POV EDWARD

Ao Bella receber alta eu dirigi o tempo todo cuidadosamente para poder segurar sua mão durante o percurso, eu fazia movimentos circulares com os dedos e ela fechava os olhos ao sentir meu toque, estava completamente relaxada e em certa altura dormiu. Assim que nós chegamos eu estacionei o volvo na garagem acordando Bella que ainda dormia, e eu ainda acarinhava sua mão.

- Bella? Chegamos meu amor. – Sussurrei no seu ouvido e imediatamente senti seus pelos da nuca se eriçarem. Ela sorriu timidamente.

Abri a porta do carro para ela e a conduzi até o elevador, não demorou muito para chegarmos até o apartamento, mas nesse pouco tempo que permanecemos a caminho eu a tinha junto ao meu corpo; a ideia de quase perde-la, quase perder nosso bebê e Anne me assustou.

Um bebê, nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar que a mulher da minha vida me daria um bebê, feito por nós, tão rapidamente. Quando eu soube em meio aquele caos de desespero eu fiquei completamente louco, pensei que aquilo não poderia estar acontecendo com a gente, definitivamente não merecíamos isso. Não merecíamos perder um fruto do nosso amor, seria errado. Eu não conseguiria aceitar. Mas o que importava agora é que estava tudo bem, e eu estava louco de curiosidade para ver a reação da Bella quando ela desse de cara com a festinha particular organizada por Alice, claro.

Organizar essa festa foi um caos, Alice queria bolos, doces e todas essas porcarias. Eu e Emmett nos juntamos contra a anã e dissemos que Bella e Rose não podiam se intupir de besteiras pois tinham um bebê para alimentar. Alice chorou teatralmente, esperniou, mas nós a vencemos. Épico! Nós a vencemos, vou criar uma nota mental sobre isso. A festinha particular se resumiu a comidas leves, como saladas de folhas verdes, sucos naturais e vitaminas. A decoração era de natal.

- Estou com saudades da Anne. – Bella disse assim que colocou a mão na maçaneta da porta.

Eu nada disse então ela abriu.

- Surpresa! – Todos gritaram em uma voz só, Emmett, Rose, Alice, Jasper, Carlisle, Esme, Renée, Charlie, e Anne que veio correndo a abraçando pela cintura. Jacob e Jane ainda não haviam chegado de viagem.

- Opa! Desculpa, o bebê está aqui. – Anne disse colocando a mão na boca e soltando um risinho envergonhado.

A expressão de Bella foi impagável, ela ficou primeiramente paralisada ainda processando a informação, depois varreu o rosto de todos que estavam presentes e do nada, repito, do nada começou a chorar como uma criança que acabara de ter o doce roubado.

- Meu bebê, não chore! – Renée disse vindo à direção da filha a abraçando delicadamente, Bella enterrou o rosto na curva do pescoço de Renée e passou os braços em sua volta. Ambas trocaram algumas palavras que eu não consegui identificar.

- Agora vai ficar tudo bem, não temos um louco psicopata atrás de vocês, não mais. – Alice disse dando pulinhos na sala e abraçou Bella assim que Renée a largou, e Deus, a baixinha poderia ter quebrado minha Bella ao meio.

Depois de Alice foi a vez de Charlie receber a filha, assim como Renée ele falava coisas que eu não conseguia ouvir para Bella e ela assentia sem olhar no seu rosto, ela estava agarrada a ele e eles ficaram assim durante alguns minutos.

Depois, claro, Emmett a rodopiou “delicadamente” pela sala, pois não poderia acordar o sobrinho que provavelmente estaria dormindo. Eu ri com o comentário. E assim, entre abraços e “bem vinda de volta” Bella foi recebida por todos animadamente, era como se ela fosse uma estrela de Hollywood.

- Obrigada... – Bella disse dando uma fungada – Por serem tão bons comigo, eu nem sei como agradecer a vocês todo o apoio nesses últimos meses, todo o carinho, todo o amor... Tudo, obrigada por tudo. Eu definitivamente não sei o que seria de mim sem vocês!

- Sem choro Bella, sem choro! – Rose disse, acredite, chorando também.

- Hahaha! O sujo falando do mal lavado. – Sim, quem disse Emmett acertou.

- Mamãe, agora vai ficar tudo bem! – Anne disse passando a mão levemente pela face de Bella – Me desculpa mamãe, é tudo culpa minha, mas agora vai ficar tudo bem. O papai disse que está tudo certo agora!

- Não se culpe meu amor, não é culpa sua e não é culpa de ninguém – Bella respondeu-a a puxando para um abraço apertado. Era uma visão divina ver a minha mulher e minha filha naquela sintonia incrível que só elas tinham.

- O bebê está bem mamãe? – Anne perguntou.

- Sim, ele está. – Bella respondeu sorridente.

- Ai meu Deus, não acredito que eu vou ser avó! – Renée praticamente gritou e veio abraçar Bella novamente. Acho que sua ficha ainda não havia caído quando ela ficou sabendo da novidade.

Olhei de soslaio para Charlie e ele estava carrancudo, olhando para o nada. Eu sabia o porquê, era porque eu tinha engravidado a filha dele e eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele teria uma conversinha comigo, provavelmente para me ameaçar de morte.

Passaram-se algumas horas desde que todos nós conversávamos na sala, Emmett soltava algumas piadas lá, outra cá, que deixaram a todos totalmente constrangidos. Em certos momentos ele pedia a Anne que ela tapasse os ouvidos e assim ela fazia. Em nenhum momento sai de perto de Bella, durante essas horas eu estava com ela sentada ao meu lado, meu braço discretamente estava em volta da sua cintura e às vezes ela pendia o pescoço no meu ombro e em todas as oportunidades que eu tive sempre lhe beijava a testa, a bochecha, o canto da boca. Ela por sua vez fechava os olhos como se tivesse esquecendo-se de tudo o que nos cercava no momento, apenas apreciando o toque. Eu me sentia o máximo por fazer pela perder o eixo. Durante nossas caricias eu não podia deixar de notar os olhares direcionados para nós, e Alice e Emmett, céus, seus olhares eram completamente maliciosos.

- Está vendo Alice? – Jasper tentou soar sério – Só falta nós fazermos um bebê.

- Não vai demorar muito, querido – Alice disse dando-lhe uma piscadela e todos rimos ao perceber meu pai remexer-se no sofá desconfortavelmente.

- Meu amor, já está tarde. Você precisa dormir. – Eu disse para Bellla, seu pescoço estava apoiado no meu ombro.

- Eu não quero, quero ficar aqui com vocês. – Ela disse sonolenta.

- Você tem que ir, o médico disse que você precisa de repouso e eu não vou deixar você desobedecer às ordens dele, tudo bem? Eu vou cuidar de você e do nosso bebezinho, ele também deve estar cansado, não é bebê? – Perguntei debilmente e ouvi risinhos de fundo, só então percebi que agora quem tinha esquecido a presença da nossa família era eu, e não Bella. Senti meu rosto queimar.

- Você está corando, isso é tão inédito!  - Bella disse feliz e meu rosto queimou mais ainda.

- Vem! – Eu disse me levantando desviando o assunto.

Olhei rapidamente para Esme e Renée que não continham o brilho nos olhos, estavam tão encantadas e felizes, era impossível não perceber.

- Eu não quero ficar sozinha! – Bella resmungou se levantando a contra gosto.

- Primeiro: não se zangue. – Eu disse autoritário, tentando soar sério e continuei – Isso faz mal para o bebê e para você; e segundo: você não vai ficar sozinha, eu vou dormir daqui a pouco, sim? Mas você vai primeiro.

Eu e Bella estávamos dando um show particular, mais uma vez esqueci-me da presença das nossas famílias, mas não me importei quando ouvi risinhos de fundo novamente; Bella era importante demais para mim, nosso bebê era importante demais para mim e eu iria zelar pela nossa pequena família. Pelas pessoas mais importantes da minha vida.

- Creio que também está tarde para você, não é mocinha? – Falei divertido para Anne.

- Opa! – Ela disse rindo.

- Vamos princesa, você pode fazer companhia para a mamãe enquanto eu não volto para lá.

Bella e Anne despediram-se de nossa família e eu disse que já voltava. Levei Anne até o quarto dela e disse que iria ajudar Bella a se aprontar para dormir, enquanto isso era para ela fazer o mesmo que eu estaria de volta em minutos para busca-la novamente. Deixei minha Bella sentada em nossa cama, peguei um pijaminha quente e confortável e a ajudei a se vestir mesmo ela dizendo que aquilo era um exagero, mas não, não era. Eu faria de tudo para manter Bella e nosso bebezinho a salvos. Ela não poderia fazer esforços nem em sonhos.

Assim que Bella deitou-se na cama eu a cobri e depositei um beijo em sua testa. Fui até o quarto de Anne busca-la e ela já me esperava de cabelos penteados, dentes escovados e um lindo pijaminha na cor azul bebê.

- Cuide da mamãe enquanto eu estou com o pessoal, posso confiar em você filha? – Perguntei arqueando uma sobrancelha.

- Sim papai. – Anne disse sorridente.

Anne entrou no quarto e subiu na cama se enfiando embaixo do cobertor e abraçou Bella calorosamente, fiquei observando do batente da porta a cena iluminada apenas com a luz amarelada e fraca de um abajur.

- Eu senti tanta a sua falta mamãe, estava com tantas saudades que doeu. – Anne disse ainda abraçada a ela. – Obrigada por me defender, eu te amo mamãe.

- Eu nunca deixaria ninguém machucar você meu amor, jamais. – Bella disse abraçando-a mais forte ainda e depois a afastou poucos sentimentos para olhar no seu rosto. – Eu amo você meu amor, demais.

- Eu também mamãe.

Anne deu um beijo demorado na bochecha de Bella e sai dali antes que eu começasse a chorar. Olhei no celular para ver a hora que marcava quase 00h. Por coincidência – ou não – o meu papel de parede era a foto das mulheres da minha vida, que fora tirada mais cedo. Bella, Anne, Alice e Esme. Definitivamente, as mulheres da minha vida. Sorri bobamente para a foto e me encaminhei até a sala.

- Edward, saia já daqui! Conversa de mulheres! – Alice disse autoritária. Esme, Renée, e Rose riram.

- Tudo bem coisa pequena. – Eu disse a deixando para trás e me encaminhando até a cozinha, foi o único lugar que veio a minha cabeça.

- Foi expulso da sala também? – Jasper perguntou gargalhando e eu assenti vergonhosamente – Bem vindo ao clube.

- Jasper, você tem que dar um jeito nessa anã, ela é irritante demais! – Emmett disse sério, como se Alice fosse a pior pessoa do mundo.

- Você também Edward, como irmão mais velho deve impor as ordens! – Ele continuou.

- É mais fácil ela impor para mim, ela dobra qualquer um Emmett.

- Pior que eu sei. – Ele confessou e Jasper gargalhou, eu o acompanhei e ouvi uma risadinha diferente ali, céus, era Charlie e eu nem percebi que ele estava presente, Carlisle também estava com ele num canto mais reservado da cozinha.

- Podemos conversar Edward? – Charlie perguntou-me e eu engoli seco.

- Sim, podemos claro, claro que sim! – Respondi nervosamente, ah, como sou idiota!

- Pai, pega leve com ele tá? Ele é legal, sério! – Emmett disse com os olhos arregalados e eu engoli seco novamente.

Senti uma batida nas costas, era Jasper.

- Boa sorte, amigo.

- Obrigada, vou precisar. – O respondi meio desnorteado.

Procurei meu pai na cozinha, e cadê ele? OK, agora eu realmente fiquei com medo de Charlie. Ele não era uma das pessoas mais bem humoradas que eu já havia conhecido.

Emmett e Jasper evaporaram dali e não me sobrou alternativas a não ser encarar a fera.

- Sente-se Sr. Swan, fique a vontade. – Falei inutilmente como se o apartamento fosse meu.

- Sem formalidades rapaz. – Charlie Falou sentando-se no primeiro banco junto à bancada da cozinha, ele me olhou, olhou para outro banco e eu sentei-me assim como ele.

- Tudo bem, Charlie.

- Você engravidou minha filha. – Ele falou num tom sério e seu rosto não demonstrava nenhum tipo de expressão ou sentimento, era como se ele estivesse fazendo um simples reflexão, entendendo fatos.

-É... Eu... Sim... – Ótima hora para gaguejar.

- Fico feliz que tenha sido você e não outro cara qualquer. – Charlie disse normalmente. Senti meus olhos esbugalharem.

- Eu nunca tive a oportunidade de conversar melhor com você, saber quais são suas intensões com minha filha e creio que agora já seja tarde para isso, vocês tem Anne e agora virá mais um para a família. Estou certo de que podemos conversar agora, sim? – Ele continuou, e senti que essa seria uma conversa séria, muito séria.

- Claro que podemos conversar Sr. Swan, minhas...

- Charlie rapaz, Charlie.

- Charlie... Então Charlie, minhas intenções com a Bella... Eu nunca tive em mente brincar com ela ou machuca-la, eu a amo muito, ela é tão importante para mim, o senhor não tem noção. Eu nunca imaginei que eu poderia amar alguém como eu a amo, é muito intenso... Tudo o que eu quero e faze-la feliz, viver com ela e a nossa família, sabe, eu... Eu não sei explicar, droga! – Suspirei fundo, já é difícil explicar seus sentimentos para alguém, imagine explicar sentimentos para uma pessoa que lhe intimida e de quebra é o pai da mulher que você ama.

- Charlie – Continuei agora mais calmo – A Bella me ensinou muito. Ela, Anne e nosso bebê são a minha prioridade agora, entende? Eu quero cuidar delas, protege-las... Nós já passamos muita coisa ruim por causa do primo de Anne. E agora, felizmente, ele não está mais entre nós, tenho certeza que agora seremos muito felizes, nada nos impede de seguirmos a nossa vida sem medo, sem receio que algo ruim aconteça e que alguém apareça no nada para nos machucar.

- Bella nunca me contou direito sobre esse cara... Eu soube um tempo desses o que ele tentou fazer com ela – sua expressão se contorceu em dor – Por que você não me contou? Se não fosse Emmett...

- Por mim eu contaria, mas eu não poderia fazer aquilo, não naquele momento. Estávamos sensíveis demais com tudo o que havia acontecido, você e Renée tinham ido embora há pouco tempo e eu não queria lhe dar um motivo para se preocupar, ficar louco... Por uma coisa que não aconteceu.

- Eu devo lhe agradecer por isso. – Ele disse olhando nos meus olhos.

- Deve? – Perguntei incerto.

- Sim, você salvou a vida da minha filha... Impediu que aquele marginal tocasse nela da forma que pretendia... E você a salvou mais uma vez, a encontrando no acidente que aconteceu. Você não só salvou Bella como salvou Anne, e o neném. Só Deus sabe o que poderia ter acontecido.

O olhei incrédulo, eu esperava no final da conversa um tiro e não um “obrigado”.

- Não precisa me agradecer Charlie... Eu não deixaria que nada acontecesse de mal para Bella, eu simplesmente não suportaria vê-la machucada, eu daria a minha vida por ela se fosse necessário, eu não estou exagerando, eu não suportaria vê-la sofrendo. – Agora as palavras saiam como uma enxurrada, eu não conseguia controla-las – Ela sofreu demais em todo o processo da guarda de Anne, foi tão difícil vê-la apreensiva todos os dias, distante, desligada, sabe? A tensão corria solta aqui. Quando Anne estava presente nós tentávamos aproveitar o máximo possível de tempo com ela, faze-la feliz, porque não sabíamos se no próximo final de semana ela voltaria; se estaria com James ou no final de tudo ela tivesse que ir embora com ele. Foi muito ruim, foram os piores momentos da minha vida.

- Essa é outra coisa que eu tenho que lhe agradecer – Antes que eu pudesse falar algo ele prosseguiu – Se você não amasse a minha filha como você diz eu tenho a mais absoluta certeza que você não a ajudaria com Anne, não a assumiria com ela, assim que Bella aparecesse com essa história louca você teria corrido para o mais longe possível, e você não o fez, Edward. Você permaneceu com ela em umas das maiores dificuldades que ela já passou. Eu sei que você é o real motivo para que Bella tenha conseguido a guarda da menininha, eu sei o quanto você lutou e o que você fez para que isso se tornasse possível para Bella. Emmett pode parecer burro, mas ele não é, acredite. Ele é perceptível e observador, um garoto muito inteligente. Ele me contou tudo desde que eu cheguei aqui novamente.

“Uma coisa que eu percebi também durante a minha estadia aqui da primeira vez em que lhe vi e agora, é o modo como você trata Bella e Anne, você pensa que eu não vejo, mas eu observo, observo tudo, Edward. Bella é minha filha, uma das pessoas mais importantes da minha vida e eu zelo pelo sua felicidade. A partir de agora eu a entrego em suas mãos, eu sei que você é capaz. Eu sei que você a ama, eu vejo em seus olhos, e isso é recíproco porque eu vejo a maneira como ela olha para você também.”

“Anne então... – Charlie balançou a cabeça sorrindo minimamente – Ela é um anjo, um anjo. A forma como ela trata você, como você a trata. Pensa que eu não percebi esses dias com Bella no hospital? Você ligava quatro vezes ao dia para saber como Anne estava, e a noite saia do hospital para vir aqui e coloca-la para dormir, e depois voltava para Bella. Anne me contou a conversa de vocês, você a cobrindo a noite, beijando-lhe a testa e dizendo que a ‘mamãe’ dela ficaria bem, que você iria cuidar dela e tudo iria ser como deveria ser. Como deveria ter sido.”

“Também sei como foi tudo absurdamente rápido entre você e Bella, namoro sério em menos de um mês após terem se conhecido, sei lá, não dá pra entender. Talvez realmente não dê mesmo para entender o amor. E agora, olhe para vocês... Vão se casar em breve. Eu fico feliz, fico realmente feliz. Um dos meus maiores sonhos era ver minha filha casar-se com um homem, um homem, não um moleque, e sim um homem digno de toda a pessoa boa que Bella é, ela é uma menina de ouro, Edward. Eu não tenho dúvidas rapaz... Você tem a minha benção, obrigada por fazer Bella feliz, por cuidar dela e respeita-la, por apoia-la quando qualquer pessoa normal correria para longe. Obrigada por amar Anne como uma filha para você, e obrigado pelo neto ou neta que está a caminho, ele será muito amado.”

Charlie coçou a cabeça minimamente quando terminou seu discurso e eu estava estático, processando as informações que Charlie havia me passado. Ele me aprovara, ele sabia e entendia o quanto eu amava Bella, o quanto ela me amava e como nós lutamos para estarmos aqui, hoje, felizes.

- Obrigado – Falei depois de alguns minutos olhando para o nada, a sinceridade transbordou em meu agradecimento – Você não tem noção do quanto isso significa para mim. É a melhor coisa que poderia ter me acontecido hoje... Escutar tudo isso do senhor, Charlie. Eu amo Bella com todas as minhas forças, ela é a mulher da minha vida, não tenho duvidas disso. Eu prometo que vou cuidar dela até meu ultimo suspiro, Bella é minha vida.

Meus olhos começaram a arder, eu sabia que as lágrimas brincavam por meus olhos e a qualquer momento elas escorreriam por meu rosto, mas eu me contive e levantei-me da cadeira e assim Charlie fez também, vindo em minha direção e dando-me um abraço de macho, cheio de significados. Não pude conter minha felicidade, eu estava lisonjeado com esse acontecimento. Eu era oficialmente digno de ter Bella na minha vida.

- Obrigada, Edward. – Charlie repetiu novamente.

- Papai? – Uma voz suave soou bem ao meu lado e eu não contive meu sorriso, tudo parecia mais colorido e melhor agora, como se fosse possível.

- Oi meu amor, está tudo bem? – Perguntei a Anne.

- Sim, eu só queria água, mas não alcanço o copo no armário. – Respondeu-me com carinha de sono.

- O papai pega para você, princesa.

Fui até o armário, peguei um copo e o enchi de água, Charlie observava todos os meus movimentos, mas isso não me deixava mais tenso. Eu já sabia tudo o que ele pensava à respeito de mim, e isso era o suficiente.

- Obrigada papai. – Anne disse terminando de beber a água. – Ah, a mamãe mandou chamar você, ela disse que está demorando. – Anne avisou-me calmamente, sua expressão era adorável.

- Diga a ela que eu já vou, pode ser?

- Sim! Vou dar um beijo de boa noite na mamãe e avisar que você está indo, depois vou para o meu quarto. Boa noite papai.

- Boa noite minha princesa. – Eu disse beijando carinhosamente sua testa e lhe dando um abraço aconchegante. Anne passou seus bracinhos por volta do meu pescoço.

- Obrigada papai, por cuidar da mamãe e de mim. Eu te amo.

- Eu também te amo minha princesa, eu sempre estarei cuidando de vocês. – Foi tudo o que eu consegui dizer, estava emocionado demais para conseguir usar palavras mais elaboradas.

Anne sorriu lindamente para mim e deu boa noite novamente para Charlie antes de se retirar.

- Estou dizendo... – Charlie disse antes de voltar para a sala me deixando sozinho na cozinha.

Como Alice estava ainda de pé fofocando com as mulheres da casa não achei mal educado de minha parte me recolher, aliás, as donas ali eram Alice e Bella, e Bella estava chamando por mim. Despedi-me de toda a família e fui até o quarto de Anne, ela já dormia calmamente e mesmo assim não resisti ao impulso de lhe dar boa noite mais uma vez, mesmo que ela não me escutasse.

Tomei um banho rápido e coloquei um moletom quente, deitei ao lado de Bella que já dormia calmamente, fiquei a maior parte da noite velando seu sono. Tão linda, seus traços delicados realçavam ainda mais sua beleza, sua respiração calma acalmava meu coração de forma surreal. Mesmo dormindo eu percebia o quão minha Bella estava serena, feliz, segura e protegida em meus braços, eu daria minha vida por ela.

Bella era minha droga, meu tipo de droga preferida. Daquelas que você experimenta e não consegue mais parar. Eu não queria parar. Eu não via um meio de viver sem Bella, era impossível, não tinha possibilidades, simplesmente não havia como. Eu a queria comigo pelo resto da vida, até que a morte nos separasse, e talvez ainda assim nem ela conseguisse nos separar.

Aconcheguei-me junto a Bella e como se as mãos dela tivessem vida própria, enlaçou-se em minha volta e sua cabeça pousou em meu peito, ela ainda dormia. Seu corpo precisava saber que o meu corpo estava ali, colado ao dela. Sorri com o fato.

“Eu te amo, minha Bella, eu te amo bebê” Sussurrei antes de fechar os olhos e finalmente dormir com Bella em meus braços.