Querido Paciente escrita por Dul Mikaelson Morgan


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Como o prometido o Ultimo de hoje e gente eu repito por favor comente cada capitulo que eu posta *---* ficarei mai feliz e bom ai ta mais um capitulo bem legal boa leitura



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Houve uma batida na porta e Isobel apareceu para avisar que a cadeira de rodas tinha chegado.

— Vou descer — disse Caroline.

—Stefan, quero que você me ajude a ir para a cadeira — pediu Klaus assim que Caroline saiu do quarto, acompanhando Isobel. — Não quero as mulheres por perto.

— Você terá de se acostumar a receber a ajuda de sua enfermeira — Stefan ponderou.

— Eu sei, mas primeiro quero ver como a cadeira funciona. Você sabe como eu sou. Não suporto que ninguém olhe para mim com piedade porque sou incapaz. Especialmente Caroline.

— O que há de errado com ela?

— Nada. Ela é a melhor enfermeira que já tive. Mas há algo nela difícil de compreender. Não sei explicar. Não sou bom como você para usar as palavras.

A cadeira de rodas foi trazida para o quarto. Stefan apenas olhou para Caroline e ela compreendeu que devia sair e deixar os dois amigos a sós.

Poucos minutos depois Stefan apareceu no corredor em­purrando a cadeira que foi levada devagar pela escada, para o andar térreo.

Algo estranho aconteceu com Caroline ao ver aquele homem cego, as mãos no colo. Uma pontada no peito, acompanhada de uma emoção nunca experimentada antes, perturbaram-na. Estaria sentindo pena?

Compaixão por seus pacientes era um sentimento que Caroline mantinha sob controle porque prejudicava seu julgamento. E agora, de repente, perdia o controle e era invadida por um desespero como se ela estivesse diretamente ligada ao coração do homem ferido.

Poderia haver horror maior do que a perspectiva de uma vida inútil, de estar desamparado, de perder a dignidade, prin­cipalmente para alguém acostumado ao poder e à ação?

O momento passou, mas deixou Caroline trêmula e mudada. Não era mais a mesma pessoa que tinha sido antes. Eles levaram Klaus para fora.

— É muito bom estar ao ar livre. — Klaus inspirou fundo. — Vamos tomar o chá no terraço.

— Vou buscá-lo — Caroline ofereceu-se depressa. Precisava afastar-se de Klaus até organizar os pensamentos.

Ele ficaria bem na companhia de Stefan. Mas enquanto ela preparava a bandeja na cozinha, Stefan apareceu, o telefone celular ainda na mão.

— Tenho de ir imediatamente. Emergência. Voltarei assim que puder e eu gostaria que você reservasse algum tempo para conversarmos.

— É uma boa idéia.

Caroline levou a bandeja para o terraço onde estava Klaus e explicou que Stefan tivera de sair.

Klaus não usava mais bandagens sobre os olhos, apenas uma máscara negra para protegê-los da luz.

— Eu sei que está uma tarde linda. Sinto o calor do sol. Talvez em breve eu... — Ele parou de repente. — Não. É melhor não alimentar esperanças.

— Por que não? A esperança é que nos ajuda a seguir em frente. E você tem sido admirável. Tem feito por si mesmo o que nenhuma enfermeira poderia fazer.

— Nenhuma enfermeira, exceto você. — Ele estendeu a mão. — Tenha um pouco de paciência comigo e chegaremos lá.

Caroline apertou a mão que ele lhe estendera.

— Amigos? — Klaus perguntou.

— Amigos.

Não havia outra resposta que ela pudesse dar, Caroline pensou. Mas dizer que eles eram amigos não vinha a ser uma verdade. Enfim, qual era a verdade?

Não tinha como responder a essa pergunta.


Um grito que parecia ter vindo do inferno acordou Caroline. Ela correu para o quarto de Klaus. Ele se debatia na cama, desesperado, como se lutasse com alguém ou alguma coisa, e tentava proteger os olhos com os braços.

— Não! Não! — gritava.

— Klaus, acorde! — Caroline chamou-o. — Está tudo bem. É só um sonho!

Ele não podia ouvi-la. Qualquer que fosse o horror que se havia apoderado dele, recusava-se a abandoná-lo. A cegueira tornava a situação muito pior. Um homem que pudesse enxergar abriria os olhos e a realidade que o cercava afugentaria o sonho ruim.

Caroline sentou-se na cama, passou os braços ao redor de Klaus e tentou mantê-lo parado.

— Klaus, acorde! O sonho acabou.

Por fim sua voz pareceu penetrar no cérebro dele. Klaus parou de lutar e ficou nos braços dela, trêmulo e exausto.

— Oh, Deus! — murmurou e encostou a cabeça no peito de Caroline.

Instintivamente, ela puxou-o para mais perto e acalentou-o. Nesse momento era apenas uma enfermeira ansiosa para con­fortar um paciente atormentado.

— Abrace-me. Não me deixe — ele pediu, a voz estrangulada.

— Meu querido — ela falou ternamente.

Ele agarrou-se mais a ela, provocando uma sensação que a perturbou. Nada tinha a ver com o tranquilo prazer que sempre sentia ao confortar um paciente. Era uma emoção mais forte, turbulenta e alarmante. Queria segurar a cabeça de Klaus contra o peito, indefinidamente, enquanto murmurava palavras doces.

— Com o que você sonhou? Não gostaria de contar-me?

— O incêndio. Voltei àquele inferno e estava lutando contra as chamas. Não conseguia ver o caminho de volta... O calor era terrível. As labaredas me cercavam. Caía fogo sobre mim, queimando minha roupa. De repente tudo ficou escuro.

— Você sonha com o incêndio com frequência?

— Já fazia algum tempo que o sonho não se repetia. Cheguei a pensar que tinha me livrado dele. Mas esta noite ele voltou.

— Você tem trabalhado muito e dorme preocupado. Precisa relaxar mais.

— Tento fazer isso, mas nem sempre consigo. E o pesadelo está sempre ali, à espreita. — Klaus apertou a mão de Caroline com mais força. — Eu vou ficar cego para sempre, não? Diga a verdade.

— Não sei. Ainda é cedo para fazer qualquer afirmação.

— Ajude-me, Caroline! Ajude-me, pelo amor de Deus!

No seu desespero, ele levou a mão para a máscara que lhe cobria os olhos e ia arrancá-la. Caroline conseguiu impedi-lo de fazer isso.

— Não, Klaus, não!

— Eu tenho de saber se houve algum progresso.

— Acalme-se. Agindo desse jeito você pode se machucar e piorar seu estado em vez de melhorar.

— Eu sei que não tenho chances.

— Não! — Usando de toda a sua força, Caroline fez com que ele parasse de lutar.

Em seguida ele entregou-se nos braços dela, como se toda a sua força tivesse se esgotado.

Naquele momento as palavras eram desnecessárias. Só a ternura iria ajudar e ela fez uso disso com abundância.

Na pressa de acudir o paciente, Caroline não vestira um robe e estava usando apenas a camisola de alças, que deixava seus ombros e braços descobertos. Assim, o rosto de Klaus estava em contato com a pele dela, transmitindo-lhe uma deliciosa sensação de calor que foi gradativamente aumentando e tomou conta de todo o seu corpo.

Ela arquejou, sentiu a respiração entrecortada e tentou afas­tar Klaus de seu peito. Mas ele estava tão aconchegado que qualquer movimento o perturbaria.

O corpo dele era agitado por tremores como se todo o terror que ele represara ainda o assombrasse.

— Está tudo bem. Estou aqui — ela murmurou mais al­gumas vezes.

— Graças a Deus — ele gemeu. — Se você não estivesse aqui, eu não suportaria esta provação. Pensei que eu fosse forte, mas nada restou. Apenas o abismo. Não me deixe cair nele.

Ela abraçou-o com mais força para infundir-lhe confiança e encostou a cabeça na dele.

— Você não vai cair. Eu o estou segurando.

A respiração dele tornou-se mais lenta e controlada, mas Caroline soube que o pesadelo não terminara. Simplesmente mu­dara para um outro estágio.

— Converse comigo, Klaus — ela pediu. — Conte-me como foi aquela noite.

— Bom Deus, não bastou o que eu já passei?

— Sim, mas temos de lidar com isso, até sentirmos que esse episódio tornou-se banal. Então ele não o atormentará mais. Esse é um modo de você exorcizar suas lembranças que são como fantasmas. Confie em mim.

— Você é real, ou também é um sonho? Tenho receio de que você desapareça.

— Sou real. Pode sentir-me. Aperte meu braço. Toque meu rosto. Faça também um esforço e fale comigo sobre o que acon­teceu naquela noite — Caroline tornou a pedir.

— Está bem. Eu estava trabalhando e já era bem tarde. Saí do escritório para respirar o ar puro da noite e vi o clarão. Fiz soar o alarme de incêndio e corri para as cocheiras... — Klaus parou e inspirou fundo para ganhar coragem. — Um dos empregados correu para me ajudar e tiramos vários cavalos do meio das chamas. O calor tornava-se cada vez mais forte. Os animais relinchavam, mas nós não podíamos vê-los. Mais pessoas apareceram para ajudar a combater o fogo e conse­guiram salvar os outros cavalos. Então ouvi o relincho de Damon, meu cavalo predileto, e tive certeza de que ele ficara preso. Andei no meio das chamas e da fumaça. Nesse instante um forte barulho fez com que eu olhasse para cima.

— O que aconteceu?

— Chega! Você é como aqueles malditos psiquiatras que tentaram me fazer falar quando eu estava no hospital!

— Não, eu não sou como eles. Sou sua amiga, Klaus. Não vou abandoná-lo daqui a uma hora, quando terminar a sessão.

Ficarei do seu lado quanto tempo você quiser. Faça um esforço e termine de contar o que aconteceu.

— Está bem. Olhei para cima e nesse momento o telhado desabou, a última coisa que eu vi foi uma viga caindo sobre mim.

— Alguém mais se machucou?

— Disseram-me que não e acredito neles.

— Naturalmente.

— Estou feliz porque você não se transferiu para o outro quarto. E melhor mesmo ficar aqui perto. Obrigado.

— Você sabia que eu tinha desobedecido suas ordens, não?

— Sabia, claro. — Ele sorriu. — Teimosa.

— Como uma mula — ela confirmou. — E como você também

— Hum!

Quando teve certeza de que Klaus estava profundamente adormecido, Caroline voltou para seu quarto, mas não se deitou. Foi à janela e afastou as cortinas." Eram cinco horas e no leste já apareciam os primeiros sinais do alvorecer. Uma brisa leve fazia farfalhar as folhas das árvores. Tudo ao redor tinha a beleza do nascer de um dia de primavera.

Mas Caroline ficou com o olhar perdido na distância, tentando entender o que se passava com ela. Nessa noite tivera o inimigo nos braços e podia afirmar que isso fora a experiência mais doce da sua vida.




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Notas finais do capítulo

comentem xD beijos e amanhã mais post