Inimizade Amorosa escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 22
Enfim recebo visitas


Notas iniciais do capítulo

Oi.. ~le foge das pedras e facas~ Sei que demorei muuuito pra postar, mas estou com umas complicações aqui em casa (nesse momento estou passando mal), e o teclado do not esta desconfigurado e está HORRIVEL pra digitar.. Enfim, Queria agradecer a todo mundo que comenta! MANO, chegamos aos 148 reviews!! Voces são de mais! Muito obrigada! AAh, e muito obrigada a quem favoritou! Vcs são muito lindos!! Bem, chega de enrolação, boa leitura!!



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– Diga-me, como se sente? –perguntou Dr. Mauro na manhã de segunda. Eu já estava melhor, mas minha cabeça continuava a doer, e minha memória ainda estava completamente embaralhada. Não me lembro de muita coisa ainda, apenas da minha família, Bianca, e o tal de Daniel, que, admito, só lembro ainda porque não parei de pensar o que somos... Amigos? Inimigos? Namorados? Conhecidos? Ou minha pura imaginação? Difícil dizer. Sei que é idiota isso, digo, nem sei se realmente o conheço... E pensar apenas em um garoto quando se perde a memória não é a coisa mais inteligente a se fazer...

- Bem... Mau. –respondi em dúvida.

- Muito bem, logo vai melhorar... –respondeu dando uma risada da minha resposta. – Tenho uma surpresa pra você... –falou.

- O quê? –perguntei curiosíssima. – Vou ser liberada a visitas? –perguntei esperançosa.

- Infelizmente não. –respondeu com o ar triste. – Mas, sua mãe mandou vídeos caseiros, fotos e um diário seu, que a ajudarão a se lembrar da sua vida antes de vir pra cá. –falou e eu assenti triste. Queria poder ver minha família... Poxa! Já me lembrei deles, porque não posso vê-los?

- Dr... –chamei sua atenção.

- Sim? –respondeu.

- O que eu tenho? Porque vim parar aqui? –perguntei. Por mais que eu tenha ouvido ele conversando com Bianca, quero saber certinho, não suporto essa ideia de que tenho que ficar presa aqui neste hospital sem direito a visitas.

- Bem... É complicado dizer. Mas você tem uma Amnésia Psicogênica. Ela se originou através de um trauma que você sofreu recentemente. Seu cérebro se recusa a lembrar do que aconteceu nesse dia, e acabou fazendo com que suas outras memórias também sumissem. Mas tudo é temporário, e logo você se lembrará de algumas coisas...

- Algumas coisas? –perguntei. – Como assim? Tem outras que não vou lembrar?

- Calma... Tem sim. Infelizmente. Mas não se preocupe, tenho quase certeza que não irá te atrapalhar a seguir em frente... –disse.

- Hum... E esses cortes, e o curativo no meu braço? –perguntei. Já que ele estava me falando das coisas, o que custa falar sobre os outros ferimentos?

- O curativo foi devido a um tiro. Você não se lembra, mas foi sequestrada. Não sei ao certo tudo que aconteceu, mas você também caiu sentada em uma pilha de cacos de vidro, por isso os cortes... –ele disse e eu forcei minha memória para tentar lembrar algo sobre isso, mas nada. Nada de nada.

- Ah... –respondi com o olhar vago.

- Não fique assim, é difícil mais logo passa... –disse me confortando e eu apenas assenti sem acreditar muito em suas palavras. Logo depois ele saiu, e eu liguei a televisão. Ainda estava complicado me locomover na cama, já que dependendo dos meus movimentos eu poderia danificar os fios que me rodeavam, mas mexer em um controle não é lá tão difícil. Aproveitei que hoje é segunda e coloquei nos desenhos que há tempos não assistia por conta da escola. Espera... Me lembrei dos desenhos! -constatei feliz. Foi vendo os desenhos que me dei conta que esqueci de perguntar ao Dr. Mauro quando ele vai me deixar ver as fotos, os vídeos e o diário... Que memória fraca!

Na hora do almoço uma enfermeira trouxe minha comida, e junto com ela uma foto minha em o que parecia ser um churrasco. Na foto havia 10 pessoas, entre elas, as que reconheci de imediato foram: minha mãe, meu pai, Tomás, e Bianca. E Espera... Daniel! Então ele não era fruto da minha imaginação! Observei as outras cinco pessoas detalhadamente... Havia um casal de mãos dadas e sorrindo uma para o outro, em vez de sorrir para a foto. Ri com aquilo e imaginei quem seria tonto e “rebelde” o bastante pra fazer isso... Mas não consegui nada. Que droga! Olhei para uma garota que estava do lado de Daniel. Ela tinha os cabelos pretos e um rosto angelical, e seu sorriso era um sorriso apaixonado, bobo. Daniel, que agora que reparei não só estava ao lado daquela garota, como também estava de mãos dadas a ela (O QUE?), sorria, mas um sorriso forçado. Parecido com o meu na foto. Espera, mas se o Daniel é meu namorado, porque ele está de mãos dadas com a garota de cabelo preto? E quem é ela?

- QUE RAIVA! –exclamei sem pensar.

- O quê foi? –perguntou a enfermeira assustada. Desfiz a carranca e sorri de mal jeito.

- Ah... Nada não... Só que eu não consigo me lembrar quem são essas pessoas... Quer dizer, parte delas. –respondi sem jeito colocando a foto embaixo do travesseiro.

- Ah sim... Fique tranquila meu bem, tenho certeza que logo tudo isso passa. –ela disse sorrindo gentilmente. Depois que ela saiu, comecei a comer. Logo depois tirei a bandeja de cima de mim, colocando no móvel ao lado, e continuei assistindo televisão. Quem era aquela garota... ? Cabelo preto, rosto angelical... Cabelo preto, rosto angelical... Junto com Daniel... Rute? Não, não, Rute não. Rúbia? Também não. Raquel... ? Não, não é! PENSA ISABELA!! Ro... Roberta! Isso! Roberta! Me lembrei! -pensei feliz.

- Mas... Quem é Roberta na minha vida...? –refleti em voz alta.

- Roberta? –perguntou Dr. Mauro entrando no quarto. – Se lembrou de uma Roberta? –perguntou novamente.

- Sim... Ela está na foto que veio com meu almoço... –respondi mostrando a foto.

- Ah sim... E o que Roberta é sua? –perguntou.

- Ainda não me lembro... –respondi tentando buscar na memória algo sobre Roberta. – Todo dia vou receber uma foto na hora do almoço? –perguntei.

- Não todo dia... Vamos aos poucos para você não foçar muito, é um tipo de “terapia”. –respondeu e eu assenti pensativa.

- Mas e os vídeos...? –perguntei. – O senhor disse que tinha vídeos também... –completei curiosa para lembrar-me de mais pessoas, e saber o que Roberta é na minha vida (e o Daniel também, claro).

- Bem, iremos ver um agora. –ele disse e mostra um CD. Sorrio e ele coloca o CD em um DVD que só reparei na existência agora. Sentei-me de modo confortável na cama, e olhei atenta para as imagens que começavam a passar na televisão.

“ -Parabéns pra você! Nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida!! Pra Isa é tudo ou nada? –o vídeo começou e vi um homem alto de cabelos e olhos castanhos segurando uma garota que parecia estar fazendo seis anos de idade, e estava morrendo de vergonha enquanto uma mulher puxava o canto.

- TUDOO!

- Então é pique, é pique, é hora, é hora, é hora, Rá-tim-bum! Isabela, Isabela, Isabela!

- Apaga as velinhas filha! –disse o homem para a garota, que bem, sou eu, acho. Mas antes que eu conseguisse apagar as velas, uma pessoa ao fundo puxa o “com quem será”.

- Com quem será? Com quem será que a Isabela vai casar? Vai depender, vai depender, vai depender se o... Daniel vai querer!! –todos cantaram, e a pessoa que filmava focou no rosto de um garotinho de cabelos pretos, que precisavam urgentemente de um corte, e olhos azuis.

- Você quer Dani? –perguntou a pessoa que filmava, e o Daniel começou a rir e abaixou a cabeça, Que fofo!

- Agora as fotos! –alguém gritou, e começaram a tirar fotos minhas e dos meus pais, e depois com um bebezinho que deve ser Tomás meu irmão. –Agora com o pretendente! –a pessoa tornou a gritar rindo, e empurrando Daniel para perto da mesa. Tiramos uma foto os dois rindo com vergonha, e depois virei-me e beijei seu rosto.

- Boloo! –alguém gritou e então o vídeo chegou ao fim.”

E eu comecei a chorar. É, na verdade comecei a chorar na metade do vídeo.

- Você está bem? A cabeça está doendo? –perguntou Dr. Mauro se aproximando de minha cama, e eu comecei a chorar mais.

- Sim... Só... –falei em meio ao choro, mas não consegui terminar por conta dos soluços.

- Vou lhe deixar sozinha. Daqui a alguns minutos eu volto, e quero que você me conte do que lembrou. –disse e eu assenti agarrada ao travesseiro enquanto chorava. É horrível a sensação de não saber de nada... Nem de aniversários meus eu me lembro! Meu Deus!! E a escola? Será que vou reprovar por presença?

- AAHHHH!! PORQUE EU TINHA QUE ME ESQUECER?!?! –gritei indignada.

Passaram-se alguns minutos até que eu conseguisse me acalmar. Na verdade, acho que foi em média, uns 45 minutos chorando e soluçando... Estou um caco de pessoa. Fisicamente e psicologicamente. Não entendo quase nada dos fatos que me falam e não consigo me lembrar de coisas da minha infância. Minha vida está uma completa droga. Dr. Mauro já voltou e já foi embora do quarto. Eu o disse que não lembrei de nada (o que não é lá tão verdade) e que precisava dormir. Tenho quase certeza que não verei outro vídeo tão cedo... Não depois do meu pampeiro.

1 SEMANA DEPOIS...

Bem, essa semana que se passou foi praticamente o meu “tratamento”. Alguns ferimentos já se fecharam, e já troquei a atadura do braço. Pude tomar um bom banho e colocar roupas que minha mãe mandou. Só vi mais um vídeo depois daquele, mas em compensação vi várias e várias fotos. Lembrei-me de bastante coisa, por exemplo: Roberta é minha melhor amiga junto com Bianca, acho. As dez pessoas que estavam naquela primeira foto que recebi eram minha família, Bianca, Roberta, Daniel, sua mãe e seu pai, e Beck, irmã do Daniel, com o namorado João Paulo. Também lembrei de alguns parentes distantes e dos meus falecidos avós. Digamos que não me lembrei totalmente de todo mundo da minha sala na escola, mas sei quem é a maioria. Dos professores lembro-me de todos. E bem, é só... Mas já é bastante coisa pra quem não lembrava nada... Tanto é que hoje, pela primeira vez desde que acordei, estarei liberada a visitas! E mais tarde, quando o horário de visitas fechar, uma pessoa da minha família poderá ficar aqui comigo até de manhã, e receberei meu antigo diário... Não vejo a hora de poder realmente entender o que penso, sobre o que penso, e o que acho das coisas. E também quero poder entender minha relação com Daniel... Nas fotos que vi, ele aparece em várias, mas algumas estávamos de bem um com o outro, e outras não. O outro vídeo que vi não tinha ele, era um vídeo meio engraçado que eu havia feito com Bianca e Roberta, ficávamos falando baboseiras, e rindo igual a três patetas...

- Filha! –ouvi uma voz falando ao entrar no quarto, tirando-me dos meus devaneios.

- Mãe! –respondi e ela me abraçou.

- Fiquei tão preocupada... Você está bem? Estão te tratando direito? A comida daqui é muito ruim? –perguntou tudo de uma vez. E perguntaria mais se eu não tivesse começado a chorar.

- O que foi? Eu disse algo errado? –ela pergunta preocupada.

- Não. -respondo e sorrio contendo o choro. – É só saudade mesmo... –falei e dei uma pequena risada. Minha mãe me abraça mais forte, e fala que também sentiu saudade. Logo depois meu pai entra no quarto e ficamos os três abraçados.

- Cadê o Tomás? –perguntei depois de responder todas as suas perguntas.

- Ele está esperando para entrar... Só pode entrar duas pessoas por vez. –explicou-me minha mãe. – Por mais que ele não possa, já que tem apenas sete anos... –acrescentou rindo.

- Bem, vamos? –meu pai perguntou a minha mãe.

-M as já? –perguntei fazendo cara de choro.

- Sim... Tem mais gente querendo ver você... –respondeu minha mãe. Os dois deram um beijo em minha testa e depois saíram. Passado um minuto Bianca e Tomás entraram correndo no quarto.

- ISA! –gritou Tomás, o que fez uma enfermeira que passava em frente olhar feio para ele.

- Oi! –respondi abraçando-o quando ele chegou mais perto. –Como vai? –pergunto bagunçando seu cabelo.

- Ei! Eu é quem faço as perguntas aqui! Como você ta? –ele brinca e depois pergunta. Abracei Bianca, e depois respondi:

- Estou bem... Tirando o fato de não lembrar de quase nada... –respondi com um sorriso de canto.

- Queria poder perder a memória também! –exclama Tomás, e eu o olho assustada. – Assim eu não teria que ir a escola... Lá é tão chato! E todo mundo fica me perguntando de você... –ele falou meio emburrado.

- Mas é bobão, né? –falou Bianca com uma mão na cintura. – Tomás, não tem nada de legal ser sequestrada e perder a memória! –exclamou irritada, mas riu no final, demonstrando que não estava lá muito brava.

- Ah, mas mesmo assim... –ele respondeu rindo.

- Ai que saudade de vocês... –pensei alto e deixei algumas lágrimas escaparem.

- Hei, hei! Não chora! –falou Bianca limpando as lágrimas.

- É! Que historia quê é essa? A gente vem visitar você, e você chora? –falou Tomás fingindo estar bravo.

- Desculpa... –pedi sorrindo. – Mas é que é tão bom ver vocês e saber quem são... –falei e comecei a chorar de novo.

Ficamos por mais um tempo conversando enquanto eles me colocavam a par das novidades: Bianca estava namorando oficialmente um menino da nossa sala chamado Otávio, e Tomás tinha ganho uma medalha por ser o melhor goleiro do seu time de futebol.

- Agora a gente tem que ir... –falou Bianca me abraçando. – Mas não pensa que vai ter folga de mim não, em? Amanhã estou de volta. –disse sorrindo.

- Assim espero... –respondi sorrindo também. Tomás me abraçou sem dizer nada, mas me abraçou muito forte, forte até de mais para um menininho de sete anos.

- Promete que não vai mais me deixar? –ele perguntou com voz chorosa depois de um tempo que estávamos abraçados.

- Prometo maninho. –respondi e ele se soltou do abraçou sorrindo um pouco, mas com lágrimas nos olhos.

- Tchau! –me despedi dos dois. Esperei um pouco e logo mais duas pessoas entraram no quarto para me ver, e entre elas estava o meu suposto namorado, Daniel. E agora, o quê faço? Digo algo, ou espero ele dizer...? AHH!




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Notas finais do capítulo

Alguém teve momento nostalgia enquanto lia a parte do video..? kkkk Porque eu tive enquanto escrevia .-. kkkkkk

Só pra "variar" um suspensezinho no final... kkkkk Mas o que acharam? Ta ruim? Ta bom? Por favor, digam-me o aque acharam.. :S kkkkkkkk Me ignorem, é mais facil.. Bem, Boa noite, beijos povo!