Lutando Por Nós escrita por Laís Oliveira


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

MEUS AMORES!
Feliz natal para todas vocês, minhas queridas leitoras! Espero que vocês tenham passado um lindo Natal em família, e que tenham aproveitando essa época linda do ano para resolver desavenças - se houver -, e que tenham demonstrando todo o amor de vocês para cada membro de sua família!
~
Peço mil desculpas por outro atraso monstro da minha parte, o motivo é: Minha ultima semana foi uma correria, eu não consegui conciliar nada e fiquei completamente desesperada! Haha! Mas... Estamos aqui porque o capítulo saiu e está enorme!
~
Preparem os lencinhos porque o capítulo está emocionante no final! Eu escrevi ele chorando, e creio que vocês vão gostar! Boa leitura e desculpem-me qualquer erro de português. Eu sempre deixo passar um.
~
Leiam as notas finais: Importante.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/281863/chapter/33

BELLA POV.

Ontem foi a confirmação de que meu bebê era um lindo menininho, um mini Edward como eu esperava que fosse.

Hoje Edward tinha deixado Anne com Esme para poder ir para a advocacia, e eu estava indo busca-la, já era noite. Hoje era meu ultimo dia no trabalho, eu havia pegado uma licença por conta da minha gravidez de “risco” e minha faculdade estava trancada até meu bebê vir ao mundo com segurança. Eu me vi tão feliz como eu nunca estivera antes.

Tudo ocorria perfeitamente bem, eu nunca tive tanta certeza do que eu queria em minha vida. Edward era o motivo de toda a minha felicidade, fora ele que transformara tudo de forma tão repentina e apesar das dificuldades permaneceu ao meu lado o tempo todo, tornando todos os meus sonhos possíveis sem nunca sair do meu lado, sempre me amando, cuidando de mim e protegendo-me.

A vida é de certa forma engraçada, eu achava que tinha tudo e quando Edward apareceu eu percebi a ausência da coisa mais importante para a sanidade de uma pessoa; o amor. Edward era o meu amor. Sempre seria.

– Oi Esme! – Cumprimentei-a entrando na sala.

– Oi querida! Vocês estão bem? – Esme perguntou-me animada.

– Estamos muito bem! – Respondi passando a mão institivamente por minha barriga arredondada.

– E nosso bebê, já tem um nome? – Esme perguntou com os olhos brilhando.

– Ainda não, mas tenho um em mente. – Lhe dei uma piscadela e por extinto ela não me perguntou mais nada, como se soubesse que eu não daria mais informações a ela.

Anne estava sentada no sofá assistindo televisão e quando me viu abriu seu melhor sorriso.

Ela era outra pessoa essencial na minha vida. Nunca, em hipótese alguma eu imaginei que me apegaria a uma criança tão cedo, ainda mais que não fosse minha filha no início. Era tão estranho, porque desde o primeiro dia que eu bati os olhos em Anne eu sabia que ela era diferente, que aquela menininha acanhada era especial. O amor repentino que cresceu dentro de mim por ela, a vontade de tê-la ao meu lado, a proteger, a fazer feliz, ou melhor: um extinto maternal. Não tinha explicação, eu apenas a amei desde o começo e quis ela por perto. Quem disse mesmo que o amor é racional? Eu não saberia mais viver sem ela, sem minha princesinha, sem minha Anne, por quem eu tanto lutei com Edward ao meu lado.

– Oi mamãe! – Ela falou vindo me abraçar.

– Oi meu amor! Tudo bem? – Perguntei.

Sentei-me no sofá e Anne sentou-se ao meu lado. Eu peguei em suas pequenas mãozinhas e lhe dei um beijo demorado na bochecha; Anne corou.

– Estou bem! E vocês, como estão? – Anne perguntou-me sorrindo.

– Estamos bem, hoje o bebê está pensando que minha barriga é um campo de futebol! – Eu disse e nós rimos, assim como Esme.


Ficamos conversando um bom tempo, não demorou muito tempo para que Carlisle chegasse do hospital e se juntasse a nós. Conversamos sobre a infância de Edward e Alice, de como fora a gravidez de Esme, as brigas, encrencas, problemas na escola e a incrível amizade dos dois irmãos.

– Sabe Bella... – Carlisle começou rindo como se estivesse pensando em outra coisa. – Eu realmente pensei que o relacionamento de vocês não fosse durar, assim, passar de no máximo três meses, sabe? – Carlisle disse referindo-se a mim e Edward.

Arregalei os olhos, eu não poderia ao menos pensar naquela possibilidade. Não poderia cogitar viver sem Edward.

– P-por quê? – Gaguejei. Meu desespero se manifestando em minha voz. Carlisle riu graciosamente da minha reação.

– É porque foi tudo muito rápido, entende? Eu não estou dizendo que duvidava do sentimento de ambos. Mas, quando você quer viver com uma pessoa, não basta somente o amor, existem outros fatores que são essenciais para a convivência de um casal. Responsabilidade, compromisso, confiança, amizade, eu acredito que se deve começar por etapas; um casal ir se conhecendo como amigos e depois, se sentirem que realmente é aquilo que ambos querem; aí sim tentar dar um passo adiante. E vocês foram tão rápidos. Foram se descobrindo juntos... – Carlisle finalizou com pesar.

– Realmente... – Sussurrei meio desconcertada, sem saber o que falar.

– Mas, você e Edward é exceção. Se eu disser que não me surpreendi com vocês, estarei mentindo. Ainda mais com toda essa história de Anne... Bella, você e Edward mudaram minha visão sobre o amor. Eu sinto muito orgulho de meu filho em ver o modo que ele cuida de vocês três. – Carlisle finalizou referindo-se a mim, Anne e meu bebê.

Tudo o que consegui foi sorrir bobamente, saber o que Carlisle sentia em relação a nós. Saber que o que parecia impossível, fora realizado com êxito e o surpreendeu de maneira tão positiva. Quando resolvi ir embora Anne já estava dormindo e Carlisle ajudou a coloca-la dentro do carro.


Enquanto eu fazia o caminho para casa senti um chute e ri sozinha.

– Oi bebê, achei que você estivesse dormindo já, não cansa não? – Ri sozinha. – Estou tão feliz bebê, e estivesse pensando em um nome para você, tenho certeza que você vai adorar.

Senti outro chute.

– Vou considerar isso como um sim. Está com saudades do papai, bebê? Eu também estou. Já estamos indo para casa, aí vamos poder curtir ele um pouquinho, tá? Você é um bebê de muita sorte, tem um papai incrível e uma irmãzinha incrível também, sem contar toda a família, é grande e cheia de amigos. Hoje a Rose me ligou e disse que o nome do seu priminho vai ser Taylor, o que você acha? É um nome tão forte bebê, eu gosto disso. Mas, se o papai concordar, o seu vai ser ainda mais lindo.

“Sabe, às vezes eu fico pensando como vai ser o seu rostinho. Eu torço tanto para você ser uma cópia fiel de seu papai; mas, de qualquer maneira você vai ser tão lindo! Eu te amo tanto, bebê! E é tão estranho conversar com você sem passar a mão na barriga, pra tentar se sentir. É que agora a mamãe não pode porque está dirigindo, mas quando eu chegar em casa compenso isso, tá bebê?”

Alguns minutos mais tarde nós chegamos ao apartamento, acordei Anne que despertou na mesma hora, reclamando que não poderia ter dormido na casa dos avós.

– Ei, princesa! Olha o que eu trouxe para você! – Falei tirando um enorme urso na cor rosa bebê de uma sacola.

Anne olhou-me com os olhos grandes brilhando em animação e eu sorri com a sua expressão adorável.

– Mamãe, é para mim? – Ela perguntou-me incrédula.

– Isso mesmo. – Sorri satisfatoriamente apenas por ser o motivo daquele sorriso que eu tanto amava estar sendo exibido exclusivamente para mim.

– Obrigada mamãe, a senhora é o máximo! – Anne disse me abraçando e eu retribui imediatamente.

– Agora precisamos de dois nomes, um para o seu irmãozinho e um para o seu urso! – Falei divertida.

Anne assentiu repetidas vezes fazendo graça e eu ri de sua expressão divertida. Dei-lhe um beijo na bochecha antes dela ir se arrumar para esperar Edward chegar.


Olhei-me no espelho. Diferente do que eu sempre achei, eu estava me achando incrivelmente bonita gravida; talvez eu estivesse até linda. Olhar-me de perfil no espelho que tomava quase toda uma parede de meu quarto me deixava emocionada. Eu carregava um filho de Edward em meu ventre, o filho do homem que eu amava com todas as minhas forças, nosso filho. Não tinha como eu achar-me feia, por enquanto.

Sentir os chutes de nosso bebê contra minha pele, trocar palavras com ele, observar Anne e Edward sempre conversando animadamente com nosso bebê era encantador, perfeitamente perfeito. Era o melhor presente que eu poderia ganhar.

– Você está absurdamente linda, deveria ser crime! – Ouvi a voz rouca de Edward e meu olhar o procurou automaticamente.

Sorri grande quando nosso se encontraram, Edward me olhava com os orbes verdes transbordando amor e carinho. Era uma visão de tirar o folego o ver tão entregue a mim. Ele chegou mais perto e me abraçou, depositando um beijo em minha testa e depois em meus lábios.

O beijo fora diferente de todos os outros que trocamos, um beijo delicado, procurando explorar lugares como se eles nunca tivessem sido explorados. Um beijo cheio de carinho que logo se transformou em um beijo quente e ardente.

Caralho. Eu estava grávida e essa deveria ser única explicação para tamanha excitação que eu estava sentindo nas ultimas semanas, era toda hora, todo o momento. Só de imaginar as mãos de Edward percorrendo meu corpo eu ficava completamente molhada e gemia baixinho, tentando conter as cenas em minha cabeça. Eu me transformara em uma ninfomaníaca.

Não demorou muito para eu tomar a iniciativa e empurrar Edward de qualquer jeito em cima da cama e atacar seus lábios ferozmente. Ele mais do que ninguém sabia como eu estava necessitando dele cada segundo do dia. E ele gostava, ah se gostava! O sorriso safado o denunciava logo de cara.

Eu estava sentada no colo de Edward, minhas pernas estavam em volta de seu corpo e eu já podia sentir seu membro rígido roçando minha intimidade; então escutei o barulho da campainha e a ignorei por completo.

– Bella... Tem gente... – Edward disse em meio aos beijos.

– Não... – Gemi em decepção.

– Deve ser algo importante... Não... Avisaram da portaria... – Edward levantando-se com dificuldade e se direcionando até o corredor. – Isso não termina por aqui. – Ele disse dando-me uma piscadela maliciosa e me estendeu a mão para que eu o acompanhasse.

Nós rimos abertamente, eu estava tão sem vergonha que nem ao menos corei.


– Boa noite! – Sue nos cumprimentou assim que Edward abriu a porta para ela, Anne já estava conosco.

– Boa noite, Sue! – Edward a cumprimentou cordialmente – Entre, por favor! – Ele disse dando-lhe espaço.

– Essa será a ultima visita antes da audiência para a guarda definitiva, ansiosos? – Ela perguntou divertida.

– Você nem sabe o quanto. – Eu disse rindo nervosamente, esse assunto ainda não me confortava totalmente. Não via a hora em que eu pudesse gritar para os quatro cantos do mundo que Anne era definitivamente minha e de Edward, e quem ninguém poderia tira-la de nós.

– Oi Sue! – Anne disse tomando a frente – Eu também estou ansiosa, eu vou poder ficar aqui para sempre, não é? – Anne perguntou um pouco tensa.

– Eu espero que sim, querida. – Sue disse-lhe docemente e Anne assentiu receosa.

– Ei, princesa! – Edward a chamou percebendo seu desconforto.

– Oi papai. – Anne forçou um sorriso.

– Do que você tem medo? – Edward perguntou abaixando para ficar em sua altura.

– Tenho medo de voltar para o orfanato papai, eu não quero ir, eu quero ficar aqui com você, com a mamãe e o bebê. – Anne disse fazendo biquinho.

– Você confia em mim, não confia filha? – Edward perguntou e Anne assentiu – Então, eu não vou deixar ninguém levar você daqui, entendeu? Você agora é minha filha, eu sou seu papai, a Bella é sua mamãe, e o seu irmãozinho está ansioso demais para conhecer você! Eu vou até o fim do mundo atrás de você se alguém ousar a te levar de mim. Eu vou protegê-la como seus pais de sangue protegeriam você, amor.

Eu amava esse lado de Edward. Ele era tão atencioso e protetor, principalmente com Anne. Ele fazia de tudo para que ela se sentisse bem conosco, sem se sentir deslocada ou uma intrusa. E Anne, por sua vez, sentia-se da forma que ela deveria se sentir, nossa filha.


Sue ficou por lá pouco mais de duas horas. Depois de conversarmos nós tínhamos que agir normalmente, como se ela não estivesse por lá. Discutimos o nome do urso de Anne, que ficou decidido ser Sammy, e discutimos também o nome de nosso bebê, sempre tentando ignorar a presença de Sue.

– Edward, eu estava pensando... – Toquei no assunto me sentindo envergonhada. – No nome do nosso bebê.

– E qual nome você pensou para o nosso filhote? – Ele perguntou-me arqueando uma sobrancelha enquanto comia batata doce sentado no sofá ao meu lado. Anne estava na poltrona muito concentrada em um filme de princesas na televisão.

– Primeiro me diz se você pensou em algum. – Impus a ele.

– Não sei não, acho que você tem um nome feio para nosso bebê e está tentando desconversar. – Edward disse divertido e eu lhe empurrei o ombro, logo em seguida dando um beijo na região.

– Diga-me! – Pedi rindo idiotamente, a essa altura eu já tinha mesmo esquecido a presença de Sue.

– Bem, eu hoje eu fiquei pensando em Garret, é um bonito, minha Bella. – Eu adorava quando ele usava o termo possessivo, minha Bella. Sim, eu era dele. Sou dele.

Gargalhei alto e Edward olhou-me confuso.

– Que? – Ele me perguntou.

– Garret é nome de velho, amor. – Falei ainda rindo e passei minhas mãos por seus cabelos os deixando ainda mais rebeldes.

– Tá vendo, bebê? – Continuei – Seu papai quer colocar um nome de vovô em você!

– Mamãe, eu tenho um coleguinha na escola e o nome dele é Garret, acho que não é nome de vovô não! – Anne entrou na conversa.

– Há! Não é um nome tão velho assim. – Edward disse com um tom vitorioso e depois seu rosto se passou por uma confusão – Espera aí... Anne... Quantos anos esse seu coleguinha tem?

– Tem minha idade papai. – Anne disse despreocupadamente.

– E ele é seu coleguinha? – Edward perguntou incomodado.

– É sim, ele é legal.

– Princesa... Olha para o papai – Edward disse tentando soar paciente, mas estava mesmo era louco de ciúmes. – Ele não é seu namoradinho não, não é?

– Claro que não, papai! – Anne disse apressada se atropelando nas palavras e corando ferozmente.

– Tem certeza? – Edward perguntou com uma carranca.

– Tenho! – Anne apressou-se em afirmar novamente.

– Mesmo? – Ele insistiu.

– Papai! – Anne ralhou.

– Céus, ainda bem que você é um menininho, bebê! – Falei alisando carinhosamente minha barriga e escutei um riso diferente. Era Sue?

– Desculpem-me – Sim, era ela. – É que eu nunca vi isso antes, bem, foi engraçado. – Ela concluiu ainda rindo e eu a acompanhei.

– Então, amor. – Eu falei olhando para Edward. – Eu queria que o nome dele fosse Anthony... – Falei corando, era patético demais colocar o nome do pai no filho?

Edward olhou-me surpreso e depois confuso, mas, logo um sorriso lindo espalhou-se pelo seu rosto perfeito.

– Tem certeza que você quer dar esse nome para ele?

– Tenho! Taylor vai ser o nome do bebê da Rose e Emmett, bem, bela dupla Taylor e Anthony, Anthony e Taylor, não acha? – O perguntei realmente me sentindo patética.

– Mamãe, eu achei tão lindo! – Anne soou animadamente.

Olhei para Edward com as sobrancelhas arqueadas para reforçar a ideia e novamente um sorriso caloroso espalhou-se por sua face. Edward me beijou demoradamente nos lábios – um selinho – e eu sorri contra sua boca.

– Eu adorei. – Edward disse com orgulho. – Meu filhote com o meu segundo nome.

– Não seja metido. – Falei fazendo bico e Edward o beijou novamente.

– Então bebê, você gosta? – Edward perguntou. – Bem, eu espero que sim bebê, porque e adorei.

– Anthony! – Anne testou o nome – Eu adorei, é o nome do papai, bebê! Agora você tem um nome, isso é tão legal! – Anne disse vindo em direção à minha barriga e ajoelhou-se para alisar o local por cima do tecido de minha blusa.

– Anthony, eu estava pensando. Eu amo os olhos da mamãe, mas eu também adoro os olhos do papai. Qual olhar você vai puxar? – Anne perguntou ao bebê com o dedo indicador no queixo – Eu estou tão curiosa para ver você Anthony, tão animada também.

– Ai, Edward! – Interrompi a conversa de Anne com Anthony e olhei pidona para Edward.

– O quê, amor?

– De repente, bem de repente eu fiquei com vontade de comer picles com chantilly... E leite condensado com laranja... – Só de imaginar meu desejo me dava água na boca.

– Bella, tem certeza que você quer isso? – Edward me perguntou com uma cara um tanto estranha.

– Eu preciso, preciso. – Falei com precisão.

– É... Nossa... Picles com chantilly. – Refletiu fazendo uma cara engraçada.

– É Edward, agora vai. Por favor.

– Sério? – Ele arqueou uma sobrancelha.

– Edward. – Falei pausadamente. – Não reclame, tudo bem? Minha mãe tinha uma amiga que lambia postes; veja só que romântico se eu saísse daqui lhe dizendo “Amor, eu já volto, só vou ali lamber um poste e dentro de alguns minutos eu estou de volta!” – Falei séria segurando o riso.

Sue riu novamente, dessa vez tentando conte-lo com a mão na boca.

Edward por sua vez rolou os olhos teatralmente e antes de sair me beijou e beijou Anne. Depois que eu comi duas latas de picles com chantilly e uma lata de leite condensado com rodelas de laranja, vomitei tudo o que tinha direito – e o que não tinha antes da visita de Sue terminar.


Era domingo. Eu estava na cozinha preparando o almoço e desde manhã estava pensando nos pais de Anne. Katherine Anne Roberts e John Roberts. Eu era tão grata a eles e ao mesmo tempo sentia tanto. Pensei em como Katherine se sentiu quando estava grávida de Anne, e assim com eu, um dos dois deu a ideia de Anne ter o segundo nome de sua mãe verdadeira. Meu bebê teria o segundo nome do pai. Pensei no assalto que os levaram embora definitivamente desse mundo, como eles se sentiram quando Anne estava em risco? Será que eles a amavam? Que pergunta idiota era claro que sim! Eu sentia isso dentro de mim, e como não amar uma garotinha como Anne?

– O que temos para hoje, minha Bella? – Edward me peguntou abraçando-me por trás e beijando meu pescoço.

Esquivei-me de seu toque e Edward me olhou confuso, eu sentia minha face retorcida em angústia.

– Tudo bem, Bella? – Edward me perguntou cauteloso, como se uma simples palavra pudesse me quebrar ao meio.

– Edward, eu preciso fazer uma coisa. – Falei decidida.



Não foi difícil achar o túmulo, os dois foram enterrados juntos. Edward estava segurando a minha mão e me ajudou a abaixar, para encarar a lápide de Katherine e de John. Anne estava no colo de Edward um pouco assustada, mas imersa em pensamentos que eu gostaria de saber quais eram mais tarde, e eu iria perguntar a ela.

Observei a foto fosca e sem vida de Katherine sorrindo em sua lápide. Linda era a definição que eu poderia dar a ela. Cabelos loiros, cumpridos e lisos. Rosto no formato de coração, lábios carnudos e dentes perfeitos, olhos castanhos claros penetrantes. Em seu rosto poderia identificar a frase “Eu sou feliz”. Ela morreu jovens, apenas vinte e nove anos.

Ao lado de sua foto havia a de John, também fosca e sem vida. Mas ele tinha um sorriso tímido em seus lábios. Cabelos castanhos escuros, barba por fazer, olhos pretos e uma face bonita, rosto retangular. Assim como Katherine, seu rosto parecia dizer “Eu sou feliz”. Ele morreu com trinta e dois anos.

Senti meus olhos se umedecerem e não lutei para controlar as lágrimas que ameaçavam cair a qualquer momento.

– Ela gostava quando a chamavam de Kate. – Anne disse com um sorriso tímido e sentou-se ao lado da lápide de seus pais.

Repeti o movimento e Edward me ajudou, ficando na minha posição anterior, abaixado.

– Eu não lembro muito deles – Anne disse – Mas eu lembro um pouquinho do dia que eles foram embora, minha mamãe Kate disse que eu iria encontrar uma família que me amasse. – Ela concluiu com pesar.

Sim, um coração de mãe nunca falha. Kate sabia que Anne encontraria a mim e a Edward. Que ela seria feliz independente de tudo.

– Oi – Falei debilmente deixando as lágrimas livres por meu rosto, senti meu coração se retorcer dentro de meu peito. – Eu sinto muito por vocês. De verdade. Vocês deveriam ser bons pais, seus rostos estampam isso.

Fiquei em silêncio por um minuto, afogada em pensamentos.

“Eu queria deixa-los tranquilos em relação à Anne. Ela é filha de vocês... E... Vocês devem sentir falta dela onde quer que estejam... Mesmo Anne não se lembrando com clareza de vocês, no fundo ela sente falta, ela sempre vai sentir falta. Eu... E Edward... Nós a amamos muito, foi tão difícil lutar para ficar com ela, tão difícil. Foi tão angustiante não saber se eu poderia ter ela comigo.”

As lágrimas começaram a descer com mais frequência por meu rosto. A minha conversa com os pais de Anne estava se transformando em um verdadeiro desabafo de todo o desespero que eu senti durante a luta para tê-la comigo, as palavras se tornaram uma enxurrada.

“Ele era um louco, ele fez de tudo o que podia para tirar a felicidade dela. Ela tentou passar por cima de tudo e todos, ele quase conseguiu. Eu nunca me perdoaria se ele tivesse conseguido levar ela, ela seria tão infeliz, ele poderia ter feito coisas horríveis... Desculpe-me se eu a deixei em perigo.”

– Bella, você não pode sofrer emoções fortes. – Edward disse sussurrando ao meu lado afagando de leve minha mão.

O ignorei balançando a cabeça levemente.

– Vocês são os pais de Anne, eu preciso que saibam que agora está tudo bem, ela está feliz e vai ganhar um irmãozinho. – Passei a mão nos olhos por conta das lágrimas que embaçavam minha visão – E eu espero que vocês não se importem dela nos chamar de mamãe e papai; é tão bom... Tão gratificante, saber que eu consegui fazer tudo certo com Edward... Ele é tão incrível e sempre esteve comigo durante todo o tempo, se não fosse por Edward Anne não estaria aqui.

“Se vocês estivessem aqui, é claro que eu não estaria nesse posto de mãe, eu jamais ousaria em tentar tirar isso de você. Mas, ela precisa Kate, Anne precisa de uma mãe e de um pai para preencher esse papel na vida dela, eu espero que vocês entendam. Eu quero dar a ela o que lhe foi tirado. Eu estou grávida agora e... E... E ela vai ter um irmãozinho, nós vamos ser uma família tão feliz. E eu só preciso que vocês nos abençoem para a minha felicidade ser completa. Anne é uma garotinha tão incrível, vocês teriam tanto orgulho dela se ainda estivessem aqui; ela é tão doce, gentil, educada, encantadora, cativante. Toda a família a adora, e ela se dá tão bem com todos. Eu espero que vocês fiquem realmente felizes por isso.”

– Eles estão felizes, mamãe. – Anne sussurrou ao meu lado chorando silenciosamente.

– Mamãe Kate... Papai John – Anne sussurrou sorrindo minimamente. – Eu sei que vocês estão felizes agora... Porque eu sinto isso no meu coração. Eu não me lembro de vocês muito bem... Mas, eu os amo. E eu estou feliz agora, a mamãe Bella e o papai Edward são incríveis, era deles que você estava falando mamãe Kate, eu tenho certeza. E o bebê vai se chamar Anthony mamãe Kate, é o segundo nome do papai Edward, igual a mim que tenho o seu segundo nome... Anne.

“Era tudo muito ruim quando vocês foram embora... E quando a mamãe Bella apareceu ficou tudo tão melhor. E ela lutou contra o James papai John, o papai Edward também, só para me proteger. Eu sei que o senhor não gostava nada dele. E agora, agora eu tenho uma família de novo, e vou ganhar um irmãozinho também.”

“Todos eles são tão legais, os pais da mamãe Bella e do papai Edward. Os amiguinhos deles... Até a escola melhorou, porque o papai Edward me mudou de colégio, no outro os meus coleguinhas não gostavam de mim. E o papai Edward é tão protetor, tão atencioso comigo e com a mamãe Bella... Se vocês estivessem aqui, iriam gostar deles, iriam gostar bastante, iriam ama-los assim como eu os amo. E vocês, mamãe e papai, vão sempre estar no meu coração, eu prometo.”

Eu chorava como um bebê, Anne também chorava e Edward tentava conter as lágrimas que teimavam em descer por seu rosto.

– Eu prometo a vocês que eu vou sempre dar o meu melhor para fazer Anne feliz. Eu a amo como minha própria filha, eu daria minha vida por ela. Vocês foram pessoas incríveis, apenas pessoas assim poderiam ter uma filha como Anne... Obrigada, por tudo. E eu sinto muito que vocês não possam estar aqui para vê-la crescer, participar da vida dela. Sinto muito mesmo, eu não desejaria isso a nenhum pai. – Edward suspirou contendo um soluço. – Mas, vocês sempre terão uma marca na vida de Anne, e na minha vida e de Bella também. Vocês merecem isso.

“Temos uma audiência para a guarda definitiva de Anne na próxima semana, é onde tudo vai ser resolvido definitivamente, por enquanto temos Anne em guarda provisória. É muito certo que nós vamos conseguir ter ela conosco... É certeza. Mas, eu quero que saibam que quando isso acontecer, nós não vamos tirar Roberts do nome dela... Só vamos incluir Cullen no meio... Anne Cullen Roberts... E o nome de vocês no registro de nascimento dela vai permanecer como é; como deve ser... A herança dela vai ficar trancada até ela ter idade o suficiente para decidir o que fazer com o dinheiro. Não vamos mexer em nada do dinheiro dela."

Edward colocou flores no túmulo de quando eu voltei meus olhos para observar a foto de Katherine e John, meu coração bateu descontroladamente. As fotos antes fosca e sem vida agora estava... Em cores vivas, como se estivessem sido reveladas a poucos dias atrás, não havia pó e o sorriso de Katherine parecia estar mais vivo, mais branco, seus olhos estavam brilhando. E John, olhos brilhando igualmente como Kate, o sorriso tímido estava mais convincente.

Sem conseguir conter o choro mais uma vez, os agradeci por terem me presenteado com Anne em minha vida e prometi que sempre estaria fazendo o que seria de melhor para ela.

E então, Edward ajudou-me a levantar e antes de fizéssemos o caminho de volta para o carro, Anne deixou um beijo acompanhado de um “Eu te amo” na foto de seus pais.

Assim que coloquei o pé para fora do cemitério, senti minhas costas mil vezes mais leve. Era uma sensação de dever cumprido, um peso a menos. Era como se eu tivesse que fazer aquilo a muito tempo, e quando o fiz, meu coração acalmou-se de tal forma que era impossível explicar. Era somente bom, bom demais ter aquela sensação.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então meus amores? O que acharam? Eu já vinha planejando esse momento há uns capítulos, e achei o momento perfeito que seria esse! Foi muito lindo e altruísta da parte da Bella ter essa conversa com os pais verdadeiros da Anne onde quer que estejam, não é?
~
E me digam o que vocês querem ver no próximo capítulo, me deem ideias porque ele vai ser o ultimo, e eu quero que ele seja especial para vocês assim como para mim, quero colocar um pouquinho de todo mundo lá. Pode ser balada, loucuras, coisas inusitadas, tanto faz! Eu pretendo faze-lo enorme e deixar vocês muito felizes!
~
Não prometo o ultimo capítulo antes do ano novo, até porque tem essas festas e tal, e tá tudo uma correria só! Massss se vocês foram legais comigo como estão sendo eu prometo postar em breve em bônus com a conversa da Bella e Anne, que a Bella cita e diz que vai perguntar à ela algo durante a visita.
~
Ou seja: FELIZ ANO NOVO!!!!! Espero que vocês tenham lindas festas e quem está viajando ou vai viajar, boa viajem! Meu pai e minha irmã foram pro outro lado do país e eu aqui, porque estou trabalhando! Haha! Beijos galera, até mais!!! ♥ Vocês fazem meus dias melhores, estou muito feliz!