Blood Promise Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

A Rose é muito forte mesmo... Com Dimitri pedindo, se fosse eu, já tinha virado Strigoi há muito tempo kkkk



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Eu me afastei dela e andei pela sala. Ela tinha razão. Era simples, somente soltá-la, deixa-la. Poderia até ajuda-la. Depois eu veria uma forma de lidar com Galina. Usaria uma desculpa qualquer, algo que envolvesse o fato de Rose ser forte e esperta e ter conseguido fugir. Eu comecei a andar pela sala ponderando essa possibilidade. Mas havia alguma coisa maior e eu não sabia dizer o que era. Eu só sabia dizer que a mesma coisa que tinha me afastado dela em Montana agora queria ela perto de mim novamente.

Porque eu simplesmente não a matava? Eu já tinha matado tantas pessoas. Sem qualquer compaixão. Porque com ela era diferente? Eu olhei para o sofá no canto oposto da sala e sentei, ainda com meus pensamentos distantes, mesmo assim, estava plenamente consciente de que Rose me observava, como ela sempre fazia. Era mais uma coisa que não tinha mudado.

“Não é mais possível. Não depois de ver você agora...” Eu olhei para ela e doces lembranças me vieram. Lembranças de bem estar e de como eu a achava bonita. E Rose era uma bela garota e isso fazia com que eu a quisesse mais. Sondei seu rosto, seu corpo. Nada nela parecia ter mudado. Como nas minhas lembranças ela era perfeita.

“Você é tão linda quanto eu me lembrava, Roza. Não que eu esperasse que fosse diferente.”

Rose estava estranhamente calada. Ela tinha parado com aquela estupidez mas ainda estava no mesmo lugar onde eu a soltei, me olhando com muita cautela. Pelo que eu a conhecia podia dizer que um conflito estava se dando em sua mente. Agora eu era tudo que ela tinha aprendido a odiar, era o inimigo contra quem ela deveria estar lutando. Mas eu também podia ver que ela buscava traços do antigo Dimitri em mim. O Dimitri que ela amava. Eu podia achar isso patético, mas como via isso como algo a meu favor, me pareceu ótimo. Ela cruzou os braços numa atitude defensiva e encarou o meu olhar.

“Você pode se sentar.” Falei como forma de deixa-la um pouco mais relaxada. Rose era realmente difícil de se convencer, mas de uma forma ou de outra, eu sempre conseguia.

“Eu estou bem aqui.”

“Tem algo que você queira?”  Insisti na estratégia.

“Você pode me soltar?”

Era uma típica frase de Rose que em outro tempo teria feito com que eu usasse de muito autocontrole para não rir com ela. Apesar de saber que era uma sensação agradável, eu realmente não conseguia sentir nada.

“Não, Roza.” Respondi calmamente. Apesar de saber que ela era inteligente suficiente para saber do que eu falava, expliquei como se fosse um perfeito anfitrião. “Eu me refiro a você precisar de alguma coisa aqui. Comida diferente? Livros? Algum entretenimento?”

“Você faz soar como se isso fosse algum hotel de luxo!” Havia perplexidade em sua voz e em seu rosto.

“E é, de uma certa forma. Posso falar com Galina e ela vai conseguir o que você quiser.”

“Galina?” O rosto de Rose era intrigado. Eu não havia percebido que ela não sabia de quem eu estava falando. Dei um breve sorriso ao lembrar os planos que eu havia traçado para Galina envolvendo Rose.

“Galina é minha antiga professora, de quando eu ainda ia para a Academia.”

“Ela é um Strigoi?”

“Sim. Ela foi despertada vários anos atrás, durante um combate em Praga. Ela é relativamente jovem para um Strigoi, mas tem poder. Tudo isso é dela.” Eu falei gesticulando o dedo ao redor.

“E você vive aqui com ela?” Rose perguntou com um tom estranho de voz. Eu não sabia distinguir se era curiosidade ou ciúme. Realmente não podia ser. Esses tipos de sentimentos românticos não existiam em mim. O que eu queria de Galina era somente o seu império. Ela não me interessava por si só.

“Eu trabalho para ela. Ela foi uma das razões para eu vir para cá, quando fui despertado. Eu sabia que ela era um Strigoi, então busquei sua orientação.”

“E você queria se afastar de mim. Essa foi a outra razão, certo?”

Eu apenas acenei em concordância. Eu quase podia ver onde Rose ia chegar com aquilo. Tudo dela sempre vinha acompanhado por sua lógica típica.

“Onde estamos? Estamos longe de Novosibirsk, certo?”

“Sim. A propriedade Galina é fora da cidade.”

“O quão longe?”

Eu sorri, sentindo que estava certo. Ela estava sondando o local e provavelmente traçando mentalmente suas possibilidades de sair dali.

“Eu sei o que você está fazendo, e não vou te dar esse tipo de informação.”

“Então o que você está fazendo?” Rose praticamente explodiu. De repente, toda sua raiva saiu em sua voz. “Porque está me mantendo aqui? Me mate ou me solte. E se você vai me prender aqui e me torturar com jogos mentais ou algo assim, então eu prefiro que você me mate.”

“Palavras corajosas.” Eu disse me levantando. Na verdade, eu sempre soube que Rose não tinha medo de morrer, mas também sabia que ela não tinha tendências suicidas. “Eu quase acredito em você.” Provoquei.

“Elas são verdadeiras.” Ela falou de forma desafiadora e atraente. “Eu vim aqui para lhe matar. Se eu não posso fazer isso, então eu prefiro morrer.”

“Você falhou, sabe. Lá na rua.” Eu queriam mesmo entender por que ela não me ignorou e me matou, como foi ensinada a fazer diante de um Strigoi. Provavelmente os sentimentos dela não tinham mudado.

“Sim, eu meio que descobri isso, quando acordei aqui.”

Eu me movi rápido para perto dela, de forma que em poucos segundos, estava bem na sua frente novamente. Seu cheiro vinha forte para mim e eu podia ouvir sua respiração, seu coração batendo.

“Estou um pouco desapontado. Você é tão boa, Rose. Tão, boa. Você e seus amigos derrubando Strigois causaram uma agitação, sabe. Alguns Strigois ficaram com medo.”

“E você não?”

“Quando ouvi que era você... hmmm.” Eu estreitei os olhos, buscando meus pensamentos. De repente, eu não tinha mais necessidade de medir minhas palavras e nem de controlar meus atos perto dela. Então simplesmente falei o que realmente sentia. “Não. Fiquei curioso. Cauteloso. Se alguém pode me matar, esse alguém é você. Mas como eu disse, você hesitou. Foi seu teste final nas minhas lições, e você falhou.”

Seu rosto não revelou nada. Ela podia contestar, mas não, sua expressão era vazia. “Não vou hesitar da próxima vez.”

O que ela estava dizendo? Não era possível que ela acreditasse que eu lhe daria outra chance de tentar me matar. Francamente, ela deveria saber melhor.

“Não haverá uma próxima vez. E de qualquer forma, por mais desapontado que eu esteja, ainda estou feliz por estar vivo, é claro.”

“Você não está vivo,” ela disse por entre os dentes cerrados. Toda raiva tomou conta de seu rosto, antes imparcial. “Você está morto. Não é natural. Você me disse muito tempo atrás que você preferia morrer a ser assim. É por isso que vou te matar.”

Eu realmente tinha falado isso, mas eu pensava como um dhampir. De uma forma ou de outra, ninguém quer morrer. Eu agora vejo tudo por outra perspectiva e me sinto bem assim.

“Você só está dizendo isso porque não sabe melhor. Eu não sabia também.”

“Olha, eu falei sério. Não vou jogar seu jogo. Se eu não posso sair daqui, então me mate, ok?”

Nós estávamos muito, muito próximos. Eu podia ver cada traço perfeito do seu rosto. Era incrível como era exatamente como eu me lembrava. Em um gesto quase involuntário, ergui minha mão e passei os dedos ao lado da sua bochecha. Ela reagiu ao meu toque, mas não me importei. Sua pele ainda era a mesma, fina e quente. Tocar nela era como reviver algo que eu pensei que só teria novamente em minhas lembranças. Eu não iria mesmo conseguir passar muito tempo sem ela, agora eu sabia disso.

“Matar você... bem, não é tão simples,” eu falei baixo, como se aquilo fosse um segredo. “Existe ainda uma terceira opção. Eu poderia despertar você.”

Eu pude ver o choque atravessar seu rosto. Sua respiração parou. Eu entendia que em seu atual estado, aquilo que eu estava propondo era inconcebível, mas eu certamente iria conseguir fazer com que ela mudasse de opinião.

“Não, não.” Era só o que ela conseguia dizer, ainda invadida pela surpresa.

“Você não sabe como é. É... incrível. Transcendente. Todos os seus sentidos estão vivos; o mundo está mais vivo –”

“Sim, mas você está morto.”


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