Conta-se que uma garota linda e atraente se apaixonou por um carinha sem coração. Ele não sabia, mas daí ela fez o favor de ficar bêbada e falar isso para ele através de uma mensagem de voz. Quando retornou à consciência, acabou escutando a declaração que até então nem sabia que pudesse existir, e como sempre, aquela pobre jovem se ferrou.

Não, não é um capítulo narrado pelo Sasuke, ele é o contador de lendas, e essa nem é uma lenda. E a garota linda e atraente da historinha, por um acaso, sou eu!

— Mas que merda! Olha o que você fez no meu celular? — esbravejou Sasuke, inclinando-se para pegar do chão o celular que estava embaixo do meu salto.

— É que ele não queria me obedecer... Tive que fazer isso.

— Devia fazer o mesmo com a sua cara! — resmungou.

— M-Me desculpe, tá? É que... Você não ouviu nadinha, né? — perguntei receosa.

— E por acaso sou surdo? — perguntou-me sério. Droga ele ouviu!

— E-eu nem sequer lembro disso, e eu estava completamente...

— Bêbada. — interrompeu-me, concluindo minha fala.

 Suspirei de alívio.

— Isso mesmo! Bom... Eu jamais diria algo assim... Você sabe...

— Sim, eu sei. O primeiro mandamento da "Mamãe", amor não existe! Já sei ,Sakura.

— Olha, você está bem espertinho, hein. Realmente não existe amor, tudo é interesse. Passou no teste! — disse sorridente e ele revirou os olhos.

— Só me responda uma coisa — pediu, enfiando seu celular que por sinal ainda estava vivo, no bolso.

— Claro que sim, querido. O que quiser! — disse sarcástica.

Na verdade, eu pretendia parar de falar com ele, e era exatamente isso o que vou fazer assim que ele se esquecer do recente ocorrido. Enquanto isso, vou colaborar para o meu próprio bem.

— Estava pensando nos seus próprios interesses quando pegou meu livro parar ensinar Konohamaru a ler? Quando deu um videogame a ele? Quando pediu para o Naruto abrigá-lo em sua casa? Quando, estranhamente, quis protegê-lo de mim? Ou quando deu nossa aliança para ele? — Sasuke bombardeou as perguntas que me atingiam em cheio, como socos com cacos de vidros... Acertando meu orgulho e rasgando minhas razões.

Bem, eu não havia pensado em nada disso... Eu simplesmente tive vontade de fazer. Por que é que esse idiota estava jogando essas coisas na minha cara, hein?

— O que você quer, hein Sasuke? Por que está jogando estas coisas na minha cara? Eu já falei que quando disse isso eu estava completamente chapada... Eu costumo dizer estas coisas sempre que encho a cara! —me defendi.

— Olha as coisas que você diz! Até parece que todas as coisas que fez por Konohamaru são ruins, vergonhosas! Em que mundo você vive? E ainda por cima se gaba sobre ficar "chapada". Você não tem hábito nenhum de beber, idiota. É como se precisasse se alcoolizar para dizer coisa com coisa! — disse, ofendendo-me por completo.

 Ele está mesmo me chamando de hipócrita? Eu?

Está dizendo que não entendo de bebidas? Euzinha?

E que não digo coisa com coisa? Como assim? Argh.

— Olha aqui... Cerveja como fala as coisas, Sasuke Uchiha, você não me conhaque! — disse apontando o dedo em direção ao seu rosto — Você não sabe de onde eu vinho, por isso não me campari com qualquer rum, tá me entendendo?! — encarei-o.

— Esteja pronta até às oito. Vou sair e voltarei para te buscar. — deu de ombros saindo do quarto.

— Ei, Sasuke, volte aqui! Não terminei de falar!

— O que é agora? — perguntou parando irritado na porta.

— Quero te avisar que a partir de agora não estou mais falando com você. E é oficial. Se pensa que esqueci os fatos da noite passada está enganado, querido! Então não me dirija à palavra, a menos que queira levar um gelo. É isso, pode ir... — dei o recado e ele revirou os olhos saindo do quarto.

É isso aí, sou má. Não suporto essas mulherzinhas que facilitam as coisas para seus maridos indisciplinados. Preciso domar o Sasuke. Ele não pode pensar que me tem nas mãos. Não mesmo!

Massageei as têmporas lembrando da gravação. Onde estava com a cabeça Sakura? Argh. Para completar, ergui o olhar em direção ao closet e...

Acabou de acabar a pausa do momento “Não tenho roupa para vestir”, e lá vamos nós a nova jornada da minha vida: o que eu vou usar!!

Olhando aquela muvuca, fiquei pensando, se eu, linda e ciumenta sofro, imagina as feias? Céus, o desespero comia solto dentro de mim.

 Cacei naquela montanha de roupas algo dentre algodão, seda, e cetim, algum vestido que prestasse, mas no meio de todos aqueles trapos de tecidos finos de marcas caras, não encontrava nada para usar. Nem mesmo um daqueles que eu nunca havia usado! E o pesadelo só estava começando, porque além de não ter roupas, não tinha sapatos e nem joias!

Contar só com a beleza física não dá, ué! Posso chorar?

Quando já me faltava forças e vitamina C no sangue, eis que me surge uma brilhante ideia... Chamar o socorro social.

Com toda certeza elas não têm o bom gosto e nem a solução dos meus problemas fashions no armário, mas três cabeças pesam mais que uma, né?

Disquei os números do celular de Ino, clamando por um Help.

— Minha nossa, Sakura, um furacão passou por aqui? — Ino perguntou adentrando no quarto junto com Hinata.

— Sim, ele passou levando meu glamour e vida social juntos! — choraminguei.

— Ei, acalme-se, o que aconteceu? — Hinata perguntou olhando o chão, assustada.

— Vai acontecer uma festa e eu não tenho o que vestir!

— Mas e todos esses vestidos caros? — questionou Ino, segurando um vestido Prada ridículo com admiração.

 Ela é cega, é? ONDE ESTÃO OS VESTIDOS?

— São trapos que eu já usei!

— Trapos que as atrizes usam no Oscar, isso sim! Chega de drama...

— Ino! — Hinata a advertiu. — Olha Sakura, nós vamos te ajudar a ir belíssima nessa festa. Se você diz que não tem vestido, tudo bem. Nós faremos um belo penteado em você e uma bela maquiagem que ninguém vai notar o fato do seu vestido ser “simples”, porque não vão conseguir desviar os olhos do seu belo rosto — tranquilizou-me e eu concordei, não tinha escolha mesmo.

Sorte a minha que eu não sou só mais um rostinho bonito...

Sou um corpo também.

As meninas começaram a vasculhar meus cremes, pentes e maquiagens enquanto eu contemplava a maloca, decidindo qual seria meu modelito em pensamentos.

 E sim, registrei mentalmente que essa bagunça vai para conta de Sasuke! Ninguém o mandou abrir a porta da minha parte do closet e libertado minhas roupas que estavam presas em nome da moda, que queriam passear pelo quarto!

 Ele que vai arrumar tudinho, rum!

Fomos interrompidas quando alguém bateu na porta do quarto. Estranhei, pois Sasuke havia dito que só voltaria à noite, mas era Naruto com sua mania de achar que pode adentrar à casa dos outros sem tocar a campainha e sem avisar.

Ele havia acabado de chegar do trabalho e ainda usava sua farda, estava com uma caixa grande e chique em mãos.

Percebi que Hinata estava corada, com certeza deve ser o calor que toda essa busca por um vestido inútil causou.

— Oh, desculpe-me atrapalhar as senhoritas. Não sabia que tinha visitas, Sakura! Serei breve e não perguntarei o furacão que passou neste quarto! Só vim avisar que também vou a festa e... — Naruto tagarelou todo desconcertado, sem graça por estar nos atrapalhando. Coçou a cabeça e estendeu a grade caixa para mim. — Ah, isto aqui é para você...

Peguei a grande caixa estendida em minha direção, desatando o laço vermelho e abrindo-a.

À primeira instância quase tive um mini ataque cardíaco, mas tirei forças do além para não desmaiar, pois não iria conseguir desfrutar do presente.

 Contudo, minha segunda reação foi a tremedeira, a perca da fala e a constatação da tese de que toda partícula que voa sempre encontra um olho aberto.

 Maldita irritação nos olhos que causaram a lágrima!

E a terceira e última reação foi a gratidão. Mamãe me ensinou a sempre agradecer quem nos beneficia.

Sendo assim, voei para os braços do loiro. Estava parecendo uma maluca, mas não me importei. Enchi-lhe de beijos e abraços apertados, e mais beijos, mais beijos... Na bochecha, é claro!

Sim, o motivo de toda aquela felicidade repentina foi graças ao meu fada madrinha, Naruto!

 Dentro daquela caixa, algo iluminou minhas vistas, fazendo entrar mais cistos em meus olhos...

 O vestido vermelho belíssimo pelo qual eu havia derrubado litros de baba quando fui comprar um biquíni certa vez, estava ali diante de meus olhos...

M-mas como?

 Alguém me beija porque acho que estou sonhando!

— Você salvou minha vida, Naruto!! Te devo minha alma! — disse pulando de alegria.

— Se toda vez que eu lhe fazer o favor de pegar a encomenda e assinar a nota fiscal for assim, acho que vou fazer isso sempre, só para receber seus beijos como recompensa! — comentou e eu quase tive outro surto. Mas hein?

— O quê? Como assim? Está me dizendo que não foi você... — estranhei.

— Infelizmente, sim! Mas se você quiser finjo que foi eu, sem problemas, hehehe... — ele disse sorrindo sapeca.

— Ué, mas se não foi você... — parei para pensar um pouquinho.

 Analisei tudo a minha volta e me permiti ter um flashback. A única pessoa que estava comigo quando vi o vestido foi o...

Não pode ser!

Ino e Hinata confirmaram com a cabeça como se estivessem lendo meus pensamentos.

Meu queixo foi ao chão.

— Sasuke?

Humm... Isso por acaso é um pedido de desculpas?

 Vasculhei a caixa a procura de um cartão, mas nada. Se aquele homem acha que pode me comprar com esse vestido maravilhoso, de tecido maravilhoso que tem um corte maravilhoso, de grife maravilhosa... ele está totalmente, absolutamente, irrevogavelmente...

Ei, espera aí, olha só? O vestido tem uma abertura maravilhosa na parte da coxa que vai até o pé! Deixará a mostra minha perna torneada.

 Amei!

 Voltando...

Se o Sasuke pensa que pode comprar meu perdão com este vestido, ele está...

Suspirei pesadamente.

Certo!

Oh, não, não, digo, ele está errado!

O vestido que está certo e perfeito em mim. É. Não vou perdoar não!

— Sakura, é maravilhoso!! — Hinata e Ino postaram-se cada uma de um lado meu para admirarem o vestido.

— Sasuke tem bom gosto. Vai ficar lindo em você, é o seu número!

— É a minha salvação! — completei tentando não babar.

— Bom... É... Então, é... Tô indo. Vejo você mais tarde... Tchau — Naruto disse desconsertado, saindo do quarto, nem parou para escutar o tchauzinho tímido e baixo de Hinata.

Okay, problema fashion mais que solucionado, então vamos a produção.

 Enquanto eu tomava um banho relaxante cheio de sais e pétalas de rosas, dignos de uma Haruno, as meninas escolhiam um sapato para mim.

Depois, foi a vez de fazer as unhas e cabelos. E como em todos os momentos, eu estava distraída.

O fato de Sasuke ter me comprado o vestido não saia da minha cabeça, principalmente porque num momento de sua vida agitada, ele se lembrou de mim!

 Lembrou-se da vez que eu fiquei deslumbrada por um vestido caro. Talvez aquele momento não tenha sido tão insignificante para ele quanto pensei. Sei lá.

Imaginei várias hipóteses para ele me presentear, mas no fim, fiquei com a das desculpas.

Hinata fazia escova em meus cabelos, e Ino uma super maquiagem em meu rosto. Eu pedia para que ela não exagerasse e não fizesse uma maquiagem muito forte igual as das dançarinas da boate. Afinal, não queria fazer cosplay do coringa na festa. Quando finalmente ela terminou a maquiagem, foi ajudar a Hinata a fazer um penteado em meus cabelos.

As duas tiveram um tremendo trabalho e reclamaram pelo fato de meu cabelo ser longo e difícil de arrumar, mas no fim deu tudo absolutamente certo.

Elas me fizeram um coque um pouco frouxo, com uma mecha solta. Só faltaram chorar pela obra prima que fizeram, e só faltei matá-las quando me impediram de me olhar no espelho. Disseram que só na hora que eu estivesse completamente pronta. Argh.

Coloquei meus brincos de ouro que herdara de mamãe, e Ino me ajudou a fechar o vestido. Coloquei minhas sandálias e peguei uma bolsa de mão que Hinata escolhera.

 As duas voltaram a chorar quando me levantei para olhar no espelho e tive uma forte constatação...

 Eu estava tão bonita, que me olhei no espelho e até reflexo começou a me aplaudir!

O vestido longo caíra ótimo em meu corpinho perfeito, eu estava deslumbrante!

Todo esforço e fios de cabelos perdidos valeram a pena quando olhei aquela figura magnífica no espelho!

Dei meu último toque, passando meu anti Sasuke, antes de descer para sala. As meninas espiaram lá embaixo e disseram que todos já estavam me aguardando.

Suspirei antes de descer as escadas, a cena já vinha em minha mente, era inegável!

Assim que surgisse na sala, iria capturar todos os olhares para mim, inclusive o de Sasuke, era óbvio.

Eu estava linda demais para passar despercebia. Então segurei no corrimão para auxiliar minha descia, as garotas desceram na frente anunciando minha chegada.

 Desci lentamente degrau a degrau, e sorri ao ver os olhares dos meninos, Naruto que estava ótimo em seu traje, Neji e Sai também, Shikamaru segurava uma câmera e também estava ótimo, já Gaara e Lee, ao que parecia não iriam a festa, mas estavam ali, me admirando...

Cacei o olhar de um certo alguém, mas não o encontrei no meio dos marmanjos. Assim não tem graça!

— Você está linda, rosada. Amei o cabelo, ficou sexy! — comentou Sai. Fofo.

— Nada mal, hein — Gaara disse. Vou considerar como um elogio.

 Neji assobiou para mim quando desci, Naruto sorriu de canto e Lee tímido cochichou no ouvido de Gaara.

 — Lee disse que você será a mais bonita da festa. — disse e eu sorri para Lee. Ele não fala comigo por medo de se apaixonar, super entendo.

— Você terá que estrear minha câmera, Sakura. Pose para uma foto... — pediu Shikamaru mirando a câmera em mim, apenas sorri fazendo pose. Quando ele bateu a foto, fui conferir a beleza que saiu quando ecoou uma voz forte e rouca atrás de mim.

— O vestido lhe caiu perfeitamente, vejo que acertei o número.

 Virei num pulo, encarando Sasuke que estava mais bonito do que nunca num smoking preto que lhe coube perfeitamente.

 Ia responder, mas lembrei que estava de mal com ele.

— Naruto, querido. Você pode me fazer o favor de dizer ao Sasuke que este simples vestido até que me caiu bem, o contrário de quando eu o recebi. — disse a Naruto para que repassasse para o Sasuke.

— Lee, pode fazer o grande favor de passar a mensagem da Sakura para o seu amigo aí... — Naruto disse entre dentes fazendo cara de emburrado. Bom saber que ele está dando um gelo no Sasuke junto comigo.

— Eu estou ouvindo, seus idiotas! — Sasuke resmungou.

— Naruto, querido, então diga ao Lee para dizer ao Sasuke que agradeço o presente, mas não aceito as desculpas em forma de vestido! — disse a Naruto.

— Lee, você pode repassar para o seu amigo aí? — pediu Naruto a Lee que estava todo confuso, e mesmo assim foi sussurrar no ouvido do Sasuke, ou pelo menos tentou.

— Não precisa me contar, não estou surdo, Lee — reclamou rabugento como sempre. — Até você, Naruto? Partilhando do ódio e infantilidade de Sakura?

— Lee, diga ao seu amigo aí, que não era para ele ter agido daquela forma na boate! — reclamou e Sasuke revirou os olhos, voltando-se para mim. Lee confuso, foi sentar-se ao lado de Ino no sofá.

— O vestido não é um pedido de desculpas, uma vez que quem está errada é você. Mas, se quiser ficar com essa infantilidade para sempre, acho que terei de devolver a joia que comprei para minha esposa... — ele disse dando de ombros, tirando uma caixinha preta do bolso e sorrindo vitorioso. O maldito era esperto mesmo. Droga!

 Mas sou durona!

— Lee, diga ao Sasuke que... — olhei para aquela caixinha que ele acabara de abrir.

 Saco.

Ele venceu!

Virei o rosto.

 — Sasuke, só o perdoo porque estou vendo seu esforço em me pedir desculpas. Sei que você não é dado a essas coisas. Está desculpado, querido. — disse aceitando seu presente.

 Virei de costas para que ele colocasse a gargantilha de ouro em meu pescoço. Senti sua respiração na minha nuca e seus dedos frios tocaram minha pele... um segundo depois ele já não estava mais lá.

Desejei que o fecho do colar fosse difícil de colocar, mas não foi. Droga!

— Vamos? — perguntou Naruto aos meninos, vendo que Sasuke já saíra para seu carro.

— Eu vou aproveitar a minha folga! Boa festa a vocês! — Gaara disse dando o fora.

— Vou no carro do Shikamaru. — Sai anunciou saindo com o Nerd.

— Bom, já que o Lee parece ter compromisso para hoje e você vai com o Sasuke, vou só então... — finalizou Naruto, fazendo cara de tristonho.

— E quem ficará com Konohamaru? — questionei, e ele fez uma cara de preocupação se perguntando a mesma coisa.

— Acho que ele vai ficar bem... — falou o loiro por fim, ainda pesaroso.

— Eu posso ficar com ele! — ofereceu-se Hinata.

— Sério? — perguntou olhando-a e ela assentiu. — Olha, obrigada, eu chegarei de madrugada, mas você pode dormir por lá, prometo que te deixo na boate cedinho. — disse entregando-lhe a chave suas chaves. Fez uma recomendação de que Lee a levasse até sua casa, e todos fomos embora.

No carro, Sasuke estava calado, por isso resolvi não o cutucar. Está bem, só um pouquinho!

 Meus dedinhos estavam coçando para colocar uma musiquinha, mesmo sabendo que ele tiraria. Mas hoje ele realmente estava estranho, porque permitiu que eu escutasse o rádio e até mesmo cantar. Como se não fosse suficiente, quase me matou do coração ao abrir a porta do carro para mim, sério! Juro que ele finalmente abriu a porta do carro para mim!

Fiquei tão surpresa com o gesto dele que sequer prestei atenção no casarão no qual estávamos.

Quando adentramos o glamoroso salão, muitos olhares se voltaram para nós.

Já disse que gosto de ser o centro das atenções? Pois é...

Lustres, bebidas, canapés, ternos, vestidos de grifes, perfumes caros, joias, músicas instrumentais, gente rica... Finalmente outros ares!

Eu estava amando tudo aquilo, todos aqueles olhares de inveja que as mulheres lançavam ao vestido que o Sasuke me dera, não sem admirar também o maravilhoso colar.

Olhei em volta e percebi que Sai já tinha sumido. Torci mentalmente para que ele não estivesse pendurado em nenhuma escada alheia.

Naruto conversava num grupo de pessoas desconhecidas, podia identificá-lo bem de costas por conta da cabeleira loira.

 Shikamaru e Sasuke estavam ao meu lado, em suas mãos já havia bebidas. Pensei até em pegar uma para ocupar a mão, mas só pensei mesmo, uma vez que aquela gravação ridícula foi feita graças ao nível de álcool no meu sistema. Argh.

— Finalmente, pensei que nunca iriam chegar... — Kiba disse sorrindo para nós. Ao seu lado estava Shizune com um vestido azul claro que lhe caiu muito bem. Sorri para ela, Shizune é bacana.

— Tenho um bom motivo para o atraso. — Sasuke disse sem nenhuma expressão, e Shizune lançou o olhar a mim.

— E tem mesmo, Sakura está linda! — observou com empolgação.

— Obrigada, Shizune. — agradeci sorrindo.

Um sorriso que aos poucos foi morrendo desgraçadamente.

 Olhando sobre o ombro de Shizune, logo atrás, vindo em nossa direção.

 Depois de todo esse tempo. Não podia ser...

Temari!!!

O que eu diria a ela? Pensa, pensa, pensa...

— Eu mal pude acreditar quando a vi do outro lado do salão. Tive que vir verificar... — disse Temari seriamente como se eu tivesse voltado do mundo dos mortos.

Logo depois num estalo bradou sorrindo.

— SAKURA, SUA LOUCA! — exclamou, abraçando-me. E apesar de ela estar me bagunçando por inteira e esmagando meus ossinhos, retribui o abraço.

 Devo confessar que senti saudades dela.

 — Me diga... Como está? O que aconteceu contigo? Por que nunca atendeu minhas ligações? — bombardeou-me de perguntas que eu não queria responder assim que me soltou.

— Bom, e-eu, eu...

— Continua casada com ele? — perguntou tentando encarar Sasuke com desprezo, mas nenhuma mulher em sua sã consciência conseguiria lançar um olhar que não fosse de admiração a ele. Estava lindo!

— Sim, nós... Estamos sim. — respondi incerta. Ela apenas me lançou um sorriso, como se aceitasse que era a única coisa que poderia dizer.

Sasuke voltou-se da conversa com Kiba e Shizune, vindo até nós.

— Com licença. Desculpem-me interrompê-las. Sakura, pode me acompanhar um segundo? Shikamaru faz companhia a sua amiga. — Sasuke pediu e Temari confirmou com a cabeça sorrindo. Shikamaru não tirava os olhos de Temari, e Sasuke gentilmente entrelaçou seus dedos nos meus.

Atravessamos o salão, percebi que Sasuke tentava parecer cauteloso sem chamarmos muita atenção, mas deixávamos um rastro de olhares por onde passávamos.

Assim que conseguimos sair da área povoada, Sasuke arrastou-me para os fundos, subindo uma escada que ali havia, e estávamos novamente dentro da casa, só que na área superior. Saímos numa varanda e logo encontramos o corredor que dava nos bilhões de quartos que havia ali.

— Onde estamos indo? — perguntei sussurrando, enquanto Sasuke abria portas pelo caminho. Não obtive nenhuma reposta, Sasuke estava concentrado em contar as portas e abri-las para ver o que havia por ali. Eu particularmente não vi nada demais, não estava entendendo nada.

 Quando Sasuke abriu a última porta, vi que era um banheiro. Ele me conduziu a entrar nele, mas recusei.

— Obrigada, querido. Fiz xixi antes de sair de casa. — avisei e ele revirou os olhos, entrando dentro do banheiro comigo e trancando a porta.

— Tente não ficar de conversa na festa, não podemos chamar atenção. — advertiu-me.

— Se não queria chamar atenção, não devia ter me trazido.

 Ele colocou suas mãos em minha cintura, virando-me de costas para ele. Suas mãos acariciaram minhas costas, causando-me arrepios, e logo senti o zíper de meu vestido sendo aberto.

— O-o que está fazendo? — perguntei aflita, inclinando a face para encará-lo.

 Sasuke enfiou a mão dentro do terno tirando dali uma caneta.

Uma caneta?

— Não se preocupe. Já fizemos isso antes — disse com seu tom sarcástico e sorriso de canto.

 Terminou de abrir meu vestido até a cintura e o abaixou de forma que eu tive de cobrir os seios com as mãos. Logo senti a caneta deslizar por minhas costas.

— Que tara é essa tua em fazer desenhos em meu corpo? — perguntei com as mãos apoiadas no azulejo.

— Não é uma tara. É falta de opção mesmo.

— O que está fazendo?

— O mapa dessa área da casa. — respondeu. Seja lá qual era a missão, não me contaram nada.

— Por que você não me conta logo, que missão é essa e o que eu tenho que fazer além de servir de folha de sulfite para os teus rabiscos? — perguntei.

— Você não tem que fazer nada, só ficar quietinha... — ele disse ajeitando o vestido ao subir o zíper, virando-me de frente para si — E me obedecer... — Sasuke terminou tirando um fio de cabelo solto em meu rosto e me encarando com seu olhar negro e sedutor.

 Antes que eu pudesse respondê-lo, ele abriu a porta novamente segurando minha mão e fazendo o trajeto de volta até o salão.

Estávamos na festa novamente, Naruto se pôs a nossa frente, oferecendo-se para uma dança. Sasuke não pareceu se importar, apenas foi cumprimentar a um casal no outro lado do salão, eu não os conhecia.

 Enquanto o loiro me girava, pude ver em um outro canto Temari dando gargalhadas com o nerd do Shikamaru, Neji estava bebendo e cantando uma roda de meninas novinhas.

— Está demais hoje, sabia? — Naruto me elogiou.

— Sabia! — respondi convencida e ele riu.

— Cansada?

— Só um pouco tonta.

— Vou pegar uma bebida para nós, já volto — disse se afastando.

Bebida? Oh não...

 Claro que não vou beber hoje, nem que me paguem!

Não mesmo!

Nãozinho!

 Acho que esse loiro tem problema de audição, viu. Não ouviu quando disse que estava tonta, não? Argh.

Fiquei ali paradinha esperando Naruto, quando olhei distraidamente para o outro lado do salão...

 Sasuke estava parado me olhando fixamente.

 Algumas pessoas que dançavam atrapalhavam minha visão, mas ainda assim entrecortadas pude vê-lo na mesma posição intacto.

Quando o vi deixar o copo que segurava na mesa ao lado e caminhar até mim, começou os aceleramentos cardíacos.

 Controle-se Sakura, controle-se!

— Conceda-me essa dança, senhorita? — perguntou estendendo a mão.

— Não sei... Meu marido pode não gostar. — disse e ele deu um sorriu de canto.

— Você é casada? — perguntou fingindo espanto e eu ergui a mão para lhe mostrar a aliança.

— Acho que não por muito tempo. — comentei, dessa vez sem humor, lembrando-me do divórcio.

— Um bom motivo para querer me acompanhar, não acha? — observou e eu sorri ao segurar sua mão.

Coloquei minhas mãos em seu smoking, enquanto as dele estavam em minha cintura, sentindo a textura do vestido ou simplesmente minha silhueta, trazendo-me para perto. Seu olhar era tão penetrante, que não conseguia me desfazer dele, ainda assim tive a certeza de que muitos nos viam dançar. Seu cheiro, suas mãos, seu olhar... Tudo nele me atraía. Enlacei-me em volta de seu pescoço e ele inclinou seu rosto até o meu, roçando nossos narizes e afagando-me com sua pele na minha.

— Sasuke... — sussurrei inebriada — Por quê? Por que está agindo assim comigo? — ele se afastou para me olhar e se inclinou novamente, dessa vez em direção ao meu pescoço, cheirando-me e subindo até meu ouvido.

— Estou me despedindo. — sussurrou.

 E meu coração disparou.

Não sei se de alegria ou tristeza. Talvez um pouco dos dois. Estava feliz com todo aquele tratamento, e triste porque a cada minuto daquela noite que se passava, era também o nosso divórcio se aproximando.

 Senti seus dedos apagarem os rastros de lágrimas que desciam nos cantos de meus olhos.

 — Você é linda. — disse e beijou minha testa, colocando minha mão sobre a de Naruto que já estava ao nosso lado. Mas hein?

 Nem meia-noite tinha dado, e meu conto de fadas já tinha acabado? Nãaaaaaaao. Quero continuar dançando com o Sasuke!

— Cuide dela. — Sasuke disse a Naruto que assentiu como sempre abrindo seu sorriso. E lá fomos nós, girar novamente.

Eu tentava focar nas costas de Sasuke que se afastavam de mim, e cada vez ficava mais longe. Vi quando ele entrou num corredor, sumindo de minha visão, enquanto o loiro me rodava.

Parei bruscamente, Naruto uniu as sobrancelhas estranhando minha atitude, mas eu simplesmente não podia ficar ali girando enquanto perdia o Sasuke.

Naruto tentou dizer algo, mas eu já tinha me dirigido para fora do tumulto, encontrando o corredor no qual vi Sasuke entrar e dei de cara com Shikamaru que estava com uma câmera na mão.

— Ei, Sakura, o que está fazendo aqui? — perguntou.

— E-eu só estou procurando o banheiro.

— Certo, o banheiro fica para aquele lado, ali. — avisou apontando na direção oposta, e eu acompanhei com a cabeça e lhe sorri.

— Oh... Obrigada, vou até lá então. — disse, mas ele me interrompeu, tocando meu braço.

— Não sem antes eu bater uma foto tua. Está linda! — elogiou-me e eu sorri fazendo pose para a foto.

Shikamaru sorriu vendo o resultado em sua câmera, eu nem quis ver, sabia que estava linda.

— Shikamaru... — chamei a fim de perguntar de Temari.

— Agora não, Sakura, Temari está me esperando. — ele disse de repente esbaforido, como se tivesse dado uma desculpa que não condizia com o atraso. Dei-lhe um sorriso fingindo voltar o trajeto e assim que ele sumiu de vista, entre no corredor novamente.

Entre as muitas portas uma estava entreaberta.

Silenciosamente aproximei-me do local, vendo algo que eu realmente não podia acreditar...

Era Sasuke!

 Sasuke beijando ardentemente uma mulher que o agarrava sem pudor.

Cambaleei para trás, desejando nunca ter visto aquela cena.

 As lágrimas já estavam sendo derramadas sem controle, e tive que sair dali antes que enlouquecesse.

Não podia ser... Sasuke beijando outra...

NÃO!

— Ei Sakura... Onde estava? — perguntou Naruto preocupado.

 Quando ergui o olhar para ele, pode compreender imediatamente.

 — Não! Você viu o Sasuke...

— Obrigada por me avisar que estava dançando comigo para me distrair, enquanto Sasuke metia a língua na garganta daquela lambisgóia! — esbravejei.

— Não é o que você está pensando! Estamos em missão, aquela que você viu é a Tenten, nosso último alvo... Shikamaru foi até lá para tirar fotos dela traindo o marido, entende? Sasuke não está te traindo!

— Não? Então por que não foi você beijar ela no lugar dele? Tinha que ser logo o Sasuke? Nós temos um trato de fidelidade e ele quebrou!

— Porque Tenten, sempre teve uma cisma com o Sasuke! Sakura, não seja egoísta, procure entender...

— Ok, é para eu ser compreensiva? Tudo bem... Tudo bem bando de raça infiel! — disse acusando-lhe enquanto um garçom passou com uma bandeja de Ferrero Rocher, bem ao nosso lado. Por um momento pensei ser o Sasuke. Argh. Maldito! — Ei, você! — chamei e o jovem garçom deu um pulo de susto. — Passa o chocolate! — esbravejei pegando umas três bolinhas daquela, desembrulhei engolindo enquanto chorava e lambia os dedos. Dizem que chocolate cura tudo! Não está funcionando...

Merda!

— Ei, Sakura... Não fique triste! — Naruto a minha frente tentava me coagir. Tentei encará-lo, mas era o Sasuke que eu via.

 Droga!

O que é hein? Estou ficando maluca agora?

 Tudo o que eu não preciso é de um Naruto com cara de Sasuke me enchendo.

Saí dali, procurando fugir da dor que eu sentia.

Esbarrei em uma ou cinco pessoas, até me chocar com um outro garçom-Sasuke que se desequilibrou e por pouco não derrubou a bandeja de...

Bebidas!

PLIM!

Peguei uma e a virei duma vez. Tudo a minha volta girava, era como se todos a minha volta rissem da minha cara.

 E gritassem bem alto: CHIFRUDAAAAA!

“E ainda tem aquela sua bat caverna dos infernos e o idiota do Bruce Wayne que decidiu virar você. O Naruto que virou você, a multidão que virou você...”

Para completar aquele raio de gravação vinha à tona na minha mente. Argh!

 Eu estava inconsolável abrindo meu último chocolate quando esbarrei novamente em alguém.

— Ei... Não olha por onde anda? — questionei mesmo sabendo que eu era quem tinha provocado o esbarrão, mas aquele homem tinha cara de Sasuke, e eu estava doidinha para quebrar a cara dele.

Esfreguei os olhos. Céus, eu estava mesmo maluca! Enquanto ele estava lá se pegando com a Tenten, eu estava aqui enxergando Sasuke's.

— Me desculpe, Senhorita. — ele pediu me olhando por completo, certamente apreciando o vestido e a joia que o maldito me dera. — Você, está... Chorando? — perguntou, apressando-se em tirar um lenço de seu terno para me entregar.

— Para de sentir pena de mim! Acha mesmo que eu preciso do seu lenço? Eu posso comprar uma fábrica de lenços se quiser! — disse consumida pela raiva e logo me recompus, engolindo o choro. — Eu estou ótima. — sorri forçado.

— Com certeza está! Vi você se acabando em chocolates e virando uma bebida duma só vez. — disse em tom amistoso, como se aprovasse.

— Estava me espionando? — perguntei encarando-o.

— Não me leve a mal... Acabo de descer à festa e me pareceu impossível não notar a senhorita entre as demais mulheres comuns... — murmurou, demorando-se em meus olhos. Aqueles olhos negros... Argh.

— Obrigada por reparar em mim! Estou bem contente. Agora tchau. — falei tentando me desvencilhar daquele cara.

— Ei... Não sei quem te fez mal, mas... És encantadora! E não deveria ficar assim... — o cara de Sasuke disse e eu não aguentei olhar em seu rosto, porque eu só o enxergava.

Então, num impulso o abracei, permitindo-me chorar um pouco, mas logo me recompus, livrando-me das lágrimas e pronta para ir embora.

— Espere... Diga ao menos o seu nome. — pediu segurando meu braço e eu o encarei.

— Me solta... Eu tenho que ir — pedi raivosa, mas ele me impediu, postando-se a minha frente.

— Me dê seu telefone — pediu novamente.

— Não. Deixe-me ir!

— Então pegue o meu — insistiu tirando de seu bolso um cartão e erguendo-o em minha direção.

— Não quero. Não vou te ligar!

— Ao menos fique com meu cartão. Foi uma honra conhecer a senhorita. — insistiu novamente e eu cedi.

Peguei me preparando para jogar no lixo assim que ele desse as costas.

— Está bem, mas me deixe ir agora. — disse impaciente, virando as costas.

 Avistei um vaso de flores perfeito para me desfazer do cartão, mas quando dei um passo à frente, escutei sua voz atrás de mim.

— Sei o que pretende fazer. Não jogue o cartão fora!

 E esse cara é um dos x-mens? Além de se transformar no Sasuke, lê mentes!

Virei para encará-lo.

Respirei fundo.

— OK. Já que tanto insiste, vou colocar na minha bolsa, ta bom? Olha aqui... — ergui o cartão abrindo minha bolsa para colocá-lo lá dentro na sua frente. — Prontinho, está aqui dentro! Tchau, tchau. — finalizei e ele sorriu.

Sorriu igual ao Sasuke. Argh!

Dei as costas procurando a saída, mas o homem era muito persistente.

— Tem certeza de que vai embora? A saída não é por aí... — disse astuto cruzando os braços ao postar-se na minha frente.

— E eu... Sei! Estava indo ao banheiro, mas... Vou usar o banheiro da minha casa mesmo — inventei, dando as costas novamente para ele.

— Não vai mesmo me dizer seu nome, senhorita? — insistiu.

E a possibilidade de ele ser um dos x-mens só aumentou quando o infeliz se postou de novo em meu caminho, barrando-me.

— Sim... — respondi sem qualquer resquício de paciência enquanto desviava novamente. — Não vou lhe dizer.

— Tudo bem... Então me deixe ao menos te acompanhar até seu carro. Não quero que se perca no caminho.

— Não. Vou pegar um taxi.

— Um taxi há essa hora? — ele riu. Argh. — Por favor, posso lhe oferecer uma carona? — pediu e eu neguei balançando a cabeça. — Olha, não sou nenhum tipo de assassino em série, maníaco ou psicopata. Eu sou...

— Com licença, mas a carona dela chegou... — Naruto o interrompeu me puxando pelo braço, arrastando-me consigo para fora.

Entramos em seu carro e rapidamente ele deu partida, mas eu podia perceber sua inquietude e nervosismo. O que está acontecendo aqui? Eu sou a única que tem o direito de ficar assim aqui, tá!

— Por que está assim, Naruto? Algum bicho te picou?

— Nada não. Só preciso ligar para o Sasuke urgente. — disse pegando seu celular.

— Aproveita e exploda o Sasuke também... Urgente! — resmunguei e o vi bater a cabeça no volante praguejando quando Sasuke não o atendeu. Não atendeu porque está se divertindo com a Tenten.

 Onde será que eu compro um míssil?

— Aquele cara, Sakura... O que exatamente ele queria com você? Você sabe o nome dele? — perguntou mudando de assunto.

— Ah, não me diga que você está tentando ligar para o Sasuke para bater no cara, só porque ele grudou em mim que nem carrapato?

— Você tem certeza?

— Mas é lógico que eu tenho! Me diga qual o homem que não se encantaria comigo linda como estou nesse vestido? — perguntei e ele sorriu, depois voltou a ligar para o Sasuke.

E foi assim a volta toda, Naruto estava desesperado tentando falar com Sasuke que não atendia o celular, e eu desesperara para esquecê-lo!

 Engoli a curiosidade que me corroía por dentro para não querer saber o que tanto Naruto queria falar com ele.

 A partir de agora Sasuke não me importava mais.

A equipe não me importava mais.

 As missões não me importavam mais.

Eu havia decido!

Iria sair da vida do Sasuke como ele sempre quis, mas sairia na minha hora: AGORA.

Desci do carro assim que Naruto estacionou em frente de casa. Não esperei para escutar os seus conselhos e fechei a porta em sua cara.

 Fui diretamente para o quarto, dirigindo-me para o closet que estava uma maloca. Peguei minhas malas enormes decidida. Joguei-a em cima da cama e comecei a despejar todos os meus pertences ali.

 Se ele pensa que pode me mandar embora na hora que ele quiser, está errado!

Se pensa que caio nesse papinho de fidelidade está enganado!

— Mas por que diabos está fazendo isso, Sakura? — Sasuke surgiu na porta, olhando-me confuso.

— Se pensas que ficarei nesta casa mesmo depois de ver que sou oficialmente a chifruda do ano, está enganado, Sasuke! Estou caindo fora da sua vida, como você sempre sonhou!

— Eu não a traí, foi apenas uma missão! Não agi dessa forma quando você tirou a roupa e subiu em cima do velho Jiraya. Seja compreensiva uma vez na vida, Sakura! — defendeu-se.

— São situações completamente deferentes, Sasuke! Eu não beijei aquele velho, já você deve ter adorado beijar aquela lambisgóia! — rebati, enquanto voltava para o closet a fim de pegar mais roupas. — Nós tínhamos um combinado, você o quebrou!

— Já expliquei que eu a beijei apenas pela missão. E eu não iria deixar de completá-la por causa do seu ciúme infantil! — ele disse e novas partículas voadoras entraram em meus olhos... porque o choro apareceu.

Droga.

Disfarcei ajeitando as roupas para fechar a mala.

— Tudo bem, Sasuke. Mas agora sou eu que não quero mais saber de você! Também não quero mais me envolver em nada que você esteja envolvido. Posso assinar todos aqueles papéis que o Kiba me pede, se você quiser, mas a partir de agora estou me desligando da equipe e... — dizia enquanto pegava minha bolsinha, mas o nervosismo me fez derrubá-la.

O feixe de metal se abriu, espalhando minhas maquiagens. Agachei-me para recolher tudo, quando entre os acessórios, acabei encontrando o cartão que o cara da festa havia me entregado.

 Segurei em minhas mãos tentando não surtar. O cartão estava em nome de...

Itachi Uchiha!