O avião pousou, estava amanhecendo, Nate e eu descemos, pegamos um taxi até o hotel, por sorte dessa vez não cancelaram minha suite, eu fui para a minha e o Nate foi para a dele, me joguei na cama, liguei meu celular, resolvi mandar uma mensagem para o Damon.

 Acabei de chegar, está tudo bem, não se preocupe, eu te amo, xoxo -E.

 Resolvi tomar um banho e assim fiz, sai quando me senti relaxada, vesti o roupão branco e fofinho, me sentei na porta da cama de casal, e tudo que eu conseguia era pensar no Damon, fazia um tempo que eu não ficava mais do que sete horas longe dele, já estou com saudade, mas nós precisamos de um tempo, vesti um vestido amarelo com um cinto fino preto e um sapato de salto, sem contar para o Nate, porque ele não me deixaria beber, e eu estou realmente precisando de um pouco de alcool.
- Um martini por favor. - o garçom voltou com um martini poucos minutos depois.
- Uma linda dama bebendo sózinha? - olhei para o lado e um homem de terno e gravata, todo arrumadinho - Posso? - gesticulou para o banco ao meu lado.
- A vontade - dei um sorriso falso.
- Ethan, Ethan Kavanaugh. - ele estendeu a mão.
- Elena Gilbert - sorri pegando a mão dele, ele beijou minha mão, evitei revirar os olhos.
 Meu celular sobre o balcão começou a tocar, era o Damon, resolvi atender.
- Oi..
- Oi amor.. Eu só liguei... Bom estou com saudade.
- Também estou com saudade Damon, mas nós precisamos desse tempo, você precisa.
- Eu não preciso de nada Elena, eu estou decidido.
- Ótimo, pois eu não estou.
- Bom, eu não quero discutir pequena, eu tenho plantão agora.
- Ok, bom trabalho.
- Eu te amo Elena, e amo nosso bebê, não se esqueça disso.
- Eu também amo você. Tchau - desliguei. - Desculpa. - sim ainda sou educada.
- Tudo bem, é... Você disse Damon? Damon Salvatore?
- Sim, ele mesmo - sorri sem humor - o conhece?
- Digamos que nós tivemos... Negócios.
- Damon? mas ele é médico.
- Agora é. Você é namorada dele?
- Noiva - corrigi.
- Ah, bom Srta. antes de se casar com ele, investigue o passado dele - ele sorriu e se levantou - Boa noite. - e saiu andando.
 Como assim investigue o passado dele? quem é esse homem? o que o Damon fez que eu não sei? ótimo agora vou ficar com idéias absurdas na cabeça, muito obrigada estranho. Voltei para o meu quarto do hotel, me joguei na cama e peguei no sono, num sono bem profundo. Acordei com o Nate me balançando.
- Elena, droga achei que tinha morrido.
- Nate - cocei os olhos - O que foi?
- Temos que voltar, bom eu pelo menos tenho.
- O quê? porque?
- Problemas na empresa, meu tio me mandou voltar imediatamente - ele bufou - Se quiser ficar...
- Ah claro, vou ficar aqui sózinha, Deus sabe o que sou capaz de fazer aqui sózinha, não, melhor eu voltar também, porque além de ter que pensar no Damon futuro, tenho que me preocupar com o passado.
- Porque tem que se preocupar com o passado dele?
- Nada - não vou falar que fui ao bar e um estranho colocou coisas na minha cabeça.
- Então eu vou trocar as passagens de volta, pode fechar nossas contas?
- Claro.
 Fui até a recepção e acertei tudo com a gerente, não queria voltar, mas vai ser pior se eu ficar aqui, com pensamentos infelizes a respeito do Damon, preciso falar com ele sobre o passado dele, e fazer uma pequena busca.
 Nate e eu já estamos no avião, esqueci de avisar o Damon, mas hoje ele tem plantão, vai chegar bem mais tarde, talvez só amanhã de manhã. A viagem pareceu rapida, até porque dormirela toda, Nate me levou para a casa dos Salvatore, assim que cheguei Katherine estava no sofá, e sorriu ao me ver.
- Olha só quem voltou mais cedo.
- Katherine, me deixaria muito feliz não ter que ouvir sua voz.
- Elena, você e o Damon já marcaram a data do casamento? Você sabe tudo o que precisa saber sobre ele? - ótimo, mais uma para encher minha cabeça de besteiras.
- Katherine, não quero jogar agora, sinto muito - subi até o quarto e ela me seguiu, fiquei na ponta da escada.
- Você sabia que o seu amado Damon era tráficante na faculdade? vivia drogado, dormia com uma garota a cada seis horas - ela riu - Ele já até matou um cara na faculdade - minhas pernas ficaram bambas.
- Katherine chega - fui dar um paço mas ela me impediu.
- Não Elena, sinto muito - ela me empurrou, me fazendo rolar escada abaixo.
 Parei no ultimo degrau, eu enxergava tudo embaçado, e minha cabeça doia, muito, senti uma forte dor na barriga, me fazendo gritar, nunca senti algo parecido, meu bebê, não meu bebê não, eu vou perder meu bebê, não, a porta se abriu e me esforcei para levantar a cabeça, mas doia muito, senti suas mãos fortes me levantando.
- Elena - Stefan correu comigo para fora - Droga Elena, fica acordada, por favor.
 Meus olhos pesavam, senti meu corpo encostar no couro gelado do banco do carro, minha visão começou a ficar preta e eu não vi mais nada.  Quando a consciencia voltou, meus olhos se recusaram a se abrir, tentei mais uma vez, mais uma e pude ouvir a voz do Damon.
- John, e o bebê?
- Damon... - apaguei de novo.
 Agora consegui abrir os olhos, eu estava num quarto todo branco, com dificuldade virei a cabeça que doia demais, Damon estava na poltrona, e se levantou ao me ver acordada.
- Amor, Elena, você está bem? o que está sentindo? consegue me ouvir? me ver? .
- Consigo - meus olhos estavam ficando embaçados de novo, mas me recusei a dormir de novo. - Damon... -minha voz mal saiu.
- Oi meu amor, estou aqui do seu lado, calma.
- Meu bebê... Como está o meu bebê?
- Elena... - ele colocou a mão em meu rosto, e eu entendi.
- Não - agora minha voz saiu mais alta - Não, meu bebê não - liberei toda as lagrimas, Damon apenas me abraçou e ficou acariciando minha cabeça, a porta se abriu e um homem baixo entrou.
- Elena - ele sorriu - Sou John, amigo do Damon, sou obstetra. Como está se sentindo?.
- John, como acha que ela está se sentindo? - Damon o fuzilou.
- Eu sinto muito pelo seu bebê. - mais e mais lagrimas surgiram, Damon me abraçou de novo. - Vou pedir para a enfermeira um calmante, a Srta. se sentirá melhor.
- Eu não vou me sentir melhor, nunca mais - choraminguei, respirei fundo e me virei de lado com dificuldade, dando as costas para os dois, Damon alisou minhas costas e os dois sairam.
 Meu bebê, eu não acredito que perdi o meu bebê, nenhuma dor no mundo se compara a essa, alisei minha barriga, não há mais nada ai Elena, meu inconsciente falou tristonho, a enfermeira me deu um comprimido, o tomei e logo peguei no sono.
 Assim que acordei Damon estava do meu lado, segurando minha mão, respirei fundo, eu não quero falar, não tenho mais vontade de me mexer, nem de respirar, pode parecer exagero, mas não é.
- O Dr. disse que você está bem, que a sua cabeça só vai ficar com um galo e alguns pontos, e...
- Me leva embora por favor? - foi tudo o que consegui dizer.
 Ele assentiu, saiu do quarto e voltou alguns minutos depois, me levantei da cama e vesti minha roupa, assim que sai vi o Stefan, ele me abraçou forte e eu retribui, comecei a chorar novamente em seu ombro, ele acariciava minha cabeça.
- Vai ficar tudo bem Lena, você vai ficar bem.
 Ele andou abraçado comigo até o carro do Damon, entrei no banco do carona e Damon fez o mesmo, ele não falou nada até chegarmos na casa dele, eu fui direto para o quarto do Damon, e honestamente não quero que ele venha atrás, eu não tive chance de falar o que aconteceu, e agora novas imagens vinham a minha cabeça, Damon traficando, Damon com várias mulheres na cama, e nessa hora o meu cérebro me traiu, isso é desnecessário, que se foda o Damon e o passado dele, eu perdi o meu bebê, por culpa daquela vadia da Katherine, mas dessa vez chega de ser boazinha, dessa vez eu vou acabar com ela, e não vou descansar até ela estar derrotada.
 Acordei de madrugada, minha cabeça doia muito, senti o braço de Damon em volta da minha cintura, tentei me levantar para pegar o meu remédio na mesa de cabeceira, mas ele acabou acordado.
- Amor? está tudo bem? - sua voz estava rouca, me virei para ele.
- Fisicamente sim, só estou com dor de cabeça - tomei meu remédio.
- E psicologicamente? - me deitei novamente, e ele me puxou para mais perto.
- Derrotada, acabada, abalada, como se minha alma tivesse saido do meu corpo - as lagrimas já brotavam novamente.
- Calma meu amor, você é nova, eu também, poderemos ter filhos quando quisermos.
- Eu sei, mas está doendo, muito - choraminguei, ele me abraçou, deixando meu rosto em seu peito.
- Vai passar pequena, vai passar e eu estarei aqui com você, te dando apoio todos os minutos, cuidando de você, eu te amo Elena.
- Damon, posso te perguntar uma coisa ?
- Claro meu anjo - ele alizada meu cabelo.
- Você ficou... Triste, ou feliz? ou aliviado com o que aconteceu?
- Triste, claro que fiquei triste Elena, quando você saiu de casa aquele dia, eu pensei bastante sobre o bebê, e percebi que eu seria um bom pai, que seria um bom marido, e que seriamos uma familia feliz, e então você viajou, e quando recebi noticias de você, você estava no hospital, e... Tinha perdido nosso filho.
- Me desculpa.
- Tudo bem meu anjo, eu sinto muito que você tenha perdido, eu já amava tanto essa coisinha.
- Eu também - choraminguei.
- Quer me falar como aconteceu?
- Pode ser amanhã? agora eu só quero dormir em seus braços.
-Pode meu amor, vem cá - me enrosquei mais nele, e ele ficou acariciando minha cabeça, e então peguei no sono.