O Resplandecer Da Luz escrita por Ninguém


Capítulo 2
Cap. 1 O heroísmo não é como dizem (parte 1)




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Cap. 01 (parte 1)

O heroísmo não é como dizem...

Existem histórias que nos contam desde que éramos crianças, histórias infantis de monstros, vampiros, fadas, anjos, príncipes e princesas, batalhas épicas entre o bem e o mal e naquele momento observando o mundo com os olhos da fantasia e desejamos ter aqueles “dons” para sermos os heróis que matam os vilões e se tornam queridos e amados pelo povo.

Mas que doce ilusão...

Esse foi o pensamento que Eros teve após desistir de tudo, depois de aceitar a maldição que ele literalmente carregava, visando proteger seus familiares, seus amigos e sua cidade. 

Não foi fácil um garoto de dezessete anos desistir de tudo o que ama, de tudo o que conhece em prol de um ato que poderia ser visto como heroico pois era motivado por um senso de proteção. Era só nessa ideia que  Eros se apoiava quando pôs a mochila nas costas e saiu com sua bicicleta em direção a auto estrada para nunca mais voltar.

Uma semana antes o adolescente não passava de mais um menino que jogava bola com os colegas da escola num campo quase sem gramado perto da rodoviária. Que comparecia em casa sempre antes da nove da noite para não ouvir um berreiro de reclamações da sua mãe e que como qualquer outro estudante... ia nem muito bem e nem muito mal nas disciplinas da escola tirando notas o suficiente para “passar de ano”, passava quase todas as tardes jogando baralho com o pai que se aposentou recentemente da policia e tinha muito tempo livre. Em termos de garotas o pobre Eros tinha alguns problemas de timidez, vivia com a mãe infernizando a cabeça com sempre os mesmo comentários embaraçosos como “ se engravidar uma vadia, vai casar! Neto meu não será criado numa família separada!” no entanto o pior momento foi quando um grupo da escola foi fazer um trabalho em sua casa e sua mãe havia acabado de chegar do mercado e trazido além dos ingredientes da janta, um pacotinho de camisinha azuis e fez questão de entregar ali mesmo, Eros queria que a terra o engolisse, mas como não aconteceu ele só ficou vermelho e teve de aguentar as piadas na aula no dia seguinte.

Era uma vida boa, simples, e Eros gostava. Também havia uma mania somente sua, ele não entendia como ou por que, mas simplesmente adorava. Toda vez que o tempo fechava, que o céus eram encobertos por nuvens cinza com probabilidade de chuva quase certa, o menino pegava a bicicleta e atravessava toda a extensão do parque das árvores que era próximo de sua casa e pedalava por um estrada de terra vermelha batida rente a uma cerca de arame fino que delimitava um imenso pasto verde pouco inclinado onde ao fundo percorria o córrego Peneirinha que desaguava no rio Santo Antônio. Eros não sabia de quem pertencia todo aquele pasto e nem ligava, sempre deixava a bicicleta encostada num pilar de madeira da cerca, transpunha o arame e então deitava na grama.

Simplesmente deitava no meio do nada observando o tempo escuro acima de si, adorando a brisa fria que soprava trazendo o cheiro de terra molhada e grama, que lhe causava um arrepio que deixava os pelos do braço eriçados, o garoto nunca contou a ninguém sobre esta mania peculiar, e nem contaria, pois Eros sabia que se não fosse ele, não entenderiam. Era uma sensação de paz, uma sensação boa e tranquilizante como se tudo o que existia no mundo fizesse sentido, se conectasse numa harmonia perfeita. Então para completar essa harmonia dos deuses a chuva caía. Os pingos frios não o incomodavam, pelo contrario, era assim que se moldava a perfeição de um momento somente seu, pois Eros podia sentir a agua pura lavando seu rosto, lavando seu corpo, lavando sua alma...

Porém hoje foi diferente. O normal seria que não houvesse ninguém por perto, pois aquela região é pouco movimentada, e com chuva, menos ainda, por isso a paz e o silêncio reinavam sempre, no entanto um ruído, que parecia um está-lo ecoou rispidamente e o fez abrir os olhos.

A chuva já aumentara em volume considerável e um vento vindo do leste a espirrava em seu rosto fazendo-lhe cócegas, porém nem isso retirou sua atenção... Eros olhou para todos os lados preocupado com algum doido ou com algum ladrão que pudesse roubar sua bicicleta.

Então aconteceu.

O clarão surgiu do nada, a princípio o garoto pensou ser um raio, mas o brilho era mais intenso, constante e não tinha barulho, era tão forte que começou a doer suas vistas e Eros pôs os braços a frente do rosto tentando enxergar. Será que alguém ligou um refletor na minha cara?

O impacto foi rápido e voraz e imediatamente veio a dor, era excruciante, como se mil farpas estivessem entrando debaixo de suas unhas, uma pressão horrível caiu sobre seu corpo a ponto de Eros achar que estavam esmagando-o com um rolo compressor, e para piorar a luz mantinha-se intensa, na verdade parecia até aumentar o que forçou a fechar os olhos, nisso uma pancada forte atingiu seu tórax o partindo-o e tudo escureceu.

***

Eros abriu os olhos ou não os abriu por que tudo a sua minha volta era trevas, estava tão escuro que literalmente o adolescente não enxergava um palmo a frente do seu nariz

Detalhe, ele também não sentia a própria palma.

- Bem vindo. – havia surgido uma voz ecoando pelas trevas ao redor de Eros. – Não entendo se esta deveria ser a colocação correta neste cenário, pois é seu de qualquer maneira.

- Hã? Quem é que está aí? Espere... isso é um sonho?

A voz deu uma risada que ecoando por aquela negritude criava um contraste com um caráter demoníaco.

- Ok... risada macabra e sinistra num lugar que poderia muito bem ser o fundo do meu cérebro... eu pensei que havia mesmo um vácuo, isto seria ótimo, por que teria uma desculpa excelente para minha péssimas notas em álgebra,  mas pelo menos poderia ter um pouco de luz. Oh! Será que dava para pagar a conta de energia?

- Sua tranquilidade mental é uma resposta ao excesso de endorfina liberada na reconstrução corporal que está ocorrendo nesse exato momento, é interessante e oportuno para o que tenho a lhe dizer.

Eros não fazia ideia do que a voz macabra dizia, mas realmente estava se sentindo muito bem.

- Eu sou o batman! – a voz do garoto gritou. – era isso que você ia dizer, né?

- Não. Por favor, preste atenção por que não tenho muito tempo. A partir de agora você será o portador de um selo de energia primária. Infelizmente não há tempo para lhe explicar o processo por completo, só tenho realmente um aviso para lhe dar, por consideração ao sofrimento que o povo do meu planeta irá trazer a você a aos outros.

Mesmo com a mente dopada, Eros tratou de levar a sério quando ouviu a palavra “sofrimento”.

- O que... que quer dizer?

- Que a partir de agora você se tornará um perigo e uma ameaça direta para todos que ama, então como aviso, eu lhe direi para se afastar. Afaste-se de todos que convivem com você, um amor, amigos, familiares. Vá pra longe, muito longe, se não todos que conhece... morrerão. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Postem comentários o que acharam, qualquer dica é muito bem vinda!
É claro que não tem muito a ver com o prólogo, mas garanto que a partir de determinado ponto da história tudo fará sentido.
PS: Posto a continuação do capitulo assim que arrumar um tempinho entre as aulas ;)



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