POV BELLA

Hoje eu havia prometido à Anne que iria visita-la. Estava um calor insuportável e depois do meu banho matinal – eu estava precisando, a noite tinha sido longa novamente – eu vesti um short preto com tachinhas e uma blusa com a bandeira da Inglaterra, troquei a bolsa por uma com a bandeira da mesma e calcei meu amado all star branco.

Sai do apartamento para meu estágio e deixei Edward dormindo com um beijo que eu havia depositado em seus lábios.

O dia no estágio parecia não passar, Mike estava um pé no saco e eu estava tentando não ser grossa com ele. Acompanhei uma reunião de projetos para o jornal e até dei opiniões que foram muito bem aceitas. O dia na faculdade foi puxado e me jogaram vários trabalhos de uma vez só. Eu estava na ultima aula quando recebi uma mensagem de texto.

“Bella, vamos jantar hoje todos fora, topa? - Jane”.

“Vou visitar Anne depois da faculdade, fica para a próxima – Bella” respondi.

Me despedi de alguns colegas e resolvi passar no apartamento para tirar o short e colocar uma calça jeans, será que Edward iria jantar com a galera também?

Cheguei ao condomínio e estacionei meu carro, subi para o apartamento e abri a porta. Escutei vozes.

– Edward, eu quero você! – Uma voz feminina soou sensualmente e meu coração foi à boca, o que estava acontecendo?

– Lauren... – Era a voz de Edward e foi cortada.

Procurei desesperadamente de onde vinham as vozes e eu me deparei com a pior cena que eu já havia visto na minha vida.

Uma garota morena, aparentemente bonita estava pendurada no pescoço do meu Edward dentro da minha cozinha. Ele parecia tentar empurrar ela, mas eu não tive tanta certeza assim já que suas bocas estavam coladas e depois ele não fez nenhum esforço para mante-la longe, quando eu me dei conta o choro cortava minha garganta e eu estava aos prantos. Então ela era Lauren, mas o que ela estava fazendo aqui dentro do nosso apartamento?

Levei minha mão ao peito e então os dois perceberam minha presença, eu havia sido traída ou aquela garota tinha simplesmente resolvido aparecer para tentar resgatar o que antigamente era dela? Encarei a cena sem folego novamente, a garota me olhava com um sorriso no canto dos lábios e Edward não demonstrava reação.

– Eu não acredito. – Fechei minhas mãos em punho e levei uma ao peito. Eu estava dilacerada, era o mesmo que sentir facas atravessando meu coração. – Me diz que é mentira. – Falei entre soluços.

– Desculpe querida, foi no calor do momento, deveria saber que todos erram até mesmo Edward. – A voz feminina falou.

– Bella, por favor, me escute! – Edward praticamente gritou.

Não respondi, eu apenas dei meia volta e sai dali entrando no elevador novamente.

Eu não poderia ficar. Eu não aguentaria ficar no mesmo ambiente que aquela garota. Senti um nó no meu estomago e coloquei tudo para fora, uma senhora que estava ao meu lado no elevador me olhava assustada e eu não sabia se vomitada ou se chorava.

Edward não faria isso comigo, ou faria? Eu não poderia fazer julgamentos, eu não estava ali desde o inicio. “E a cena que você presenciou, não basta?” Meu subconsciente gritou. Eu não conseguia entender, como Lauren entrou lá dentro, como ela sabia onde eu morava com Edward? Nada fazia sentindo. “Edward a deixou subir” meu subconsciente gritou novamente e eu o amaldiçoei.

Senti uma parte de mim sendo arrancada a força como se um pedaço da minha carne. Meus pulmões doíam, meu peito doía e meu coração doía. Isso não poderia estar acontecendo comigo.

Peguei no volante dirigindo para ver Anne, eu havia prometido para ela que iria vê-la e não poderia decepciona-la, ela esperava por mim.

“Edward não havia me enganado, é tudo coisa da minha cabeça, existe uma explicação” eu repetia para mim mesma, tentado acreditar nas minhas próprias palavras. Eu o amava mais que tudo e perde-lo assim como eu acabava de perder era errado, eu sentia como se fosse o meu fim, eu não conseguiria seguir em frente sem ele.

Cheguei ao orfanato que estava com um dos portões abertos, entrei sem avisar indo direto para a sala de espera onde ficavam as visitas.

– Anda seu idiota! – Eu escutei a voz de Irina se aproximar e rapidamente me escondi atrás de um dos armários que havia na sala.

Eu não podia ver mais nada, mas escutava perfeitamente.

– Você vai depor ao meu favor, se forem necessários depoimentos você vai estar lá para ferrar com Isabella pra mim. – Era James, eu estremeci.

– Eu não posso arriscar meu emprego por um idiota como você, eu posso depor, mas não vou falar nada a mais que a verdade.

– E qual é a verdade?

– Eu sei que Bella sempre odiou as crianças daqui, e porque ela se dá bem somente com uma? Ela é uma delinquente pichadora de muros.

– Irina, presta atenção. Os pais da pirralha eram ricos, entende? Ricos. Meu pai também está quase morrendo em cima de uma maldita cama e o infeliz não vai deixar um centavo para mim, ele disse isso na minha cara! – Ele falava baixinho demais, então era isso.

– Você deve ser um filho muito exemplar para ele fazer isso com você – Irina disse irônica.

– Ele só pode ter incluído a garota no testamento, ela é a única família dele em vida além de mim. O responsável por ela vai nadar em dinheiro até o fim dos dias. Além da herança dos pais dela tem o dinheiro do meu pai, se você dar seu depoimento ao meu favor eu posso te pagar algum dinheiro.

– James eu não sei...

– Pense. E quando eu estiver com a menina, se ela resolver se rebelar contra mim eu posso até ganhar um dinheiro em cima dela apenas por diversão, vender para algum traficante de crianças. – Ele gargalhou – Agora traga Anne aqui.

Ouvi saltos baterem no chão, provavelmente Irina estava indo buscar Anne. Então era isso, James queria o que era de Anne, ele não a amava e não queria cuidar dela como eu já sabia, ele queria o dinheiro que a pertencia e até cogitou “vende-la” para algum traficante. Chorei compulsivamente atrás do armário sempre abafando o som, chorei pela verdade tão cruel e por Edward, como seria daqui para frente? Pude me ver perdida e derrotada novamente, eu não suportaria.

Eu nunca fui boa o suficiente para Edward, eu sempre soube só que negava para mim mesma. Eu não poderia culpa-lo por ter se enganado comigo, e continuaria o amando mesmo ele estando longe. Mesmo morrendo aos poucos todos os dias.

Ouvi saltos novamente entrando na sala.

– Saia Irina. – James ordenou e assim ela fez.

– Sente-se pirralha, eu quero conversar com você.

Não escutei som algum.

– Senta agora menina! – Ele gritou e eu sufoquei outro soluço com a mão.

– Sexta-feira vai ser a sua tão sonhada audiência, e você vai fazer o que eu mandar, está ouvindo?

– Sim. – Ouvi a voz de Anne assustada respondendo baixo.

– Não vai chorar garota. Não chora. – Ele disse impaciente.

Suspirei.

– É o seguinte. Fiquei sabendo que você vai dar um depoimento, então você vai dizer que não gosta da companhia de Isabella e nem daquele Edward, que você quer vir comigo.

Escutei Anne chorar dessa vez.

– Eu disse para não chorar! Se você abrir a boca para a Isabella sobre mim ela não vai mais querer você, sabia? Ela não vai gostar de saber que a pirralha que ela tanto gosta vem de uma família suja e porca – Dessa vez foi James quem suspirou alto – Se você falar, você sabe, eu vou matar os dois. Isabella e Edward.

– Não James, por favor.

– Cala a boca! Agora sai que eu não quero mais ver sua cara por hoje.

Escutei passinhos rápidos e depois nada mais. Eu estava tão horrorizada e perturbada com toda a revelação que senti minhas pernas dormentes por um momento. Minha respiração estava rápida e pesada e eu não sabia o que fazer.

James era um monstro, em todo esse tempo ele estava levando Anne nas ameaças e ela estava mentindo para mim e para Edward para nos proteger. Meu coração se apertou e eu senti falta de ar e a ânsia me tomou novamente. Dessa vez fui mais forte e sai dali, mas para minha surpresa James ainda permanecia na sala e me olhou como se tivesse avistado uma assombração.

Tudo o que veio a minha mente foi correr, eu corri portões afora e entrei no meu carro, minhas mãos tremiam e suavam e eu não sabia para onde deveria ir. Liguei o motor e quando dei partida percebi James entrar num carro preto que eu não identifiquei o modelo e começou a me seguir.

Acelerei o carro sem saber para onde eu estava indo, James me alcançou e as lágrimas que desciam por meus olhos atrapalhavam a minha visão. Depois de passar por várias ruas entrei por uma desconhecida e segui por um bairro feio com vielas e casas manchadas com as paredes descascando, meu carro passou por um buraco e James me ultrapassou, jogando o carro dele completamente na frente do meu me deixando sem saída.

Entrei em desespero, não havia ninguém na rua, era noite e ela estava praticamente sem iluminação. Minhas mãos travaram junto ao volante e minha visão ficou turva, a ânsia me tomou mais uma vez e antes que eu pudesse vomitar novamente a porta do meu carro foi aberta e mãos grossas me puxaram para fora me derrubando no chão.

– Ora, ora. – James disse debochado. – Não é a Isabella que adora se meter na vida dos outros? – James disse vindo para cima de mim.

– Não encoste em mim! – Eu gritei, mas minha voz falhou.

– Por que está gaguejando boneca? Eu preciso dar um corretivo em você.

James me levantou brutalmente me direcionando a uma rua mais escondida, dobrando a rua que estávamos anteriormente.

– Me solta, por favor! – Eu disse chorando, agora eu soluçava novamente.

– Não, antes eu vou brincar um pouquinho com você. Quem sabe assim você aprende, não é? – Ele disse baixinho no meu ouvido passando a mão por dentro da minha blusa apertando brutamente minha barriga, e então eu entendi tudo. Eu sentir repulsa, isso só poderia ser um pesadelo.

– Socorro, me solta, me solta, socorro! – Eu gritava desesperadamente e ele tampou minha boca com suas mãos grandes e sujas.

– Fica ainda mais linda assim, grita pra mim Isabella, de preferência geme e não adianta chorar. Quem te pediu para andar com as pernas branquinhas de fora pela cidade a essa hora da noite? Isso é provocação aos machos. – Ele disse nos meus lábios e eu vi minha vida acabada ali, James iria me sujar, eu iria ser suja para sempre. As lágrimas desciam ferozes pelo meu rosto e eu escutei o tecido da minha blusa se rasgar.

Eu gritei.

– Isso, grita mais. –Dessa vez ele disse no meu pescoço – Assim me excita.

Eu não tinha forças para lutar a não ser me render, mas mesmo assim eu lutei e foi em vão. Ouvi o tecido de meu short ser rasgado como o da minha blusa, eu gritava sem parar, ele prendeu meus pulsos acima da minha cabeça e seu antebraço estava tapando minha boca.

– Droga de ferro nessa droga de short! Aposto que você fica mais linda sem ele.

Fui jogada contra uma parede e cai em seguida. Miragem ou algo do tipo? Eu juro que vi Edward ali.

Minha visão escureceu, mas eu não desmaiei. Consegui associar que Edward estava realmente ali, não me pergunte como ele me achou porque eu não sei. Ele travava uma guerra entre socos e ponta pés com James e eu não conseguia identificar quem estava apanhando ou batendo, eu só fiquei deitada no chão sem forças para levantar, tudo o que conseguia era chorar abraçando meu corpo em forma de defesa.

Eu não sei quanto tempo se passou desde que eu estava ali e eu ouvi a voz de um anjo me chamar.

– Bella? Bella? Por favor, Bella, pode me ouvir? Meu amor, por favor. – Era Edward, sua voz estava uma mistura de choro com palavras arrastadas.

– Edward... – Eu disse desorientada.

– Me desculpa meu amor, foi tudo um mal entendido, eu vou te explicar tudo, eu prometo. Confia em mim, por favor.

Abri meus olhos devagar demais e não disse nada, meu raciocínio estava lento e eu não conseguia assimilar as coisas. Observei Edward tirar o casado dele e passar envolta do meu corpo, só assim eu percebi que estava apenas de roupas intimas e estava com muito, muito frio.

– Edward, o James...

– Não fala nada meu amor, por favor, antes que eu mate ele.

– Onde ele está? – Consegui perguntar.

– Eu o atingi com uma pedra na cabeça e ele está desacordado. Vai ficar tudo bem minha Bella.

Senti os braços de Edward me rodearem e ele me levantou do chão, me deixando totalmente em seu colo enquanto ele andava comigo e eu ouvi de longe o som de sirenes de polícia cada vez mais perto.

– Eu amo você. – Foi tudo o que eu consegui dizer em um suspiro.

– Me desculpe Bella, eu te amo muito, muito mais. Eu vou sempre estar com você não importa o que aconteça.

E então eu apaguei.

POV EDWARD.

Já era noite e estava perto de Bella chegar, eu havia tentando fazer lasanha e estava a esperando para comer. Alice havia me ligado e me perguntando se eu iria jantar com turma e eu recusei já que ela disse que Bella não iria.

Escutei uma batida na porta e achei estranho, será que Bella havia esquecido as chaves? Fui até a porta e quase cai para trás quando vi quem se encontrava.

– Olá Edward. – Lauren disse tentando soar sexy entrando no apartamento sem ao menos ter sido convidada.

– Como você conseguiu subir aqui? – Perguntei atormentado.

– Dinheiro paga muitas coisas querido, inclusive uma entrada clandestina num condomínio.

– Como você sabia onde eu estava?

– Como se eu não soubesse onde fica a sua sala e suas anotações, onde estava o endereço da sua querida irmã, eu não sou idiota Edward, eu não vou ser passada para trás. – Ela disse com fúria – Você está cozinhando agora? Senti o cheiro de longe – Lauren falou doce dessa vez e foi até a cozinha, me dirigi atrás dela.

– Sai aqui agora Lauren, agora! – Eu gritei.

Ela se aproximou demais me puxando pela camisa.

– Você não vai se livrar de mim Edward Cullen, não vai! Edward, eu quero você!

– Lauren...

Ela me puxou e se pendurou em meu pescoço, me agarrando e beijando meus lábios. Eu tentei me afastar, mas seria impossível, então fiquei imóvel até que a loucura dela passasse e assim eu poderia expulsa-la do apartamento.

E quando eu pensei que o momento não poderia ficar pior eu avistei Bella na entrada da cozinha em choque, o que eu havia feito? Ela estava incrédula como se não acreditasse no que estava vendo. Eu fiquei sem reação.

– Eu não acredito. – Bella disse fechando as mãos em e levando uma delas ao peito, sua expressão era de dor. – Me diz que é mentira. – Ela disse entre soluços.

– Desculpe querida, foi no calor do momento, deveria saber que todos erram até mesmo Edward. – Lauren disse com tom de superioridade.

– Bella, por favor, me escute! – Eu praticamente gritei, mas Bella foi mais rápida e saiu dali praticamente correndo.

Empurrei Lauren para longe de mim e comecei a procurar as chaves do meu volvo.

– Edward, é aquela vadia?

Peguei a chave do volvo a enfiando dentro do bolso da calça, pegando pelo braço de Lauren e caminhando rapidamente em direção à porta. A joguei para fora com ignorância saindo junto com ela e passei a chave na porta.

– Nunca fale assim dela, está me escutando? – Explodi com toda a raiva que eu estava de Lauren e de mim também, eu não poderia ter deixado aquilo acontecer.

– Edward...

– Vem comigo agora.

Chamei o elevador ainda a segurando pelo braço, ele demorou demais e eu estava tão irado que desci pela escada de emergência sem nunca soltar seu braço, eu cansei, afinal eram 18 andares, mas só a sensação de não estar parado com Lauren e cada vez a levando para mais longe era melhor.

Demorei alguns minutos até chegar à entrada do prédio, a coloquei para fora brutalmente sem dizer uma sequer palavra, eu odiava ser grosso, mas Lauren havia pedido por isso.

Procurei pelo carro de Bella que não estava na sua vaga de sempre, tomei a direção do meu volvo dando voltas pela cidade sem saber para onde ir, até que lembrei que Bella havia dito para Anne que iria visita-la e eu fui diretamente para o orfanato.

Não deu outra, eu avistei Bella entrar rapidamente no carro parecendo que iria sair dali. “Estranho” eu pensei. Eu estava longe de seu carro quando percebi um cara entrando num carro preto gigante a seguindo. Eu não pensei duas vezes e fui atrás do carro.

O motorista deveria estar tão louco atrás de Bella que com certeza não percebeu que eu o seguia atrás, um pouco longe tomando cuidado, aliás, eu não sabia com o que eu estava lidando e se o carro estava realmente seguindo Bella.

Meu celular tocou.

– Bella? – Perguntei assustado.

– Edward, tem alguma coisa errada, a Bella, cadê ela? – Era Alice com a voz tremuda.

– Depois Alice, por favor.

Eu disse desligando e agora tinha certeza, Alice nunca errava.

Entrei em desespero, Bella realmente estava em perigo. Ela começou a entrar por ruas estranhas e chegamos a um bairro totalmente desconhecido. Havia muitas vielas e casas descascadas, sofridas com o efeito do tempo e os carros corriam cada vez mais.

Perdi os carros de vista e meu coração falhou uma batida, mas eu continuei seguindo pelas ruas escuras sem me importar com sinalização ou placas, foi quando eu avistei o carro de Bella aberto no meio da rua e um carro na frente dela como se estivesse a fechando. Não havia ninguém ali.

Desci do carro me sentindo culpado por tudo o que aconteceu a noite. O que teria levado Bella ali? Se ela tivesse chegado e não tivesse se deparado com a cena que encontrou talvez ela não estivesse correndo perigo. Meu celular tocou novamente e eu o ignorei.

Senti minhas mãos soarem frio e minha respiração ofegante, Bella estava correndo perigo e eu não conseguia ligar com isso, era demais para mim. Comecei a correr pelas ruas escuras e ouvi gritos abafados.

– Isso, grita mais. Assim me excita – Ouvi a voz cada vez mais perto e eu passava as mãos pelos cabelos quase os arrancando.

Entrei em uma rua que era uma espécie de beco e vi minha Bella com a roupa toda rasgada e um cara a presando contra uma parede.

– Droga de ferro nessa droga de short! Aposto que você fica mais linda sem ele. – Ele disse e senti meu sangue ferver, eu não consegui pensar mais em nada naquela hora, eu só queria mata-lo e dar sua carne para jacarés ou o que quer que seja.

Eu corri e antes que ele percebesse minha presença jogou Bella contra o muro, pulei em cima do cara. Nós rolamos nos chão e eu fiquei por cima dele, acertei vários socos na sua cara deixando a região sangrando.

– Seu desgraçado, eu vou te matar! – Eu dizia entredentes com um ódio que eu nunca havia sentindo antes ou sonhado em sentir.

– Ninguém mata o James. – Ele disse com o rosto machucado e me jogando por debaixo dele, dessa vez ele acertou um soco no meu rosto.

Puta que pariu. Então esse era o James. Uma força sobrenatural me atingiu e eu rolei por cima dele novamente, eu socava seu rosto com toda a força que eu pude até sentir meus dedos doerem e ver as feridas liberarem sangue, ele ameaçou me passar por baixo novamente, só que eu fui mais rápido e peguei uma pedra que havia perto e bati com ela em sua cabeça. O maldito apagou e eu lhe dei vários ponta pés.

Eu estava cansado, eu queria mata-lo, mas com certeza isso acabaria com minha vida. Eu tinha planos para viver com Bella e com Anne, não parar atrás das grades por causa de um desgraçado como ele, mas eu não suportaria se ele tivesse machucado Bella da maneira que pretendida, se fosse assim eu com certeza o teria matado sem dó nem piedade e sem pensar nas consequências.

Bella estava a salvo e isso era o que importava, isso que eu iria manter em mente para não acabar com a vida dele. Peguei meu celular e disquei o número da emergência e da polícia. Troquei rápidas palavras me rastejando até Bella e me dando conta do estado deplorável que ela se encontrava. Senti meus olhos queimarem, eu poderia não ter chegado a tempo, eu poderia não ter salvado a minha vida, a minha Bella.

– Bella? Bella? Por favor, Bella, pode me ouvir? Meu amor, por favor. – Eu dizia desesperadamente sentindo lágrimas descerem pelos meus olhos.

A rua quase não tinha iluminação e estava tudo escuro.

– Edward... – Bella disse com dificuldade e eu arfei.

– Me desculpa meu amor, foi tudo um mal entendido, eu vou te explicar tudo, eu prometo. Confia em mim, por favor. – Senti minha cabeça querer explodir com minhas palavras, eu precisava que Bella soubesse da verdade.

Ela abriu os olhos devagar, mas não disse nada, Bella parecia não conseguir assimilar as coisas a sua volta. Olhei para minha Bella, ela estava com vários arranhões pelo corpo e alguns sangravam, ela tremia e estava seminua, eu precisei fechar meus olhos e me controlar para não voltar para trás e acabar com a vida daquele infeliz miserável. Tirei meu casaco e passei por volta de Bella tentando a proteger o máximo possível.

– Edward, o James...

– Não fala nada meu amor, por favor, antes que eu mate ele.

– Onde ele está? – Bella perguntou ainda com dificuldade.

– Eu o atingi com uma pedra na cabeça, ele está desacordado. Vai ficar tudo bem minha Bella.

A puxei para os meus braços a levantando do chão, peguei Bella no colo a tirando dali e então eu pude ouvir a polícia chegar e agradeci mentalmente por isso.

– Eu amo você. – Bella disse com um suspiro.

– Me desculpe Bella, eu te amo muito, muito mais. Eu vou sempre estar com você não importa o que aconteça.

E então ela fechou os olhos e apagou.

Beijei sua testa a levando para o mais longe daquele beco sujo. Três carros de polícia e duas ambulâncias pararam praticamente a minha frente. Um homem que aparentava ter uns quarenta anos abriu a parte traseira da ambulância pedindo para que eu colocasse Bella ali em cima de uma maca, eu o fiz.

Bella estava bem mais machucada do que parecia realmente estar, eu já podia enxergar os hematomas na extensão de seus braços e suas pernas, havia machucados e arranhões que sangravam. Dentro da ambulância havia mais um enfermeiro e duas enfermeiras, eu não queria sair do lado de Bella, mas era necessário.

– Cuidem dela, por favor.

Segui para fora da ambulância e vi James ser retirado do local desacordado entrando em outra ambulância.

– O que aconteceu aqui rapaz? – Um dos policiais me perguntou.

– Esse cara tentou violentar minha namorada, entramos em luta corporal e deixei-o desacordado. – Expliquei passando as mãos pelos meus cabelos nervosamente.

Ele caminhou até a ambulância onde Bella estava e viu o estado que ela se encontrava e agora estava sendo medicada.

– Onde ela estava? – O policial me perguntou e eu indiquei o muro.

Ele caminhou até o local e observou as roupas de Bella jogadas no chão totalmente rasgadas.

– Sinto muito rapaz – Ele disse realmente sentindo – Vamos ao hospital para sua namorada fazer um exame de corpo de delito, se for comprovado que ele foi o agressor ele será preso, enquanto isso irei mantê-lo embaixo dos olhos da polícia.

– Mas ele não a violentou, ele não chegou a conseguir isso. – Falei passando a mão pela garganta.

– Mesmo assim é necessário, ela está machucada e com certeza deve haver alguma unha dele pelo corpo dela, ou até mesmo vestigio de pele, digitais, fio de cabelo, tudo conta. Ah, nas roupas também, elas serão recolhidas.

– Obrigada senhor – Eu agradeci.

– Você é o Edward? – Uma moça de branco me chamou e eu assenti – A moça não para de chamar por você – Ela completou.

Entrei na ambulância tropeçando de tão desesperado e Bella me olhou sorrindo fraco, eu estava sendo forte para não chorar ali. Me abaixei ao seu lado segurando as suas duas mãos e beijando a sua testa.

– Vai ficar tudo bem meu amor – Eu disse – Eu prometo que vai. Esse cara nunca mais vai chegar perto de você e de Anne, ele vai ser preso.

Beijei novamente sua testa e limpei suas lágrimas que ainda escorriam por seu rosto perfeito, ela fechou os olhos e apagou novamente.