Jonathan Davis escrita por 09041977


Capítulo 13
13th




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Levantei-me à medida que acordava daquele frenesim.

- Não é polícia. - Revelei.

Comecei a arrumar a mala, quando notei que Gerard estava abismado, observando-me.

- É o meu vizinho. Deve ter arranjado aquelas roupas em algum mercado.

- E agora? - perguntou Gerard, com um pingo de tristeza a sobressair da sua face singela.

Disfarcei a minha necessidade de o confortar e respondi:
- Agora, vou embora.

Por conseguinte, senti ele a abraçar-me.
Não sei por quanto tempo teremos ficado assim, mas desfrutei do seu calor ao máximo, ao fazer-me sentir acolhido num lugar seguro e justo.

- Tem cuidado. - Sussurrou, docemente.

Afastei-me de seus braços ligeiramente delgados; peguei na mochila e, quando me preparava para sair do quarto, fui impedido, por um puxão.
Não demorou para que eu sentisse os seus lábios se unirem aos meus.
Senti-me assustado, porém não tanto ao ponto de me sobressaltar ou de rejeitar aquele carinho.

Beijou-me de forma delicada e carinhosa, sem demonstrar indícios de interesse ou algum intuito mais selvagem.
Descolei os meus lábios dos seus e encarei-o, por fim.

- Eu tenho de ajudar de alguma forma. Deixa comigo o teu endereço. Irei arranjar alguma forma. Prometo. - disse Gerard, de forma comprometedora.

Não me deu hipótese para aceitar ou rejeitar a sua ajuda ao ter ido buscar uma esferográfica e um pedaço de papel rasgado.

Anotei o meu endereço e dirigi-me ao hall de entrada, com a promessa de Gerard na mente, cutucando as minhas incertezas.

Acenei para Gerard, despedindo-me e entrei no carro de Edward.

Para minha surpresa, não me dirigiu a palavra. Andou uns metros e parou ao pé de uma mata isolada. Logo o sangue nas minhas veias parecia correr com maior pressão, o coração ia cada vez mais acelerando a sua batida e o medo apoderou-se de mim.

Disfarçadamente, olhei em volta, mas era uma rua isolada.

- Jonathan! Prazer em tê-lo de novo comigo. - disse Edward, fervorosamente, de sorriso amarelo.

Num movimento brusco, vi a sua mão tirar uma navalha de seu bolso. De seguida, apontou-a ao meu pescoço e começou a ameaçar-me.

Sentia-me vulneravel e violado psicologicamente.

- Vamos fazer um acordo, menino. Desta vez, vai ficar caladinho e vai-se comportar como um verdadeiro homem. Porque se eu descubro que eu ou a sua madrasta vamos dentro, dou cabo de ti, primeiro. Não está na minha lista de prioridades. Quero fazer coisas novas contigo, mas se você der um piu... Se ousar queixar-se, pode contar com uma lápide com o seu nome gravadinho.
Estamos de acordo?

Com o pouco espaço que tinha, consegui assentir com um gesto ligeiro.

Aí, ele guardou a navalha e prosseguiu em direcção a casa, olhando para mim de vez em quando, esboçando sorrisos e afagando os meus cabelos, talvez tentando confortar-me para meu pai não desconfiar dos seus actos menos inocentes.

Chegámos ao destino e ambos saímos da viatura.

Edward dirigiu-se a mim de novo.

- Não te esqueças do nosso acordo. Agora, vai fingir que foi por tua vontade própria voltar. E, lembra-te, se for apanhado... a lápide. Lembra-te da lápide.


Beijou minha testa e foi para a sua casa, situada no outro lado da rua.


Fiquei um pouco pensando em como iria explicar ao meu pai que estava de volta, pois tinha sido ele a expulsar-me. Mas no meio desse devaneio, ocorreu-me uma certeza, bastante óbvia: O desconforto iria permanecer e, a dor, dificilmente se iria desvanecer.


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Notas finais do capítulo

Essa fic está quase a terminar. Estou a pensar criar uma espécie de "banda sonora" para ela, mas não sei ainda como pô-la ao dispôr de quem a quiser consultar para ouvir. Fica apenas a ideia ainda.