43rd Edition Of The Hunger Games escrita por Bess, André Kun


Capítulo 11
Capítulo 11 - Dia Três


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Bom, cá estou eu, Bess, arriscando a minha vida em prol de vossos divertimentos. A vida é injusta, né?
Meu pai vai me trucidar assim que me pegar com o PC, então eu tenho que ser bem rápida. Espero que vocês compensem o meu sacrifício (e a minha possível morte) com muitos reviews, não é?
Ah sim, o que me faz lembrar... Leitores fantasmas, revelem-se, pelo amor de Deus! Estou angustiada, entrando em depressão, e se vocês não comentarem eu vou matar o personagem preferido de vocês u_u
KKKKK, brinks (ou talvez não o.O)
Bom, eu fiz o segundo POV'S e o André fez o primeiro. Acho que o dele ficou melhor, mas ignorem a minha falta de talento :D
Estou com preguiça de dedicar o cap. Desculpe, ainda estou com muito sono. *Boceja*
Só quero agradecer ao Peeta Mellark pela 4ª recomendação. Eu comecei a dançar Gangnam Style quando vi (porque Macarena não está mais na moda u.u)
Sem mais enrolações,
Beijos e boa leitura.



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Capítulo 11 - Dia Três


POV’S Kayla Wexell- Distrito 9.


Eu achei um esconderijo perfeito para passar uma noite, procurei por várias horas, mas por fim achei esse esconderijo que fica atrás de um arbusto. Dormi durante a noite toda e agora são um pouco depois do meio dia.

Dou uma checada em meus suprimentos: um pacote de frutas fatiadas, um cantil de água vazio, uma corda azul e algumas folhas. O que eu faria com folhas? Deve servir para camuflagem.

Percebo que estou com sede e como o meu cantil está vazio, tenho de procurar uma fonte de água. Levo minha foice e minha mochila, por precaução. Caminho por mais ou menos trinta minutos e me deparo com um rio que parece ter uma água limpa.

Encho o cantil e quando estou para ir embora, escuto alguém gritando:

– Olhe! Lá está, um Tributo! – Reconheci a voz da Carreirista do Distrito 2, Bobbie Sue Hooker.

– Vamos pegá-la! – Disse o Carreirista do Distrito 4, Duncan Feldman.

Antes que eu possa fazer alguma coisa, Bobbie Sue atira uma faca que crava em meu ombro esquerdo. Eu urro de dor. Mas pego a faca e na correria a enfio rapidamente num bolso da mochila. Começo a correr e eles vem logo atrás de mim. Como sou mais rápida, subo em uma árvore e de cima fico observando Bobbie Sue me procurando.

– Onde está você? Apareça, 9! – Grita Bobbie Sue.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAH! – Grito pulando da árvore e caindo em cima dela.

Rapidamente a imobilizo e fico com a foice a poucos centímetros do seu pescoço.

– Está vendo isso aqui? – Digo provocando. – Isso é a minha arma, ela é até mais ou menos, mas na verdade não é tão ruim. Como se sente em ser a primeira Carreirista a morrer? Deve ser horrível não é? Bem, eu nunca sentirei isso, porque eu nunca morrerei desse jeito!

Dizendo isso, puxo a foice cortando a garganta dela. Sangue se espalha por todo lado e ela logo empalidece. O canhão soa. Percebo passos e deduzo que Duncan está chegando. Escondo-me atrás de uma árvore.

– Bobbie Sue! – Duncan gritou com os olhos marejados. – Oh meu Deus! Por que ela fez isso com você?

Fico com raiva desse comentário. E por que eles mataram tantos adolescentes no Banho de Sangue? Foi por pura diversão.

Sem pensar, pego minha corda azul da bolsa e a laço em direção de Duncan, a corda enrosca o seu pescoço.

– Isso é por terem tirado tantas vidas inocentes. – Digo apertando a corda e enforcando.

Ele quase consegue sair, mas eu fui mais rápida. Depois de alguns minutos ele morreu.

Outro canhão soa. Ele morreu bem ao lado de Bobbie Sue.

– Patéticos. – Digo saindo do local e quando estou a certa distância, vejo os corpos de Bobbie Sue e Duncan sendo erguidos por aerodeslizadores e desaparecendo.

Esse jogo está ficando interessante.



POV’S Deborah Whinston – Distrito 11



Acabo de avistar dois aerodeslizadores carregando corpos para fora da Arena. Tomara que sejam corpos dos Carreiristas!

Se forem, louvarei a quem os matou. Mas penso que se realmente Carreiristas foram mortos, o assassino ou a assassina é melhor do que eles. E foi pertinho daqui. Ai meu Deus, preciso sair daqui!

Sem contar que estou na parte tropical da Arena. Escolhi ficar aqui porque me lembra do clima do meu Distrito. Quente e chuvoso. Tem que ser assim, pois todo ano temos enormes safras de vegetais para colher. Bom, pelo menos na minha parte do Distrito.

Eu tinha um irmão mais velho. Eu e ele fazíamos tudo juntos. Íamos à escola, depois íamos cuidar das plantações... Nós plantávamos cenouras, batatas, mandiocas... Mas creio que isto era um dos aspectos mais cruéis da plantação. Dávamos duro para cuidar da terra, regávamos os vegetais, e depois colhíamos... Mas não tínhamos permissão para comer. Meu irmão mais velho era subnutrido, e sempre dava um jeito de me fazer receber um pouco mais de comida do que ele.

Phil era seu nome. Onde será que Phil está? Vendo-me, e torcendo para mim?

Pego minha mochila – completamente inútil, pois possuía apenas um cantil de água (agora vazio) – e saio correndo. Pois eu ouvi algum ruído estranho. Enquanto estou correndo, relanceio para trás e me deparo com umas criaturas estranhas. Elas parecem raposas. Só que maiores, e com presas tão grandes que é necessário ficarem com as bocas abertas!

Agora compreendo. São bestantes. Os Idealizadores dos Jogos mandaram estes bichos mutantes atrás de mim para dar uma “mexidinha” nos Jogos. Provavelmente querem me fazer encontrar com alguém! Cretinos!

Ou então eles só querem que as raposas bestantes me devorem mesmo. Ai meu Deus, o que eu faço?

Avisto uma árvore com os galhos que aparentam ser bem firmes. Ótimo, esta é minha deixa!

Agarro os galhos e vou subindo, um por um. Até que chego à copa da árvore. Avisto os bestantes correndo desenfreadamente rumo a uma garota. Daqui eu não consigo direito ver quem é. Solto os galhos em que estou apoiada e vou descendo lentamente para ver se a garota está morta ou se possui suprimentos.

A garota é Zoë Savina, do Distrito 10. Agora me lembro. No Banho de Sangue, ela se distanciou da sua aliança, assustada. Mas agora vejo que de inocente e ingênua ela não tem nada. Pegou sua aljava com flechas (como ela conseguiu pegar isso?) e saiu atirando nos bestantes. Eles eram pulverizados, e se decompunham quando as flechas os tocavam. Sinceramente, os Idealizadores dos Jogos bem que poderiam ter feito alguma fera mais perigosa.

Até penso que eu poderia facilmente mata-la se eu possuísse alguma arma. Mas tudo que possuo é uma garrafa d’água vazia e uma mochila minúscula também vazia. O impacto de alguma dessas coisas provavelmente causaria algum efeito nela, mas me prejudicaria mais do que ajudaria, pois denunciaria minha posição e ela poderia me matar com suas flechas. Raiva!

Ver que eu poderia mata-la, ou então feri-la. Mas eu não posso fazer nada, porque não possuo armas ou qualquer objeto que possa machucar alguém.

Deus, como sou inútil!

Droga. Começou a chover. Chuva artificial. Acho que posso contrair doenças sérias se continuar aqui. Um raio pode até me queimar.

E eu já começo a sentir os primeiros sinais da desidratação. Não é para menos, não bebo qualquer líquido há quase um dia. Espere... Desidratação... Chuva... Água! Finalmente a sorte está a meu favor. Mas antes eu verifico se Zoë ainda está pelos arredores. Ela não está. Foi correndo para as zonas montanhosas e frias da arena. Em breve, encontrará sua aliança, eu presumo.

Um dos galhos que me segurava estava escorregadio. Eu caí na superfície enlameada, cheia de lodo e de folhas outrora verdejantes. Despenquei de uma altura de sete metros, aproximadamente. Não sei. Daqui de baixo, não consigo raciocinar direito.

Minhas costelas começam a doer. Todo o meu corpo está dolorido. Choramingo, e surpreendentemente minhas lágrimas estão quentes. Isso não é muito convencional, pois está um tanto frio aqui e agora.

Acho que quebrei uma costela. Não consigo nem me mexer muito bem. Rastejo até uma poça. Há barro e lama lá. Mas eu nem me importo. Está chovendo e eu estou sedenta por qualquer líquido que haja por aqui. Acho que até veneno eu tomaria desde que findasse a minha sede.

Eu aproximo meus lábios da poça e sugo vorazmente a água. Ela está gelada. Ótimo. A água escorre rapidamente pela minha goela, e penetra meus organismos. Deleite!

Mas esta água está suja. Com muita dificuldade, eu me apoio na árvore e pego uma folha bem grande. A inclino, de modo que a chuva escorre na folha e chega aos meus lábios.

Que sensação ótima! Mas ela é efêmera, e em breve se desfaz. Meu corpo fraqueja e eu caio de joelhos na terra. Porém nem isso me impede de continuar a beber a água da chuva.

Ocorre-me que eu posso guardar a água. Eu pego a minha garrafa vazia e inclino-a na folha. Eu observo o interior sendo preenchido pela água.

Quando a garrafa começa a transbordar, eu a fecho muito bem e a deposito na minha mochila. Se vazar, eu não sei o que faria. Provavelmente me desesperaria.

Lembro-me do Distrito 11. Meu lar. Eu amava aquele lugar. Eu amava a terra, eu amava minha casa, eu amava Phil.

Os lugares que eu mais gostava no distrito eram os campos de morangos. Eu e Phil íamos lá quando tínhamos tempo livre. Corríamos por entre os pequenos pés. Eu era tão feliz, correndo sorridente nas plantações quando não havia ninguém por lá.

E era um oceano de vermelhidão... Era tão bonito... Eu saltitava, por vezes, dançando e jogando minhas mãos para o céu. Phil corria comigo... Nossos surtos e nossas visitas aos campos eram escassos, por sempre haver gente lá... E também há o fato de que os campos não eram imensidões, eram diminutas e minúsculas frações de terra. Mas na minha mente eram reinos onde Phil e eu podíamos fugir da realidade... Quando Pacificadores nos pegaram, um dia, nunca mais voltei aos campos com meu irmão. Ao invés disso, compramos substâncias ilegais para fugir da realidade. Não sei aonde Phil as conseguiu, já que a plantação e o comércio de tais substâncias são estritamente proibidos em Panem. Os Pacificadores de meu distrito alegam que as substâncias trazem dor, sofrimento, podem destruir famílias e indivíduos inteiramente, e que eles não hesitariam em aniquilar a pessoa que as consumisse.

Eu de certa maneira soube que estaria sujeita a isso se continuasse a fazer o que fazia. Fiquei com medo, mas eu estaria fugindo da realidade excruciante de qualquer maneira.

Nunca comi uma fruta em meu distrito. Apenas aqui na Capital eu desfrutei das minhas deliciosas refeições. Comi melões, cerejas, mamões, melancias... Mas nunca comi um morango. Eu gostaria de comê-lo, mas nunca me foi concedida a oportunidade. Inclusive, no Distrito 11, já vi várias pessoas sendo mortas por consumir frutas. No meu Distrito, eu apenas comi ração. Sempre a mesma ração, que parecia areia em minha boca.

Uma dessas pessoas que morreram foi minha melhor amiga, Seema. Um pacificador a viu furtando alguns alimentos e não relutou ao fuzila-la. Eu estava lá quando aconteceu. O corpo dela estremecia a cada vez que uma bala a atingia. Ela levou seis tiros. Apenas quando seu corpo tombou no chão o sangue escorreu, escapando de seu corpo inclusive pela sua boca. Eu tentei acudi-la, mas mais dois pacificadores me impediram. Quando o corpo dela já estava submisso e sem vida, o pacificador assassino atirou mais algumas vezes em Seema. Eu sufoquei inúmeros gritos. Meus olhos ficaram marejados ao contemplar aquela cena horrenda. Eu, de início, custei a acreditar que era real, mas Seema morta me provou o contrário. Eu gritei, mas ninguém quis me escutar. O Pacificador ainda cuspiu perto do corpo dela. Depois, eu desabei de joelhos, exatamente como estou neste momento. Os Pacificadores me chutaram para perto do corpo dela, gargalhando abafadamente. Eu chorei e abracei seu corpo, cortado por extensas faixas de sangue.

Seema tinha uma tia doente. Ela estava em seu leito de morte. Minha melhor amiga havia tentado roubar alguns feijões para ver se sua parenta poderia melhorar. Mas ela morreu. E depois a tia dela também morreu.

Eu confesso que senti um pouco de inveja de Seema. Ela foi embora de Panem. Ela não sofre mais, está num lugar onde tudo é perfeito. Ela está sã e salva.

Eu chorei por dois dias diretos. Phil não sabia o que dizer para me confortar. Eu não exigi que ele dissesse nada, afinal, às vezes o próprio silêncio é uma forma de consolo.

Depois ele me disse que ela foi para o Céu. Isso me ajudou a enfrentar a realidade. Mas agora eu estou nos Jogos Vorazes, e nada mais importa.

Apenas desejo sobreviver porque tenho medo da morte.

A chuva parou. Em pouco tempo, o céu escureceu. O breu negro despencou sobre ele. Depois, a insígnia da Capital surgiu acompanhada pelo hino de Panem.

Apareceram os dizeres “As Baixas”, e então os rostos de Duncan Feldman, do Distrito 4, e de Bobbie Sue Hooker, do Distrito 2, surgiram.

Minhas suspeitas foram esclarecidas e confirmo que dois Carreiristas faleceram. Tenho que dar graças a Deus por isso. Quem será que os matou? Kayla Wexell, a menina do Distrito 9? Zoë Savina, do 10? Os próprios Carreiristas? Quem?

Não tenho como saber, infelizmente.

Subo mesmo machucada, na minha árvore. E adormeço, desertando a realidade surreal, cínica e frenética que paira sob o meu mundo cruel.


Anexo: Os Tributos Restantes.


Distrito 1: Lucy Dolly e Theodore Aardom.

Distrito 2: Jessup Canning.

Distrito 3: Ekaterina Dingwall.

Distrito 4: Rowry Greene.

Distrito 7: Joy Terry e Laser Bing.

Distrito 9: Kayla Wexell.

Distrito 10: Zoë Savina.

Distrito 11: Deborah Whinston e Peter O'Donnel.

Distrito 12: Dylan Gatehouse.


Anexo: Os Tributos Caídos.


Distrito 2: Bobbie Sue Hooker.

Distrito 3: Arnold Heaton.

Distrito 4: Duncan Feldman.

Distrito 5: Kara Raynon e Weelard Hoager.

Distrito 6: Norah Smoody e Tyler Tappin.

Distrito 8: Melissa Sherrit e Petrus Golfman.

Distrito 9: Cody Brown.

Distrito 10: Finn Zonic.

Distrito 12: Isabelle Abraham.


Tributos Mortos


Bobbie Sue Hooker (Abigail Breslin) - Distrito 2

Duncan Feldman (Darren Chris) - Distrito 4


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews e Feliz Natal!
Até esqueci de desejar nas Notas Iniciais. Hoje é véspera de Natal, é mesmo...
Bom, abusem bastante do Papai Noel que a gente só vê ele uma vez por ano.
Bjss