Somewhere in Time escrita por Lonely Looney


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Antes que algum nitpicker venha me dizer que a Hestia Jones não tinha nada a ver com esse contexto, já aviso que não há evidências do contrário! Então, eu fico com o "the more, the merrier!", nesse caso ;o)

E um MUITO OBRIGADA SUUUUPER ESPECIAL à minha "Deanna Troi" pessoal, o Renan ;) wuv ya ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/304213/chapter/14

Capítulo 14 –

Godric's Hollow lembrava à Amanda as partes da Alemanha que mais lhe agradavam. As casinhas pareciam de boneca. Além disso, era um vilarejo extremamente pacífico e cosmopolita. Mal dava para acreditar que um assassinato brutal estava para acontecer daqui a alguns anos, isso se a garota não pudesse evitar.

"Um assassinato que, se evitado, mudaria completamente o fluxo da história..."

Aparatar não era nada, nada agradável. De fato, era a única coisa que Amanda ainda não conseguia se "auto-ensinar". O medo de estrunchamento era grande demais para que ela se arriscasse.

Mas ela considerou a possibilidade só para não ver o sorrisinho de satisfação (talvez algo mais) de Sirius Black ao abraçá-la tão apertado contra si só para que eles chegassem ao destino.

"Super desnecessário!"

Mas a última coisa que Amanda daria era alguma satisfação àquele imbecil!

Mas que dava vontade de estuporá-lo para longe, aaaah, isso dava!

Sirius insistia em agarrar-lhe a mão, para "guiá-la" pelo vilarejo, ao passo que Amanda insistia que sabia se virar bem, muito obrigada.

– Eu sei. – ele disse com um sorrisinho de canto, jogando o cabelo de lado. – Mas não me culpe por tentar me aproveitar da situação.

Amanda parou subitamente, em frente a ele, que quase deu-lhe um encontrão.

– Okay, Black. Vamos esclarecer uma coisa.

– Hm. Não gosto de como isso soa.

– Goste você ou não, não haverá, nunca, nada entre nós. Você pode ser até atraente, como todo cafajeste, mas eu amo o Snape, entendeu? Amo. Amo. E não há nada que-

– Eu não sou um "cafajeste", Amanda Rice. – ele disse, parecendo de repente muito irritado. – Você claramente nem sabe do que está falando.

Sirius agarrou Amanda pelo braço com os olhos... marejados?

– Okay. Okay, tudo bem, Bla—Sirius. Me desculpe. Eu não queria magoá-lo, mas você continua ultrapassando limites claros e gostaria que parasse. Por favor. Ou você não me dá escolha!

Diabos! – ele praguejou, soltando-a de repente e chutando o ar, atraindo atenção de alguns passantes curiosos. – Por que, Amanda? Por quê?! – ele a interrogou, olhando bem no fundo dos olhos dela.

– Por que ele e não você, seria essa a pergunta?

Como ele não respondeu, ela seguiu com a resposta.

– Porque decerto, você não é tudo isso o que pensa ser. Agora, vamos logo! Temos assuntos realmente importantes a tratar!

E ela se foi, trotanto na frente sem nem saber pra onde, ao que Sirius foi obrigado a segui-la, contrafeito.

************************************************

A casa de Lily e James era a exata definição de "Lar". Foi demais para Amanda conseguir não bater os calcanhares várias vezes e murmurar aquela frase... Era até perigoso voltar para sua casa na ensolarada Califórnia...

E o semblante da ruiva... Nele, estava estampado a palavra "Mãe".

E foi disso que aquele Desgraçado o privou.

Naquele momento, Amanda Rice jurou solenemente que, não importava o que lhe custasse, ela não permitiria que a "História Original" seguisse seu curso.

E por falar em Original...

Nossa, os olhos dele ainda eram os mesmos. Os mesmos azuis límpidos e cristalinos, o mesmo poder e a mesmíssima sabedoria...! Mesmo que quisesse, Amanda não poderia sair correndo agora. Estava, parecia estar, grudada no assoalho, enquanto Albus Dumbledore a perscrutava.

– Alguém não deveria estar aqui, não é? – ele disse, amavelmente, mas Amanda conseguiu detectar o mais que sutil sarcasmo.

Ela tentou abaixar o olhar, embaraçada, mas Dumbledore não o permitiu, segurando-lhe o queixo gentilmente para manter seus olhares no mesmo nível.

– Qual seu nome, garota?

Amanda soltou um risinho e perguntou:

– Ué, o senhor não consegue deduzir?!

Os presentes no recinto começaram a se mexer desconfortavelmente, alguns até faziam barulhos para fingir que não estavam prestando atenção.

Dumbledore deu um sorrisinho de cumplicidade, mas mostrou que não ficara muito satisfeito com a resposta, deixando Amanda bem sem-graça...

– É Amanda Rice, senhor. – ela respondeu, corando, dessa vez, sem olhá-lo nos olhos.

Ele ainda se dirigia a ela, mas agora a deixava mais à vontade.

– Você realmente tem coragem, Amanda Rice, e nem eu mesmo posso dizer-lhe quais serão as consequências do seu ato impensado, pelo menos para você. Mas podemos usá-la em nossa vantagem. Seja bem-vinda à Ordem da Fênix.

"Ninguém em Hogwarts acreditaria. Ninguém nesse mundo acreditaria. Meu. Deus."

Ela queria agradecer, dizer algo, mas sua garganta parecia ter algo entalado dentro dela.

- Você já conhece três dos nossos membros, ou ao menos, cinco. Ela notou James escorado num canto de braços cruzados, olhando-a de forma sombria (como sempre). Vou lhe apresentar o restante. Esses são Edgar Bones, Caradoc Dearborn, Benjy Fenwick, Dorcas Meadowes, Fabian and Gideon Prewett, Frank e Alice Longbottom, Emmeline Vance, Alastor Moody, Hestia Jones, Elphias Doge, Dedalus Diggle, Marlene McKinnon e meu irmão, Aberforth.

– Nossa... É... É gente pra caramba! Não lembro mais nem metade dos nomes.

Alguns riram da espontaneidade de Amanda.

– Você se acostumará, Srta. Rice. – disse Dumbledore. – Tenho certeza de que já teve que se acostumar a muito mais nesse curto espaço de tempo. Aliás, a sua primeira tarefa deverá ser nos entregar os nomes que possui da Organização deles.

– Sim, com prazer. Um deles, pelo visto, vocês já possuem... – ela disse, reparando que Pettigrew não estava presente.

– Sim. – respondeu Dumbledore. – Sirius nos avisou imediatamente e por isso, convocamos esta reunião.

– Farei uma lista agora mesmo, com tudo o que me lembro. Mas... hein... olha, gostaria de pedir... não, gostaria de implorar algo, se for o caso.

– Eu sei o que vai pedir, Srta. Rice.

– Imagino que sim. Profess—

Dumbledore olhou para Amanda para que tivesse mais cautela.

– Senhor, então, é sobre Snape. Ele é inocente nessa história toda. Não sabe o que está fazendo, no que está se metendo.

– Srta. Rice... – ele se aproximou de Amanda, tocando-lhe o ombro– Ele é tudo menos "inocente". Ele fez uma escolha, e essa "escolha" pode e vai afetar o curso de várias vidas. Ele sempre poderia ter mudado de ideia, assim como você o fez. Ele é plenamente responsável e com certeza será tratado como tal.

Amanda mordeu o lábio inferior o mais forte que pôde para segurar as lágrimas e apenas balançou a cabeça afirmativamente.

Eu o amo. – ela sussurrou, apenas para Dumbledore. – Por favor, faça o que puder para que nada de ruim lhe aconteça.

– Eu sei. – ele disse, compreendendo. – Eu sei - ele a abraçou, meio contra o protocolo. – Mas no fim, eu sou apenas um homem, também...

**********************************************

Amanda tentava ficar à vontade, mas aquele imbecil James Pothead fazia questão de mostrar que não iria permitir.

– Vai lá. – ele falava, morrendo de rir. – Conta pro Dumbledore. Vai correndo contar pra ele. Ooooooh, que meeeeda!

Amanda não queria responder para não dar mais combustível, afinal, ele só fazia essas palhaçadas quando via que ela se encontrava sozinha.

– Não tem o que fazer não, retardado? Não tem uma esposa, agora? Que aliás, não sei como raios arrumou.

– Pois é, né, Rice? Mais essa pra eu esfregar na sua carinha de anjo, que aliás, de anjo você só tem cara, mesmo! Claro vou ter que te dar um desconto né, pois Dumbledore insiste em confiar logo em você...

– E eu vou ter que te dar um desconto por estar usando óculos.

– E o que tem a ver?

– Ué. Sei lá. Tira pra você ver. E depois, também não diga que eu não avisei.

James Pothead, em toda sua sapiência, tirou os óculos, olhando Amanda de cima a baixo.

– Não chega a cara tão perto.

Foi ele se afastar um centímetro ou dois e pam! levou o maior soco na cara de sua vida.

– Agora some daqui.

Ahhhhhhh, desgraçada, quebrou meu nariz!

Duh! Vai lá, vai lá correeeendo contar pro Duuumbledore!

Só que Amanda, que não era burra nem nada, já estava correndo pra longe faz horas, porque se o próprio Dumbledore visse a cena, não iria achar nem um pouco cômico. E vai que James resolvia reagir à altura (o que era sempre, o mais baixo possível)...

– Aonde vai com tanta pressa? – disse uma menina alta, loira, que Amanda sentia já ter visto em algum lugar antes da Ordem.

– Você é Marlene McKinnon, não é? Me larga! Se não me soltar, vou me meter em encrenca!

– Acaba de nocautear um membro da Ordem. Que coisa feia, isso não se faz. – ela agitava um indicador longo de unha perfeita, e não soando muito convincente.

– Ele estava pedindo por isso, e você sabe. Qual é a sua, aliás? Não quero brigar com aliados, e aliás, acho que nem posso com você. Então, me deixa sair daqui antes que Dumbledore descubra.

– Acha que ele, a essa altura, já não sabe? E acha que ele não teria mais o que fazer, se soubesse? Não se preocupe, ele não está em casa. Seu segredo está a salvo com o nariz destruído do Potter.

Pothead.

– O quê?

– Nada. Enfim, obrigada. E aproveitando, eu não a conhecia antes, McKinnon?

– Me chame de "Marlene". – ela sorriu, afável. – Sim, creio que sim. Eu sempre a via perambulando por Hogwarts. Sou aluna de lá também, era da Ravenclaw. Eu achava que você frequentasse a escola, mas o... o Sirius me convenceu a parar de fazer perguntas a seu respeito...

Ela pronunciou o nome do Sirius com uma dor tão evidente que até Amanda sentiu...

– Ah, o Black. Outro tremendo idiota. O Lupin é o menos pior deles. Acho que é porque é o que mais raramente fala. Ou faz qualquer coisa.

Marlene soltou uma risada musical. Era uma garota tão encantadora!

– Sim, o Remus... Ele e a Emmeline engajaram num romance por aqui que pelo jeito não tem volta. Lindos, os dois. – ela disse, numa inveja sonhadora. – Ele é legal, sim. Todos os três são, depois que você os conhece bem.

– Nossa. Deve-se ser preciso conhecê-los bem, muito bem mesmo.

– Você realmente não gosta dos "Marotos"! – riu Marlene.

– É assim tão evidente?! Bem, não que eu faça a menor questão de esconder.

– Entendo... Não teria como mesmo, não com Severus Snape como namorado...

Amanda ficou, de repente, desolada.

– Desculpe, fui pessoal demais. Não quis-

– Eu sei, mas de qualquer forma, você tem razão. Não tem como ser "imparcial". Não existe isso e eu escolhi um lado. Ou melhor, "uns lados".

– Acho que isso é que não é possível... – Marlene disse, pensativa. – Eu tive uma ótima professora de Estudo dos Trouxas, sabe. Ela trazia pra gente um livro de vocês, chamado Bíblia.

– Já ouvi falar. – Amanda sorriu, sarcástica. – É o livro mais contraditório da História da Humanidade.

– Sim, foi bem o que me pareceu. Desde então, eu o tenho estudado bastante. Mas há uma passagem em particular que me veio à mente agora... aquela, "Não se pode servir a Deus e a mamon."

Amanda ficou olhando para a outra, durante um tempo, processando. E começou a rir.

– Diabos, Marlene... De todas as infinitas passagens, você tinha logo que citar uma das únicas que fazem sentido?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Somewhere in Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.