Inimizade Amorosa escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 20
Será esse meu fim?


Notas iniciais do capítulo

Hola, que tal? kkk Então, lhes aviso que este é o último capítulo tenso... Logo mais não será. E olha que ele ta grandinho, e eu nem demorei muito... Também, com leitoras divinas como vocês, como eu não ficaria inspirada pra escrever? Sério, eu não mereço vocês... É perfeição de mais pra uma simples autora... Queria agradecer a todos, todos que enviaram review, vocês são fodas! ~le minha mãe me dando um tapa por falar palavrão~ E reparei que todas, sem exceção de nenhuma, participam da C.M.M! kkkkkk Os fantasminhas que quiserem entender o que significa C.M.M mandem review U-U Enfim, to enrolando de mais aqui, Boa leitura!



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- Está tudo bem! –gritou uma voz masculina me despertando.

- Então porque você não sai desse porão?! –gritou outra voz ao longe.

- Ah, mãe! Me deixa! Já estou saindo! –ouvi o grito da voz masculina, que logo se seguiu com um estampido gigantesco da porta. Tentei abrir meus olhos, mas ainda estava meio sonolenta, e ser acordada por gritos me proporcionou uma grande dor de cabeça.

- Está bem... Estou indo trabalhar! Beijos! –gritou a outra voz em resposta, mas o som foi abafado pela porta, fazendo parecer um sussurro.

Passado um tempo, com muito esforço abri meus olhos, e fiquei perplexa ao ver que estava amarada. Meu corpo inteiro se encheu de pânico, e minha respiração ficou pesada. Lembrei-me que minha última visão fora o pano que Cadu colocara em meu rosto e segurei minhas lágrimas. Minha cintura, mãos e pés estavam amarrados, e havia um pano em minha boca. Olhei para o chão e reparei que estávamos mesmo em um porão, já que o lugar estava cheio de pó e tralhas. Busquei com os olhos o psicótico do Cadu, mas não o enxerguei. Talvez ele saiu quando bateu a porta. Tomara. Tentei me levantar, mas senti que minhas pernas estavam tremulas, e sem força alguma, então fiquei parada. Olhei para a única e pequena janela que tinha ali, e percebi que o sol estava fraco, mas não como fim de tarde e sim como o da manhã. Meu Deus! Faz quanto tempo que estou desacordada?! –pensei. No mínimo umas vinte horas. O quê aquele louco quer comigo?! –pensei em desespero. Tentei me levantar de novo, e dessa vez consegui, mas isso me proporcionou uma dolorosa pontada nas costas. Sacudi meus pés, e consegui me livrar das cordas deles. Andei até a janela, e vi que eu provavelmente estava certa, e hoje já é sábado. Pelo que pude perceber, estava na casa de Cadu. Que lugar "bom" pra se esconder alguém –pensei com ironia. Olhei para rua e esta parecia deserta, a não ser um cãozinho vira-lata que passeava por ali. Continuei observando por mais um tempo, até que Cadu aparece em frente a sua casa, me dando um susto.

- Ai meu Deus, me ajuda... –tentei falar com o pano, mas como o som ficou abafado saiu como um sussurro, enquanto estava encostada na parede. Voltei a olhar para a janela, e vi Cadu saindo com uma bicicleta. Essa é minha chance, pensei. Olhei para os lados em desespero. Onde teria uma tesoura para cortar essas cordas?! Procurei por mais algum tempo e nada. Droga Isabela! Esquece isso! –pensei lembrando que não sabia mais quanto tempo teria até Cadu voltar. Comecei a andar cambaleante até a porta, e antes que percebesse, estava chorando novamente. Meu Deus, o que eu fiz pra esse garoto?!

Ao chegar à porta percebi que estava ferrada. Como abriria aquilo? Minhas mãos estavam amarradas, era impossível conseguir abrir daquele jeito... É, a tesoura não era tão inútil assim. Encostei minha cabeça na porta em desespero. Eu preciso sair daqui! Vamos Isabela, pense! E então percebi que além dos meus soluços, a casa estava em completo silêncio. Então uma ideia me surgiu. Nunca fiz aula alguma de luta, e estava muito fraca, mas tentar não mata ninguém.

E então: Ploft! –bati minha perna com toda a minha força no trinco da porta.

- AAIII!! –gritei tirando o pano de minha boca. Ótimo, agora além de dor de cabeça e dor nas costas, machuquei meu pé e a droga da porta continua parada, sem dano algum. – Fala sério! –exclamei irritada. Então, em uma última tentativa coloquei todo o peso do meu corpo no lado direito, e me joguei na porta. Ploft! –eu e aporta íamos ao chão.

- Ai! –exclamei de novo em meio a respiração pesada e o choro. Levantei-me com dificuldade, e comecei a correr pela casa, até que encontrei a sala. E a porta estava trancada. AH! MAS QUE DROGA! –pensei. Então comecei a correr novamente e encontrei a cozinha. A porta era de vidro e estava trancada.

- Socorro... –falei baixinho chorando. Olhei em volta e encontrei uma faca. A peguei e tentei cortar a corda, mesmo com as mãos amarradas. Depois de alguns minutos, minhas mãos estavam livres. Então cortei as cordas da minha cintura, e retirei o pano que estava pendurado em meu pescoço. Corri a porta de vidro, mas ela também trancada.

- Droga! –exclamei. Espera... Isso é vidro! Em um ato de loucura pensei em me jogar novamente contra a porta, mais isso me machucaria muito. Olhei em volta e então peguei uma cadeira. Ela era de madeira e bastante pesada, fez com que meus braços doessem.

- Vamos lá... –falei e taquei a cadeira na porta. Com um barulho gigantesco a porta só ficou rachada. –Vamos lá... Coopera porta! –exclamei irritada. Peguei a cadeira do chão e a taquei novamente, e dessa vez, com um barulho parecido com uma manada de elefantes, o vidro se espatifou em vários e vários pedaços, tanto é que alguns voaram em mim, fazendo cortes no braço e na perna.

- Ai... ai... Socorro... –pedi chorando. Retirei o caco de meu braço e sai correndo até o portão. E ao chegar lá, reparo que o portão só é aberto através de um interfone.

- FALA SÉRIO! –gritei. Corri de volta para a cozinha, ignorando a dor que eu sentia em todo o corpo. Passei pelos cacos, e adentrei novamente na casa. Procurei desesperadamente o bendito cujo do interfone, mas nada.

- Cadê...? Onde você está? –falava sozinha como se o interfone fosse me responder. Até que achei um telefone. Liguei para o primeiro lugar que me veio em mente: Minha casa. Ao toque da segunda chamada, minha mãe atendeu:

- Alô? Isa? É você? –ela perguntou apressadamente, com a voz tremula. Pelo visto minha falta havia sido notada.

- Mãe?! Me ajuda, por favor, mãe... Eu... Eu... –comecei a falar, mas gaguejei. Como eu poderia falar que estava sendo mantida na casa de Cadu sem preocupá-la?

- FILHA! Onde você está?! O que aconteceu?! Você está chorando? –perguntou desesperada.

- Mãe... Eu, eu... É, eu to em uma casa, me sequestraram... Eu to sozinha, mas... –comecei a falar, mas o som da porta da sala batendo me fez parar. – Mãe! Por favor, chama a policia, eu não sei onde eu estou mas é importante... –continuei falando um pouco mais baixo. –Mãe? –perguntei sem obter resposta. – MÃE? –perguntei um pouco mais alto, mas nada.

- Tesc, tesc, tesc. –ouvi, e me virei para a porta que ligava a cozinha ao restante da casa, e me assustei ao ver Cadu segurando o fio do telefone que ele havia acabado de cortar. – Você achou mesmo que eu iria deixar você pedir ajuda a sua mamãe?! Na.na.ni.na.não. –falou pausadamente com um olhar estranho, me fazendo tremer dos pés à cabeça.

- Cadu...Olha, você não precisa fazer isso, me deixe ir embora, e nada vai acontecer... –falei já deixando as lágrimas caírem com mais intensidade.

- Ah, sim... Nada vai acontecer... –ele repetiu com deboche. Calculei a sua distância com a minha, vendo se daria tempo de eu sair correndo gritando socorro, mas a rua é deserta, do que adiantaria? – Vejo que está realmente desesperada pra sair daqui... Até quebrar a porta da minha casa você quebrou... –ele disse em um tom despreocupado, mas frio. – Oh, veja! Você se cortou... –ele disse fingindo preocupação, e andando alguns passos para perto de mim, o que fez com que eu desses passos para trás.

- Calminha... Você não vai conseguir fugir daqui tão cedo... –ele disse se aproximando mais.

- Meus pais sabem que você foi a última pessoa que eu vi! Eles vão procurar a sua casa e vir aqui atrás de mim! –respondi mais para me acalmar do que para irritá-lo.

- Sim, sim... Só que eu me mudei faz pouco tempo, e ninguém, muito menos seus pais, sabem a localização da minha casa... –ele respondeu tranquilamente chegando mais perto.

- AH! –gritei. Como ele se aproximava de mim, eu me distanciava, mas havia me esquecido que estava na frente da porta quebrada de vidro, e o fato de ter ido para trás fez com que eu perdesse o equilíbrio e caísse em cima da pilha de vidro. Nem preciso dizer que vários cacos perfuraram minha pele com a colisão, não é?

- Viu? Se você tivesse sido uma boa garota, não estaria toda cortada... E como castigo, não vou te dar o que comer... –ele respondeu me levantando, já que eu já estava sem força alguma pra fazer isso.

- Ah, ai... ai... –falei chorando de dor. Os cortes estavam muito piores do que a dor de cabeça, a dor estava insuportável, e a perda de sangue me fazia ficar cada vez mais fraca.

- Vamos! Levanta! Você vai voltar pro porão, e ai de você se eu escutar algum piu quando minha mãe voltar. –ele disse me arrastando. Olhei para a pilha de cacos, que agora estavam cheias de sangue, e me virei chorando um pouco mais. Quando chegamos ao porão, Cadu ficou imensamente irritado.

- ALÉM DE QUEBRAR AQUELA PORTA, QUEBROU ESSA TAMBÉM? –gritou. Apenas o encarei incapaz de fazer qualquer outra coisa.

- ANDA, ME RESPONDA! –ele gritou novamente e me deu um tapa no rosto, me fazendo cambalear.

- ESTOU MANDANDO VOCÊ E RESPONDER! –ele gritou, e me deu outro tapa enquanto segurava meu braço com força. E foi ai que não aguentei e perdi a consciência mais uma vez.

                                            *  *  *

- Anda, acorda! –Carlos Eduardo disse batendo de leve em meu rosto. Obriguei-me a abrir os olhos, mesmo sem vontade alguma de fazer isso. Queria ficar onde estava, desacordada esperando meu fim chegar. Enquanto estive desacordada, tive uma espécie de sonho, onde eu estava em uma sala totalmente branca, e sozinha. Estava desesperada, e gritava sem parar, pedia ajuda, batia nas paredes, chorava... Meu estado era deplorável, até que senti uma mão por trás, em meu ombro. Virei assustada e dei de cara com um homem, um homem já na idade adulta, mas era apenas isso que consigo lembrar-me dele. Ao perceber que eu estava assustada, ele me abraçou, e foi como se aquele homem fosse meu protetor, e minhas preocupações fossem embora. Meu medo sumiu e já não sabia o porque estava assim tão desesperada. Mas logo depois Carlos me acordou e a sensação foi embora, junto com a minha vontade de viver. Mas aquilo devia ser uma mensagem, uma mensagem que mostrava que logo tudo aquilo ia acabar... E, bem, minhas suspeitas apontam que o homem não é ninguém que eu conheça, digamos, de vista, mas alguém que eu sempre soube que estava ao meu lado, alguém que eu clamei em meu desespero... Deus. Mas não tive muito tempo para pensar nisso, já que Carlos Eduardo me levantou com brutalidade, e começou a me arrastar do porão até a sala.

- Graças a sua chatice, desconfiaram de mim, então daqui a pouco vamos sair daqui. Eles não podem nos pegar, não é? –ele disse frio enquanto me arrastava.

- Me solta... Por favor, Cadu... –implorei chorando.

- Não posso minha cara. Você se mostrou uma pessoa pouco confiável quando tentou fugir. –ele respondeu. E então em um ato de loucura e coragem, retirados, não faço ideia da onde, virei e chutei o estomago de Cadu, o fazendo me soltar e saí correndo. Corri igual a uma louca até a cozinha, e fui ao portão e comecei a gritar:

- SOCORRO! SOCORRO! SOCORRO! –fiquei gritando, mas não havia barulho algum nas casas ao lado e a rua permanecia deserta. Percebi que Carlos Eduardo não havia me seguido. Talvez ele quis poupar esforços a toa.

POOOOOOOOOWW!!! –fez-se esse barulho, selando minha gritaria. Virei na direção do barulho e vejo que Carlos Eduardo estava segurando uma arma, e havia atirado para cima. Fiquei olhando-o de olhos arregalados, e caí ao chão ser forças para continuar de pé, começando a chorar novamente.

- Agora ficou assustada, não é? –ele perguntou debochando. Em resposta continuei chorando. – Venha, levante-se, e vá para a cozinha. –ele mandou apontando aquela arma para mim. Dessa vez decidi não contestar e levantei-me, indo cambaleando até a cozinha.

- Senta! –ele chutou uma cadeira em minha direção. – SENTA! –ele voltou a mandar ainda apontando aquilo para mim. Sentei-me, e ele abaixou a arma e suspirou.

- Você está me dando mais trabalho do que pensei que daria... Anda, onde vamos não tem comida, se está com fome come isso aí! –ele mandou tacando um saco de pão em meu rosto. Pelo visto ele havia esquecido que não me daria nada de comer, ou se não já havia passado bastante tempo e ele resolveu ser piedoso comigo. Peguei o saco e retirei de lá o pão e o comi o mais calmo que consegui, ou seja, minha mão tremia mais que uma vara verde. Depois de alguns minutos em que eu comia e ele ficava me observando na outra ponta da mesa (já disse que odeio ser observada, né? Imagina então por alguém que podia me matar?!), ele se cansou de esperar, e se levantou dizendo:

- Agora anda, levanta! –disse pegando em meu braço. Levantei-me e o obedeci até chegarmos a sala. Ele abriu a porta, e fomos surpreendidos por quatro viaturas, e em média uma dúzia de policiais, todos em posição de ataque. Carlos Eduardo mudou de posição, colocando a arma em minha cabeça, e me segurando pelo pescoço.

- Pra trás, ou atiro nela! –ele gritou para os policiais.

- Acalme-se, entregue a garota! Irá ser melhor! –falou um dos policiais por um mega fone.

- Até parece! –gritou de volta.

- O que você quer? Em? Nos diga o que quer, podemos trocar por ela! –disse uma voz conhecida por mim no mega fone. A voz era masculina e parecia tensa e desesperada. Espera... Era o meu pai!

- PAI! –gritei, mas Cadu bateu com força em minha cabeça com o cabo da arma.

- ISA! Filha... Vai ficar tudo bem! –meu pai respondeu, e por mais que “ficar bem” não parecia ser uma opção aceitável, me senti mais confiante.

- Quieta! –ralhou Cadu. – Vão embora! Ou ela morre! Esse é meu último aviso! –Cadu gritou.

- Cadu... Aqui é o Daniel. Solta a Isa, cara. Vai ser melhor pra todo mundo... A gente sabe que você não quer que ela morra, a gente também não quer. Solta ela, vai ser melhor... –falou Daniel pelo mega-fone. Ele falava tenso, mas demonstrava uma calma que ninguém teria em uma situação dessas. Quando ouvi seu nome, e vi que ele estava ali, preocupado comigo, querendo o meu bem, me desatei a chorar mais ainda.

- Vai ser melhor pra vocês! –Cadu gritou de volta. – Mas e pra mim? Alguém se importa com isso?! ACHO QUE A RESPOSTA É NÃO! –gritou novamente.

- Eu me importo com você, cara. Por isso que estou te falando, solta a Isa, vai ser melhor pra você também... –Daniel falou novamente. Percebi que Cadu estava caindo nessa conversa, pois já não apertava meu pescoço assim tão forte. Quando percebi, Cadu já chorava igual a mim.

- E quem me garante isso? –Cadu gritou com a voz embargada por conta do choro.

- Pode contar comigo... Eu te garanto. –Daniel falou de novo no mega-fone. E então, Cadu andou comigo até o portão, o abriu com uma chave, e me soltou relutante. A primeira coisa que eu fiz foi sair correndo, não queria ficar perto dele nem mais um minuto, mas então, antes que eu chegasse perto de meu pai e Daniel, ouviu-se mais um tiro e eu cai novamente desacordada no chão. Será esse meu fim?


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Notas finais do capítulo

Tensoo.. muito tenso... Mas o que acharam? Ficou muito pesado...? Ah, e obrigada a todos que me seguiram no meu tumblr, já segui de volta! :D AAhh, e um aviso um tanto chato.. A história está chegando ao seu fim... Pois é, pois é... Não tenho nada pensado e/ou preparado para uma segunda temporada, e da última vez que tentei fazer uma segunda temporada não prestou, então não prometo nada... Enfim, espero que tenham gostado, beijo! Ahh, e se alguém não entendeu (até parece que ninguém entendeu) O Cadu realmente era um psicopata... Depois eu explico como ele desenvolveu essa doença... Bem, beijos, E muitíssimo obrigada por ler!