Capitulo 8

Parte 1 – Ali Saltzman

Entrei no apartamento do meu pai, fechei a porta à chave, como se isso o impedisse de a abrir! Revirei os olhos lembrando-me rapidamente. Agora só me restava esperar, rezar, para que ele não tivesse sido convidado a entrar quando o meu pai ainda estava vivo…

- Podes ficar aí até te apetecer, eu espero cá fora, docinho.

Bem, para ele dizer que ficava lá fora à minha espera significava que nunca tinha sido convidado, assumi esperançosa. Talvez ainda houvesse alguma solução!

Olhei pelo buraquinho da porta e vi-o a falar ao telemóvel. Era a minha oportunidade!

Abri a janela da sala e desci o mais rápido que pude, tentando não fazer barulho. Cheguei ao final das escadas, e ainda faltavam dois metros para chegar ao chão. Tinha de saltar! De repente senti um frio nas entranhas… “pois é! Eu tenho medo das alturas, mais denominado de vertigens… Era capaz de enfrentar um vampiro faminto, mas não me sentia apta a saltar de uma altura ínfima?!” pensei, tentando convencer-me a saltar. Quando ouvi a voz dele, saltei sem pensar duas vezes pensando que estava atrás de mim. Até que me apercebi que estava na esquina da entrada para o prédio, e como tal, conseguia ouvir nitidamente o que ele estava a falar.

Mas não me demorei nisso. Comecei logo a correr em direcção à casa do Matt. Esperava eu! Pelo menos aquela era a morada que ele me tinha dado em caso de algum problema…

Em 10 minutos já estava à sua porta. Toquei à campainha. E quase instantaneamente ele abriu a porta.

Ele estava comum robe cinzento e azul marinho aos quadradinhos, e umas pantufas brancas, tipo coelhos, com orelhas gigantes! Eu só pensava em desmanchar-me a rir, mas… comecei a chorar.

-Matt. – solucei.

Ele agarrou-me os ombros, e puxou-me para dentro a olhar de uma forma frenética para a rua.

- O que aconteceu Ali? Foi o Kol? Ele magoou-te?- perguntou completamente devastado.

- Sim. – respondi com a voz trémula.

Contei-lhe o que tinha acontecido, mudando apenas uma parte. Claro que não lhe podia dizer: “ Ah, ele tentou morder-me, mas eu enfiei-lhe uma estaca no peito, sabes é que eu tenho pauzinhos chineses na mala!” Então disse-lhe que quando estava a chegar à minha porta de casa, que ele me tinha mordido. Mas que um senhor, meu vizinho, tinha aberto a sua porta de casa e que ele, o Kol, se tinha distraído, e que assim eu tinha entrado em casa.

- Ele mordeu-te?! Deixa-me ver. – eu tentei esconder a marca da dentadura do vampe marado, mas ele disse:

- Tenho de ver se posso fazer eu próprio um curativo ou se é melhor chamar alguém, Ali…

Eu comecei a chorar enquanto ele me fazia o curativo. Ele olhou para mim, e os nossos olhares cruzaram-se. Passaram-se vários minutos sem dizer nada, apenas a olhar. Até que ele pegou no meu queixo e me beijou. Foi um beijo ternurento, e tímido ao mesmo tempo… “Então ele era um daqueles rapazes? Interessante… ”

Quando os nossos lábios se separaram para respirarmos, não que eu sentisse grande necessidade disso, olhámo-nos novamente com receio estampado no rosto.

- Desculpa… Não devia ter feito isto… Eu acabei com a minha namorada há pouco tempo e…

- Não há problema Matt. – sorri tentando encorajá-lo – Foi como um beijo de amigos. – tentei brincar com a situação. O que resultou quase instantaneamente pelo que ele disse:

- É melhor ficares cá esta noite.

Parte 2 – Klaus Mikaelson

- Klaus. – disse, esperando uma identificação.

 - Irmão, não vais acreditar no que acabei de descobrir! – ouvi Kol dizer do outro lado da linha. - Ali, aquela moça do bar, o Mystic Grill, sabes de quem estou a falar certo?

- Continua… - disse ríspido.

- Hoje quando ela estava a ir para casa… bem isso não interessa!  O que interessa é que ela entrou no apartamento, que eu reconheci como sendo o apartamento de Alaric, o caçador de vampiros que a mãe transformou.

- Será que ela era relacionada com ele? Filha, sobrinha talvez?

Desliguei o telemóvel rapidamente.

Ela tinha chegado à cidade pouco após a morte de Alaric, usava verbena… e?

Katerina! Era dela que eu precisava neste momento para me distrair!

 Parte 3 – Katherine Pierce

- Katerina, sweetheart, vem ter comigo, já!

E desliga! Só mesmo por isso, agora não devia de ir ter com ele! Mas não é normal, quer se dizer… não é normal mais ou menos ele fazer isto…

Fui até cassa dele no meu descapotável amarelo. Sim! Eu gostava… não, gostar não é a palavra mais indicada! Eu adorava, ou ainda melhor: eu amo dar nas vistas!!

Mal cheguei, ele agarrou em mim e deu-me um beijo apaixonante, de tirar o fôlego…

 - O que se passa Niklaus?

- No outro dia quando eu e o Kol estávamos no bar encontrámos uma rapariga que usava verbena, e que era nova na cidade. Como achei suspeito, Kol ficou de investigar. E essa rapariga Alicia, ou Ali – quando ouvi o nome dela congelei, mas ao aperceber-me disso remodelei logo a minha postura. – mora onde Alaric morava… Portanto há a possibilidade de serem parentes.

- Parentes?! Como assim? Filha? Sobrinha? Amiga? – Perguntei rapidamente. - O que sabem sobre ela? De onde é que ela veio?

 Ao ver a feição dele, apercebi-me que estava a fazer perguntas de mais. O que é anormal em mim, normalmente apenas as faço retoricamente… Tentei desviar a atenção dele.

- Bem, e queres saber mais alguma coisa em mim? – perguntei sedutoramente, enquanto passava com o meu dedo indicador pelo seu peito, num gesto cativante.

Logo imediatamente vi um faiscar nos olhos dele, pelo que resultou, ele estava completamento atento em mim, e não na… Alicia.

- E o que que gostarias de explorar, Niklaus? – perguntei novamente arqueando uma sobrancelha.

E ao mesmo tempo encostei as nossas ancas. Klaus soltou um suspiro e disse:

- Tu matas-me!

Empurrou-me contra a parede, prensando as suas ancas contra as minhas, e assim selou um beijo ardente, e sem fim.

Parte 4 – Elena Gilbert

- Pronto. Vai ficar tudo bem Elena! – disse Elijah para mim.

- Vai mudar de roupa e tomar um banho. Ajuda.

Subi as escadas, entrei na casa de banho e olhei-me ao espelho. A parede oposta à da banheira tinha um espelho longo, o que dava para ver por completo como as minhas roupas estavam imundas! Cheias de sangue!

Ao pensar no que havia feito há pouco, senti um misto de repulsa e raiva por mim, e também prazer e orgulho… Mas isso não estava certo…

Fui despindo as roupas e entrando para a banheira, já a deitar vapor de água. Aquele vapor tinha um cheirinho que eu adorava! Era um cheiro pacífico, cheirava a azul e verde…

Despi as roupas, e deleitei-me com a água que corria pelo meu corpo em harmonia. Fazendo tudo isto num acto reflexo, sem pensar.

Quando saí da casa de banho, embrulhada numa toalha turca vermelha, o que me fez pensar novamente no que tinha feito, fui para o meu quarto. Escolhi um pijama fofinho e quentinho que me aconchegava, mas não da maneira que precisava. Só esperava que Elijah não tivesse ido embora. Eu precisava dele!

Abri a porta do quarto e ele apareceu quase imediatamente.

Abracei-o e enrosquei a minha cabeça no peito dele.

- Podíamos ver um pouco de TV no meu quarto? – perguntei a medo.

- Claro, linda.

A última coisa de que me lembro é de nos ter dirigido à minha cama e nos termos sentado nela a ver American idol.

Ao recuperar aos poucos a consciência, apercebi-me que estava enroscada nos braços de Elijah… Tinha adormecido nos braços dele! E o meu corpo encheu-se de carinho.

©Ana e ©AnaTheresaC