Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 77
Com Ele: o dia de Alaric - parte final


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Desculpem não postar nos últimos dias, mas com a proximidade do Oscar, eu acabei me entretenendo mais do que gostaria em meus momentos de folga.
Uma paixão pra mim, além de escrever, é o cinema.
Desejo uma boa leitura.
Esse capítulo me fez lembrar mais do que nunca que falta pouco pra esta história acabar.
Beijos!
p.s.: obrigada pelos comentários!



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Eu acho meio difícil descrever toda a cena. Eu estou dançando com minha mulher, ao som de uma voz doce, acompanhada por meu amigo ao piano, no dia mais especial de minha vida. Felicidade não chega nem perto da sensação.

Damon está tocando pela primeira vez em público e, eu acho que a imprensa nunca vai esquecer isso, nem eu. Terei motivos pra irritá-lo até nossas mortes.

A isso felicidade serve para definir.

—Eu nunca vi você sorrindo assim. – Meredith fala, com um certo encantamento no olhar.

Dou de ombros.

—É um dia muito especial. – Ela assenti.

—Damon tem razão. – A olho com curiosidade. – Você será um ótimo marido e pai.

—Por hora só marido, certo? – Pisco enquanto a giro, e ela sorri.

—E eventualmente, pai, certo? – Estreito os olhos e ela bate em meu ombro. – Alric!

—Sim. – Não aguento e sorrio. – Eventualmente, pai.

—Elena parece feliz. Eu quero isso pra gente.

Não consegui esconder meu incômodo ao pensar que, mesmo estando feliz, Elena está sendo enganada. E que eu tenho grande parte nisso. Pior... Vou começar meu casamento mentindo pra minha esposa também. Quer dizer... maridos devem confiar, certo? Dividir o fardo.

—Ric? – Sua voz doce me faz a encarar. – O que foi?

Desconverso com um gesto de cabeça.

—Apenas dance, senhora Saltzman.

Ela me olha com reprovação, mas sorri, e repousa a cabeça em meu peito. Algum tempo depois o som do piano desaparece, e todos ao nosso redor estão aplaudindo.

Damon sai do lugar onde está, e oferece o braço a Hayley, que sorri travessa com a gentileza dele. Quando os dois deixam o palco improvisado, eu observo Sofia assumir o microfone e anunciar que a festa vai começar. E eu lembro, tardiamente, que Meredith me avisou que foi quase obrigada a deixar ela contratar o DJ. E isso significa muita barulheira, mas também significa que falta pouco para que minha esposa e eu deixemos a festa.

—Pausa pra uma bebida? – Ofereço a minha esposa, que aceita sem hesitar.

Eu me aproximo de da mesa de meus amigos, Damon levanta e puxa uma cadeira para Mery, que revira os olhos pra mim antes de sentar.

—Valeu, por fazer isso. – Falo e vejo Damon soltar um riso triunfante, dando de ombros.

Estou diante de umas dez pessoas na mesa, Stefan e sua namorada, minha cunhada, Hayley e Robert, Sofia e Heitor, Elena e Damon, Miranda, e claro, minha esposa.

—Obrigada pelo discurso, Damon. – Maredith fala e ele geme.

—Ainda estão falando disso? – Elena revira os olhos.

—Bem, foi lindo. – Ela diz.

—Eu chorei. – Fala Miranda, ainda comovida.

—Eu também. – Diz Sofia.

—E eu. – termina minha esposa.

—Não encham muito a bola dele. – Falo, e todos gargalham.

—Mas com toda certeza foi o ápice da noite. Nem a interpretação do piano superou. – Fala Hayley e Damon sorri.

Mesmo sem memória, é incrível como ele se reconectou rápido com ela.

—Sim, concordo. – Disse Robert.

Não faltaram assuntos, e Stefan e o irmão estavam bebendo todas, mesmo com Sofia, Elena e Katherine, tentando aliviar.

Eu comecei a contar os minutos para estar fora dali.

..................................................................

Todos estão dançando, e eu estou sentado, olhando pro fundo do meu copo, enquanto Elena está ao meu lado, conversando com alguém que a chamou. Algum repórter. É meio difícil me acostumar com Elena respondendo coisas sobrea empresa, ou mesmo sobre nós, mas estou feliz de que seja ela que está encarando isso a esta altura da festa e não eu.

Claro que ela deixou claro que eu não tinha condições de responder a nada, e pediu toda a descrição sobre meu estado. Embora eu não concorde que esteja tão bêbado quanto ela descreveu, estou bem feliz por estar aqui, sentado.

Avisto um casal caminhando em minha direção, eles chegam bem quando os repórteres liberam Elena, e ela os recebe sorrindo.

—Rebekah! Matt! – Eu acho que cuspi a bebida. Estreito os olhos para acertar a minha visão embaçada e lá está ela, minha esp... ex-esposa.

—Olá! – Ela responde risonha.

Quem é o cara ao lado dela? O rosto é familiar, mas...

E por que diabos minha esposa o chama de Matt? Isso não é íntimo demais.

—Só pudemos chegar agora, ao sairmos do restaurante. – O homem diz a minha esposa que assenti sorrindo antes de os cumprimentar com um abraço.

—Avisamos ao Ric, de qualquer forma. Damon! – Rebekah fala, olhando pra mim, e noto com um salto que ainda estava sentado e paralisado.

—Rebekah. – falo segurando a mão dela e puxando-a para um beijo. Ela sorri com o gesto familiar.

—Damon! – O homem me cumprimenta e eu apenas aceno com a cabeça.

—Ainda podemos falar com Alaric? – Rebekah pergunta a Elena.

—Sim, Meredith subiu com Sofia e a irmã, mas ele está logo ali.

Ela aponta para a direção onde meu advogado conversa com meu irmão.

Eles assentem com um sorriso e se vão, depois desse despedirem.

—O que foi isso? – Elena pergunta quando eles se afastam, e, ao encará-la noto que está mal humorada.

—O quê? – Ela bufa e cruza os braços.

Por que está tão irritada, afinal?

—Você. Flertando com Rebekah e sendo grosso com Matt.

Acho que meu queixo deslocou, eu não...

—Damon, eu odeio quando você bebe. Porque, sinceramente, você volta a ser bem esnobe e imprudente.

Mas o que diabos...

Ela está se afastando irritada, quando eu seguro os seu braço e a faço voltar-se para mim.

—Não faça uma cena. – Olho meio tonto pelo álcool, ao nosso redor.

—Você que fez! – Ela puxa o braço e sai irritada, me deixando tonto.

—Problemas no paraíso? – Salto com a voz de Alaric.

—Ela ficou irritada do nada. – Ele me olhou como se discordasse. – É sério. – ele bufa.

Eu resolvo ignorar, por que estou meio tonto e impaciente, e também porque quero aproveitar o fato de ele ainda estar aqui e perguntar sobre uma questão que me ocorre de imediato.

—Quem é o namorado da minha ex?  – Pergunto ao observar Rebekah conversar alegremente com meu irmão. Eles sempre foram muito amigos. E parece que o loiro que a acompanha também gosta de Stefan.

 Alaric faz uma careta e solta uma espécie de gemido.  - O quê?

—Eu esqueci de falar isso.

Como ele não fala logo eu o incentivo. Ele suspira.

—Tá. Vamos lá! Ele é ex de Elena.

O quê?

—Como é que é?

—Isso que ouviu.

Abro minha boca pra falar, mas ele interrompe.

—Ela rompeu com ele um pouco antes de você se separar de Rebekah. E depois de um tempo, bem, eles apareceram com a bomba de que eram noivos.

Minha cabeça está dando voltas.

—Isso explica a forma como ela o trata. – Resmungo.

—O quê?

—Nada!

—O que houve? – Ric pergunta.

—Ela saiu irritada, porque disse que fui fria com o Matt – Alaric sorri, por algo que usei no meu tom – e saiu. Não sei pra onde.

—Você tá bêbado?

—Por que tá perguntando isso?

—Ah, sei lá! Sua forma de falar tá estranha, a voz tá meio grogue e seus olhos dão umas reviradas, sem falar que você está meio tombando.

—Então acho que estou. – ele sorri acena pra frente.

—Lá vem ela.

Elena está determinada, caminhando com a mãe até nós dois.

—Ric, eu estou indo embora. – Ela fala falando como se eu não estivesse ali.

—Você já vai? – Alaric está tão surpreso quanto eu.

—Bem, vou falar com sua esposa antes, não quero sair sem me despedir, mas sim, eu vou. Estou cansada.

—Elena... – Eu começo, mas ela me interrompe.

—Eu quero lhe desejar uma boa viagem. Nos vemos quando você voltar. – Ela avança nele e dá um abraço. – Seja muito feliz. Vocês merecem. Até mais Ric.

Eu estou paralisado. Miranda está calada, e a filha dá meia volta sem dirigir a palavra a mim, arrastando a mãe com ela, Miranda olha para trás e me dirige um olhar piedoso.

—O que você fez com ela? – Alaric pergunta em tom perplexo.

Eu o encaro, totalmente pasmo. O que deu nesta mulher?

—Não faço ideia.

—É melhor você ir com ela.

—Tudo bem se...

—Vai logo, Damon! Além do mais, você já bebeu demais.

Assinto e me afasto, espero na recepção Elena passar, ela me encara ainda quando vem descendo as escadas e apressa o passo.

—Elena... –Quando ela chega ao chão eu corro até ela.

—Não, Damon! – Ela diz e para do nada, me fazendo travar para evitar esbarrar de frente com ela. Miranda está logo atrás de nós. – Eu vou só com a mamãe. Assim que chegarmos, peço pro Mason vir te buscar. Até porque, você e seu irmão não podem dirigir como estão. E Sofia me pediu para te dizer que vai pra casa de Heitor.

—Mas...

—Não!

Ela não me deixa mesmo falar. Quando eu não insisto mais, ela se afasta. Miranda fica e segura minha mão.

—Amanhã vocês conversam, ela está um pouco nervosa. – Me diz com voz serena.

Eu apenas assinto. Não estou muito a vontade com ela ainda. Ela sai atrás da filha e eu fico ali, parado, tentando entender o que diabos eu fiz, afinal.

.....................

Mas tarde, quando chego em casa, estou um caco. E agora sim, eu admito que estou bem bêbado, mais é mais pelo cansaço que pelo álcool em si. Estou morto.

Me arrasto até a escada, e, quando chego no corredor dos quartos, sou surpreendido por Miranda. Ela está de robe, e me esperava silenciosa, em um corredor quase completamente escuro.

—Achei que já estaria dormindo. Você não vai viajar daqui a umas horas? – Ela assenti.

—Decidi esperar você. Temos que descer e conversar. Vou fazer um café.

A ideia me parece péssima. Tudo o que eu queria era ir pra cama. Também não estava disposto a ter uma conversa séria com uma sogra que mal conheço, e muito menos quando estou meio bêbado e sem memória. Mas notei que não era com convite.

A acompanhei até a cozinha e ficamos em silêncio até a ela estender a xícara de café pra mim, depois que o preparou.

—Quer falar sobre o que houve na festa?

Eu a encaro. Minha cabeça começou a latejar. A xícara de café pareceu muito bem vinda agora. Como eu não respondi antes de dar um gole, ela suspirou e continuou.

—Grávidas ficam com os nervos bem abalados. E ela está num trimestre difícil. Você tem que ser paciente.

Eu assinto, tomando outro gole.

—Você está com um olhar diferente. Desde que cheguei, eu notei. Você está olhando pra ela como se...  – Ela se interrompe, e eu estou paralisado.

Ela notou?

—Damon, há algum problema? – Acho que estou para entrar em pânico. - Ainda existe algo errado entre vocês por causa daquele contrato estúpido? – Eu nego rapidamente, respirando aliviado por notar que ela não percebeu. – Tem certeza?

Noto que ela precisará mais do que acenos com a cabeça para se tranquilizar.

—Sim. –Digo.

—Bem, então aqui vai um conselho. – Eu ajusto minha posição na cadeira e presto atenção nela. – Seja paciente. Não é uma boa hora para beber sem controle.

Eu abro a boca, mas ela ergue a mão.

—Não que você tenha tido algum problema com bebida antes, mas não comece agora. – Assinto. – E acima de tudo, não grite com ela.

Eu a encaro surpreso. Por que eu faria isso?

—Grávidas são extremamente complicadas. Elena me falou que você já teve uma boa experiência com sua ex-esposa e acha que você pode lidar com a gravidez dela sem problema. Mas cada gravidez é uma coisa. Ainda mais a dela.

—Senhora Gilbert... – Ela faz uma careta.

—Miranda. – Diz.

—Miranda... Serei paciente. Não vou gritar com ela. – Ela sorri condescendente.

—Sei que você vai tentar não gritar. Isso já é um começo, mas vai acontecer. Só quero que lembre de que, quando o momento estiver diante de você, e o grito estiver na borda de seus lábios, tente lembrar que ela está mais sensível, e mais insegura também. E que, às vezes, um beijo galanteador na mão de sua ex-mulher represente uma provocação, ou mesmo falta de consideração.

Eu engulo. Tudo isso foi por... Mulheres!

—Entendo. – falo simplesmente.

—Minha filha o mama tanto, e sei que ele é correspondida, mas já ouvi Elena chorar muitas vezes por sempre perder pro seu orgulho, Damon. Não é hora disto acontecer outra vez. Você deve se flexibilizar. Algumas coisas magoam.

—Eu sei.

Fala com a voz vencida. Meu peito, de repente ficou apertado.

—Ela está dormindo? – Pergunto.

—Ela estava bastante agitada, e quando foi pra cama começou a chorar. Eu tive que deixa-la sozinha para que tentasse descansar, mas se ainda não foi vencida pelo cansaço é bem capaz de estar acordada. Estava muito angustiada.

—Sinto muito, eu não...

—Querido, eu sei. – Ela diz com um olhar super maternal, atravessa a mesa e fica ao meu lado, envolvendo o meu ombro num abraço. – Lembre-se: paciência. – Ela se inclina e beija meu rosto, antes de se despedir.

Eu fico na cozinha mais uns minutos, pensando no que ela disse e também desfrutando da sensação de ter uma conversa dessas. Fazia tantos anos que eu não tinha a minha mãe, e pra mim, já ficou claro que Miranda podia ocupar muito bem este posto em minha vida.

Quando eu subo até o quarto, abro a porta devagar. Hesitei bastante em entrar, mas eu queria ter certeza de que ela estava bem, e talvez... Bem, de qualquer forma, encontrei  Elena já adormecida, mas a posição em que estava, proposital ou não, claramente não me dava espaço de tentar deitar ao eu lado sem que a incomodasse, ou despertasse. Então, decidi ir até o meu quarto, pela porta de acesso e me joguei na cama, exausto e louco para que o dia acabasse de vez.

Apaguei segundos depois.

................................................................................

Na manhã seguinte, quando levantei, o sol já estava tomando conta de todo o quarto. Meu corpo estava todo dolorido, e minha cabeça... Humf!

Fui até o banheiro, e depois de me preparar, resolvi olhar se Elena já havia acordado. Quando entrei em seu quarto, a cama estava vazia, mas eu escutei o chuveiro no banheiro, e resolvi checar. Me aproximei da porta e bati.

—Elena?

Nada.

—Elena, tudo bem?

Silêncio.

Eu empurrei a porta já com certa impaciência, e não tive problema, afinal ela nem estava fechada, pois depois do incidente do dia anterior, eu havia arrebentado a fechadura, e não tinha pedido para consertarem ainda.

Ninguém jamais poderia me preparar para a cena que eu vi depois.

Elena estava desacordada, cabelos encharcados, nua e totalmente branca no chão. Mas o pior era o sangue.

—Elena?! – Eu fui até o chão e peguei sem nenhuma sutileza, a puxando pro meu colo, sem me importar de estar me encharcando todo também. – Elena, o que houve? – Eu estava desesperado. Totalmente desesperado, não sabia o que fazer. Ela estava pálida e não acordava, e todo aquele sangue me fazia querer vomitar.

—Por favor, o que... Alguém me ajuda! – Gritei. – Por favor, alguém me ajuda. – Meu corpo estava quente, mas eu tremia sem parar, não estava conseguido respirar direito. Um pouco consequência dos gritos que soltei.

Mas ela não reagiu. Não reagiu quando estávamos a caminho do hospital, e também não tinha reagido quando os médicos a levaram na maca.

...................................................

Eu estava encarando meu pai em silêncio. A aflição em seu rosto era de cortar o coração. A forma como ele olhava pro relógio e, constantemente, levantava da cadeira e ia espiar no corredor.

Quando ele me ligou mais cedo, eu vim o mais rápido possível. Miranda quase teve um treco por não poder estar aqui como deveria, segundo ela disse. Mas tentei tranquiliza-la, e acho que consegui.

Heitor disse ao meu pai que não se importasse quanto as reuniões na empresa, mas ele visivelmente não ligava para isto. Não no momento.

Quando o médico surgiu diante de nós, o pobre homem foi praticamente atacado.

—Como ela está?

O médico ergueu a mão numa expressão impassível bem típica, pedindo calma.

—Ela está estabilizada, mas terá que ficar conosco uns dias.

—O bebê... – Ele me olha assim que pergunto e me tranquiliza também.

—Fora de perigo. Não se preocupem.

Sinto um peso sair de mim, mas meu pai ainda permanece tenso.

—O que aconteceu?

—Damon, Elena está quase saindo do segundo trimestre. A gravidez dela começa a ficar um pouco mais complicada, ela precisa relaxar mais, e todas aquelas coisas que você já sabe. Foi um susto grande, mas ela é mais forte do que vocês pensam.

Assinto. Ah, ela é sim.

Meu pai respira pela primeira vez, de forma mais aliviada.

—Posso vê-la? – Ele pergunta ao médico que nega, pedindo para que ele a deixe dormir, por agora. Mau pai reluta, mas, no fim, assente.

Minutos depois, eu estendendo um café pra ele.

—Ela vai ficar bem, pai.

—Acho que foi culpa minha. – Ele diz com a voz afetada.

—Como assim, culpa sua?

—Ela ficou chateada comigo ontem. Acho que sentiu ciúmes da Rebekah ou coisa parecida.

Respiro incrédula.

—Meu Deus! Vocês dois precisam relaxar. – Ele suspira e toma um gole do café.

E então me ocorre algo. Essa pode ser uma solução bem eficaz.

—Pai?! – Chamo e ele me olha, esfregando suas têmporas. – Por que vocês não fazem uma viagem juntos?

Ele me olha como se eu fosse uma maluca.

—Você acabou de ouvir o médico dela. – Resmunga.

—Exatamente! – Ele bufa. – Não estou dizendo para ser agora. Mas há algo mais relaxante e mágico que uma viagem a dois?  -Ele ergue a sobrancelha e nem quero saber no que está pensando. - E vocês não tiveram lua de mel. – Eu relembro a ele o fato.

—Não, né? – Ele pergunta meio que já aceitando a ideia.

—O que acha?

Vejo meu pai suspirar, e torcer os lábios ao dar de ombros. Ele topou!

—É. Pode dar certo.

Sorrio e o dou um abraço bem apertado, o sinto relaxar mais em meus braços.

—Às vezes vocês só precisam de um empurrãozinho. – Ele sorri.

—Estou certo de que você sempre irá garantir de que seja você a dá-los. – Sorrimos.

—Claro. Mas talvez o tio Ric também. – Ele gargalha. – Ai, pai...

..............................................................

—Posso entrar?

 Elena ouve a voz de Damon e desvia sua atenção da TV, a desligando em seguida, ela assente, e leva as mãos ao cabelo, tentando dar um jeito no visual, se ajeitando na cama até sentar.

— Como se sente?

Ela não o encara, e Damon nota com inquietude o quanto ela está pálida.

—Melhor.

A voz dela está tão baixa e fria.

—Você me deu um susto muito grande. – Ela finalmente olha pra ele, se encolhendo, e, então, Damon, que estava esperando uma briga, ou, no mínimo uma conversa muito séria, ficou surpreso ao vê-la estender os braços em sua direção já soluçando.

Ele ficou totalmente desarmado.

—Me desculpa... Eu fui tão boba, e perdi a cabeça por tão pouco, quase estraguei tudo.

Damon passou todo este tempo tenso com esta conversa, e Elena estava se culpando pelo o que houve? Ela existe?

—Ah, amor... Me desculpa!

—Shhh. Calma. – ele tenta acalmá-la. – Vocês estão bem agora. Só vão precisar ficar um pouco quietos.

Ele mantém as caricias e também os beijos em sua cabeça até ela estar mais calma.

—Sabe, eu recebi uma dica, bem sagaz, na verdade.

Ele fez Elena o encarar, e secou as últimas lágrimas dela com os dedos, enquanto sentada diante dela na cama. Ao final, tocou a ponta de seu nariz com o indicador a fazendo sorrir.

—O quê? – ela perguntou com voz afetada.

—Que tal uma viagem? – Ela franziu o cenho. – É, - falou gesticulando animado, - só você e eu, como a lua de mel que não tivemos.

Ela sorrio em cumplicidade.

—Dica de Sofia? – Damon sorriu.

—E de quem mais seria?

Elena ficou quieta, encarando as mãos dele entrelaçadas as suas, observando como elas se acariciavam.

—E então...?

—Só nós dois? – pergunta com ar de graça.

Damon sorri, mordendo os lábios antes de responder.

—Só nós dois.

—Parece terrível pra mim.

Ele arqueja surpreso e ela gargalha.

—Malvada! – ele a acusa.

Então, não resistindo, se inclina na direção dela e lhe dá um beijo que era pra ser só um encostar de lábios, mas que, no momento que se tocam, causam um frenesi, ele algo mais apaixonado e quente surge, fazendo com que se separem apenas por ar.

—E então...? – Damon pergunta sem fôlego, com olhos fechados, testa contra a dela, segurando sua nuca.

Quando ela demora uns segundos, ele abre os olhos e a encara. O olhar que encontra o deixa quase sem ar outra vez.

—Eu adoraria. – ela diz, soando tão sedutora quanto possível.

Damon pensa consigo mesmo que nem a palidez e aparência débil consegue tirar de Elena seu poder de sedução. E então ele a beija novamente, de maneira rápida desta vez.

—E para onde, senhor?

Ele encena pensar um pouco e, então, com olhar travesso responde:

—Para as estrelas. – Elena gargalha, o puxando para outro beijo.


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Notas finais do capítulo

Até mais!!!



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