Vida De Monstro - Livro Três - A Guerra escrita por Mateus Kamui


Capítulo 21
XXI - Drake


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo saindo fresquinho, acho que esse demorou menos do que o outro, mas ainda assim sei que demorou e não sei como explicar o atraso, mas está ai :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/293211/chapter/21

XXI - Drake

Não era nada fácil lutar no meio daquela porcaria de colina rodeada de lobisomens, mas ou era isso ou era permitir que eles vencessem. Não consegui convencer meu pai de que aquela guerra devia ser parada, de acordo com ele a decisão foi de todo o conselho e do próprio Caim então seria inútil voltar atrás, seria até vergonhoso para nós se não matássemos todos os lobisomens.

No topo da colina eu atirava lâminas de gelo para todos os lados, eu estava ficando cansado e muito fraco e se não bebesse sangue urgente poderia acabar desmaiando e desmaiar no meio de um campo de batalha não é uma opção. Se meus adversários não fossem lobisomens eu já teria me alimentado, mas beber sangue de licantropo não era uma boa opção, tinha ouvido histórias sobre o que acontecia caso você tomasse uma única gota e não era algo que eu queria experimentar.

Senti minhas garras de gelo rasgando o peito de um lobisomem e seu sangue cobriu todo o meu corpo e senti uma vontade enorme e lamber aquele liquido escarlate tão cheiroso, mas antes que cometesse esse erro fui acertado em cheio na cabeça por um soco que me jogou para longe. Meu corpo rolou pelo chão em enchendo de arranhões que foram cicatrizados instantaneamente aumentando ainda mais a minha sede.

O lobisomem que me derrubou apenas me encarou e vi sua transformação regredir um pouco revelando um rosto humanóide que eu reconhecia de algum lugar, ele era um dos antigos lobisomens da academia que tinham ido embora. A criatura então pulou na minha direção se transformando em pleno ar e tentando abocanhar minha garganta, mas antes que ele se aproximasse concentrei todas as minhas forças no sangue que inundava o chão ao meu redor e fiz com que finos pilares de sangue congelado transpassassem a garganta, a cabeça e o tórax do lobisomem.

Senti minha cabeça girar e a minha vista escurecer, estava fraco demais e não podia mais me mexer, ou eu descansava agora ou desmaiaria. Encostei minhas costas contra uma árvore e observei alguns combates que se sucediam não muito longe dali e um me chamou mais a atenção do que outros, meu pai enfrentava um lobisomem no topo da colina, um enorme e poderoso lobisomem que parecia ser um dos mais poderosos ali presentes, talvez um líder de tribo, pois eu não era capaz de imaginar ninguém tão forte para enfrentá-lo na sua forma parcialmente transformada e com suas asas monstruosas saindo das costas.

A lua cheia brilhava no topo da colina com mais intensidade do que eu nunca havia visto antes, como se ela estivesse se aproximando cada vez mais da Terra para observar a guerra que se seguia ou talvez para consolar seus supostos filhos, os licantropos. Naquele momento olhei para os corpos ao meu redor e que cobriam toda a colina e uma memória sobrepujou a minha visão, eu já tinha visto aquela cena antes... num sonho.

Tentei me mover em direção a colina, as imagens daquela criatura monstruosa surgindo por detrás dela me fazia tremer e eu podia sentir que ele estava vindo, não sabia o porquê, mas dava para sentir ele vindo e eu sabia que não era o único. O ar da colina estava mais frio que antes, a lua brilhava com ainda mais intensidade e toda a realidade parecia tremer como se ele estivesse vindo de outro mundo, era tanto poder que a aura de meu pai parecia apenas uma pedrinha na frente de uma montanha e isso não me agradou.

Antes que eu pudesse sequer dar um passo meu corpo caiu no chão sem forças e então um rugido estridente fez toda a estrutura da montanha tremer. Meu pai e o lobisomem pararam seus ataques e encararam a sombra negra que surgia cobrindo o luar. O ser de asas enormes e pelos tão negros como a noite parou em cima da colina e encarou com seus olhos brilhantes os dois combatentes como se lembrasse vagarosamente daquilo igual a mim.

Meu pai e seu adversário instintivamente se ajoelharam como se seus corpos soubessem que não tinham chance contra o monstro. A besta negra começou a observar tudo ao seu redor como se não acreditasse que estava ali e então seus olhos se cruzaram com os meus e eu soube quem ele era, o maldito do caçador tinha finalmente aparecido.

Antes que eu pudesse processar o caçador já estava na minha frente me encarando com aqueles olhos bestiais e emanando tanto poder que me fazia continuar no chão, algo que não era difícil tão fraco que estava, mas isso era só para apaziguar meu orgulho que ano me deixava assumir que mesmo estando com todo meu poder ele ainda fosse capaz de me derrubar só com sua presença:

–Demorou imbecil - assim que terminei de falar a criatura começou a se contorcer e tomou rapidamente a forma do caçador de sempre

–Os the killers ainda não chegaram então cheguei na hora exata - um arrepio cruzou a minha espinha, algo muito mais assustador do que o caçador havia chegado ao campo de batalha, um grupo de feras tão assustadoras que nem mesmo uma fera como aquela se igualava - Eles chegaram e não vieram sós

O sangue em meus vasos sanguíneos ardia e parecia se mover por conta própria na direção de algo além da floresta, como uma bussola apontando para o norte, mas meu sangue não apontava para um ponto cardeal, mas sim para o pai de todos os vampiros. O maldito do Caim tinha chegado com os the killers.

O caçador agarrou meu braço e me apoiou no seu ombro, seus olhos brilhavam sob o luar e ele me parecia absurdamente calmo mesmo estando próximo de enfrentar os monstros mais poderosos da pior equipe já projetada e que não pareciam vir com apenas o pai dos vampiros como companhia:

–Diga que não é só o meu sangue que está enlouquecendo - disse o caçador me carregando em direção aonde nosso sangue nos levava

–Parece que o pai de todos os vampiros e está nos chamando, não podemos simplesmente renegar um chamado dele

Podia observar meu pai se aproximando e de longe dava para ver a silhueta de lorde Ruthven e lorde Enlil vindo também e não muito longe minha adorável Anne nos seguia. Depois de caminhar bastante todos nós paramos a menos de trinta metros de uma figura esquelética e decrépita que tinha os olhos brilhando como duas bolas de fogo:

–Sejam bem vindos meus filhos e vocês também filhos da lua - disse Caim com uma voz gutural e lambendo os lábios vermelhos de sangue

Olhei para os lados e diversos lobisomens encaravam o pai dos vampiros, mas não era pelo mesmo motivo, eles queriam ir além e podia saber disso porque sentia o corpo do caçador tremer como se ele não pudesse ficar ali, como se algo mais importante estivesse ocorrendo a frente:

–Saia da frente pai dos vampiros - disse o caçador me passando para me apoiar nos ombros de meu pai lorde Vladmir que parecia também muito cansado e continuava com suas asas liberadas

–Não posso permitir isso hibrido maldito, você não pode atrapalhar o combate que seguirá

–Você não vai ficar no meu caminho chupador nojento - os olhos do caçador brilharam como a lua e ele começou a crescer e pelos negros e asas atrofiadas começaram a surgir

–Você acha que pode me enfrentar? Não me faça rir, eu não gosto de rir

–Você não precisa se preocupar com isso então, quando eu começar a te bater rir vai ser o menor dos seus problemas

Por uma fração de segundo ambos sumiram da vista de todos e então uma onda de ar explodiu a poucos metros de nós jogando diversos monstros para longe. Golpes eram acertados com tamanha força e velocidade que poucos ali eram capazes de acompanhar o combate e antes que aquilo pudesse chegar a um minuto de duração um vulto negro correu para longe e a figura paralisada de Caim observava o caçador correndo para longe com uma velocidade tão grande que nem mesmo ele era capaz de alcançar.

O pai dos vampiros ainda estava surpreso por ter sido superado tão facilmente mesmo não tendo sido morto. Alguns lobisomens tentaram avançar também, mas com um simples movimento do braço Caim partiu todos eles com uma onda de ar cortante:

–Bem acho que isso não era tão importante assim, o combate principal já deve ter acabado mesmo - a voz do primeiro vampiro saiu com tamanha calma que ele parecia realmente não se importar com aquilo a não ser pelo fato de ter sido superado

–Acho que não está do nosso lado não é pai? - falou meu pai Vladmir e percebi que todos os senhores e senhoras dos vampiros já estavam lá

–Nunca estive meus filhos, estou do lado dos vencedores e nada mais

–E acha que os the killers irão mesmo vencer? - perguntou lorde Nosferatus cobrindo o rosto da própria luz da lua como se ela pudesse queimá-lo igual a do sol

–Não é obvio? Eles logo acordarão Babalathe e quando ele vier não haverá mais esperança, apenas um ser em toda a criação podia enfrentar o deus dos deuses e ele morreu na última guerra, a vitória é nossa

–Você realmente acredita que continuara vivo quando ele acordar?

–Mas é claro, eu o servi bem e quando eu oferecer meu sangue no seu altar quando a lua de sangue chegar ao ápice daqui a poucos instantes ele me recompensará com o titulo que sempre mereci e então meus tolos filhos eu gerarei uma nova e melhor prole para reinarem comigo na Nova Era

–Acho então que não devemos mais nada a você incluindo nossa existência - disse lorde Ruthven observando Caim com calma

–Está correto, mas você soa como se isso significasse algo mais

–É claro que significa, significa que não devemos mais ser submissos a sua vontade querido pai, quer dizer que matá-lo agora não será um crime tão grave assim

–Você realmente acredita ser capaz de me enfrentar criança?

–Você verá quando sua cabeça estiver em minhas mãos filho ingrato

O pai dos vampiros avançou e antes que notasse meu corpo tinha ido em direção ao chão e a única coisa que agora enxergava era diversos vultos se movendo e se chocando contra si. Os lordes finalmente tinha ido lutar contra Caim.

Senti duas mãos me pegando e me levando para próximo de uma árvore e observo Annie me ajeitando naquela madeira gelada, queria dizer que ela estava linda sob o lutar, mas com rosto agora coberto de sangue e visivelmente cansado era difícil dizer isso:

–Você vai ficar bem - ela disse ajeitando seus cabelos empapados de terra e sangue seco, vi aquilo como se ela tentasse consolar uma criança que tinha perdido seu brinquedo e senti muita raiva

–Não me importo em ficar bem, quero lutar - meus olhos brilhavam e sentia meu poder vindo, mas então um cansaço superior me acertou em cheio

–Você não pode lutar sem se alimentar antes

Assim que ela terminou de falar as cabeças de lorde Enlil e Lady Carmilla surgiram rolando pelo chão junto de pedaços de corpos que não deviam ser deles. Senti o cheiro de poças de sangue e antes que percebesse toda a parte acima do umbigo de Lady Bathory veio parar próximo de nós também, três dos lideres dos vampiros estavam mortos e mal deviam ter se passados cinco minutos de combate.

Senti mais cheiro de sangue fazendo minha fome aumentar, mas não mudando em nada meu cansaço que só crescia. Tentei mover meu corpo, mas ele tentava ficar o mais imóvel possível para poupar as energias que nem mesmo tinha. Antes que pudesse reclamar mais da minha situação sinto uma onda de vento tão grande que meu corpo voa para longe sendo arrastado junto da árvore que eu estava junto e sinto meu corpo se chocar contra o chão brutalmente.

Tentava me mover quando olho para o lado e vejo a cabeça de lorde Nosferatus ali, seu sangue ainda espirrava pela carótida enquanto gritos explodiam pelo local, eram os vampiros filhos dos lordes mortos queimando enquanto morriam, se o vampiro que te transformou morre você também morre e já que um dos lordes morreu todos que ele transformou morrem e por tabela todos os transformados por eles morrem e assim por diante até não restar ninguém. Se meu pai morresse seria o meu fim sem nem mesmo ter a chance de lutar.

Quando tento me mover de novo vejo o corpo de lorde Lestat surgir no céu carregando algo nos braços e então um frio absurdo domina meu corpo, era o corpo de Anne rasgado em dois pedaços que lorde Lestat tentava unir enquanto beijava os lábios sem vida dela.

Minha fúria cresceu a tal ponto que consegui de alguma forma me rastejar para longe do sangue dos vampiros que cobriam tudo e então parei de frente para o corpo de um lobisomem, o mesmo que tinha matado antes e que devia ser um dos lobisomens da academia e amigo do caçador. Lembro das histórias sobre vampiros que beberam sangue de lobisomem e o que aconteceu com eles depois, de como se tornarem bestas piores que qualquer lobisomem e que só paravam de destruir tudo no caminho quando eram mortos ou não tinham mais forças nem mesmo para manter seus corpos funcionando. Dizem que se beber o sangue do lobisomem você morre, mas outros dizem que não, dizem que ele é tão saboroso e viciante que quando o frenesi acaba você quer voltar pra ele e nunca mais bebe sangue de humanos ou animais porque apenas o de lobisomem é capaz de te satisfazer e então você enlouquece em busca dos lupinos.

Mesmo sabendo de tudo aquilo sinto minha língua passando pelo corpo sujo de sangue seco do lobisomem e então um arrepio estranho percorre o meu corpo, sinto minha vitalidade voltar como uma explosão e meus reflexos agarram um corpo que surge voando, a coxa dilacerada de um lobisomem que espirrava sangue pela artéria femoral, sangue que eu estava bebendo.

Minha vista estava vermelha, meus músculos tremiam, sentia asas tentando brotar de meu corpo, minhas artérias e veias parecem querer estourar, meu coração começa a bater loucamente e então a única coisa que consigo fazer é avançar.

Vultos vermelhos percorrem a minha vista, sinto minhas mãos constantemente acertando alguma coisa, gritos ecoando de longe enquanto pontos brilhantes surgem longe dali....

Quando finalmente dou por mim novamente estou a poucos metros de Caim que me encara com um sorriso nos lábios e a cabeça de lorde Ruthven em mãos como o lorde tinha prometido que faria com seu pai:

–Viram o que acontece com filhos ingratos? - dava para perceber o quanto aquele desgraçado queria rir por debaixo do seu largo sorriso e foi isso que ele fez logo a seguir durante bons segundos

O riso dele parecia mais o rugir de algum tipo de fera enlouquecida e por algum motivo naquele instante minha sede explodiu e senti meus lábios, boca e garganta queimando de secura além de algum tipo de cansaço brutal como se eu tivesse corrido durante quatro quilômetros sem parar e então tivesse parado bruscamente. Sentia-me tão fraco e indefeso quanto uma criança, mas tão faminto e sedento por sangue como nunca estive antes.

Antes que pudesse pensar em mais alguma coisa sinto minhas mãos rasgando alguma carne que eu nem tinha notado que tinha comigo e então deixei o sangue escorrer pela minha garganta. Novamente minha vista fica vermelha e agora me vejo avançando contra o pai dos vampiros. Socos vêem e vão de ambos os lados e quando percebo estou com a cabeça enfiada numa cratera, meu corpo dói, eu quero parar, mas a sede me força a procurar mais sangue de licantropo. Estava cada vez mais faminto:

–Momentos desesperadores pedem medidas desesperadas - disse Caim abrindo um largo sorriso - Você tem noção do que lhe vai acontecer por ter bebido o sangue dos lobisomens? Não sabe não é?

A única coisa que consigo fazer é gritar de dor, um grito rouco e grave causado pela minha garganta absurdamente seca. Minha cabeça começa a girar e instintivamente minhas narinas se percebem procurando não apenas por sangue, mas pelo sangue de algum daqueles lobos malditos, minha visão tinha ficado mais aguçada e também os procurava, minha audição, meu tato, meu olfato.... tudo parecia querer apenas aqueles malditos lobos:

–O que você fez foi suicídio rapaz - disse o pai dos vampiros me erguendo do chão e me encarando fascinado - Mas devo dizer que admiro seu ato por mais que não inveje sua burrice

Senti um arrepio percorrer minha espinha, alguma coisa estava vindo e confirmo isso quando vejo os olhos de Caim indo observar outra coisa e então espanto domina seu rosto:

–Ele está vindo antes do previsto - o vampiro mais velho do mundo parecia assustado como uma criancinha agora - Não posso permitir isso, se ele chegar cedo demais ele vai estragar tudo

Antes que eu pudesse entender o que está acontecendo escuto o rugido de alguma coisa, era tão alto e forte que senti a realidade tremer ao meu redor e então veio um calor infernal. Alguém muito poderoso tinha chegado. E então sinto meu corpo sendo jogado para não muito longe.

O barulho de tiros corta todo o local e então vejo o pai dos vampiros recuando com um tiro perfeito cravado no seu ombro, sangue escuro escorria do seu ferimento e ele parecia com muita raiva e medo:

–Quero todos vocês indo atrás dos malditos dos the killers agora! - não reconheci a voz que gritava na hora, mas podia sentir sua grandiosidade de longe

Quando percebo vejo duas figuras envolta em sombras se aproximando e percebo serem apenas os dois grandes lideres da ordem dos caçadores, John Winchester e Dylan Grimm. Ambos estavam com os rostos cansados como se tivessem acabado de voltar de uma guerra e pelo sangue que cobria o corpo de John sabia que ele tinha voltado de uma batalha nem um pouco interessante:

–Onde está Zan, Caim? - perguntou o líder dos caçadores com calma enquanto seus dedos desfilavam pela sua arma

–Está onde deve estar e vocês não irão atrapalhá-lo - disse o pai dos vampiros mostrando suas presas

–Não é nosso objetivo, quem vai acabar com ele já está indo para lá

Não sabia o que era pior, a sensação absurda de calor quando algum tipo de sombra passou por cima de onde estávamos ou o frio que explodiu logo a seguir vindo de algum lugar não muito longe. Sentia tanto o chão quanto o ar tremendo e antes que me desse conta podia ver uma enorme torre surgindo a algumas dezenas de metros de distancia, uma torre negra e toda quebrada onde chamas azuis brotavam de seus buracos iluminando tudo. Minha visão apurada e sedenta para achar um corpo de lobisomem viu algo em cima da torre, duas criaturas envoltas em mantos negros:

–Acredito então que vieram me parar, mas já é tarde demais - o vampiro mais velho soltou um longo riso - Nem mesmo o demônio será capaz de parar o ritual agora que a torre surgiu e nem vocês podem me vencer

–Eu até poderia - falou o caçador com calma e então se sentando no chão e então o outro líder se sentou ao seu lado - Mas por agora serei apenas um espectador, tudo que tinha que fazer já está feito, eu já cometi erros demais por uma vida e por hora vou parar

–E essa luta não é dos caçadores, mas sim nossa - disse Lorde Lestat se aproximando com meu pai e ambos irados de raiva com suas asas para fora e com seus elementos cobrindo seus braços

–Nós sabemos que matar você acabará com todos nós - disse meu pai com calma e fazendo um movimento para eu me erguer, mas não consigo - A não ser que possamos fazer o ritual e então herdarmos a sua posição

–Você me compara a um de vocês filhos ingratos, mas eu sou muito superior, nenhum de vocês pode se tornar o pai dos vampiros, ninguém pode executar o ritual comigo e se quiserem ter a certeza podem vir tentar

–Nós vamos, mas não se preocupe, mesmo que o ritual falhe nossa espécie não cairá por causa de um pai tão tolo como você

–O que quer dizer Vladmir? Fale mais, você sempre foi o melhor entre meus filhos, infinitamente melhor que seu pai e os outros lordes mais velhos

Lorde Lestat parecia visivelmente ofendido, mas antes que pudesse expressar algum sentimento meu pai ri e ataca o pai dos vampiros com força sendo seguido pelo outro lorde.

Queria poder achar mais sangue de lobisomem para saciar minha sede e voltar a lutar, mas simplesmente não consigo fazer isso e me vejo completamente imóvel e inútil. Vejo o pai da caçadora estúpida se aproximando aos poucos e então se ajoelhada ao meu lado me encarando:

–Você é a chave para ganharmos essa guerra - disse o líder dos caçadores me encarando com um estranho fascínio

–O que? - não conseguia entender tudo que ele dizia, mas mesmo assim sabia que era alguma tolice

–Digamos que o meu filho me mandou uma mensagem, um sonho na verdade, e sei muito bem o que os the killers anseiam hoje, eu sei os ingredientes também e sei que o pai dos vampiros é um deles

–E o que eu tenho a ver com isso?

–Você ainda não entendi, mas seu pai entendia e quando ele me falou sua história eu entendi perfeitamente

–Onde quer chegar, caçador?

–Você é a chave para se matar Caim, rapaz, e vai fazer isso não vai?

–Se eu o matar eu morro

–Não, não morre e vai entender isso quando o derrotar

–Como quer que eu faça isso?

–Com seu sangue, sei que se um humano beber sangue de vampiro ele usufrui de alguns dons por um tempo

–E daí?

–Daí que antes mesmo de você ser um vampiro você já bebia sangue de vampiro e por mais que já tenha sangrado ao longo da sua vida, perdido galões e galões de sangue enquanto bebia muitos outros o primeiro sangue que você bebeu ainda está ai

Esse papo de sangue do aumentava a minha sede e sinto vontade de matar o caçador ali mesmo, mas antes que faça algo sinto o sangue dele caindo dentro da minha boca por um pequeno corte que ele faz na própria mão:

–Você é nossa chance de ganhar isso jovem vampiro e espero que não nos decepcione

Antes que pudesse falar algo sinto suas mãos tocando minha testa e então algo começa a queimar dentro de mim e beber sangue de lobisomem não me parece mais tão ruim assim, o que quer que eu tenha bebido me parecia muito mais poderoso e perigoso:

–Sangue tem poder, sangue tem vida, sangue é o mais forte dos laços - falou o caçador quase como um ritual - Com esse laço de sangue eu o passo o dom da negação, o dom de negar qualquer coisa, incluindo seu sangue de Caim

Antes que eu entenda o que acontece me sinto cuspindo todo meu sangue para fora, todos os meus orifícios soltam sangue as espirros e sinto meu corpo secar como se fosse um balão furado. Quando tudo finalmente para e minha visão começa a escurecer sinto algo queimando dentro de mim e aquela sensação que já era minha conhecida a muitas décadas e que tinha esquecido como era, a sensação do poder proveniente do sangue sintético que fui forçado a beber durante a segunda guerra mundial.

Meu corpo começa a se levantar e quando noto tem o cadáver de alguma coisa perto de mim, era um maldito lobisomem. Rasgo sua garganta e sangue de morto começa a escorrer para dentro da minha boca, sangue frio e sem vida, mas era o que eu precisava. Jogo o cadáver para o lado e agarro outro que também era de lobisomem, era como se eles estivessem brotando aos montes agora que não os procuro mais e a sensação de seus poderes lupinos voltam a explodir dentro de mim:

–Somos só nós dois aberração - disse o pai dos vampiros se aproximando com a cabeça dos dois lordes na sua mão e gritos começaram a preencher todo o local, todos os vampiros do mundo estavam mortos, menos eu e Caim - Pensei que Vladmir tinha eliminado todos da sua raça quando o mandei, mas parece que um sobreviveu

–Algo que me diz que ele já previa algo como essa batalha e queria ter uma carta na manga contra você

–E escolheu logo você? - o vampiro riu e então sinto meu gelo surgindo, a fúria dos lobisomens parece não mais me afetar, mas seu poder ainda está queimando aqui dentro - Ele era realmente um tolo

–Veremos o tolo quando você estiver morto

–Vocês realmente se acham espertos não é? - o vampiro voltou a rir e encarou o líder dos caçadores - Vocês realmente esperam que nessa altura da guerra Zan fosse permitir que alguma desse errado? Vocês realmente acham que mesmo que esse pedaço de bosta criado pelo nazistas consiga me vencer que isso parara o ritual? Meu sangue já está com ele para o caso deu morrer

–Já esperava por isso - disse o caçador soltando um suspiro e limpando sua arma, o outro parecia num silêncio calmo até demais

–Então o que vai fazer?

–Nada, não há mais nada a fazer, se você diz que já deu seu sangue então acabou para nós a não ser que o jovem demônio cumpra sua missão, mas mesmo que ele não cumpra ainda assim sua cabeça vai rolar pelo chão hoje, você já foi um problema por tempo demais iguala a Zan

–Vocês realmente acreditam que ele tem chance contra mim?

Meu soco acerta em cheio a cabeça de Caim e vejo ele rolando pelo chão, me sinto mais forte agora, mais vivo do que nunca estive. Era quase como se alguma estivesse controlando o frenesi dos lobisomens, negando seu poder e me oferecendo apenas o que eu precisava:

–Você não vai me vencer - disse Caim rosnando com chamas cobrindo seus braços, ele estava vindo com tudo agora, com uma força que ele não utilizou nem mesmo contra os lordes

–Veremos - o gelo ao meu redor aumenta - Veremos!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews???



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vida De Monstro - Livro Três - A Guerra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.