Inimizade Amorosa escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 21
Seguir regras não faz meu estilo


Notas iniciais do capítulo

OiOi! Como vão? Peço mil perdões pela demora, sei que foi grande, mas ta complicado aqui em casa, porque não lembro se vocês leram, mas eu tinha avisado que ia ficar sem not, e só postaria de final de semana, mas então um antigo not voltou pra casa e me animei pra postar, tanto é que tinha prometido que até quarta já teria outro, maas, como a sorte me AMA, o not que veio pra casa é o mesmo que a um tempo atrás estava com virus e não acessava a net .-. E pra minha ALEGRIA, ele ainda não acessa :( Foi um complicação pra poder postar, mas dai a Ana C. me ajudou e cá estou eu!! Esse cap não tem muito romance, mas é importante... bom, obrigada a quem leu até aqui, BOA LEITURA!! (VEJAM AS NOTAS FINAIS)



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Pi... Pi... Pi... – uma maquina fazia este barulho, fazendo com que minha cabeça doesse. Tentei abrir os olhos, mas parecia que eu já não mandava mais em mim mesma, e meu corpo não obedecia a nenhum comando. Deve ser o sono, pensei, ou a fraqueza.

Pi... Pi... Pi... –Ahh! Será que alguém pode desligar isto?! –pensei já irritada.

– Como ela ta? –perguntou uma voz infantil, que demonstrava apatia e tristeza.

– Não sei ao certo... –respondeu outra voz, e não reconheci nenhuma. –Mas logo ela vai acordar Tomás... Fique tranqüilo... –falou a voz novamente. Tomás? Que Tomás? Não conheço nenhum Tomás... Porque ele estaria preocupado comigo?

– Eu sei, mas... Ah, é ruim vê-la aqui... –respondeu o tal de Tomás, e logo pude ouvir um pequeno choro. Forcei-me novamente a tentar abrir os olhos, e dessa vez, consegui ver uma fresta de luz, mas assim que abri os olhos e enxerguei um garoto e uma criança, não pude ver nem ouvir quase mais nada, apenas um “Ela acordou!” e voltei a dormir.


* * *




Pi... Pi... Pi... –ouvi o barulho de novo. Que droga, custa alguém desligar isto pra eu dormir sossegada? Mas há quanto tempo estou dormindo...? –pensei e em um momento entrei em desespero. Onde eu estava? O que aconteceu? Porque não tenho domínio sobre meu corpo? Em desespero forcei-me a abrir os olhos novamente, e tentar mexer as partes de meu corpo para saber se ainda estavam ali.



Em um ímpeto eu despertei, e me sentei rapidamente, fazendo minha cabeça doer. Olhei ao meu redor, e vi uma sala branca, com um móvel, uma TV e uma poltrona. Olhei para meus braços, que estavam ligados ao soro, e havia fios em meu peito, que indicavam que o barulho irritante (Pi... Pi...) era o som do meu coração batendo. Eu só podia estar em um lugar: No hospital.

– Ah, olá! Que bom que está acordada! –disse um homem de meia idade, que vestia um jaleco branco e possuía um estetoscópio em seu pescoço, entrando no quarto.

– O quê aconteceu? Onde estou? Quem é você? –disparei de uma vez só, com medo.

– Sou o Dr. Mauro. Você está no hospital, minha querida... –falou calmamente de uma forma carinhosa, como se a notícia de estar no hospital fosse horrível. Mas espera... É horrível, não? – Vou fazer algumas perguntas, e quero que você me responda, está bem? Não será nada difícil, quero apenas fazer alguns testes. –ele disse e eu assenti relutante, com a cabeça.

– Lembra-se de seu nome? Idade? –perguntou.

–Claro, me chamo... Hum... É... –falei aflita, arregalando os olhos. – Eu me chamo... Me chamo... Oh, meu Deus! não me lembro... –falei entrando em desespero e começando a chorar. – Quem...? Eu... Ah, me chamo... –falei chorando me embolando nas palavras... Como assim não me lembro de meu nome?! Vai, cérebro, funciona! – Me chamo...

– Acalme-se, acalme-se... Tudo bem, não tem problema, fique calma... –ele falou e tentei obedecer, mas estava com uma sensação horrível, como eu posso não me lembrar do meu nome?! – Respira fundo... Isso. Respira... Agora, pense um pouco, mas não force tanto assim... Como você se chama? –perguntou mantendo a voz calma e carinhosa. Parei para pensar. Me chamo... Manuela? Não, não é Manuela... É... Isabela! Isso! Isabela!

– Me chamo Isabela. –respondi em dúvida- Não é? –acrescentei.

– Sim, isso mesmo. –Dr. Mauro respondeu sorrindo, depois de olhar a ficha que estava em sua mão, mas logo depois voltou à expressão séria. –Isabela, você não se lembra de mais nada? –perguntou e eu apenas mexi a cabeça indicando que não. – Nem do que fez você vir pra cá? –perguntou e eu novamente fiz que não. E então ele começou a me fazer uma série de perguntas, do tipo: nome da minha mãe, meu pai, onde eu morava, enfim, minha vida em geral, e ao poucos, fui me forçando a lembrar de algumas coisas, mas não muitas. Todo esse esforço estava me dando uma tremenda dor de cabeça.

– Muito bem, chega de perguntas por enquanto... Vou deixar seu cérebro descansar. – Dr. Mauro disse sorrindo.

– Espera! –pedi. – Que dia é hoje? –perguntei, pois nem o ano eu me lembro qual é.

– Hoje é dia 17 de setembro, domingo. Você ficou desacordada apenas da noite pro dia. –respondeu. – Vou pedir para que alguma enfermeira traga seu almoço. -disse e depois saiu. Queria que ele tivesse ficado ali e me desse mais informações, do tipo: O porquê eu estava ali, e porque perdi a memória. Mas também não pude deixar de ficar alegre por comer. Sabe se lá há quanto tempo estou sem por comida na boca... E meu estomago já protestava faz algum tempo.

Depois de alguns minutos estava impossível ficar parada na cama, mas com todos aqueles fios ligados em mim, não havia modo de se levantar e andar, e também tinha a dor incomoda nas pernas, costa, e braços. Me pareciam vários cortes, além de que eu tinha um curativo no braço direito e não faço ideia do que proporcionou ele... Já estava ficando impaciente, quando avistei um porta-retrato no móvel que tinha ao lado da poltrona. O olhei atentamente, e reconheci ali... A minha família, acho. Segundo Dr. Mauro eu tinha uma mãe chamada Elisa, um pai chamado Max, e um irmãozinho chamado Tomás. Olhei atentamente para foto, e uma imagem de todos nós na sala, provavelmente de minha casa, assistindo a um filme e rindo, veio à mente, me trazendo uma grande dor de cabeça, mas uma sensação maravilhosa de poder lembrar que sim, aquela era minha família.

– Está tudo bem, querida? –uma enfermeira que trazia meu almoço disse ao ver-me fazendo careta por conta da dor de cabeça.

– Ta sim... –respondi colocando a mão na testa. – Só está doendo um pouco. –disse.

– Vou ver o que posso fazer, enquanto isso, você pode comer. –ela disse colocando um tipo de bandeja em meu colo, junto com o prato do dia: Sopa de ervilha. Não gosto muito, mas com a fome que estou, como qualquer coisa. Ajeitei-me na cama, com a ajuda da enfermeira, e comecei a comer. Logo depois que terminei, a enfermeira havia voltado com um remédio para a dor.

– Não tem horário para visita? –perguntei esperançosa para ver minha família. A enfermeira olhou-me com pena, e com um sorriso que demonstrava mais pena ainda, respondeu:

– Sim, temos. Mas, por hora, você não pode receber. Mas já, já, tenho certeza que será liberada!

– Ah... –respondi sem muita animação. A enfermeira recolheu a bandeja, e saiu do quarto, me deixando sozinha novamente. Ajeite-me de um modo confortável, e fechei os olhos. O quê aconteceu comigo?

Tentei relaxar um pouco, e deixar as perguntas para depois, porque, do quê me adianta tentar lembrar algo que insiste em se esconder em minha memória? Depois de algum tempo, outra imagem veio à minha mente. Eu estava novamente na sala de minha casa, mas dessa vez não tinha ninguém ali, a não ser eu e um garoto que não reconheci. Ele estava parado olhando fixamente para mim, e eu o chamava, falando:

– Daniel? Dani? –eu falava. – Daniel, o quê houve? –perguntei, mas antes que esse tal de Daniel (que devo dizer mais parece que saiu de uma revista teen, ou um pôster de meu quarto) me desse uma resposta, digamos concreta, ele me beijou. A imagem sumiu e a dor de cabeça voltou. Eu tenho um namorado?! E como fui me esquecer disto?! Além de que, quem esquece um cara lindo desses? Só eu mesmo... Se bem que não gostei muito dessa imagem, digo, foi bom porque me lembrei de meu suposto namorado, mas ruim porque não me lembro direito daquilo, e mais parece que era outra pessoa fazendo aquilo do que eu. Isso é estranho e esquisito ao mesmo tempo. Não demorou muito, e eu voltei a dormir.







– Me deixa entrar! –acordei com uma discussão na porta de meu quarto, e pelo visto era alguém que eu conhecia.







– Mas ela não pode receber visitas! –alguma enfermeira insistia.

– Claro que pode!

– Ah, e quem disse?

– Hum... Eu estou dizendo!

– Isso infelizmente não é válido aqui, por favor, se retire antes que eu chame a segurança... –respondeu já sem paciência.

– O.K., então só me deixe dar um olhada dela, aqui da porta mesmo, com você do meu lado...? –falou a pessoa insistente.

– Não, sinto muito. –respondeu a enfermeira, e nisso abri meus olhos, e sentei na cama, tentando prestar atenção na voz (que reconheci sendo de uam garota) insistente, pra lembrar-me dela.

– Por favor? –suplicou, e então logo depois comecei a ouvir um choro. –Não a vejo desde sexta-feira... E na sexta foi o dia em que a sequestraram... Tenha dó, você não tem uma melhor amiga não? –falou com a voz manhosa. Espera, sequestro?!

– Tenho, mas isso não vem ao caso, por favor, controle os nervos e volte para sua casa. –respondeu a enfermeira.

– Espere, imagine meu estado: Só fui avisada ontem que ela tinha sido sequestrada, e na mesma hora me falaram do tiro e os cortes que ela levou, entrei em estado de choque! Fui a casa dela pra saber informações, mas família estava toda aqui... Vim o mais rápido que pude, mas como é longe o hospital de lá, quando cheguei aqui não encontrei mais ninguém, só recebi a notícia que ela tinha acordado... Estava desesperada, queria poder vê-la, saber notícias, mas como não sou da família não me falaram nada, e o horário de visita já tinha acabado... Fui pra casa aflita, demorei muito pra dormir, e quando chegou o horário de visitas novamente, corri pra cá, e você me diz que não posso entrar?!?! PONHA-SE NO MEU LUGAR! –gritou alterada chorando. Espera, antes sequestro, agora tiro?! – Por favor, eu lhe peço, só me deixe vê-la... Prometo que não ficarei muito tempo... –suplicou novamente. Eu conhecia aquela voz levemente afinada... Era... Era... Bianca! Isso! É Bianca, minha melhor amiga! –alegrei-me ao lembrar.

– Tudo bem... –disse a enfermeira suspirando. – Mas só dois minutos. –falou e a porta foi aberta.

– Isaa! –gritou ao ver-me acordada e me abraçou. Devolvi o abraço, e percebi que logo atrás a enfermeira balançava a cabeça em desaprovação por ela ter me abraçado desastrosamente. Logo depois Bianca me analisou com os olhos e um pequeno sorriso. Olhei atentamente para ela para tentar gravar os detalhes e não esquecer mais. Cabelos castanhos longos e lisos, olhos pretos com um leve toque esverdeado perto da íris, rosto um pouco inchado e os olhos vermelhos por conta do choro. Pronto, anotado, só não esqueça, cérebro!

– Como você está se sentindo...? –perguntou. – Fiquei tão preocupada quando sua mãe me avisou, mas não consegui vir antes. –completou triste.

– Estou bem, acho... Não me lembro de muitas coisas... –disse olhando para a parede.

– Bom, pelo menos não irá lembrar de como foi ficar presa na casa do Cadu... –Bianca disse “olhando pelo lado bom”, mas acontece que não me lembro nem de conhecer Cadu algum. É, sutileza não é uma das características dela...

– Bianca acho que estou com algum tipo de amnésia. –falei sem mais delongas.

– Amnésia? Mas como? Você se lembra de mim... –constatou confusa.

– Sim, mas quando acordei não. Nem lembrava o meu nome ao acordar... Não sei o que aconteceu para estar aqui, mas você disse que me sequestraram? E esses machucados são de tiros e cortes? –perguntei com a curiosidade a mil.

– Ah, meus Deus! Por isso eu não podia entrar... Isa me desculpa, mas acho que é melhor sua família te contar, até porque eu não sei muito bem ainda... Oh, me desculpe... –ela disse visivelmente se sentindo culpada.

– Ta, mas me fala o que você sabe... Por favor! É horrível a sensação de não saber nada, e só quero saber o que me aconteceu! –falei já com medo dela não me responder.

– Ah, Isa... Sei não, deixa quieto... –ela respondeu.

– Mas... –falei e comecei a chorar. Credo, acho que estou na TPM, não é muito normal ficar chorando.

– Shiiii! Não chora... –ela disse limpando algumas lágrimas. – Já você vai se lembrar, pode ter certeza, eu acredito em você... –disse e eu me acalmei.

– Olá Isa! –disse Dr. Mauro entrando no quarto. – E...? –fez uma cara mista de duvida e raiva.

– Bianca, senhor... –Bianca disse olhando para o chão.

– Muito bem, Bianca, você não foi avisada que a Srta. Ferreira não podia receber visitas? –perguntou meio bravo.

– Hum... É... Mas eu precisava vê-la! –Bianca respondeu entrando na defensiva.

– Sim, mas sua entrada é proibida... Sinto em lhe dizer que você terá que se retirar... –Dr. Mauro disse.

– Ah, mas... Por favor, só mais alguns minutinhos... –Bianca implorou ficando com uma feição triste.

– Nem mais nem menos, me acompanhe. –disse Dr. Mauro indo até a porta e a segurando. Quem ele acha que é pra fazer isso? Ninguém fala assim com a Bianca, nem se for para a minha saúde mental.

– Não. Eu tenho direito a receber visitas. –falei fitando Dr. Mauro com um olhar nada amigável. Ele devolveu o olhar meio bravo, com certeza estranhando minha atitude. Mas fazer o quê? Seguir regras não faz meu estilo.

– Isabela. Sinto muito, mas no momento você não tem o direito da visita. –respondeu-me firme. Respirei fundo. Não ia adiantar discutir com ele.

– Am, tudo bem então... –disse Bianca tendo à mesma conclusão que a minha. -Tchau, Isa! Quando der eu volto... –Bianca disse me dando um último abraço e saindo do quarto, acompanhada de Dr. Mauro. Encostei a cabeça no travesseiro, e me deitei bufando. Ainda tinha tanta coisa pra perguntar... Por exemplo, sobre o tal de Daniel, será que ele é meu namorado mesmo? Percebi que eles ainda estavam na porta, conversando e tentei ouvir o que diziam.

– O caso dela não é tão grave, mas tudo depende do que ela irá querer. O trauma que ela sofreu a fez criar uma Amnésia Psicogênica, que é uma amnésia temporária. No momento ela não se lembra de quase nada, por isso está fechada a visitas. Eu vou entrar em contato com os pais dela, para que eles tragam fotos, filmes caseiros, qualquer coisa que a faça lembrar dos fatos que já ocorreram em sua vida, e como você veio aqui e ela se lembrou, peço a você que a conhece tão bem, traga coisas que a faria se lembrar do seu passado... –falou Dr.Mauro. Eu estou com Amnésia Psico-o quê? E por causa de um trauma? Será esse tal sequestro que eu sofri?

Depois de um tempo não consegui ouvir mais nada, e Dr. Mauro entrou no quarto novamente.

– Muito bem, como se sente? –perguntou.

– Com dor de cabeça, confusa, injustiçada e triste. –respondi olhando para a parede.

– Isabela... Acalme-se, logo você vai se lembrar das coisas. Hoje mesmo entrarei em contato com a sua família, e pedirei para que tragam algo que a faça lembrar-se da sua antiga vida. –falou me olhando caridoso.

– O.k... –respondi sem paciência.

– Meu turno acabou, amanhã estou de volta, até Srta. fora da lei. –disse saindo do quarto. Ótimo, agora vou ficar sozinha de novo, e sem saber quem sou. Digo, não sei meus gostos, minhas preferências, NADA. Ótimo... Adorei.



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Notas finais do capítulo

E ai? Alguém suspeitou que isso ia acontecer...? AAh, e sobre o Cadu, só vou explicar beem depois... E como já disse antes, A fanfic chega a reta final, e eu queria a OPINIÃO SINCERA DE VOCÊS... Eu sirvo pra escrever um livro de verdade? .-. Obrigada desde já a quem me responder... Podem falar a verdade, criticas boas ou ruins... Bem, obrigada por ler! Beijos! AAh, e obrigada a quem favoritou!! :D #Fui