O Resplandecer Da Luz escrita por Ninguém


Capítulo 5
Cap. 4 O simples se torna complicado


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo prontinho. Esse eu dedico a Sarah Colins pelos comentários. Valeu!



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O simples se torna complicado.

- Vamos lá..., vamos lá... qual é... vai... afunda... anda porcaria de dedo! Entra aí! Droga!

Eros se ergueu e endireitou o corpo a medida que gesticulava e xingava por não conseguir fazer o dedo afundar na água salgada do oceano. Um movimento simples de esticar o dedo indicador e coloca-lo para baixo da superfície liquida, não estava funcionando. Era como se ele tocasse o solo, como se encostasse em concreto. Eros não conseguia, por mais alguma razão mística, mergulhar. Mas o garoto estaria contente se fosse somente um membro que não afundasse...

Haviam se passado alguns dias desde o evento que o menino intitulou como “o fim da sua vida pela droga de um ET”. Eros havia pego sua bicicleta e pedalado, pedalado até se cansar, o que não aconteceu por que o garoto percebeu que não se cansava, e isso o possibilitou ir muito longe de sua cidade, chegando a costa litorânea em um dia completo, por que Eros também não sentia sono.

Estes fatos juntando ao que a misteriosa voz lhe falou estavam mais do que comprovado que era tudo verdade, o que levou o garoto a se dedicar ao máximo em evitar que acontecesse o pior.

Ele encontrar com outro selo e ambos acabarem matando milhares no combate.

Até hoje não saía de sua cabeça o noticiário que havia visto em uma televisão num bar em uma das cidades que passou. Estavam noticiando um desastre natural na Itália onde um pequeno vilarejo próximo há Roma simplesmente estava arrasado por algum terremoto, apesar de que todos concordavam que nenhum abalo sísmico fora sentido em nenhum lugar perto da região.

“São eles.” Eros pensou na hora. Por alguma razão tinha certeza que era verdade, e uma onda de tristeza o assolou ainda mais depois que noticiaram que houveram mais de duas mil mortes no local.

Assim, decidido a ficar sozinho no canto mais isolado do mundo o garoto se despôs a andar com sua bicicleta pelas areias das praias rumo a cabo Horn, o ponto mais extremo da américa do sul. De lá Eros tentaria ir até a Antártida.

O plano era simples...ele  esperava que pudesse morrer de frio, caso não fosse possível, ao menos estaria longe e isolado de tudo e de todos.

Como o  pouco dinheiro não dava para comprar uma passagem e Eros também gostaria de evitar lugares muito populosos, o único meio que lhe restou era ir de bicicleta, pedalando pelo litoral brasileiro, dia e noite sem parar.

O plano foi frustrado na terceira noite por um grupo de marginais que estavam na praia, eles o pararam e lhe roubaram a bicicleta e a mochila, naquele momento o Eros tentou reagir na convicção infantil e estúpida que talvez tivesse adquirido força sobre humana por causa do selo.

Infelizmente o garoto descobriu que super força não estava no pacote de suas bizarrices porque que o grupo de vândalos lhe deram uma surra, e o carregaram  jogando-o no mar.

E foi nesse momento que Eros sentiu outra pancada. Achou que não haviam terminado de bater, porém o gosto de água salgada era sentido por sua boca ferida, e ele também balançava muito por causa de um movimento contínuo.  

Eros abriu os olhos e observou que aquele movimento todo estava embaixo de si era água que o empurrava e o puxava perto da costa arenosa.

Todos os marginais ficaram encarando espantados para a cena, embora fosse de noite, a lua cheia causava uma iluminação razoável. Assim eles saíram em disparada apavorados  levando embora os pertences de Eros.

Agora o menino estava no meio do oceano distante de qualquer terra. Ele não afundava, assim toda a superfície aquosa tinha o mesmo propósito que o solo, uma estrada longínqua e azul que parecia se juntar ao céu quando não haviam nuvens. Um caminho que levava a todos os lugares. Era perfeito, por que agora não havia mais limites, uma vez que ele não se cansava e também não dormia.

No entanto estava começando a ficar irritado com o fato de não conseguir afundar.  Era besteira, verdade. Mas Eros estava implicado com suas habilidades não serem tão legais quanto à dos personagens de gibis.

- Raios laser? Não! Poder ler mentes? Não! Voar então? Não! Ter uma força descomunal?? Não! E olha que seria bem útil! – o rapaz gritava aos ventos que sopravam movimentando a agua. – se bem que esse regeneração é útil... – Eros tocou a ponta do nariz que já estava normal.

O garoto parou de falar observando o céu azul com poucas nuvens brancas, ele tinha de reconhecer que a paz a e tranquilidade eram sublimes naquele ponto. O sol reinava soberano mas seu calor não lhe queimava a pele, pelo contrario, eram bom se sentir aquecido após a noite anterior gelada. Embora a solidão fosse sua companhia, Eros sentia-se bem em poder apreciar estes momentos, sentia-se bem consigo mesmo por que apesar do carma, ele tinha a garantia que ninguém morreria por sua culpa.

Logo, observando o céu, o garoto ergueu o braço direito.

- Não sei se o Senhor está aí mesmo. Minha mãe sempre acredita que está olhando por todos nós...

Parecia ridículo para o garoto crer em fé depois de tudo, mas quando não se tem mais ninguém...

- ... então... se está aí mesmo... dê uma olhadinha aqui e me indique o que devo fazer... por que eu não faço a menor ideia... por que... – Eros engoliu seco. – por que não quero de jeito nenhum viver assim para sempre! Então... por favor... me dê um sinal... qualquer coisa, só um sinalzinho pequeno... até um dedo em forma de nuvem apontando a direção, serve.

Mas tudo o que o garoto recebeu foi o silêncio e os movimentos das nuvens em formato de algodão doce.

Então poucos metros a sua frente, emergindo das profundezas explodindo agua ao redor um objeto negro enorme que vinha se erguendo na horizontal a sua frente. Os movimentos das aguas se tornaram fortes e traiçoeiras o que fez Eros se desiquilibrar e cair, levando um tombo na superfície molhando a camiseta e a calça.

O garoto se ergueu sentando sobre o oceano vendo boquiaberto aquela enorme “coisa” que surgiu do nada ir se distanciando devagar, quase parando.

- Senhor... eu pedi um sinalzinho... não um sinalzão. – disse Eros ainda absorto observando o submarino que parava de se mover.

O adolescente ficou sentado ali no mesmo lugar, balançando levemente com o movimento marítimo observando o quão grande um submarino era. Eros só havia visto aqueles veículos aquáticas em fotos de revistas e na televisão, e sempre eram tão pequenininhos...

Poucos minutos depois,  uma porta se abriu e cinco homens fardados saíram caminhando lentamente pelo casco do submarino sempre com o olhar direcionado ao menino sentado ali perto.

- Viram! – disse um dos marinheiros. – eu disse que havia visto o cara!

-Calado! – o oficial o repreendeu enquanto paravam numa parte que ficava mais próximo possível de Eros.

“Me viram?” Eros pensou. “ Dããã! É claro! Não é todo dia que você vê alguém andando por aí no meio do oceano!”

Isso trouxe uma preocupação extra a mente de Eros, pois eles eram militares... e de acordo com que o rapaz sabia... militares e ET nunca se deram bem nos filmes. Assim Eros se pôs de pé o mais rápido possível e ficou encarando os marinheiros que lhe retribuíam com um olhar que dizia “ o que diabos é você?”

- Você aí menino. – disse o oficial. – consegue me entender?

Eros sentia um medo estranho vindo de dentro de si a ponto de paralisa-lo. Então só acenou com a cabeça na afirmativa.

- Bom... qual o seu nome filho?

- E... Eros... senhor. – o garoto ficou em dúvida se batia continência.

O oficial balançou a cabeça na vertical, ganhando confiança em continuar com o dialogo.

- Certo... Eros. Meu nome é Thiago H. Silva. Sou o comandante deste submarino da marinha brasileira.

“O que eu digo?” Eros deu de ombros e só falou.

- Hã... prazer em conhece-lo?

Um dos marinheiros soltou uma risada que tratou de abafar rapidamente.

- O prazer é meu. – o oficial também não sabia como proceder. – Eh... Eros, você... está indo a algum lugar?

O garoto então soltou uma risada, não sabia como, mas todo o medo e ansiedade haviam evaporado de sua mente e corpo instantaneamente.

- Desculpe comandante... mas você parou este troço imenso só pra oferecer carona?

Dessa vez dois marinheiros expressaram um sorriso.

- Sim. – respondeu Thiago. – é pouco comum eu concordo, assim como ver um garoto andando sobre o oceano em plena três horas da tarde.

- Touché. – disse Eros. – ok, hã... eu agradeço a boa vontade, mas vou andando mesmo.

- E para onde pretende ir?

- Para o palácio das sereias! Soube que é ótimo esta época do ano.

A razão de Eros ficava gritando-lhe para saber o que ele estava fazendo. Querendo explicar que não deveria provocar aqueles homens. Só que o garoto não estava nem aí... estava sentindo-se bem, muito bem por alguma razão que ele não sabia.

- Acho que devo insistir que você venha conosco, Eros.

- Sério? E eu devo insistir em dizer... nem que o sol se parte em dois que eu vou até aí! Assim... – Eros se curvou para frente fazendo uma reverência. - Tenha uma boa tarde.

- Creio que você não tenha opção filho. – o oficial ergueu o braço direito e todos os marinheiros retiram pistolas e apontaram para Eros. – acho que para seu bem, deva vir conosco.

O rapaz então desatou a dar gargalhadas como se tivessem contado a piada mais engraçada que existe para ele. O oficial e os marinheiros expressaram dúvida embora mantivessem os braços esticados com as armas postas na direção do garoto.

- Ah...ah... desculpem... – Eros recuperava o folego. – é que não pude me segurar. Vai atirar em mim, oficial?

- Se for necessário.

- Ok... ok... façamos o seguinte: Eu fico paradinho aqui, deste jeito e então vocês atiram... mas com um torpedo! É... atirem  um torpedo em mim, prometo que não vou me mexer.

Os homens se entreolharam confusos.

- Vamos lá gente! – Eros continuou as provocações. – vocês devem ter um torpedinho aí sobrando. Atirem! Garanto que irão adorar o que irá acontecer depois.

- E o que irá acontecer depois? – um dos marinheiros perguntou.

Logo aquela sensação boa que o dominava desapareceu à medida que seu corpo esquentava. Eros sentiu que a cabeça ia explodir por que alguma coisa estava fazendo uma pressão absurda.

O rapaz caiu de joelhos na agua, que a sua volta começava a evaporar.

A dor era tão intensa que Eros pensou que iria morrer, que finalmente ia sucumbir à morte, no entanto antes de desmaiar, o garoto disse algo em um tom de voz grosso e alto para que os marinheiros ouvissem. Ele disse, as palavras saíram de sua boca, mas não era Eros quem estava falando.

- O que irá acontecer? – Aquela voz grossa começou a rir enquanto sangue escorria pelos cantos de sua boca e caía na água. – todos vocês irão queimar...

Após ouvir, Eros apagou. 


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Notas finais do capítulo

Bom... espero que tenham gostado.
Por favor, deixem seus comentários, eles são muito importantes!
Até o próximo capitulo. ;)



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