Vigaristas escrita por Juh, Amanda, Taís


Capítulo 29
Acionista


Notas iniciais do capítulo

Mais um, pessoal!!

Dedicamos esse capítulo à michellinha611, pela linda recomendação que recebemos! *---* A gente amou!! Obrigada todos que comentaram também!

A Taís responderá os comentários mais tarde, ok?

Boa leitura!



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Desesperada. Desmascarados. Boate. Uchiha. Roubo. Segura. Crédito. Democracia. Prometeu. Alvo. Armadilha. Sedução. Traidor. Interrogatório. Desafio. Bar. Azar. Ligações. Chave. Viagem. Lembranças. Recíproco. Velhote. Vizinha. Visitas. Divórcio. Sasuke's.

Este era o exercício psicológico que fazia sempre que precisava entender qual momento da minha vida contribuiu para que fizesse uma determinada escolha.

E eu podia sentir que estava prestes a ter de fazer uma...

 Só não imaginava que seria uma tão difícil e do mesmo sangue.

Eu me encontrava em transe, com o olhar congelado na gravura do cartão em minhas mãos. O toque do celular de Sasuke ecoava em minha mente, trazendo-me novamente a realidade.

 Encarei seu olhar que agora estava confuso, só me perguntava se estava mais que eu.

— Mas... COMO? — esbravejou ao celular. — Como permitiu que isso acontecesse, Naruto? — perguntou entre dentes sem dar chance de resposta ao loiro da linha, e desligou o celular jogando-o na parede. E se meu salto não o quebrou, agora acho que game-over para o bat-aparelho.

Sasuke passou as mãos em seu cabelo, pressionando as pálpebras dos olhos com força. Quando os abriu, seu olhar ultrapassou minha alma.

 Seria mesmo possível que ele estivesse mais perturbado que eu?

 Cheguei perto o suficiente para sentir sua raiva emanando através de mim.

— Não me esconde mais nada, por favor... — sussurrei colocando o cartão em sua mão, Sasuke o amassou sem nem mesmo olhá-lo.

E logo sua fúria estava sobre mim. Segurou meus braços, empurrando-me em direção ao banheiro.

— NÃO! ME SOLTA! — pedi tentando me opor, mas digamos que minha força estava abalada e não consegui fazer com que ele recuasse um passo sequer.

Então tive de usar minhas armas e me agarrei a ele, grudando como um chiclete.

— Pare com isso, Sakura! — disse me afastando.

— Então me conta!

— Não!

— Conta!

— Já disse que não! — esbravejou, empurrando-me para dentro do banheiro trancando a porta do lado de fora.

— Sasuke, pare com isso, já! — exigi e ele nada respondeu — Abra essa porta agora!

— ...

— A é? Que tal então aproveitar que estou aqui no banheiro e tomar um bom banho, hein? Tô precisando esfregar as costas, se é que me entende... — ameacei e nada dele se manifestar. — Não estou blefando não, meu bem! Vou lavar este desenho do mapa! — disse abrindo o chuveiro e fui colar o ouvido na porta para ver se ele voltava, arrependido. É...

Não rolou! Argh.

Depois de algum tempo, desliguei a merda do chuveiro, estava exausta e era presidiária dentro de um banheiro.

Até quando este idiota pretendia me manter aqui, hein? Não sei...

E nem consegui ficar acordada para ver.

Sabe o que me deixa indignada? Possessa da vida? Maluquinha? É gente que vive reclamando por dormir em sofás capengas. É...

 Sinto repulsa por este tipo de pessoa.

 Gostaria que experimentassem dormir numa banheira onde o seu maior conforto é conseguir esticar os pés, mas não vai fazer, pois seu corpo está totalmente travado e dolorido.

 Aposto meu vestido amassado e meu colar, que essa pessoa nunca mais vai reclamar de quando na madrugada ia se virar e caia com tudo no chão.

É um absurdo, uma injustiça, essa tal pessoa medonha voltar a reclamar do velho e bom sofá, que certamente era uma cama King Size, perto disso. Se é! Argh.

Os raios de Sol já ultrapassavam a janelinha do banheiro, atingindo meus olhos, quando escutei o barulho da fechadura sendo aberta. Sim, o som da liberdade!

Sasuke adentrou no banheiro, e eu me encolhi na banheira, já que não tinha mais forças para voar e arrancar todos os fios daquele cabelo liso e sedoso.

Ficou parado na porta, encarando-me por um tempo, e eu abracei meus joelhos ficando na ponta da banheira, sem me mover ou olhá-lo, apenas encarando o chão.

 Ele, de repente, começou a se desfazer de seus sapatos e não pude acreditar quando o vi entrar na banheira, sentando-se na outra ponta, de frente para mim.

Olhei para ele e voltamos ao ponto em que eu fico confusa e ele com ar de perturbado.

Ele estava relutante com algo. Passou as mãos no rosto e cabelo, como se estivesse a ponto de cometer o pior erro de sua vida e depois voltou a me encarar com aquele olhar negro e misterioso.

Será que ele pode parar de me olhar e agir assim?

Desse jeito eu não consigo sentir raiva dele... Droga!

Golpe baixo, Sasuke!

Ele suspirou pesadamente antes de falar.

— Eu vou te contar tudo, mas se você abrir a boca para outra pessoa, eu acabo com você, me entendeu? — ameaçou entre dentes, quebrando completamente todo o clima anterior. Sasuke bate o record dos records em estragar os momentos fofos.

Apenas assenti com a cabeça.

Depois de outro suspiro pesaroso ele continuou.

— Asuma, Jiraya, Shino, Tenten e muitas outras vítimas anteriores tinham a mesma coisa em comum, além dos golpes. — começou e riu sem humor.

 Ajeitei-me na banheira para prestar atenção em cada palavra sua. Mais do que nunca ansiava por respostas.

— Enquanto os meninos os chantageavam, Kiba e eu oferecíamos ao mesmo tempo uma boa quantia no valor aproximado da chantagem. É claro que eu oferecia menos, para conseguir lucrar o final. Oferecíamos o dinheiro para comprar as ações que a vítima possuía. Facilmente elas aceitavam minha oferta, pois eram pressionadas pelos rapazes. Não fizemos isso com todos, Asuma, por exemplo, nós não o chantageamos. Ele simplesmente aceitou me vender as ações, sem objeções e sem eu precisar usar os outros métodos. — disse dando uma pausa para outro suspiro, fitando o nada.

 — Como havia dito, essas pessoas tinham algo em comum, as ações. Juntas possuíam cinquenta por cento nas ações da empresa Uchiha, Sakura. E é a partir daí que entra o herdeiro e sócio majoritário da empresa, Itachi Uchiha... Meu "irmão". — disse como se cuspisse a última palavra.

— Irmão? M-mas... — fiquei sem fala, certamente meu queixo iria ao chão se eu abrisse a boca novamente.

— Na noite em que fugi de casa, minha mãe me revelou tudo. — continuou ainda fitando o nada, parecia voltar no tempo, relembrando. — Meu pai, Fugaku Uchiha e minha mãe eram primos distantes, se apaixonaram e se casaram, logo veio Itachi. Quando meu avô morreu, Fugaku assumiu a empresa, dedicando-se totalmente em cada vez encher mais o rabo de dinheiro. Tornou-se um homem de negócios frio e ganancioso, deixando de lado a família. Cansando-se do casamento e grávida de mim, minha mãe pediu o divórcio, mas talvez pela época e pela família ser muito tradicional e conservadora, Fugaku negou, prendendo-a em casa. O divórcio além de ser uma vergonha, significaria desembolsar uma boa parte de sua riqueza que também era de direito a ela. Numa noite, ela decidiu fugir, levando Itachi consigo, mas o velho mandou seus capangas atrás deles. Eles conseguiram os trazer de volta, e minha mãe fora ameaçada de morte. Ela conseguiu fugir novamente, deixando meu irmão. Fugiu para Inglaterra onde eu nasci, quando tinha dois anos nós retornamos à America. Um tempo depois, ela se casou com o pai de Karin e me escondeu a verdade por anos. Quando minha mãe soube através dos jornais que meu pai havia falecido, foi atrás do meu irmão na esperança de poder contar-lhe todas estas coisas, mas o mesmo a esnobou, tratando-a pior que um mendigo. Foi por isso que fugi de casa, ela queria que eu fosse atrás dos meus direitos de filho! — disse sorrindo irônico com um olhar raivoso. — Correr atrás dos meus direitos, Sakura? Eu vivi na merda, na miséria por causa desse velho miserável! Você sabe o que é passar por isso, e depois descobrir que tem uma puta de uma família bilionária e um irmão que viveu esse tempo todo na desfrutando do dinheiro que também lhe pertence? Me ferrei muito na vida e aquele desgraçado ainda teve coragem de escorraçar minha mãe! Sequer ouviu o que ela tinha a dizer! Será que ela achou mesmo que eu recorreria a justiça, para provar que sou daquela merda de família?

— Seria tudo mais fácil... Um exame de DNA e a metade de tudo seria tua!

— Enquanto aquele filho da mãe limpava a bunda em notas de cem dólares, eu planejava todo o meu plano. Vivo pelo dia em que destruirei todo aquele império, tijolo por tijolo. Não quero a metade de nada, Sakura... Eu quero tudo! Itachi tem que provar o gosto amargo da vida que eu vivi. Farei uma troca com o meu irmãozinho... — disse num tom sombrio e eu me assustei um pouco, senti até mesmo um nó na garganta.

 Não chegava a ser pena, mas... Tinha vontade de consolá-lo, confortá-lo, esmagar o cheiro de vingança que se instalou no ar que partilhávamos.

Sem pensar duas vezes, aproximei-me dele. Deitei-me entre suas pernas, apoiando minha cabeça em seu peito.

Sua mão vacilante pousou a minha volta.

 Ergui meu rosto em direção ao seu e rocei meu nariz ao dele, afagando seu rosto enquanto sentia sua respiração contra o meu.

— O que está fazendo? — perguntou com uma nova feição que ainda não conhecia.

— Estou me despedindo. — respondi, levantando-me da banheira e fui até o quarto a procura de alguma roupa.

Precisava me trocar e dar o fora dali. Eu não podia ficar...

Não mais.

Entrei nessa por dinheiro e não estava nos meus planos me deixar afetar por Sasuke. Não posso sair machucada dessa história. Sasuke é a prova de que, quando machucadas, as pessoas revelam o pior de si.

 Estávamos visando coisas diferentes, e só eu não percebi. Sasuke não se deixou envolver como eu, seu foco sempre esteve em seu plano, em sua vingança.

Agora compreendo seu beijo e da Tenten, nem consigo mais sentir raiva disso, porque ficou claro que ele não estava se importando. Sasuke só vê vingança. Não há espaço para traição. Nunca houve espaço para mim. Nunca houve.

Ele tentou me avisar de todas as formas.

E eu só preciso reaprender, de que o dinheiro era a única coisa que importava.

Sim... Este era o meu foco.

— Não pode ir agora. — disse Sasuke adentrando o quarto.

 Peguei um vestido preto básico que saltava da mala, virei de costas para Sasuke e sem me importar, ou me envergonhar, comecei a me desfazer do vestido vermelho e abarrotado, puxando-o sem dó para cima.

Sentia o seu olhar nas minhas costas e preulas, ainda tinha sim uma coisa que me impedia de ir embora o quanto antes.

Tapei meus seios com as mãos enquanto ele pegava uma câmera digital.

 Voltei a me virar de costas e ele afastou os cabelos que se desprenderam do coque caindo em minhas costas.

 Suspirei, pois aquele foi seu último toque, em seguida vieram os flash’s.

— Já não cumpri meu papel na tua lista de coisas a fazer, Sasuke? Pronto! As missões acabaram, acho que é a hora perfeita para eu me mandar. — argumentei, colocando o vestido que havia separado às pressas, e ajeitando meus cabelos. Depois me voltei para mala que não havia terminado de fazer.

— Acontece que eu preciso de você. — confessou e eu o encarei. — Todas as ações estão em seu nome, você é a segunda acionista.

— Passarei todas para o teu nome, não é o que pretendia?

— Sim. Mas as coisas mudaram... De alguma forma que não entendo, todas as vezes que tento te manter fora de meus assuntos, acontece algo que me força a mudar de ideia. — disse parecendo irritado.

— O que é agora? — perguntei sem ânimo.

— Você o conheceu. Naruto viu a insistência dele com você, e... Queremos usá-la para conseguirmos a outra metade da empresa.

— O QUÊ???

— É arriscado, mas... Tenho que reconhecer que é a melhor opção que temos.

— Então pulem para a segunda opção. Eu estou fora! — disse concentrando-me em minhas roupas.

— Vai ser por pouco tempo.

— NÃO! Eu só me ferro nos teus joguinhos, não vou mais compactuar com isso. Vou embora, Uchiha! — murmurei, puxando minha mala em direção a porta e joguei-a escada abaixo. Descendo os degraus nervosamente, assim que cheguei embaixo, peguei a mala do chão arrastando-a.

— Fique. — pediu Sasuke atrás de mim e eu o olhei.

— Não tenho mais motivos.

— 500 mil dólares. Eu pago! Te pago para ficar! — propôs Sasuke e eu quase enfartei.

Ele estava mesmo fazendo isso?

— E-eu não posso..

— Ah, qual é Sakura, você não queria um bom motivo? Estou te dando quinhentos mil deles. — ele disse e eu engoli o nó na garganta.

 Claro que eu queria ficar, mas estava decidida a não voltar atrás, mas... 500 mil dólares? É de se pensar!

Suspirei encarando-o.

— Por quanto tempo? — perguntei.

— Um mês. — estipulou.

— Certo. — aceitei. Argh.

 Maldito Sauske! Mal havia aceitado e já estava arrependida de ter cedido.

Ele sorriu de canto vitorioso e segurou minha mão livre, arrastando-me pra bat-caverna, e vejam só... Os bonitinhos todos lá, sentadinhos, brincando com bombas e armas.

— Sabia que iria ficar... Essa é a minha Sakura! — Naruto disse sorrindo.

— Não se preocupe rosada, vamos te ajudar a se infiltrar... — disse Sai sorridente.

— Não fique nervosa... Vai dar tudo certo. — disse Shikamaru.

— Pode parando! Não estou preocupada e nem nervosa! Estão malucos, é? — perguntei, afinal, parecia que estava prestes a ser enviada para uma guerra no Vietnã.

— Deveria ficar... Se Itachi sonhar que é uma espiã, que faz parte de uma equipe que pretende roubar até o último tostão dele, certamente morremos! Todos nós! — disse Gaara sorrindo divertido.

Senti um medinho. Mas já passou.

— Tem algo... Que eu realmente gostaria de perguntar a vocês! — disse e todos me olharam ansiosos. — Se são todos formados e tem uma profissão... Por que raios decidiram virar ladrões?

Está aí algo que sempre quis saber!

Neji me olhou com um sorriso pilantra nos lábios e se manifestou.

— Sabe o que acontece com as pessoas que transam? O governo dá camisinha!

— Sabe o que acontece com quem já transou, sem usá-la? — perguntou Sai. — O governo dá a pílula do dia seguinte!

— Sabe o que acontece com quem transou sem camisinha, não tomou a porcaria da pílula, engravidou e teve um filho? — perguntou Shikamaru. — O governo dá o "bolsa- família"!

— Sabe o que acontece com quem transou, não se preveniu, teve um filho que resolveu virar bandido e foi preso? — perguntou Gaara. — O governo dá o auxílio reclusão!

— Todo presidiário que resolveu dar cria, recebe uma quantia mensal "por filho". — disse Naruto.

— Agora experimenta estudar e andar na linha para ver o que é que te acontece. Salário mínimo e causas atrasadas na justiça! — concluiu Neji.

E eu fiquei ali de boca aberta fitando os revoltadinhos, enquanto Sasuke balançava a cabeça.

 Logo começou uma discussão entre eles, sobre qual das profissões ali envolvidas era a mais importante. Resolvi sair dali para o Lee poder participar abertamente da discussão.

Assim que subi, escutei a campainha tocar.

 Abri a porta e dei de cara com uma caixa grande e vistosa.

 Corri com ela para o quarto a fim de saber o que tinha lá dentro.

 Seria outro vestido???

Infelizmente não.

Eram lenços e mais lenços. Lenços de marca cara, reconheço. Mas para que é que eu ia querer isso?

Comecei a tirar todos aqueles paninhos perfumados da caixa a fim de achar algum cartão. E tinha um no fundo da caixa, sem remetente. Abri mesmo assim...

"Ficarei desapontado se não comparecer hoje, as 15:00 hrs em minha casa. Já sei de tudo... Sakura Haruno."


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Notas finais do capítulo

Antes de mais nada, aviso para vocês que a fic não termina no capítulo 30, prevemos mais uns 5 capítulos, talvez 6. E descartamos a possibilidade de uma segunda temporada, temos uma fic para terminar e estamos maluquinhas e cheias de ideias para escrever uma nova fic. É isso.

Ah, aquele discurso dos meninos são baseados nas leis do Brasil, ta? Relevem, por favor!

O que vocês acharam desse capítulo? Saciamos a curiosidade de vocês em relação ao passado do Sasuke??? Queremos comentários, recomendações!

Beijos e até o próximo!