BORN TO KILL - versão Clove escrita por Mrs Delacour


Capítulo 15
Farsa? Amor? Confusão!


Notas iniciais do capítulo

aê capa nova ! Inspirada em Em Chamas :) Boa leitura



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Acordo e percebo que não estou mais sozinha, ele está comigo. Olho para a janela quebrada e percebo que a lua ainda está no céu. Provavelmente está de madrugada. Eu queria acordá-lo para voltarmos para o casarão, mas ele veio de lá até o outro lado da ilha para me encontrar, deixá-lo dormir era a melhor opção. Estou deitada de costas para ele e seus braços fortes estão na minha cintura, me abraçando. O calor de seu corpo me aquece e me fazem sentir mais segura. Sua cabeça está enterrada entre meu pescoço e meu ombro. O frio da madrugada parece congelar a temperatura da casinha. Esse cobertor - que nem deve ser chamado de cobertor porque não esquenta nada, só pinica – não está ajudando em nada. Cato está tremendo, sinto uma dó dele. Decido me virar e abraçá-lo assim como ele me abraça. Ele parece não estar dormindo, porque sorri quando o abraço.

[...]

Os raios solares atravessam os buracos no telhado me fazendo acordar com um clarão insuportável. Minha visão permanece turva durante alguns segundos, mas logo volta. Vejo Cato acordando, me encarando.

– Te achei – ele diz sonolento.

– É, eu percebi – digo me espreguiçando.

– Precisamos voltar.

– Agora? – digo

– Sim – ele responde.

E seu dissesse que o nosso casamento foi só de fachada? E seu dissesse que a minha vida é uma farsa? E seu eu dissesse que... Isso pouco importa.

Não isso importa. Estou confusa em relação ao que sinto por Cato. Aquela atração e paixão que tinha por ele sumiu assim como chegou, rápido demais. Alguma coisa dentro de mim me diz que não o amo mais. Difícil é saber se é isso que sinto. Parece que eu só o amava quando ele me ignorava me insultava e não falava comigo. Além de ele ser a pessoa mais importante para mim e de eu querer protegê-lo a todo custo; eu simplesmente deixei de amá-lo. Meu coração fala mais alto do que a minha consciência. Fala mais alto do que a minha própria voz. Sinto que devo a minha vida á ele, que devo mais que isso. Devo o meu amor. Devo uma eterna gratidão por ele ter me salvado na hora em Thresh quase me acerto com a enorme pedra e por ter me protegido na arena. Devo agradecê-lo por me beijar várias vezes e me dizer eu te amo. Mas ele correu mais rápido. Não me deixou alcança-lo. O amor fugiu de mim.

E nesse momento quero deixar as lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto. Não quero contar isso a ele agora. Talvez quando eu tiver coragem o suficiente. Tenho mais medo de machucá-lo com as palavras do que enfiar uma faca nele. Do que matar alguém. Ou perder a vida. Se eu disser a ele que não sinto o que ele provavelmente sente por mim, ele não vai aceitar. Isso me machucará ainda mais. A não aceitação dele vai me fazer me sentir culpada por tê-lo enganado durante tanto tempo. Eu não o enganei. Conheço-o muito bem. Melhor do que a mim mesma.

O problema maior será enfrentar a fúria da Capital depois que descobrirem que quero Cato apenas como protetor e como a pessoa que confiarei e poderei pedir conselhos ou coisas do tipo... Muitos vão pensar então porque não procura uma amiga ou arranja um amigo gay? Não é isso que eu quero. Quero Cato por perto. Quero-o comigo. Quero-o ao meu lado para o que der e vier. Mas não como meu namorado ou meu marido. Eu o quero como amigo. Porque ao lado dele eu me sinto segura. Nos braços dele eu me sinto segura. Ao seu lado eu me sinto eu mesma e feliz.

Me casar não foi uma boa escolha. Eu apenas me casei para que os problemas nos distritos diminuíssem. Para que eles não se rebelassem e acabassem destruídos. Com milhares de pessoas mortas, ou sem casa ou sem família. Me casei para deixar Cato feliz. Não era isso que eu queria. Parece que eu só estou acabando com mim mesma.

– Então vamos logo antes que eu desista – digo

Seu sorriso me derruba ainda mais. Sorrio como se estivesse tudo bem, mas não está. Ah se ele soubesse!

– Vamos – diz ele se levantando. Pega em minhas mãos e me ajuda a levantar – Como se sente? Está melhor? Quero dizer, ao saber que vamos voltar para a arena?

– Estou melhor – digo com uma voz tranquila – Obrigada por se preocupar.

– Porque não me preocuparia? – ele diz tirando um fio de cabelo dos meus olhos – Eu te amo.

Juro que se tivesse uma cama enorme aqui na cabana, eu desabaria nela e me acabaria de chorar até que não houvesse mais água em meu corpo e eu cairia dura e seca no chão. Morta.

– Eu... Eu também – gaguejo – Eu também te amo.

Seus olhos se fecham. Essa é a hora em que eu preferia ter a pedra de Thresh chocada contra a minha têmpora. Preferia ter a têmpora completamente amassada. Cato passa suas mãos por de trás das minhas costas e se aproxima selando seus lábios nos meus.

Meu mundo desaba. Minha cabeça gira. Perco o fôlego. Quero mais. Isso sempre acontece quando ele me beija. Sempre! Ele só complica as coisas. Só me deixa mais confusa. Bom, talvez eu não tenha perdido a paixão que sentia por ele ou ainda sinto. Talvez eu esteja assim por saber que ele ou eu, ou nós dois morreremos na arena. Talvez deixar de amá-lo seria a única opção para que com raiva de mim – obviamente – ele me matasse e ganhasse o Massacre Quaternário. Talvez não seja uma farsa, seja algo que esteja falando dentro de mim. Um sinal. Isso é bem possível! Que sinal o que! Clove volte para a realidade. POR FAVOR!

– Gosto de te ouvir suspirar – diz ele. Ainda estamos na mesma posição. Meus olhos estão fechados e os seus provavelmente também estejam. Posso sentir a respiração dele. Seus lábios estão roçando nos meus.

Espero até acontecer algo, mas nada acontece. Ficamos parados assim, como estávamos durante uns dez minutos. Creio eu. Minha boca parece estar seca. Nesse exato momento pareço uma Avox. Muda e sem jeito nenhum de falar.

– Vamos voltar, faquinha – ele diz se afastando.

Faquinha. Ele não me chama assim desde que ganhamos os Jogos do ano passado. Sim! Já se passou praticamente um ano. Um ano!

– Está bem – digo. Vejo ele caminhar na minha frente. Seu cabelo loiro esta brilhando devido ao sol. Quando ele se vira para me estender a mão para que eu possa caminhar ao lado dele, vejo seus olhos. Seus olhos azuis. Esse par de olhos azuis ainda pertence a mim. Somente a mim. E não sei como aproveitá-los. Na verdade estou pensando em dispensá-los, em deixá-los. Não posso. Não quero ver esses mesmos olhos ficarem vermelhos e cheios de água.


Quando chegamos no casarão percebo que nossas malas já estão prontas. Estão na porta. Olho para Cato e ele diz que mandou as Avox prepará-las para que pudéssemos chegar e logo ir embora. Mas não são as mesmas três de antes. A morena e a loira já não estão mais aqui. Há duas Avox ruivas e um homem, um Avox.



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Notas finais do capítulo

Capítulo pequeno, é eu sei. Mas vou postar outro pra compensar :) beijos pra vocês



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