Apenas Chame Meu Nome... escrita por ViQ


Capítulo 6
C5 - O vento é gélido...


Notas iniciais do capítulo

EDITADO:13/05/15



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Forçou-se a sair do quarto em que estava. Tinha que procurar por Chou, não podia abandoná-lo naquela casa. Olhou em outros cômodos que havia no corredor frio e escuro, mas estavam totalmente vazios. Foi quando alcançou a porta que dava para a sala do altar. Para sua surpresa a porta não havia sido queimada pelo fogo. Karin decidiu que não seria bom abri-la, mas ouviu um lamento que vinha de lá. A voz estava gemendo de dor.

“CHOU.”

Abriu a porta de uma só vez, sem ter tempo para pensar em ter medo e lá estava ele. Ajoelhado em frente ao templo intacto. Olhava para baixo e ao seu redor havia sangue. Muito sangue. Foi até lá correndo, ajoelhou-se em lágrimas e quando o garoto levantou o rosto o que temia se confirmou.

Havia uma máscara tomando um pouco mais da metade de seu rosto, totalmente feita de madeira e sem o espaço para os olhos, sangue escorria pelas suas bochechas e pingava pelo chão de madeira escorrendo até o altar.

— Me desculpa...

A voz de Chou ecoou pelo cômodo. Karin não conseguia se mexer, sentia o sangue que havia no chão manchando o seu jeans e as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, até conseguiu ouvir a voz do outro, mas não conseguia agir. Olhou novamente para o garoto que gostou por tanto tempo naquele estado. Nunca mais poderia ver os olhos azuis.

— Eu vou tirar isso de você — disse soluçando.

Não obteve resposta. Tinha que tirar aquela máscara dele, mas as faixas que ligavam a madeira não pareciam fáceis de soltar, iria machuca-lo mais se o fizesse... Estava desesperado.

— Me desculpa...

Por que ele estava repetindo aquilo? Não era culpa dele. Decidiu que iria sair dali o mais rápido possível. Esperaria com Chou até o sol nascer do lado de fora da mansão. Seria mais seguro.

Começou a arrastar o amigo para a porta principal, estava tendo dificuldade na ação, as lágrimas embaçavam a sua visão e o outro era pesado. Quando finalmente conseguiu alcançar a porta deixou-o no chão e, tremendo, a abriu.

Era assustador o que via.

O vilarejo antes vazio agora estava cheio de espectros que seguiam em uma tenebrosa passeata. Pareciam ir direto para a uma última casa não notada do vilarejo. Depois de um imenso portal vermelho com cordas amarradas, havia ali uma pequena cabana de madeira velha, mais simples que todas as outras casas, mais triste.

Karin caiu ao lado de Chou observando a cena espantado. Alguns dos espectros traziam consigo uma espécie de maca, e ali um pouco atrás de todas aquelas pessoas havia um fantasma que lhe chamava a atenção.

A garota de nome Chyio, já sem a máscara, sem o sangue, sem as vendas. Andava com os olhos fechados e emanava uma espécie de luz avermelhada. Seu kimono arrastava no chão e seu obi agora era de um tom negro escuro. Ela se virou e o loiro estremeceu. Mesmo com os olhos fechados era como se a garota pudesse ver através dele. Sorriu.

“Ela precisa ser salva.”

A frase não dita ecoou pelas casas de madeira passando como o vento, Karin pode ouvi-la muito bem. Pode senti-la muito bem. A vastidão de expectros havia ido junto com os ecos da voz. Uma sensação já conhecida, um leve desespero, algo como uma verdade já prevista se apoderou do loiro. Sentiu algo segurando sua perna. Não se assustou, sabia que os espíritos ali presentes haviam ido para outro lugar.

— K... Karin ? É você ?

A voz logo abaixo estava longe da que conhecia anos. Estava frágil, amedrontada. Implorando por uma resposta afirmativa. Chou tremia visivelmente, as mãos tateavam com desespero a calça jeans de Karin e o ar.

O garoto se ajoelhou e abraçou forte o outro. Estava tão cansado, queria sair dali, mas depois do que havia visto, sabia que seria impossível. Sentia que seria impossível. Então apertava Chou em seus braços como se quisesse se tornar um só com ele.

— Chou... Vamos ter que subir, até a última cabana. Vamos esperar lá ok ? Lá é seguro. Vamos ficar lá até o amanhecer.

— Como... Como sabe que é seguro ?

— Confia em mim.

Afastou um pouco o abraço e selou com um beijo a boca do outro. Não se mantinha forte, não tentava fingir não estar com medo. Ao contrário, tremia muito, as lágrimas caiam pela sua face, porém sorria. Mesmo que Chou não pudesse ver, sorria.

Apenas precisavam alcançar a última cabana. A mais fria e distante, logo após o portal vermelho. Lá, para onde todos os espectros haviam ido.

— Ficaremos seguros. Juro que você vai sair daqui, Chou. Eu juro.

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Notas finais do capítulo

{Notas da Autora}Podem me xingar. Eu deixo. Enfim, tive que cortar mais da metade das minhas ideias pra essa história, sabem o por que ? Por que ia ficar uma DROGA. Pensei várias formas de encaixar tudo, mas decidi que a melhor forma seria retirar pelo menos 2/3 do que eu ia colocar aqui. Logo após, cadê inspiração ? Infelizmente só tenho criatividade pra escrever ACMN quando jogo jogos de terror. Noticias boas sobre a fic ?Sim! Ela está acabando! Como cortei mais da metade das minhas ideias ela vai ter apenas mais dois ou três capítulos sem contar o Epílogo! E quando vai ser isso ?Só os deuses sabem HEH Mas vou tentar escrever o mais breve possível xo)



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