Vida De Monstro - Livro Três - A Guerra escrita por Mateus Kamui


Capítulo 22
XXII - Michael


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo saído do forno para começar bem o ano



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/293211/chapter/22

XXII – Michael

–Não deixe que a raiva o domine filhote, não se torne igual a ele filhote, a vingança vai matar a vocês dois, filhote

Aquelas foram as últimas palavras do maior entre os lobisomens enquanto ele morria nos meus braços. O corpo de Miakoda ainda estava quente enquanto eu fechava seus olhos brancos, ele tinha regredido para sua forma humana, queira morrer com a forma com que passou a maior parte do seu tempo de vida. Deitei o corpo dele no chão e observei com calma e raiva o maldito do Ferdinand que olhava estarrecido para Miakoda:

–Então é isso – disse o lobisomem parecendo um lobo humanóide com pêlos dourados – Pensei que o velho seria um desafio maior

Senti a raiva crescendo e minha transformação começando e ignorei por completo as últimas palavras do grande líder:

–Finalmente vamos ter nossa revanche não é? – o lobisomem sorriu ao me ver e observei seu único olho, o outro não passava de um buraco – Sabe quanto tempo esperei por isso?

–Não mais do que eu – sinto as memórias voltando aos montes na minha cabeça e vejo Ferdinand matando minha mãe, seu rosto abalado, assustado vendo suas mãos cheias de sangue - Tenho esperado desde criança para ter a sua cabeça

–O que quer dizer?

–Diga você o que eu quero dizer – sinto minha transformação completa, mas não era mais o monstro hibrido, apenas minha forma de lobisomem surgiu e então nossos olhos se cruzaram e ele pareceu tomar um susto

–Você tem os olhos dele, eu só notei agora, mas você tem os olhos dele – o lobisomem regrediu a algo mais próximo de homem do que de lobo, mas ainda não era humano – Você tem os olhos dele

–E o sangue dela, o poder dela – senti minha fúria aumentando ainda mais e sinto a presença do grande lobo se aproximando e algo mais surgia, finalmente minha irmã e o demônio idiota tinham chegado e sabia que eles iam em direção da torre que tinha acabado de surgir – Diga os nomes daquela que você matou

–Eu a amava, amava ela mais do que qualquer coisa – vi uma lágrima escorrer pelo único olho que ele ainda tinha, mas não havia pena alguma, nada tiraria o foco da minha vingança – Então surgiu aquele imbecil e estragou tudo, ele tinha os mesmo olhos que você

–Sim ele tinha e quero que esses olhos sejam a última coisa que você vai ver

Sinto nossos socos se encontrando e então Ferdinand está de volta a sua forma de lobisomem e está ganhando vantagem no combate facilmente, era quase como se eu estivesse lutando com dois lobisomens e não só ele. Aquele maldito era absurdamente forte. Sinto meu corpo recuando e então meu poder de vampiro começa a surgir e parece que o combate se equilibra.

Nossos socos geram verdadeiras ondas de explosão ao nosso redor gerando crateras no chão. Nunca tinha imaginado que um lobisomem com exceção do grande líder pudesse ter tanto poder e agora podia entender como ele matou os dois sucessores de Miakoda, o mestre dele Salazar Climb e minha mãe Luna, ele era tão forte que ele deveria ser o sucessor.

Sinto um soco de Ferdinand me acertar na cara e me jogar para cima, mas asas que acabaram de brotar me jogam para baixo cravando um soco no rosto do lobisomem. Pensei que iria afundar ele no chão, mas o desgraçado apenas sorriu enquanto meu soco parecia cravado no seu rosto que era duro feito concreto e então ele agarra meu braço e quando percebo está me batendo contra o chão como se eu fosse um martelo ou um brinquedo.

Depois de sete pancadas sinto meu corpo crava no chão e então três pisadas me afundam ainda mais e me fazem cuspir sangue. Minha caixa torácica destroçada começa a se regenerar aos poucos junto com todos os ossos quebrados e antes que eu possa me levantar sinto duas mãos me pegando pelo pescoço e me atirando para o alto para então receber uma sequencia de socos tão fortes que me impediam de ir ao chão.

Quando finalmente os socos param sinto minha cabeça ser golpeada e meu cérebro chacoalha dentro do meu crânio enquanto vôo para longe e começo a bolar pelo chão. Ergo meu corpo do chão, minha raiva começa a aumentar e minha regeneração também então antes que mais um soco me acerte eu esquivo para o lado e cravo um gancho direto em Ferdinand que nem mesmo se moveu para trás. O loiro apenas sorriu e voltamos a nós bater, mas dessa vez com golpes ainda mais fortes que vez ou outra fazia um de nós ir para longe, ou para o chão ou até para o alto.

Algo dentro de mim parecia ter explodido dezenas de vezes, mas não importava enquanto eu pudesse acertar a cara do lobisomem que apenas ria alto como um maluco, ele estava gostando daquilo e notava isso enquanto sua força só aumentava junto de seus risos que vez ou outra paravam por causa de um soco certeiro na cara.

Acertamos um ao outro direto no peito e vamos para trás e sabia que dessa vez tinha partido pelos menos quatro costelas dele com o ataque. Todo o corpo dele parecia mais revestido por uma armadura de concreto e nada tirava da minha cabeça que ele era forte demais para um único lobisomem. Vi meus olhos encarando os meus e limpei o sangue que escorria da minha boca enquanto ele fazia o mesmo movimento, tentei estupidamente acertar os pontos cegos dele causados pela ausência de um olho, mas era inútil acertar um golpe que nem parecia afetar meu adversário. Um cheiro começou a cobrir minhas narinas e ele me parecia familiar, mais alguém tinha chegado ao campo de batalha que a cada segundo só ficava mais movimentado e cheio de corpos.

Tentava raciocinar, mas meu cérebro se focou todo em tentar reconhecer o cheiro e antes que perdesse eu corria na direção do corpo de Miakoda e avisto alguma coisa sobre ele. Antes que pudesse me aproximar para reconhecer o que aquilo era um soco me acertou bem no nariz me jogando para trás com um nariz literalmente amassado no meu rosto. Arranco aquele pedaço de cartilagem e então jogo-o para o lado enquanto um novo já crescia no seu lugar.

Ferdinand me observava e não entendia o motivo, mas ele abria um leve sorriso aos poucos. Meu corpo está tenso, meus músculos querem avançar e continuar com aquela chuva de socos de antes, mas estou me controlando, algo está para acontecer e o loiro sabe disso e por isso zomba de mim.

Observei a lua e só então notei que ela agora parecia reluzir num tom de vermelho e algo pareia estar indo em direção dela. Olhei em direção a torre e vi que algum tipo de luz vermelha saia dali e era ela que ia até a lua e provavelmente estava dando aquela coloração estranha. Alguma coisa ruim estava vindo.

Os socos de Ferdinand vieram na minha direção e mal pude perceber até que me acertaram. O loiro maldito só ficava sorrindo, ele parecia estar aproveitando aquilo ao máximo:

–Você tem a força dela – disse Ferdinand sorrindo ainda mais, ele parecia estar quase tendo algum tipo de orgasmo psicológico, talvez até físico – Você não tem o jeito dela de lutar, mas ainda assim tem a força dela, uma pena que tenha os olhos dele, se tivesse os dela deixaria você viver, mas em tudo mais você me lembra daquele maldito

–Uma pena que você seja você, mas mesmo que não fosse eu ainda assim te mataria, você matou meus pais e até o grande líder, de hoje você não passa

–O grande líder morreu por ser fraco, esse é o destino de todos eles, Salazar teria matado ele no meu lugar quando fosse sucedê-lo e assim sua mãe teria feito quando fosse pegar o titulo para si, gostando ou não ela seria a sucessora depois do mestre, mas ela está morta, Salazar também e eu não sou mais quem era, agora sou digno ser o grande líder

–Você não digno de nada!

Ataquei, mas meus socos não conseguiam chegar até ele. Os reflexos dele eram perfeitos e suas esquivas eram executadas com tamanha perfeição que ele parecia poder prever o próprio futuro. Cada soco que eu errava era um dele que me acertava em cheio e me causava dores e ferimentos superiores aos anteriores. A cada segundo de batalha me parecia que aquele cara realmente valia por dois e isso não era uma idéia tão estúpida assim.

Senti um soco me acertando bem entre as costelas e garras me dilacerando bem ali. Um rasgo foi se abrindo até próximo do meu ombro e senti o sangue jorrando enquanto era golpeado várias vezes no rosto e tinha um rasgo feito bem na sobrancelha. Sangue começou a cobrir o meu olho antes do ferimento nas costelas se fechar e então ainda com a cabeça doendo e girando fui agarrado e jogado contra o chão.

Simplesmente não conseguia compreender como alguém como ele podia ser tão absurdamente forte a ponto de me enfrentar de igual para igual. Eu era um hibrido, tinha matado um deus mesmo não compreendendo como e consegui deixar Caim para trás com facilidade, mas apenas trocar socos com Ferdinand me parecia algo quase impossível de se fazer.

O pêlo dourado dele brilhava sob a luz vermelha que saia da lua e da torre negra e enquanto me levantava me senti tão pequeno quanto uma criancinha perante um deus. Podia ver um sorriso surgindo no rosto dele e mais raiva queimando dentro de mim. Cheiro de sangue de vampiro cobria todo o campo de batalha e podia sentir mais vindo simbolizando uma luta sangrenta não longe dali e aquilo só me deixava com mais vontade de matar.

Minhas asas eclodiram completamente enquanto eu voava e acertava um soco tão forte no loiro que ele mesmo segurando meu soco foi jogado para dentro de uma cratera criada com a pressão do meu golpe. Antes mesmo que ele pudesse revidar agarrei seus braços e o joguei para o alto subindo e cravando socos no peito dele fazendo-o subir junto de mim para o céu.

Quando nossos corpos pareciam cobrir a lua gigante e vermelha eu rodei por cima do corpo de Ferdinand e cravei um gancho direto no queixo dele fazendo-o voar em direção a cratera abrindo ainda mais.

Desci com tanta calma que até mesmo fiquei surpreso e quando vi o corpo daquele maldito estirado no chão e com os pêlos cobertos de sangue abri um sorriso de contentamento. Não ia perder tempo pegando ele e proferindo alguma frase de efeito, não era bom com essas besteiras e algo me dizia que quanto antes o matasse seria melhor.

Caminhei bem rápido e peguei-o pelo pescoço, podia sentir seu batimento cardíaco que de um instante para o outro pareceu aumentar como uma explosão e então senti suas mãos agarrando minha garganta. Nossas mãos apertavam as gargantas um do outro como se fosse uma competição de força bruta e o desgraçado abria aos poucos um sorriso como se me dissesse que seria impossível ele perder. A falta de ar que sentia aos poucos parecia comprovar o sorriso dele.

Minha vista começou a escurecer quando escutei uma voz ao longe... Michael... alguém estava dizendo o meu nome e a voz era assustadoramente conhecida. E então senti minha fúria crescendo e desisti do enforcamento cravando socos na parte interna dos braços fazendo-o me largar grunhindo de dor.

Caiu no chão se fôlego, mas logo o recupero e me ergo do chão observando de longe uma silhueta lupina aparecendo. Rebecca parou a poucos passos de mim e me encarou com seus olhos cor de mel e reconheci a voz de antes como sendo dela, mas quando observo ela algo me diz que não foi ela que falou. Mas se não tinha sido ela tinha que ter sido alguém com uma voz idêntica a dela e ao escutar o riso de Ferdinand e sentir o frio na espinha eu confirmo que não tinha sido Rebecca a dizer meu nome. Quando sinto aquele cheiro conhecido no ar e escuto novamente o meu nome minha transformação começa a regredir e algum medo que não compreendo me domina:

–Pode pelo menos se virar? – diz a voz que eu tremo querendo dizer que não reconheço e quase me ponho a chorar quando percebo quem é que está ali do lado daquele desgraçado, Ella

–O que você está fazendo aqui? – perguntei sentindo um mal-estar crescer dentro de mim, ela não deveria estar aqui, ela não podia estar, principalmente do lado dele

–Mestre Zan precisava do seu círculo de magos para executar o feitiço da lua de sangue

A forma como ela falou aquilo, tão neutra, tão calma, como se aquilo fosse algo simples, estúpido, irrelevante. A raiva explode dentro de mim quando meu coração finalmente si da conta do obvio. Ela era um deles. Sempre foi:

–Então você é uma maga? – perguntei respirando pesadamente e me perguntando o porquê de ainda não ter me transformado de novo

–Igual a sua prima e igual a você se não tivesse virado um lobisomem

–Mas como isso é possível?

–Qual o problema? Você tem sangue de mago e de lobisomem não tem? A tola da minha irmã preferiu ficar com sua parte lupina, eu em contrapartida prefiro essa

–Como?

–Como o que?

–Como conseguiu desistir de sua parte lobisomem?

–Magia, Michael, com ela podemos fazer tudo, só precisa saber o feitiço correto, mestre Zan sabia qual era e então passou minha maldição para outra pessoa

Eu olho para Ferdinand e vejo seu sorriso, lembro da força dele, de como ele tinha a força de dois lobisomens, de como ele era quase animalesco, monstruoso demais. Era porque ele também tinha o poder de um lobisomem nascido de um lobo. E o dele:

–Foi um processo doloroso, mas necessário – Ella falou suspirando e vejo algo nos lindos olhos dela, pesar talvez, não consigo reconhecer com a raiva dentro de mim aumentando, e minha transformação teimando em não vir – Você também pode se livrar da sua maldição, mestre Zan tem tempo para mais um ritual, desista de seu poder Michael, vai ver que ele não lhe fará falta

–Por que só mais um ritual?

–Porque logo ele vai ascender – um terrível frio bati no meu corpo e sei que todos ali sentiram, inclusive Ferdinand que finalmente tirou o sorriso do rosto, na torre deu para ver fogo explodindo rumo ao céu, o demônio e minha irmã estavam lutando e pelo som dos impactos sabia que o vampiro idiota também, só eu que estava parado ali feito um idiota – Logo ele se tornara o novo Criador

–Diga que usou uma linguagem metafórica

–Desde quando usa palavras tão bonitas Michael? Linguagem Metafórica? – ela ri e me odeio quando percebo que estou sorrindo, eu me odeio por ainda amá-la tanto! – Não estou brincando, ele só precisa que Babalathe retorne e então o plano correrá com perfeição e ele primeiro ascenderá a divindade e depois à perfeição

–Você acha que vamos deixar isso acontecer?

–E o que vai fazer? Você não pode nem enfrentar Ferdinand, como pretende enfrentar mestre Zan ou Babalathe? – vejo raiva no rosto do lobisomem, ele não gostou da frase, e eu muito menos

–Eu não preciso me preocupar com seu mestre ou com o deus, já tenho duas pessoas lá que vão cuidar deles

–Você é burro Michael, acho isso fofo em você, mas ainda assim é idiotice, aquele demônio não tem a mínima chance contra Babalathe e ele próprio sabe disso bem no fundo de si, já sua prima, bem, nem vinte dela teriam chances contra o mestre

–Não subestime a Amy, ela é mais forte que imagina

–Você é que subestima o mestre

–Só porque ele não morre isso não significa nada

–Não é que ele não morra, é que vocês não são bons o suficiente para matá-lo, ninguém é, nem mesmo Babalathe, nem mesmo o dragão-rei vermelho, nem ninguém

–Você tem muito fé nele

–Não é fé, é simplesmente a verdade, desculpe querido, mas nenhum de vocês vai impedir o plano, ninguém pode

Fico encarando ela e vejo algo nos olhos dela, algo como incerteza, mas não sobre as palavras dela. Era sobre algo mais. Talvez a mesma incerteza que a minha. Se nós teríamos que nos matar:

–Já acabou a conversa com seu namorado? – perguntou Ferdinand e senti minha raiva voltando ao ouvir sua voz

Ninguém falou nada e o lobisomem apenas sorriu e então senti minha transformação vindo, mas só isso. Ela ainda não veio, era como se não quisesse aparecer. Era como se ela estivesse com vergonha de si mesma e percebo que quem está com vergonha ali sou eu. Eu não quero que Ella me veja naquela forma.

Pelo canto da minha vista vejo Rebecca avançando e quero pará-la, mas já é tarde demais. Antes mesmo de me mexer Ferdinand está sobre ela e parte seu pescoço de lobo tão fácil quanto quebraria um graveto. O corpo dela cai no chão sem apresentar esforço e vejo o desgraçado sorrindo enquanto Ella fica com os olhos avermelhados, mas aquilo não importava mais. A fúria dentro de mim superou qualquer vergonha e quando percebo só vejo dentes voando para o alto e um lobo gigante e dourado rodando rumo ao chão.

Ferdinand caiu no chão bruscamente e toquei o corpo de Rebecca que confirmei não ter mais uma gota de vida. Minha respiração ficou mais pesada, meus músculos começaram a inchar, minha raiva aumentou e minha vista ficou coberta por um tom vermelho tão sanguinário quanto a carnificina que desejava começar.

Assim que notei uma mancha dourada se aproximando minhas mãos se cravaram no rosto do desgraçado que foi jogado para o chão novamente, mas dessa vez ele não chegou a tocar o solo. Antes disso agarrei-o pelo pescoço e o joguei para o alto e deixei que a raiva guiasse meus socos que mais pareciam tiros enquanto dilaceravam a carne dele.

Socos e mais socos rasgavam o ar e a própria realidade. Podia sentir a presença do pai-lobo ali me observando e meu poder só parecia aumentar enquanto a lua também parecia aumentar no céu. Não consegui parar até simplesmente não haver mais nada para bater além de um amontoado de carne cheia de pêlos e sangue. Ferdinand caiu sob meus pés e fiquei encarando seu corpo que subitamente tinha parado e me perguntei por quanto tempo estive batendo nele:

–Da onde tirou tanto poder? – perguntou o loiro cuspindo sangue e regredindo aos poucos a forma de lobisomem, ele estava fraco demais, ou simplesmente não tinha mais poder e sentindo a presença do pai-lobo ali sabia que tinha mais chances de ser a segunda opção mesmo não entendo tudo isso direito

–Do que sinto por você – aquela raiva queimava dentro de mim e já nem lembrava das últimas palavras de Miakoda, só queria lutar mais e mais e o fato daquele maldito ter matado duas pessoas importantes pra mim naquela noites o ajudavam a aumentar isso

–Miakoda deve estar se revirando no outro mundo por ver você assim, sua mãe também e todos os outros – ele tentou rir, mas não conseguiu, ele não tinha mais forças pra isso – Se você estivesse vendo seu rosto agora, se você pudesse ver, há há há há

Ele finalmente conseguiu rir e aquele barulho irritante cortou todo o espaço junto do barulho das lutas e do sangue que espirrou pelas suas feridas e que ele cuspiu acompanhado de uma tosse horrenda. Ele logo iria morrer:

–Você falhou pirralho, você não chegou nem aos pés do velho ou da sua mãe, você falhou – queria entender o que ele queria dizer enquanto falava, mas foi só quando Caim apareceu com Drake sendo preso por ele pelo pescoço que entendi

–Belo sorriso de psicopata rapaz, Zan não poderia estar mais orgulhoso de sua criação – disse o pai dos vampiros jogando Drake em direção aos pés de Ella e vi no seu rosto uma expressão de horror enorme e então vergonha se apossou de mim de novo e senti minha transformação diminuindo e os músculos da minha cara relaxando, todo este tempo eu estive sorrindo

–O que quer dizer com isso? – consegui falar sem tirar os olhos de Ella e de seu rosto espantado e se antes eu a vi como uma vilã agora eu pensava o mesmo sobre mim, o que eu tinha acabado de fazer?

–Você não descobriu ainda não é? Você ainda pensa que foi Babalathe que te deu o poder dele não é? Vocês adolescentes são a maior falha de toda a criação, que bom que logo teremos um novo Criador

–Será que vou ter que te forçar a falar?

–Você não vai ter tempo para isso

E antes que eu pudesse fazer mais alguma pergunta vejo Ella erguendo as mãos para o alto e recitando palavras que eu não escutava. Os olhos dela continuavam marejados e demonstrando medo ao me ver, mas tirando isso seu rosto parecia bastante normal. Lindamente normal.

Então veio a luz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews???



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vida De Monstro - Livro Três - A Guerra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.