – Disse para mim mesmo, tomando coragem. – É só pular e tudo estará acabado e Tanya estará lá por você.

Algumas pessoas começaram a apontar para cima vendo a presença de um homem desesperado tentando pular do parapeito do hotel. Eu.

Dei dois curtos passos a frente e inclinei minha cabeça medindo a altura, não era preciso ser um gênio para saber que a aquela altura eu não sobreviveria.

Eram aproximadamente 130 metros de altura que separavam minha dor e a alegria, a raiva e o amor, a morte e a vida e a possibilidade de reencontrar ela.
Em uma grande lufada puxei o ar para os meus pulmões mais uma vez e dei mais um passo para frente, as pessoas embaixo soltaram gritos de desespero.

Era a hora, eu pularia e nada me faria mudar de idéia.

Ao menos era isso que eu pensava quando ao meu lado uma voz familiar gritou por mim.

- Edward não pule. – Eu me virei para ver a dona da voz que me chamava.

E ela estava lá.

Mas não era Tanya.

Era Bella.

 

POV Bella.

Frente do Hotel  – 07 de Janeiro de 2010.

 

Musica: http://www.youtube.com/watch?v=S8sz-jb64r4

 

Assim que cheguei a frente do luxuoso hotel onde Edward estava hospedado, uma multidão se formava na porta.

 

Demorei um pouco a perceber que todos os olhares estavam inclinados ao terraço do grande edifício e contive o grito que reverberou em minha garganta quando meus olhos encontraram a cena que toda aquela multidão observava.

 

Edward estava no beiral do grande prédio e ao que parecia ele não estava ali para simplesmente tomar um ar.

 

Emmett não havia exagerado quando disse que seu irmão estava com problemas.

 

- Alguém tem que ir lá fazer alguma coisa ou ele irá se jogar. – A voz de um dos espectadores ao meu lado invadiu meu canal auditivo me fazendo estremecer ao pensar em Edward voando por aquele terraço.

 

- Parece que ele trancou a porta que da acesso ao terraço por dentro. – Alguém próximo respondeu.

 

- O que será que deu na cabeça desse rapaz?

 

- Essa juventude esta cada dia pior, com certeza isso é dor de amor.

 

As vozes continuavam do meu lado, tamborilando em meus ouvidos como uma orquestra desafinada.

 

As pessoas tinham medo e desespero nos seus olhos e no meu coração eu sentia pavor.

 

Pavor por ver o homem que eu descobrira que estava apaixonada a um passo de perder a vida e eu me sentia culpada. 

Sim, eu era culpada.

Se eu não tivesse aparecido, se não tivesse deixado o maldito bilhete, Edward agora não saberia da minha condição e talvez ele não estivesse passando por essa situação.

 

Por mais que um lado do meu coração quisesse acreditar que eu não tinha nada haver com a cena que meus olhos viam, o outro lado gritava a palavra culpada repetidamente dentro de mim.

 

Eu tinha que fazer alguma coisa.

 

Edward deu um passo a frente e a multidão explodiu em um grito de pânico, pedi a Deus forças para saber o que fazer e como que lendo meus pensamentos a voz de Gabrielly se destacou dentre todas as outras ao meu redor.

 

- Bella, você não vai fazer nada? Ou vai mesmo esperar que ele pule para poder agir?

 

Não! – Minha voz interior gritou.

Eu não queria que ele pulasse, não queria que ele morresse e a idéia de vê-lo voar por aqueles andares me aterrorizou.

 

Eu poderia estar morta, mas eu queria Edward vivo e ele viveria.

 

- Eu vou lá. – Respondi a Gabrielly usando meu melhor tom de confiança desejando dentro de mim que aquela confiança não me abandonasse.

 

Respirei fundo, fechando meus olhos e desejando estar sobre o alto daquele prédio e assim que os abri novamente as vozes a minha volta cessaram.

 

Não havia mais multidão, não havia mais Gabrielly, havia apenas a brisa do inicio da tarde, Edward e eu.

 

Notei que ele dava mais um passo a frente e erguendo minhas mãos como se pudesse alcançá-lo chamei por seu nome quase como uma prece.

 

- Edward! Não Pule!!!

 

Lentamente ele girou seu corpo sobre o beiral em que seus pés se apoiavam e me fitou.

 

Nossos olhos se cruzaram, prendendo-se um ao outro como se quiséssemos dizer as verdades escondidas em nossos corações, aquelas que queríamos ao mesmo tempo guardar para si, mas que eram inevitáveis revelar.

 

Baixei meus olhos por um instante me desprendendo do mar de esmeraldas manchados pelo vermelho ao redor que indicavam as lágrimas que haviam sido derramadas.

 

Eu não conseguia encará-lo.

 

Ele sabia!

 

- É verdade? – Edward perguntou quase que em um sussurro lamurioso. – Você esta mesmo... morta? – Sua voz falhando na ultima palavra.

 

- Edward... – tentei em vão formular uma frase como resposta, mas logo fui interrompida.

 

- Apenas diga sim ou não Isabella, é verdade? – A forma como ele pronunciou meu nome por completo demonstrou a aspereza existente em sua voz agora, eu podia sentir o ódio por trás de cada palavra, não ousei mais mentir.

 

- Sim. – Ergui meus olhos mais uma vez para encará-lo e não consegui identificar a expressão contida nos seus.

 

- Mentira! – Ele cuspiu a palavra sobre mim. – Isso não é possível, não é...

 

As lágrimas começaram a correr por sua face, quase como uma enxurrada e tudo que eu queria naquele momento era poder limpá-las com minhas mãos.

 

Dei dois passos a frente e em reflexo, Edward cambaleou um passo para trás e pude ouvir mais uma vez o coral de vozes temerosas formado a frente do hotel.

 

- Me desculpe. – Minha voz presa na garganta parecia um miado. – Eu não posso mudar o que sou ou como estou. – Falei sincera.

 

- Por quê? – Seus lhos captaram os meus novamente e eu sabia que naquele momento sua dor nada tinha haver com o fato de eu estar morta.

 

- Eu sei sobre Tanya. – Falei sem pensar no terreno perigoso que estava me metendo ao revelar meu conhecimento sobre a tal garota.

 

Em resposta percebi as mãos de Edward enrijecerem enquanto se fechavam em forma de punho ao lado do seu corpo assim que pronunciei o nome da mulher que fora seu grande amor.

 

O ciúme me alfinetou neste momento, não havia como negar.

 

Seus olhos se fecharam em um aperto tão forte, formando uma linha tão rígida no lugar onde antes eu vira o tom esmeralda que por um instante me perguntei se ele estava sentindo algum tipo de dor e no fim eu sabia que estava, mas não era nenhuma dor física que pudesse ser curada, era algo mais profundo, algo cheio de por quês?

 

- Sinto muito Edward. – Disse por fim, tentando confortá-lo de alguma forma.

 

Eu sabia que era inútil.

 

- Ela não me ama mais? É por isso que não esta aqui? Era ela quem deveria estar aqui Bella, você entende isso?

 

Musica: http://www.youtube.com/watch?v=jc7PmoqBC5M

 

 

Seus olhos permaneceram fechados e eu agradeci por isso, era a única forma dele não ver a dor que suas palavras causaram em mim.

 

Se eu pudesse fazer alguma coisa, qualquer coisa... Se em toda minha vida erradicada eu pudesse ao menos uma vez fazer a coisa certa.

 

Para ajudá-lo, eu buscaria Tanya onde quer que ela estivesse, só para que o sorriso voltasse aos lábios dele, só para ver a alegrias naqueles olhos mais vez.

 

Mas eu não podia.

 

Eu não sabia como poderia ajudá-lo.

 

Edward aguardou minha resposta, mas ela não veio.

 

Havia um nó invisível preso em minha garganta e eu não sabia o que dizer a ele.

 

Da mesma forma como ele se virou para me fitar assim que cheguei – mais uma vez – lentamente ele girou seu corpo em direção a rua e nada disse.

 

O pavor tomou conta de mim e pensei em todas as coisas que eu poderia dizer a ele naquele momento a fim de impedi-lo da loucura que ele estava prestes a fazer, mas nada veio a minha cabeça.

 

- Sabe, eu a amei, como nunca amei ninguém em toda minha vida. – Ele permaneceu de costas para mim e eu não precisava ver seu rosto para saber que seus olhos estavam fechados.

 

- Eu simplesmente não entendo... eu... – Sua voz falhou – Eu nunca acreditei em espíritos, fantasmas, nem nada sobrenatural ou qualquer coisa parecida com isso, então se houvesse uma razão pela qual acreditar nessa loucura toda seria por ela, mas você esta morta Bella e você esta aqui e você não é ela.

 

Ele virou apenas o rosto em minha direção, seu olhar agarrava o meu em uma prisão pela qual eu não queria me libertar por mais que suas palavras tivessem me ferido.

 

O que veio a seguir foi a repetição da pergunta crucial que atormentava minha mente.

 

- Por quê? – Ele me encarando mais uma vez perguntou, agora a voz branda.

 

Presa ainda por aquelas orbes verdes minha voz falhou, eu não tinha resposta para isso, afinal essa era a mesma pergunta que eu vinha me fazendo há dias.

 

Engoli em seco antes que pudesse pronunciar as próximas palavras e elas vieram.

 

Em uma avalanche, onde eu mal sabia de onde havia vindo.

 

- Eu não sei – respondi sincera. – Eu simplesmente não sei Edward, eu queria ter esta resposta... eu realmente queria, mas eu não há tenho.

 

As lágrimas jorraram através dos meus olhos, traindo-me. Mostrando toda a dor que eu sentia.

 

A dor dele.

 

A minha dor.

 

- Eu queria ter uma resposta apresentável a isso... há tudo isso. – Gesticulei para mim mesma confirmando meu estado atual. – Mas tudo que sei é que eu nunca me senti... – Tive que fazer um esforço maior a fim de pronunciar a palavra. - ... morta, enquanto estive com você.

 

Seus olhos se estreitaram e eu pude ver a confusão eminente neles, ele esta me ouvindo e talvez esta fosse minha única chance para impedi-lo.

 

Eu tinha que tentar.

 

- Quando eu o vi pela primeira vez, eu sabia, que de alguma forma eu estava viva, por que com você eu fui tudo que eu não fui durante uma vida, sem mascaras, sem rancores.

 

Ele continuou a me olhar e eu aproveite sua atenção agora era cem por cento dada a minhas palavras para me aproximar um pouco mais.

 

- Eu não sou a Tanya, eu sinto muito por isso, mas eu sei que de algum jeito as coisas tinha que ser como elas simplesmente são... elas tinham que ser assim, porque.... por que você me salvou Edward.

 

Seus olhos não se desprenderam dos meus.

 

- Me salvou de mim mesma e eu sei que por mais que o tempo não possa voltar, hoje eu estou em paz comigo mesma.

 

Mais dois passos em sua direção.

 

- Eu não posso te dar de volta o seu amor do passado, eu simplesmente não posso e se pudesse eu faria, mas entenda eu não posso te trazer de volta o ontem, mas eu posso te dar de presente o amanhã.

 

Mais um passo.

 

E a medida que eu me aproximava, era forçada a olhar para cima pela diferença de altura causada pelo beiral que Edward se colocava de pé.

 

- Tudo que eu posso oferecer é o que sinto por você e talvez seja loucura e não seja a hora nem lugar, mas eu tenho que dizer.

 

Uma súbita coragem tomou conta de mim.

 

Mais um passo.

 

Edward mantinha seus olhos fixos aos meus, sua expressão indecifrável, mas ele estava me ouvindo e tive a certeza quando sua voz cortou o breve silencio que se fez pela ausência da minha.

 

- E o que é Bella, diga!

 

Respirei mais uma vez o ar fresco a nossa volta, apreciando cada partícula que pude como se aquilo fosse realmente necessário, como se me desse forças.

 

E então eu simplesmente disse.

 

- Eu te amo.

 

Não houve resposta, o silencio se fez presente de uma forma pertubadora.

 

Eu estava há menos de trinta centímetros de Edward, enquanto seus olhos fixos aos meus pareciam querer ter a certeza da confissão que ele acabara de assistir.

 

Edward sombriamente sorriu para mim e então... ele pulou.

 

 

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Ok, eu sei que vcs querem me matar, mas acalmem-se, ainda teremos fortes emoções nos próximos capitulos, mas a pergunta que nao quer calar é: Edward morreu?

 

Esse segredo eu nao conto...rs

 

Desculpem mais uma vez a demora do capitulo...

 

Bjs meninas 


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