Paramos em um restaurante qualquer e pedimos nossa comida para viagem. Queríamos comer relaxados em nossa casa. E assim aconteceu. Depois do almoço, fomos para a cozinha, limpar tudo o que sujamos e, de repente, lembrei que não havia ainda falado com minha família desde a premiere. Liguei primeiramente para o meu pai. Conversamos um pouco, muito mais eu, falando como estava tudo em Londres e falando que em L.A estava tudo na mesma. Claro que, nesse momento, sempre me bate uma saudade enorme de casa. Não tem lugar no mundo que eu ame mais do que minha própria cidade. Depois de despedir-me dele, liguei para minha mãe.

– Ah, quem está vivo sempre aparece.

– Não seja tão dramática, mãe. – falei rindo.

– Como estão as coisas por aí, bebê?

– Está tudo muito bem, dona Jules. Tirando meu cansaço. Eu tenho estado realmente estressada e cansada. Com tudo isso de promover a saga eu andei me descuidando e acho que finalmente poderei descansar por uns dias. E por aí, como estão as coisas?

– Estão bem, Bella. Quero apenas que você se cuide, ok?! – ela me esperou responder ‘ok’ e continuou - E, bem, você já deve imaginar que existe uma foto sua aí em Londres rodando pela internet, certo? – me assustei, mas depois me lembrei do episódio no mercado. Suspirei.

– Sei sim, mãe.

– Sinto muito, querida.

– Tudo bem. Mais alguma coisa?

– Er... bom, a mídia enlouqueceu novamente com isso de uma possível gravidez sua. E esse é o grande comentário atualmente.

– De novo?

– Er... sua avó ligou novamente e, bem, você sabe como ela é...

– Droga! Porque a vovó continua lendo essas porcarias? Certo, eu ligarei para ela depois. Espero que tudo se resuma a isso, mãe.

– Essas são as únicas noticias que tenho para lhe dar, querida.

Despedi-me de minha mãe e fui ao encontro de meu namorado, que se encontrava estirado em nossa cama, enquanto fuçava algo em seu notebook. Sentei-me na cama e o encarei.

– Você já sabe que seremos pais novamente? – falei sem humor. Ele sorriu.

– Acabei de saber. – ele virava a tela do notebook pra mim, para que eu visse a notícia. Bufei com raiva. – Não sei por que você ainda se importa com esse tipo de coisa, amor.

– Porque minha avó acreditou novamente. – ele teve a coragem de gargalhar.

– Não sei como sua avó ainda cai nessa, amor.

– Acho que ela espera ansiosamente que eu a dê um bisneto ou algo assim. Já cansei de explicar para ela que tudo o que sai nessas revistas é pura fofoca e especulação barata, mas, meu Deus, ela não para de ler essas porcarias. – joguei minha cabeça nos travesseiros – Terei que ligar para ela.

– Boa sorte, então! – Edward se aproximou de mim rindo e deu-me um selinho. Bufei novamente e me preparei para a próxima ligação.

Respirei fundo enquanto a chamada era completada. Quando ouvi seu ‘alô’ meu corpo inteiro arrepiou.

– Oi, vó.

– Isabella, querida, é você?

– Sim, vovó. Como a senhora está?

– Eu estou bem, mas um tanto chateada por só descobrir sua gravidez pelos meios de comunicação. – respirei fundo, lá vamos nós.

– Mas eu não estou grávida, vó.

– Não tente me enganar, mocinha. Essa notícia está em todos os lugares, até mesmo em países estrangeiros, pelo que já soube.

– Vovó, já lhe falei que a senhora não deve acreditar nas revistas, sites ou programas de fofoca.

–Eu não procurei por nada. Estava assistindo televisão e percebi que em vários canais a notícia era dada. Por que você não me contou? – ela parecia magoada.

– Não lhe contei porque não estou grávida, Vó.

Edward ria do meu desespero. Lancei um travesseiro em sua cara. Minha avó parecia pensar um pouco sobre a situação.

– Querida, você não pode querer que eu não acredite em tudo o que sai na mídia, afinal, foi através dela que descobri fatos importantes da sua vida como o fato de você se drogar com seu ex namorado, e seu rompimento com ele também, além do seu namoro e noivado com Edward – quanto mais ela falava, mais eu me assustava e acredito que estava arregalando meus olhos, pois Edward já não se aguentava mais de tanto rir – e, bem... er... o que aconteceu em julho foi um tanto inesperado também.- ela já falava essa ultima parte com o tom de voz bem mais baixo, o que me fez acreditar que meu avô estaria por perto.

Acho que Edward percebeu minha tensão, pois logo parou de gargalhar, indo para uma poltrona que havia no quarto e levando consigo o notebook, fingindo que algo ali chamava bastante sua atenção. Minha avó e eu permanecemos em silencio ainda por alguns minutos. Nós nunca havíamos conversado sobre o ocorrido, mas eu sabia que ela e minha mãe haviam sentado e falado a respeito do assunto. Respirei fundo e tentei me manter calma, sem realmente querer falar sobre esse episodio.

– Vovó, aquilo com Michael foi um fato isolado na minha vida e, por favor, não é como se eu fosse uma drogada ou algo assim. - Olhei para Edward, que me encarava com ar debochado – Fumei maconha. Ok. Não é como se fosse o fim do mundo. Eu era apenas jovem demais. E realmente não acreditava que aquilo fosse algo importante o suficiente para ser compartilhado. – Edward, é claro, já estava gargalhando de novo, a essa altura da conversa. – Que jovem nunca experimentou maconha, hã?!

[NA: Pra quem não lembra desse detalhe na vida da BELLA, segue uma foto abaixo]

– EU NÃO! – claro que meu namorado se manifestaria gritando alto o suficiente para que minha avó escutasse também.

[NA: nem eu =D]

– Claro que VOCÊ não, honey – rolei os olhos – você é o homem perfeito. – a vez de minha avó sorrir. – Você resolveu se afundar na bebida, mesmo – lancei-lhe um beijinho. É claro que isso não o incomodaria. Ele continuava a sorrir.

– Querida, esse realmente não era um fato importante e conheço muito bem os netos que tenho. Apenas o acrescentei na lista para ter algo mais para brigar por você não ter me contado.

– Quanto ao meu rompimento com Michael e meu namoro com Edward, eu me lembro de tê-la contado na primeira oportunidade. A senhora foi devidamente apresentada a Edward quando vocês dividiram o mesmo ambiente pela primeira vez.

– Isabella, eu tive que te ligar para saber dessas coisas.

– Exatamente. Aquela foi a primeira oportunidade que tive de conversar com a senhora. Eu andava muito ocupada na época, minha vida estava virando de cabeça para baixo.

– Não muda o fato de que eu descobri primeiro pela mídia.

– Mas eles nem contaram a verdade. E se dependesse do que eles diziam, eu estava com Edward desde... sempre. – mas querendo encerrar essa discussão fui logo tratando de me desculpar. – De qualquer forma, desculpe-me. Já quanto a noivados, casamentos e bebês, não há motivos para preocupações, pois nada disso é verdade. Eu jamais deixaria te contar para a senhora e para o vovô.

– PORQUE VOCÊ NÃO QUER, DEIXEMOS ISSO CLARO! – meu namorado voltou a gritar. – E, BELLA, ACHEI QUE ESSE ANEL NO SEU DEDO REPRESENTASSE ALGUMA COISA. – o olhei feio.

– Certo, talvez isso de noivado seja certo, mas não é como se tivesse havido um pedido oficial para minha família ou algo assim, a senhora sabe. Foi mais uma decisão de morarmos juntos. Nós nem sequer queremos casar agora.

– FALE ISSO POR VOCÊ! – ele estava se divertindo demais com toda essa história.

Em meio a comentários ridículos de Edward e depois de prometer algo sobre bebês e casamentos serem devidamente avisados para minha avó, a ligação foi encerrada. Gosh, eu nunca pensei que cansaria tanto por causa de uma conversa ao telefone. Era por isso que D. Jules era quem normalmente encarava minha vó, ela já sabia exatamente o que dizer.