Noroeste do México

Anne estava na Ferrari com Douglas. A viagem até Nova Iorque era longa e Annelise se sentia entediada com o homem calado. As vezes ela tentava puxar assunto, mas todas suas tentativas eram frustradas.

De repente um cheiro invadiu as narinas dos viajantes. Carne podre. E isso significava híbridos. Eles atacavam a Ferrari de forma feroz, tentando arrancar os braços dos dois passageiros. Ambos atiravam certeiramente na cabeça dos híbridos, mas não era o suficiente. Coisas explodiam, mas os híbridos saiam de todos os cantos. Anne dirigia tentando matar os híbridos. Não percebeu o precipicio se aproximando. Eles cairam levando híbridos em seu capô.

Douglas riu durante a queda, vendo Annelise desmaiada.

– Finalmente calou a boca. - Ele segurou o braço dela e aplicou seu poder: intangibilidade.

Eles cairam no chão e Douglas era o único consciente, contudo, ele sangrava. Pegou Anne no colo e correu até o carro mais próximo. Por sorte era uma BMW. Ele iniciou o motor e acelerou ao ouvir a explosão atrás de si.

Antigo deserto do Arizona

Anne dirigia cantando qualquer música que tocasse no rádio, para extremo desconforto de Douglas. Ele apreciava o silencio, enquanto Annelise era barulhenta, entretanto, ele precisava da carona ou talvez nunca chegaria a Nova York para resgatar seu avião.

– Hey, Dougie, quer biscoito?

– Eu já falei para não me chamar de Dougie. Meu nome é Do - Ele rosnou

– E eu já não disse que to pouco me fudendo? - Ela o interrompeu e ele revirou os olhos.

Continuaram a viagem discutindo e era dificil de admitir para Douglas que estava começando a gostar daquela garota amaldiçoadamente irritante.

Annelise olhava atentamente a estrada quando viu um homem ajoelhado sobre uma ave. Um vampiro.

O vampiro tinha cabelos castanhos muito escuros e olhos bem azuis. Seus labios sujos de sangue eram bem desenhados realçando o maxilar forte.

Anne freiou o carro e Douglas protestou. Ela apenas o ignorava. Ela tinha o arco preparado para atirar.

– Olá... Anne - O homem falou em um tom sarcastico enquanto limpava a boca em um lenço de linho - Acho que pode abaixar o arco. Eu não provei a você que não me alimento de humanos, apenas animais nojentos e anjos.

– Luka Volkie... Que desprazer de encontrá-lo.

– Obrigado. Indo para o Canadá?

– Vou. - Ela falou e abaixou o arco. - Quer carona?

– Não confio em você. - Ele sorriu sem humor.

– E nem eu em você. Entra logo no carro.

Luka olhou para Douglas que apenas analisava a conversa dos dois. Não parecia inclinado a se intrometer, mas Luka não se sentiria a vontade em um carro com dois caçadores, mas não era só ele.

– Eu preciso ir apenas até Los Angeles, mas preciso levar uma demônio. Singard. - Luka falou.

– E o que eu ganho com isso? - Anne falava calma com o arco nas mãos.

– Munição e abrigo no Canadá. Tenho contatos em bases militares humanas.

– Topo. - Annelise disse com um olhar frio.

Luka andou para fora da estrada e sumiu. Anne entrou no carro. Híbridos mais uma vez apareceram. Dez, exatamente. Ela preparou o arco e a flecha atirando no meio dos olhos de cada um deles. Ela se sentou no banco de motorista resmungando.

– O que foi agora? - Douglas perguntou entediado.

– Preciso de mais flechas.

Anne olhava para estrada, esperando que Luka finalmente chegasse. Uma coisa que aprendera era que nunca se deve ficar parada por tempo demais. Ele finalmente apareceu. Carregava uma garota loira com vários dreadlocks coloridos. Ela não estava machucada. Ela apenas não era tão rápida quanto ele.

Os dois entraram no carro e Anne já acelerou.

– Achei que fosse um lobo solitário. - Ela falou bem sarcástica. - Está apaixonado, Volkie?

– Fiz um contrato. A levo segura para o inferno. - Ele falou olhando para a garota

– E o que em troca? - Anne perguntou em tom de desafio.

– Nada que te interesse.

Depois disso todos permaneceram calados. Talvez porque não havia nada a dizer, talvez porque havia muito a pensar.