Blood Promise Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a ausência...
Segue mais um capítulo. Espero que gostem...



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Morto? Para mim era óbvio que não. Nunca me senti mais vivo. Realmente eu não via este meu novo estado como uma morte. Ao contrário, era sim uma vida. Diferente e mais intensa. Eu era livre e dono de mim mesmo. Toda minha potencialidade fazia com que meu passado como dampir parecesse idiota. Jamais abriria mão do que sou agora para retornar aquele meu estado de guardião submisso, quando tinha tanta perspectiva de poder em minhas mãos.

Ainda assim, eu sabia que Rose estava se esforçando para assimilar o que ela tinha aprendido naquela estúpida escola, eu mesmo tinha ensinado tanto disso a ela, mas agora eu podia consertar toda essa maneira errada de pensar e fazer com que ela entendesse que não era assim tão ruim. Ao mesmo tempo, sabia que qualquer argumento seria facilmente contestado por ela, então optei por algo mais prático e real.

“Estou?” Puxei a mão dela e coloquei no meu peito, para que ela sentisse meu coração batendo. Os olhos dela se alarmaram e eu não sabia dizer se aquela reação dela era espanto ou surpresa. “Meu coração bate, eu estou respirando,” argumentei. Quais provas mais ela queria?

“Sim, mas...” Eu podia ver a confusão em seu rosto, era quase como se eu pudesse ler seus pensamentos. Era claro como ela se esforçava para ignorar minhas evidências. “Não é uma vida real. É... a magia negra reanimando você. É uma ilusão de vida.”

“É melhor que vida.” Eu segurei seu rosto com as duas mãos, para manter sua concentração apenas em mim. “É como ser um deus, Rose. Força, velocidade. Ser capaz de perceber o mundo de uma forma que você nunca imaginaria. E... imortalidade. Poderíamos ficar juntos para sempre.”

Estranhamente eu queria mesmo aquilo. Ter Rose ao meu lado parecia a melhor ideia que podia me ocorrer. Sua força, sua beleza**, sua presença, era tudo que eu queria para um futuro eterno. E a sensação de que nada podia me impedir de ficar com ela era plena. Eu a conhecia tão bem que sabia que se ela aceitasse ser despertada iria gerar nela uma fidelidade e lealdade impossíveis de serem superadas, assim eu esperava e precisava disso para levar meus planos adiante.

“Não... Não podemos.” Sua voz era fraca e totalmente sem determinação. Eu continuei tocando no seu rosto, sentindo o toque vivo da sua pele. Era como se eu pudesse sentir todos os seus vasos sanguíneos pulsando para mim.

“Poderíamos.” Continuei com os meus dedos tracejando o contorno perfeito do seu rosto, descendo mais um pouco, até parar na artéria do seu pescoço. O simples pensamento em beber seu sangue era quase enlouquecedor, mas eu precisava manter meu foco em convencer Rose a se juntar a mim. “Eu poderia fazer isso rapidamente. Não haveria dor. Acabaria antes de você perceber.”

E você seria minha para sempre’ acrescentei mentalmente. Ao mesmo tempo, um lado meu me dizia que não precisava de toda essa besteira de convencê-la. Eu mesmo não tinha tido escolha. Ela estava ali na minha frente, vulnerável e quase entregue. Além do mais, eu era mais forte, ela nunca poderia me vencer. Porque eu simplesmente não mordia seu pescoço e drenava todo seu sangue, como todos os meus sentidos me mandavam fazer?

Eu tinha Rose praticamente vencida diante de mim, mas eu não conseguia simplesmente atacá-la. Porque eu precisava do seu consentimento? Porque eu precisava tanto dela? Eu sei que costumava amá-la, com todas as minhas forças. Mas agora não conseguia mais encontrar esse sentimento dentro de mim. Não como era antes, mas a memória do que eu sentia anteriormente ainda era bem viva em mim. Era algo forte, algo que me conduzia, que me dizia que eu precisava dela a qualquer custo. Minha mente girava e girava em torno disso, até que a porta do quarto abriu abruptamente. Imediatamente, todos os meus instintos trabalharam e, com um único movimento, me virei, tomando uma posição protetora na frente de Rose. Exatamente com um guardião faria com um Moroi. Certos hábitos nunca vão embora.

A raiva ardeu em mim quando me deparei com Nathan. Quem ele pensava que era para entrar ali daquela forma? Sem qualquer autorização para isso? Senti meu ódio por ele crescer ainda mais, se isso ainda possível. Minha repugnância por ele era tamanha que ultrapassava qualquer explicação. Eu sabia que muito se devia pelo fato dele ter me despertado e pensar que podia me dominar por isso.

“O que diabos está acontecendo?” Ele exclamou passando seus olhos de Rose para mim. “Você está criando um bichinho de estimação aqui?”

“Não é de sua conta Nathan. Galina me deu permissão para isso.” Falei mantendo um tom de voz perigoso que sempre usava com ele. Embora minha vontade fosse de arrancar a cabeça dele naquele mesmo momento, mantive meu autocontrole. Meus planos não iam ser estragados por ele. De jeito nenhum.

Nathan olhou mais atentamente para Rose, e a reconheceu. “Ela?” Ele falou com uma mistura de incredulidade e desprezo. Eu me posicionei mais à frente de Rose, formando um verdadeiro escudo para ela.

“Ela estava na escola em Montana... Nós lutamos...” Ele abriu bem a boca, mostrando suas presas. “Eu teria bebido o sangue dela se aquele garoto Moroi usuário de fogo não estivesse por perto.”

O leve pensamento de qualquer outro vampiro bebendo o sangue de Rose me incomodou. E sendo Nathan, minha raiva se tornou em ira, embora eu lutasse internamente para manter a calma. “Isso não tem nada a ver com você,” respondi friamente.

“Você está brincando? Ela pode nos levar para a garota Dragomir! Se terminarmos com essa linhagem, nossos nomes serão legendários. Quanto tempo você vai mantê-la?”

“Saia! Isso não é um pedido.”

À medida que a ambição de Nathan crescia e ele deliberadamente ignorava minhas ordens para não se meter nos meus assuntos, também aumentava minha raiva por ele. “Ela é valiosa,” ele continuou. “Se você vai ficar com ela como uma meretriz de sangue, pelo menos divida. Então, vamos conseguir a informação e terminar com ela.”

Sendo Strigoi ou não, este termo ‘meretriz de sangue’ trazia para mim um conceito que eu odiava, somando a ideia de dividir Rose com ele, fez com que eu desse um passo à frente, usando cada grama do meu autocontrole para não avançar contra ele.

“Saia daqui. Se você tocar um dedo nela, eu vou lhe destruir. Vou arrancar sua cabeça com minhas próprias mãos e assistir você queimar ao sol.”

“Galina não vai permitir que você brinque de casinha com essa garota. Até mesmo você não tem tanto favorecimento.”

“Não me faça repetir. Não estou com um temperamento paciente hoje,” disse cravando meus olhos nos dele, para que ele percebesse que eu estava a um passo de cumprir o que eu havia dito sobre arrancar sua cabeça. Ele não falou mais nada, mas ficou por um momento me encarando. Seu olhos vermelhos ardiam em fúria, mas honestamente não me atemorizava. Nathan me deu uma última olhada e se virou.

“Isso não acabou,” disse ele caminhando até a porta. “Vou falar com Galina.”

Por um momento eu permaneci parado na mesma posição, ainda tentando conter toda raiva que Nathan me causava. Cada vez mais era evidente para mim que não ia demorar muito para que eu acabasse com ele. Com um relance, percebi que Inna, uma humana que nos servia, estava ali, diante de mim parada com uma bandeja nas mãos. Foi então que lembrei que tinha deixado ordens para trazer comida para Rose regularmente. Obedecendo a um comando que eu dei em russo, ela se inclinou, colocou a bandeja na pequena mesa e destampou, relevando um prato de pizza de queijo e um brownie. Eu sabia que Rose gostava desse tipo de comida, por isso eu mesmo tinha passado as orientações do que preparar para ela.

“Almoço,” eu disse, ignorando seu olhar surpreso. “Sem veneno.”

“Não vou comer.” Ela falou, embora seu olhar para comida denunciava que estava faminta.

“Você quer outra coisa?” Eu perguntei, arqueando uma das sobrancelhas. Apesar de não me atrair mais, a comida tinha um bom aspecto.

“Não quero nada porque não vou comer nada. Se você não vai me matar então eu mesma vou fazer isso.”

Eu quase senti vontade de sorrir, coisa que não acontecia comigo há um bom tempo. Se eu não soubesse melhor sobre Rose eu diria que era mais uma de suas piadas, mas ela bem podia estar falando sério.

“Morrendo de fome? Vou despertar você muito antes disso.”

“Então por você não faz isso agora?”

“Porque eu prefiro esperar que você esteja disposta.”

“Você vai esperar um longo tempo,” ela disse. Eu não me contive mais e sorri alto, o sorriso mais genuíno que eu podia ter naquele meu estado. Na verdade eu não ri do que ela falou, mas do pensamento que me ocorreu. Ela seria minha, antes do que pudesse imaginar.

“Veremos,” respondi, ainda ecoando o que estava em minha mente. Para mostrar que eu estava certo, que ela não teria escolhas melhores diante de mim, dei um passo longo até ela, segurei levemente seu pescoço e puxei seu rosto para perto do meu. Sua pele era quente sob a minha e sua respiração forte trazia ainda mais seu doce cheiro. Era inebriante. Sem pensar em mais nada, eu a beijei, deixando aquela intensidade de Rose me invadir. Ao mesmo tempo, me bateu a consciência de que era assim que ela me derrotava. Então eu me afastei dela o mais rápido que pude, sem querer demonstrar essa fragilidade minha, apontei para Inna de forma casual.

“Essa é Inna,” eu disse, sem olhar mais para Rose. “Ela trabalha para Galina também e vai lhe checar. Se precisar de algo, avise a ela. Ela não fala muito inglês, mas ela sabe o suficiente para lhe entender.”

Eu tinha que sair rapidamente dali. Até porque precisava encontrar Nathan. Ele iria procurar Galina e eu queria estar presente. Caminhei até a porta e Inna me seguiu. “Muita atenção com ela,” eu ordenei em russo.

“Onde você vai?” Rose perguntou, percebendo que eu ia embora.

“Tenho coisas a fazer. Além do mais, você precisa de tempo para pensar.”

“Não tem nada para pensar.”

Eu sorri, enquanto saia. Rose era mesmo incansável e persistente. Era disso mesmo que eu precisava. Com tudo isso potencializado, ela seria uma Strigoi incrível.


______________________

**Eu sei que os Strigois não vêem beleza em nada, mas os livros nos mostram que eles gostam do que é bonito como forma de ostentação (basta imaginar a casa da Galina. Porque tanto luxo?), então infelizmente, Dimitri viu a Rose como um objeto bonito (assim eu penso).





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Notas finais do capítulo

Tenho uma pergunta para vocês: porque o Dimitri como um Strigoi (mostro impiedoso e sem alma/sentimentos/escrúpulos), não mata logo Rose??? O que o impede???