Dois Dias antes de ir para praia

Pov. Yukimi

Estávamos eu Touya, Kei, Nanami e Ami no templo da terra. Estávamos sentados em volta da mesa da sala, arrumando os últimos detalhes para viajem, que eu não queria ir mas vou. Estavam todos muito animados, menos eu e Tomoe, que estava trancado em seu quarto.

– Sinceramente, o que é tão legal numa praia?- perguntei me fazendo de inocente

– Ah, é um lugar ótimo para passar o dia, é divertido... - ami foi cortada por kei

– E romântico- ela disse olhando para Nanami

Ela e Nekota riram e trocaram um olhar de cumplicidade. Eu revirei os olhos e entrei novamente na conversa.

– Gostam de romantismo né?-ri - eu não gosto, mas conheço muitas historias sobre essa coisa

– Sério?- Ami perguntou- conte uma pra gente- seus olhos brilharam- eu adoro ouvir histórias de amor

– N-não- eu disse meio nervosa- vocês não vão gostar dessa...

– Por favor- Nanami e Ami disseram juntas e começaram a me sacudir

– Ta ta!- eu disse brava

Ajeitei uma mecha de cabelo e comecei.

– Há muito tempo, num vilarejo simples de youkais... - fui interrompida

– Vai contar uma história de demônios que se apaixonaram?- Touya perguntou

– Vou, algum problema?

– N-não, continue- ele disse tentando esconder o medo de mim

– Bem, lá havia um garotinho, um youkai raposa- eu disse sorrindo- ele era o mais novo da aldeia, por isso não tinha muitos amigos

~ Flash back on, pov. autora~

Na época, estava ocorrendo uma grande guerra, os homens de todos os vilarejos foram obrigados a partir para batalha. Os garotos a partir dos dezesseis anos eram treinados e mandados para guerra, e as mulheres, crianças e idosos eram obrigados a viver isolados, dentro do vilarejo, sem poder passar dos grandes muros que foram construídos.

Aquele garotinho de idade entre seis e sete anos, estava cansado de ser zombado pelos maiores que estavam treinando, e saiu dos grandes portões floresta a fora. La ele encontrou uma menina, parecida com ele, cabelos curtos e brancos, olhos cor lilás escuro, ela também era um youkai raposa, por tanto tinha as mesmas orelhas e mesma cauda. Ele mesmo com medo da desconhecida a chamou para brincar.

A partir desse dai, todos os dias ele ia se encontrar com a garota para brincar. Um dia, começaram a chover, eles não sabiam o que fazer, então ele a levou para seu vilarejo, até sua casa. Sua mãe não entendeu, se assustou, porém foi levada a perguntar quem era a menina, ela apenas respondeu seu nome e idade. A mãe do menino perguntou quem eram seus pais, e ela foi obrigada a responder apenas a verdade.

– Tudo o que eu tenho é este colar- ela puxou de dentro do quimono uma corrente, com um pingente vermelho e com uma bela escrita, gravado "勇気"- eu não tenho pais nem casa

A mulher se comoveu. Sem saber o que fazer apenas abraçou a menina, e disse, que a partir de agora ela seria sua mãe, e aquela sua casa. Pois assim foi feito, a garota foi adotada pela mãe do menino, e eles foram criados juntos. Anos se passaram e a guerra não sessou.

Os adolescentes feridos chegavam aos montes, e as famílias já tinham a certeza de que não precisavam mais esperar seus familiares. O garoto e a garota, já haviam completado dezesseis anos, e ele teve que treinar para também partir para batalha. Porém a garota que nunca o considerou como um irmão, não queria perde-lo.

Mas foi preciso, ela não conseguiu convence-lo. Um dia antes de ele partir, lhe entregou um colar. Nela havia um pingente azul, gravado em bela letra "友情", ele havia feito somente para ela. E disse.

– Eu vou voltar pra você, por isso esse colar é o símbolo da nossa promessa- ele sorriu e colocou o colar na garota- tem que prometer assim como eu, que enquanto estivermos vivos, vamos proteger um ao outro como for

Ela assentiu, seus olhos cheios de lagrimas comoveram o sério rapaz. Ela o abraçou.

– Nós ficaremos juntos sempre não é? -perguntou ela

– Claro

Ele respondeu a abraçando mais forte. No dia seguinte, ele deveria partir, ela não queria deixar. Estavam todos os outros adolescentes já recuperados e ele, para ir para guerra, ele treinou para aquilo muito tempo, ele estava prestes a sair quando viu sua amiga correndo em sua direção. Ela se aproximou dele, e na ponta dos pés colocou uma corrente em seu pescoço, aquela, que era tudo o que ela tinha, e disse, que ele nunca deveria perder aquilo se ele realmente a amasse. Então ela o abraçou.

– E-estão todos olhando- ele disse totalmente corado se referindo, aos vários homens em volta o esperando para ir

Ela então se aproximou de seu rosto e o beijou, o primeiro beijo de ambos, fora muito delicado e feroz ao mesmo tempo. Eles se separam e então ela olhou o rapaz nos olhos e disse.

– Quem se importa com os outros?

Então ele sorriu, a abraçou e partiu.

~flesh back off~

Pov. Yukimi

– Foi isso, fim, eu disse que não gostariam- eu disse entediada

– Aaaaannnnnwwww!!- Ami e Nanami falaram

– Que coisa linda! - Ami disse

– É, é- eu disse

– Mas o que houve no final?- Touya perguntou

– Nem precisa perguntar- Nekota disse sorrindo se fazendo de esperta- ta na cara que ele voltou, e eles ficaram juntos como o prometido

– Na verdade, não- eu disse inocente- quando ele voltou, os guerrilheiros já haviam colocado fogo no vilarejo e não havia nada mais além de ossos e cinzas no local

Ami ficou chocada, e quase começou a chorar. Conseguimos acalma-la por sorte. Touya ficou bravo comigo por assustar a garota e me disse pra nunca mais fazer isso.

– Do que esta reclamando?- disse Tomoe que estava na porta escutando há tempos e ninguém viu- é a realidade, finais felizes não existem

Eu cruzei os braços e virei

– Tem razão- eu disse - tenho certeza que os dois pensavam diferente na época mesmo assim, porque ela quase morreu, e mesmo assim ficou tentando procura-lo, e teve que aprender a lutar sozinha

– A é? - ele se aproximou bravo de mim, e nossos rostos ficaram a poucos centímetros de distancia- não se esqueça da parte que ele também procurou ela por muito tempo! Mesmo sem saber se ela estava viva!

– É claro, mas depois ele preferiu viver de luxúrias enquanto ela foi obrigada a servir deuses!

– Luxurias? Ele se perdeu no meio da própria desgraça e foi servir deuses para esquecer o resto da vida!

Nós começamos a discutir como duas crianças, as meninas e meu master acharam estranho e ficaram olhando apenas.

– Ele conhece essa historia também?- kei sussurrou pra nanami

– Sei lá, acho que sim- ela sussurrou de volta- eles estão levando isso muito a sério

– Mas eu acho que falta coisa pra contar nessa história- ami disse em voz alta sem reparar

Nós dois paramos de brigar e nos viramos para eles, que foram para traz com medo. Ficamos sérios de repente, nos sentamos um do lado do outro de frente pra eles e dissemos juntos.

– É tem razão, tem muita coisa faltando ai- e nos encaramos