- Ora, ora, até que enfim te encontrei, Lucy.

Lucy olhou para trás, se deparando com um garoto loiro. O estado do garoto não era muito bom, suas roupas estavam sujas e ele cheirava a bebida alcoólica.

- Sting? O que está fazendo aqui?                  

Sting, um antigo namorado de Lucy, foi o namoro mais sério que teve enquanto estava fora, e também o que mais mexeu com ela. Mesmo assim, os sentimentos que sentia por Sting nem se comparavam com o que ela estava sentindo por Natsu.

Lucy não sabia se se alegrava por rever o loiro, afinal, mesmo depois de tudo que aconteceu, ela ainda sentia certo afeto por ele; ou se sentia medo, devido ao estado em que se encontrava. Pelo que conhecia Sting, ele poderia ser muito instável, ela nunca o viu bêbado, não sabia qual reação o álcool podia provocar no corpo do garoto, se podia piorar sua instabilidade.

Ele agarrou o pulso de Lucy, a puxando para longe.

- Sting, o que está fazendo?

- Venha comigo – Ele respondeu sem olhar para Lucy.

Chegaram a um lugar deserto, um canto afastado do parque, Sting prensou Lucy contra uma árvore, segurando seus pulsos no tronco da árvore. Ela se assustou com a atitude do garoto, ele nunca havia feito aquilo, nem mesmo em seus momentos de instabilidade.

- Estou perguntando de novo, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!

- Recuperando o que é meu.

- Do que você está falando Sting?

- Você Lucy, estou recuperando você.

- O que? Sting você está bêbado, não sabe o que está fazendo ou o que está falando.

- Não Lucy, eu sei muito bem o que estou fazendo e dizendo. Você me deixou sozinho, não faz ideia do quanto eu sofri sem você comigo. Eu vim aqui para te procurar e recuperar.

- Você está louco Sting. E está me machucando!

Sting segurava com força as mãos de Lucy contra a árvore, para não deixa-la sair, a casca da árvore raspava na pele, a machucando. Seu corpo estava grudado ao da loira, o que dificultava ainda mais para ela conseguir sair.

- Eu não quero te machucar Lucy, nunca irei fazer isso, mas você me machucou quando foi embora. – Ele aproximou seu rosto do pescoço de Lucy, inalando o seu doce cheiro, logo depois movendo sua boca até ouvido de Lucy – Esse seu cheiro, sua voz, seu corpo – Ele disse passando sua mão por de baixo da blusa que Lucy usava – não faz ideia do quanto senti falta. Você nunca quis fazer nada além de beijos, e eu sempre respeitei isso, quando te via usando somente roupas intimas você não faz ideia do quanto aquilo me deixava louco Lucy, eu sempre resisti, mas acho que não vou conseguir resistir agora.

Ele mordeu o lóbulo da orelha de Lucy, ela não conseguiu evitar que um fino som saísse de sua boca. Não podia evitar, o que sentiu por Sting não era como o que estava sentindo por Natsu, mas ainda assim era forte.

- Sting......por favor.....pare. – Ela disse pausadamente, não porque duvidava de suas palavras, mas sim porque estava sendo dominada pelo medo, medo do que Sting poderia fazer.

- Não Lucy, eu ouvi, você gostou, sei que você está mentindo quando pede para que eu me afaste, você ainda gosta de mim.

- Não, eu estou com medo.

Sting começava a distribuir beijos pelo pescoço de Lucy. Ela tentava inutilmente escapar, mas, mesmo que ele a estivesse segurando somente com uma mão, isso era impossível. O corpo do garoto formava uma barreira, além do mais ele era muito forte, sob efeito da bebida sua força aumentava ainda mais.

- Você está mentindo, eu me lembro quando você me disse que nunca teria medo de mim, você prometeu isso.

Ele se referia a algo que havia acontecido, o dia em que os dois começaram a namorar.

FLASHBACK ON

Sting havia perdido o controle novamente, não tinha controle sobre seus atos e brigava com outro garoto, ele simplesmente não conseguia parar de bater no garoto, então Lucy o abraçou, ela chorava, não queria vê-lo daquela maneira, era seu melhor amigo.

- Sting.....pare, por favor.

Ele olhou para trás, ao ver Lucy chorando retomou a consciência. Depois que a confusão acabou Sting acompanhou Lucy até sua casa, para que ela cuidasse de seus ferimentos.

- Você vive se metendo em confusões, devia se controlar um pouco mais. – Ela disse enquanto colocava curativos nos ferimentos do garoto. Ele estava envergonhado, há algum tempo sentia algo novo por Lucy, queria que aquele sentimento fosse retribuído. Resolveu perguntar algo que lhe incomodava.

- Lucy, você ficou.....com medo de mim?

Ela não entendeu a pergunta.

- Do que está falando?

- Aquela hora, você estava chorando, estava com medo de mim?

Lucy sorriu e colocou sua mão no rosto do garoto.

- Eu não estava com medo de você, eu nunca teria medo do meu melhor amigo.

- Promete?

- Sim, eu prometo, nunca vou ter medo de você.

Sting sorriu

- Obrigado Lucy, você sempre consegue me acalmar. E-Eu queria dizer uma coisa, há algum tempo estou sentindo isso, algo diferente por você, e-eu acho que estou apaixonado por você.

Ele aproximou seu rosto de Lucy, fazendo com que seus lábios se encostassem, ela permitiu o beijo.

FLASHBACK OFF

Era verdade que Lucy havia prometido aquilo naquela época, mas a situação havia mudado, Sting havia mudado, e foi exatamente por esse motivo que ela terminou seu namoro com o rapaz.

Ele transferiu seus beijos para a boca de Lucy, ela nada pôde fazer para impedir além de não dar passagem para o garoto. Ele insistia e continuava o beijo forçado, cada vez pressionando mais Lucy. Ela não conseguiria fugir, estava com muito medo do que poderia acontecer, torcia para que Sting retomasse a consciência e percebesse o que estava fazendo, mesmo que as chances disso acontecer fossem quase nulas.

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Natsu já havia comprado os lanches, dois para ele e um para Lucy, estava morrendo de fome. Retornou para o lugar em que pediu para que Lucy o esperasse, mas ela não estava lá, estranhou, Lucy não sairia dali sem um motivo. Uma pressentimento de que havia algo de errado invadiu o corpo de Natsu. Largou os lanches no chão e começou a correr pelo parque, a procura de Lucy.

Não conseguia encontra-la nas áreas mais movimentadas, então passou a procurar nas áreas desertas, conhecia aquele parque muito bem, andava por lá praticamente todos os dias.

Não precisou andar muito para encontra-la, seu pressentimento estava correto, Lucy estava sendo beijada a força por um garoto, podia ver claramente que era um beijo forçado porque o garoto segurava seu pulso, que se movia incessantemente tentando se libertar, a mão do garoto passeava por debaixo da blusa de Lucy.

Natsu correu até eles, sentindo uma vontade imensa de acabar com aquele garoto que havia encostado na sua Lucy. O puxou para trás logo em seguida lhe dando um soco na cara.

Lucy sentiu que a pressão em seu pulso havia sido aliviada, abriu os olhos, se deparando com Natsu a sua frente.

- Natsu...

- Lucy, você está bem? – Ele perguntou olhando para ela, Sting ainda se recuperava do soco.  

- Sim.

Sting já havia se recuperado e partia para cima de Natsu, o rosado desviou do soco e revidou lhe dando outro na barriga.

- Quem você pensa que é para me tirar de perto da Lucy?! – Sting gritou para Natsu.

- O melhor amigo dela. – Natsu disse sério. Sting passou a rir.

- Melhor amigo? Eu sou o melhor amigo dela, mais do que isso, eu sou o namorado dela, e vou te ensinar a não mexer comigo.

Sting estava muito mais sério, Lucy começou a ficar com medo por Natsu, quando ele ficava daquela forma nada o parava.

- Ah é? Pode vir então. - Sting fez o que Natsu disse, tentando dar vários socos no rosado, ele desviava de todos, Lucy estava impressionada com a habilidade de briga de Natsu, ele estava brigando de igual para igual com Sting, ou até melhor, mas ela podia perceber que Sting ainda estava se aquecendo, ele fazia isso quando brigava, começava lutando mal, e logo depois o outro cara estava caído no chão. Sting havia parado de tentar acertar os socos – Cara, você fala demais, é só isso que você...

Sting havia acertado um soco na cara de Natsu quando o rosado menos esperava, ele começou a bater em Natsu sem parar, não dando-lhe tempo para se defender, agarrou os ombros de Natsu e lhe deu uma joelhada no estomago, fazendo com que Natsu cuspisse sangue, foi então que Lucy percebeu que aquela seria como as outras brigas de Sting, não queria ver Natsu como os garotos contra quem Sting brigava ficavam depois que as brigas acabavam, por isso saiu correndo, em busca de um guarda que pudesse para-los.

Natsu estava caído no chão com Sting em cima dele, o loiro segurava a camisa de Natsu enquanto dava socos contínuos em seu rosto.

- O que você estava dizendo mesmo algodão doce? – Natsu odiava quando alguém falava qualquer coisa sobre o seu cabelo, Sting havia cometido dois erros, mexer com a garota que Natsu amava e falar sobre o seu cabelo, estava realmente irritado, e nem um pouco disposto a perder.

Natsu segurou a mão de Sting e, com um pouco de dificuldade, inverteu as posições, ele estava em cima de Sting lhe dando socos.

- Repita o que disse?! Você não faz ideia do quanto está ferrado, primeiro mexeu com a minha melhor amiga, mais do que isso, mexeu com a garota que eu gosto, e depois me chamou de algodão doce por causa do meu cabelo, são duas violações imperdoáveis.

Natsu continuava socando Sting com toda sua força, o loiro, para se livrar de Natsu, o empurrou com o joelho. Os dois voltaram a ficar em pé, ambos estavam com o rosto cheio de cortes e muito machucados, não tiveram nem tempo de respirar, pois Sting avançou para cima de Natsu com as mãos em seu pescoço o prensou na mesma árvore em que antes beijava Lucy. Recomeçou a distribuir socos no rosado, que não ficou parado, fez com que o loiro se afastasse dando uma joelhada no mesmo, logo os dois já estavam no chão novamente, Natsu deu um soco no estomago de Sting, não pode fazer mais nada, pois alguém o empurrou para trás, separando-o do loiro. Um homem vestido inteiro de azul acabou com a briga dos dois.

- Natsu, você está bem? – Lucy estava ao seu lado.

- Vou ficar depois de bater mais nesse idiota!

Ele se levantou, pronto para bater mais em Sting, mas Lucy o segurou. O guarda segurava Sting, que já estava em pé.

- Parem com essa infantilidade vocês dois! – O guarda os repreendeu.

- Não, eu não vou parar até que esse idiota esteja caído no chão desmaiado. Me solte Lucy!

- Não, pare Natsu!

- Não depois do que ele fez com você!

- Não quero saber de brigas aqui, entenderam? Vão para a casa os dois, se eu souber que voltaram a brigar a situação não vai ficar nem um pouco boa para nenhum dos dois. – O guarda disse.

- Vamos Natsu – Lucy puxava Natsu, mas ele se recusava a ir – Natsu, por favor.

Ele cedeu, vendo que Lucy implorava para que eles fossem. Ficaram metade do caminho sem dizer nada.

- Natsu, obrigado.

- Eu não podia ficar parado vendo ele te beijar a força. Mas você podia ter me deixado bater um pouco mais nele.

- Não acha que já se machucou bastante?

- Eu posso ter me machucado, mas ele ficou pior.

- Vocês dois estavam muito mal.

- Está defendendo ele é?

- Não, só disse que você também apanhou muito. Natsu, me desculpe.

- Pelo que? – Ele disse sem entender o pedido de desculpas de Lucy.

- Você estava brigando com ele por minha culpa.

- Não foi sua culpa, ele é que é um idiota.

Os dois já estavam em casa.

- Vou pegar algumas coisas para limpar esses seus machucados.

Natsu assentiu e se sentou em uma banqueta da cozinha. Lucy logo trouxe alguns algodões e um antisséptico para limpar os machucados, Natsu reclamava toda vez em que ela encostava o algodão molhado em seus ferimentos.

- Pare de reclamar Natsu.

- Mas isso dói!

- Francamente, você está parecendo uma criança reclamando por causa de um leve dor.

- Leve porque não é você quem está sentindo.

Depois de alguns minutos ouvindo Natsu reclamar, Lucy terminou de limpar os ferimentos e colocar curativos.

- Lucy, eu estou com fome, não comi nada desde o café da manha.

- Tudo bem, vou preparar algo para comermos.

Lucy caminhava até a cozinha, mas seu celular começou a vibrar, era sua avó, ela não podia ficar fugindo para sempre, decidiu atender.

- Alô?

- Lucy onde você está?!

Lucy riu, Natsu ouvia a conversa atentamente.

- Como se você realmente se importasse não é?

- Eu sou sua avó, me diga agora onde está para que possa te buscar, irá ficar de castigo quando voltar.

- Eu não vou voltar! E pare de fingir que se importa, eu sei que está mentindo, para você eu sou apenas um meio de ganhar direito futuramente quando você fizer com que eu me case com alguém rico não é?

- Do que está falando Lucy?!

- Pare de mentir, eu não aguento mais isso, como pôde mentir por todo esse tempo? Como pôde fazer aquilo com sua própria filha?

- Eu não estou entendendo nada Lucy.

- EU SEI DE TUDO, SOBRE VOCÊ E O PAPAI, SOBRE O QUANTO VOCÊ ODIAVA MINHA MÃE E O QUANTO ME ODEIA TAMBÉM! – Lucy precisava dizer aquilo, não aguentava mais guardar a raiva que sentia.

- Como ficou sabendo disso?

- Não importa como fiquei sabendo.

- Volte para casa AGORA, você não tinha que se meter nessa história.

- Já disse que não vou voltar!

- Então eu vou te encontrar e quando isso acontecer você vai se arrepender de não ter me obedecido e vai aprender a não ser uma bisbilhoteira.

A velha desligou o telefone. Natsu olhava para Lucy preocupado, ela apenas mirava o chão.

- Lucy, você está bem?

- Sim. Natsu, eu vou descansar um pouco, você se importa de esperar?

- Não, tudo bem.

Lucy foi até o quarto de Natsu. Ele ficou parado, pensando nela. Passou-se dez minutos desde que ela entrou no quarto do garoto, ele estava preocupado com ela e decidiu ir até lá. Abriu a porta calmamente, Lucy estava em frente ao espelho do quarto, com as mão apoiadas sobre o armário, olhava para a madeira, seus punhos estavam fechados com força e ela derramava lágrimas que não paravam de cair.

- Você não está bem, e mente muito mal.

Lucy olhou para Natsu, se esforçava para controlar o choro, mas não conseguia, ele caminhou até ela e a abraçou protetoramente, queria ter o poder de protegê-la e não deixa-la sofrer, mas o máximo que podia fazer era oferecer seu carinho, sem saber que a sensação que ele proporcionava a Lucy quando o oferecia era a única coisa capaz de diminuir sua dor.