Somewhere in Time escrita por Lonely Looney


Capítulo 13
Capítulo 13




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Capítulo 13 –

Era uma noite de outono particularmente fria e chuvosa... Parecia até mau agouro...

Amanda olhava pela janela, pensativa, suspirando. Snape saíra com a esperança de conseguir o cargo de DCAT em Hogwarts e amanhã... Faria dois anos que Eileen Prince falecera...

Ou seja lá o que tiver acontecido com ela, após ter abandonado o cadáver de Tobias Snape...

Agora, devidamente enterrado e esquecido.

Amanda simplesmente evitava pensar no assunto, de qualquer forma. E quanto mais evitava, mais pensava.

E por que Snape demorava tanto?

Foi quando ele aparatou no meio da sala de estar, assustando Amanda, que já estava nervosa.

Snape!

Ele não disse nada, só começou a andar de um lado para o outro, passando o indicador pelos lábios e mexendo nos cabelos, inquieto. Sequer pareceu ouvi-la.

– Snape? Snape!

Ele finalmente a notou, despertando.

– Amanda. – ele a olhou, encharcado. Devia ter andado pela chuva...

– Meu amor...! – ela se levantou da poltrona deixando o livro de lado para abraçá-lo – Foi tão ruim assim?! Então, não conseguiu o emprego...?

Mas ele se esquivou, bem antes que ela conseguisse tocá-lo.

– Não. Não... – ele nem a olhava – Eu nem fui a Hogwarts. E também, agora já é tarde demais. Sabe, pra mim já chega. Já chega, Mandy. – ele disse, desabando na poltrona.

– Snape...? – ela perguntou, consternada, sem ousar se aproximar. – O que—O que você fez?

Ele a encarou...

E ela não o reconheceu.

– Fiz o que tinha que ser feito! E não ouse me condenar!

– Não posso "condená-lo" se nem sei do que está falando! Vamos, Snape! Diga-me!

– Amanda. – ele se levantou da poltrona, desembainhou sua varinha e foi andando em direção à garota – Sugiro que vá embora daqui. Sugiro que desapareça. Agora.

Ela mordeu o lábio inferior e resolveu arriscar.

– Não vai me machucar.

– Não. – ele disse, guardando a varinha e soltando um riso amargo. – Mas "ele" vai.

"Ele"...?

E nem foi preciso fazer mais nenhuma pergunta.

– Ah, Snape! Snape, onde você esteve?! Onde estava, desgraçado?! – ela berrava, indo para cima dele esbofeteá-lo, quase histérica.

– Amanda! – ele tentava contê-la o melhor que podia – Isso já não interessa mais, entendeu?! Mas não é a sua vida que precisa ser-

– Meu Deus! Harry! – ela disse, horrorizada.

– "Harry"? – ele repetiu, confuso.

Amanda deu uma bofetada tão estrondosa em Snape que sua mão chegou a formigar.

– Se isso acabar mal... – ela o agarrava pelos cabelos com uma força que mal sabia que tinha – Eu vou responsabilizá-lo pessoalmente, Severus Snape! Onde você estava? Hein?! Estava falando com "ele"? Estava falando com Voldemort?

Snape deu um sibilo de horror e indignação.

– O quê, fica tenso ao ouvir o nome do seu mestre?! Hipócrita desgraçado! Ou acha que aquele maldito merece alguma deferência?! Quer saber? Se quer fazer algo pra parar isso tudo, é agora! Ou me diz o que disse a ele, ou me mata! Se me deixar sair daqui com vida, eu farei tudo pra parar vocês!

Snape olhava para Amanda com um misto de desespero e confusão. Finalmente, suspirou e essa parecia ser a deixa da outra.

Ela abriu a porta, pronta para ir, quando ele a agarrou pelo pulso, apenas para ficar olhando-lhe nos olhos, fixamente, implorando...

– Me solta, Snape. Acabou.

Mas ele fez algo que exigiu o máximo de coragem que pôde empregar (exigiu até mais coragem do que para falar com Voldemort).

Ele a beijou.

E antes que ela também perdesse a coragem, desviou seu olhar do dele e saiu correndo pela chuva.

*******************************************

Amanda Rice viera do Futuro, mas Sirius Black bem podia se candidatar ao cargo de Adivinhação.

Sim, ainda bem que ela o escutara. E graças a isso, agora ela estava parada em frente à sua porta, bem em frente à casa que Sirius comprara com o dinheiro que herdara do "Titio Alphard".

Típico do idiota Black. Atender a porta de toalha. Amanda queria demonstrar todo o desdém possível, mas naquele momento, sua única vontade era desabar e chorar como uma garotinha.

Amanda?!

E se ele parecia genuinamente surpreso, espera só até ouvir o resto...

– Sirius, eu... Desculpe por aparecer assim. Posso ver que estava esperando alguém... É que... Bem, eu não tenho para onde ir, e...

– Não! Oh, não, por favor! – era impressão dela ou os olhos caramelo de Sirius pareceram se iluminar maniacamente? – Eu não estou esperando ninguém! Na verdade, sua visita é mais que fortuita!

– Não, Sirius, minha visita não é nada fortuita. Aliás, você deveria estar se perguntando o que eu estou fazendo aqui, em vez de se mostrar tão absurdamente efusivo.

– Hum, bem, eu... – ele passou as mãos pelos cabelos ligeiramente úmidos – Não é do meu feitio questionar oportunidades. E depois, vai que isso é um sonho? – ele deu uma piscadinha.

Amanda sentou-se num sofá muito interessante e estampado para se definir, mal acreditando no que ouvia e analisando o interior. A casa era, no mínimo... curiosa. Bem, Sirius tinha bom-gosto, mas não gostava de ambientes muitos discretos não, pelo jeito... Tantos artefatos Trouxas! E que interessante, ele era bem organizado.

– Sirius... Francamente, eu também iria preferir que isso tudo não passasse de um sonho. Inclusive pra você.

Sirius percebeu que o assunto era mais sério o que parecia... Frustrado, perguntou:

– Importa-se se eu colocar uma camisa?

– Já ia lhe pedir isso.

Sirius suspirou e continuou a falar, mesmo andando até seu quarto:

– Bem, demorou, devo ao menos dar crédito a Snivellus por essa. O que ele aprontou, dessa vez?

Irada, Amanda correu até o som da voz do outro, para rebater. Não interessavam os motivos, ele não tinha o direito de falar assim de-

"Oops."

E ao chegar ao quarto de Sirius, Amanda o encontrou bem como veio ao mundo.

Foi tudo o que pôde fazer para não corar...

"Ou pegar uma câmera!"

Ela queria se socar por esses pensamentos invasivos, mas algo bem dentro de seu subconsciente (por mais que ela não conseguisse acessá-lo) lhe dizia que ela fizera o que acabara de fazer de propósito...

– Em primeiro lugar, Black. – ela disse, sem titubear – O nome dele é Snape. Severus Snape. – e ela jogou a Sirius de volta sua toalha - E eu não vim aqui para julgá-lo, ou a nenhuma de suas ações. Aliás, se vamos julgar alguém, por que não a você e seus "amiguinhos"?

– Okay. Agora, onde quer chegar?! – ele perguntou, ultrajado, enrolando a toalha na cintura.

– Simples. Como foi que esses... Apelidos nada lisonjeiros começaram? De quem foi a ideia?

– O que está insinuando?!

– Não estou "insinuando" coisa nenhuma, Black! Só quero saber o que faz de você e de seus amiguinhos tão diferentes de "Snivelly" e os "amiguinhos" dele?! Não, não, espere, ainda não concluí meu raciocínio! Pois veja bem, aquele tal "Lorde Voldemort" apenas conseguiu recrutar mais seguidores que seu líder "Prongs Potter".

Saia da minha casa.

– Então, vai dizer que não há uma lógica no que estou dizendo? Vai simplesmente me expulsar?!

– Não acredito no que estou ouvindo. – Sirius riu, passando a mão pelo rosto. – você é completamente perturbada, garota. Uma coisa é fazer as escolhas erradas e ficar na sua. Agora, vir até à minha casa para fazer acusações e insinuações doentias! E até agora, eu nem sei do que você está falando e aonde quer chegar, se é que a algum lugar.

– Se bem me lembro, não foi ideia do Snape cometer nenhum assassinato. Quer dizer, não tinha sido até agora, não até ele ter sido pressionado até o limite.

Eu achei que essa história já tivesse sido resolvida! E outra, foi o mesmo "Prongs Potter" quem o salvou, caso você não saiba!

– Sério, Black?! E você acha que ele fez isso porque é tão altruísta! Então, no fim, acho que seu gêmeo do mal não tinha o direito de tentar arranhar a alma de outro ser! E adivinha?! Ele conseguiu! E agora, finalmente, vai ter o que merece, se existe Justiça! Só que o problema, Black, é que a "Justiça" é uma "faca de dois gumes", com perdão da expressão e não é só quem merece que sai ferido! Por isso, vim aqui!

Sirius passou a língua pelos lábios e suspirou... Amanda tentava ler sua expressão e esperava estar certa sobre o que via.

– O que ele fez, Amanda? O que Snape fez?

– Não sei. Não sei ao certo. Mas fez por vingança e quer saber? Vocês fizeram por merecer. E tem outra coisa pior, também. Há um maldito... um maldito rato entre vocês. Literalmente.

Os olhos de Sirius de repente se tornaram muito alertas.

O quê?!

– Não devo... Já falei tanto.

– Amanda...

– Okay, okay! Wormtail! Wormtail é um deles! E é realmente um deles! Vai armar um esquema terrível pra matar James e Lily, inclusive o filho não nascido deles, Harry Potter. A culpa, no fim, vai cair em você, que vai parar em Azkaban.

O QUÊ?!

– NÃO O CULPO POR NÃO ACREDITAR! E DEPOIS, EU NÃO DEVERIA TER CONTADO! EU NEM DEVERIA ESTAR AQUI!

Amanda sentou-se na cama de Sirius e desatou a chorar. O outro estava pasmo, afinal, seria informação demais até para Spock.

– Tudo bem, Amanda, calma... Olha... Nós vamos resolver isso. Prometo. – ele disse, sentando-se ao lado dela, mas sem muita convicção.

– Você não acredita em mim. Acha que sou louca.

– Não. – ele ergueu o rosto da garota e a olhou bem dentro dos olhos – Nós vamos resolver isso. Prometo.

Ela balançou a cabeça afirmativamente e mostrou-lhe o colar dourado com o pingente.

– O que é isso? – ele perguntou, curioso.

– Um Vira-Tempo.

Sirius se afastou dela como se o objeto queimasse.

– Definitivamente acho que você é louca. E também, tem muita sorte. Mas... como?!

– Não sei. E também, não quero mais saber. – ela disse, guardando de volta o colar por dentro da blusa. – Talvez essa maluquice toda sirva para alguma coisa.

Sirius soltou um risinho.

– Não foi à toa. Agora tudo faz sentido. Ainda bem que eu tenho um pouquinho de bom-senso, senão, seu plano maléfico já era.

– E não sei se isso seria bom, ou ruim.

– Tanto faz. – ele disse, se levantando da cama. – Amanhã é que teremos a resposta. E amanhã, você vai finalmente falar com Dumbledore.

O sangue de Amanda chegou a gelar, mas pelo tom de pura finalidade de Sirius e pela força das circunstâncias...

Se ela não o fizesse, a tendência só seria piorar.


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