Jonathan Davis escrita por 09041977


Capítulo 14
14th.


Notas iniciais do capítulo

AWEEE!



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Toquei à campaínha, receoso e não tardou em que o meu pai me viesse conceder a entrada.

Fora um momento bizarro e desconfortável.

Ficou a mirar-me como se eu me tratasse de um bicho de sete cabeças. Não falou, não gracejou e não murmurou.

Entrei, pouco resoluto e segui de imediato para o meu quarto.

Estava tudo na mesma. Tal e qual como o havia deixado - tudo bagunçado.

Desfiz a mala e arrumei tudo.

Peguei no meu celular e acomodei-me na cama, esperando alguma chamada de Gerard.

Fiquei pensando no último contacto que tive com ele, demasiado próximo.

Estava a embalar nesses pensamentos agridoces. Ácidos porque nunca mais ou dificilmente iria voltar a vê-lo, mas doces porque raramente fico com lembranças agradáveis sobre tudo aqulo que me acontece.

Estava quase a adormecer, quando o celular tocou. Era ele, mesmo.

A nossa conversação não fora longa nem muito complexa.

Gerard apenas me disse que iria contratar algum agente policial, que me pudesse ajudar. Revelei-lhe o medo que tinha acerca de tudo isso. Poderia arranjar algum panasca corrupto que à primeira vista aparentasse ser profissional e de confiança, mas, Gerard convenceu-me a levar o seu plano avante.

Terminámos a chamada e fui comer algo.

Entrei na cozinha e não tardou para que a minha madrasta penetrasse no meu campo de visão, o que por momentos me provocou uma leve naúsea.

Ela olhava para mim, sorridente, ciente de que não me deixou indiferente com o que há poucos dias havia feito.

Preparei meu spaghetti, servi-me e levei o prato comigo.

Onde você vai? - perguntou ela, quase gritando. - Não sabe que é pouco higiénico comer no quarto? - prosseguiu.

Não respondi e sentei-me à mesa.

Quando dei a primeira garfada, veio ela se sentar à minha frente.

O seu olhar impertinente não deixava de pairar sobre mim. Percebi que estava a querer jogar mentalmente comigo.

- Okay. - pousei o garfo. - O que há de errado comigo? - perguntei, irritado.

- Como assim, meu querido? - o seu cinismo continua presente.

- Não me chame querido. Ainda não parou de olhar para mim desde que aqui entrei, mas sabe que mais? Não tenho mais medo das suas intrigas e do seu ódio contra mim. E agora, você vai ouvir-me. Não gosta de mim, eu sei disso, mas também deve ficar a saber que também não a admiro. Se quer continuar com esses joguinhos psicológicos, prossiga. A justiça irá prevalecer. - levantei-me, confiante e, regressei ao meu quarto.

Estava a achar estranho demais ela não ter respondido nem sequer com algumataque fisíco, mas não tardou em que a visse a entrar sem pedir licença, como já era de prever.

Fechou a porta, o que me deixou em estado de alerta e sentou-se ao fundo da minha cama.

- Como assim que a justiça prevalecerá? - perguntou calma.

Eu não respondi. Estava a olhar para ela, tentando arranjar alguma resposta.

- Qual justiça? - perguntou de novo, de tom agressivo.

- Nada. Eu não quis dizer nada daquilo. Desculpe. - Achei-me um estúpido neste momento. Já me estava a retraír, com medo do que pudesse acontecer.

- Sei. - disse, desconfiada. - Vou sair com o seu pai. Voltamos tarde. E tenha muito cuidado com o que diz, e principalmente, com o que poderá vir a fazer. Você sabe quem tem o poder aqui. - deu por terminada a conversa e saiu.

Deixou-me a pensar de novo. Talvez o plano de Gerard fosse muito arriscado, mas assim não posso viver. Ou poderei ter alguma réstia de esperança? Talvez de que as coisas possam melhorar?

Liguei para Gerard. Expliquei que queria analisar a minha situação durante uns dias. Se nada mudasse, ele poderia prosseguir com a sua ideia. Perguntei por Brian e ele respondeu que ele estava de volta, mais calmo. A meio da nossa conversa, ouvi a campaínha tocar e comecei a tremer de medo.

Despedi-me de Gerard e desci.

- Abra. - ordenou alguém de fora.

Abri, com algum receio.

- Edward? A minha madrasta saiu. - Revelei, tentando pensar inocentemente que ele queria talvez falar com ela.

- Eu sei. - Ele disse, entre risos. Fechou a porta e abraçou-me, muito contra a minha vontade.

- Vou-te fazer feliz agora.

Soltei-me dos braços dele.

- Tenho de ir ao banheiro. com licença. - Pode soar estranho eu ter-me lembrado de algo assim, mas tinha uma ideia em mente. - Espera aqui. - disse.

Fui buscar o celular ao meu qurto e fui à casa-de-banho, ligar para Gerard.

Gerard não atendia, o que me deixou nervoso. Tentei pensar em algo.

As ideias não fluiam e à medida que os minutos passavam, mais real me parecia a ideia de que Edward poderia entrar ali.

Comecei a virar vezes sem conta o telemovel nas minhas mãos, resultante do meu nervosismo.

De repente, uma ideia havia parecido perfeita.

Era bastante arriscada e eu teria que aguentar intensa repulsa. Talvez algo que me iria marcar para sempre, mas talvez algo que me poderia ajudar a sair da confusão em que se tornara a minha vida.

Fui até ao meu quarto, procurei a minha câmara no meio dos meus papéis guardados na gaveta da minha escrivaninha.

Peguei num pouco de fita adesiva, liguei a camâra e colei-a ao canto oposto à cama, de modo a que filmasse tudo o que pudesse vir a acontecer sobre a cama.

Tinha medo que a camâra se descolasse e caísse, mas teria de deixar os receios de parte, para que tudo corresse como eu previa. Disfarcei a câmara, colocando alguma roupa em volta, deixando apenas a objectiva livre.

Ouvi passos e quando olhei para trás, estava Edward especado a olhar para mim.

- Então? Não ias ao banheiro? - notei alguma desconfiança na voz dele.

- Sim, mas vim só arumar aqui umas coisas. - disfarcei.

De novo, me agarrou e dessa vez, deixei, sem me debater sobre isso. Andei um pouco para o lado da cama, de modo a que a câmara apanhasse tudo o que ele me iria fazer. Estava com medo, obviamente, mas com esperança de que iria conseguir gravar tudo e obviamente, mostrar a alguma autoridade, para que ele fosse preso.

Entrei em pânico quando ele me tentava despir. Fui muito precipitado. Simplesmente não aguentei a pressão.

Vi a sua mão a aproximar-se da minha cara com um pano branco que parecia húmido.

Prendeu o pano contra meu nariz e boca e eu logo me senti a adormecer.


Acordei cheio de dores. Perguntava-me onde estaria. Estava nu e cheio de dores. Dores insuportáveis. Estava tão dorido, como se tivesse sido agredido. Nunca me havia sentido tão mal, mas repentinamente, lembrei-me do que estava fazer. Fiquei surpreendido, pois a ideia parecia menos perfeita agora. Lembrei-me da câmara e levantei-me com imensas dificuldades. Não me conseguia manter em
pé. Tive de rastejar até ao canto, cheio de dores. Apesar da minha visão estar meio turva, notei que as roupas não estavam a cobrir a câmara. Pensei que poderiam ter caído depois de ele ter ido embora, caso contrário ele teria levado a câmara, segundo o meu raciocínio.

   A fita tinha sido cortada. O medo, de novo o medo! Desta vez juntou-se a dores fisícas. Aquilo era mau demais.

   De qualquer amneira, retirei a cassete e escondi debaixo da cama.
   Fiz um esforço enorme para conseguir subir para a cama.

   Descansei uams horas e quando as dores estavam mais suportáveis, desci levando a cassete comigo. Tranquei as portas e as janelas. Ainda era cedo para o meu pai voltar.

   Estava no meio da reprodução da cassete, quando a tirei. Dava-me imenso nojo. A imagem de o ver entuasiasmado e contente sobre mim, imóvel, iria-me ficar marcada para sempre. Eu havia sido violado. E pior, ele teria feito com que eu inalasse algo. Daí as dores, combinadas desses dois actos.

   Liguei para Gerard. Não havia atendido antes porque teria saído da mansão e esqueceu o celular. Expliquei o que tinha feito e combinei um encontro com ele ao pé de um supermercado, perto de minha casa, para lhe dar  a cassete. Ele mostrou-se demasiado chocado e não falara muito.

   Fui dormir um pouco. Talvez até ao próximo dia. Não tinha fome. Estava ansioso e com medo que Edward tivesse percebido todo o meu esquema. Adormeci pensando nisso.


   Comecei a ouvir gritos. Que maneira de acordar tão sobressaltada.

   - Me dê a cassete, imediatamente! - ordenou a minha madrasta.

   Estava ainda a tentar despertar por completo, quando senti o movimento brusco e violento da sua mão, contra a minha face.

   - Não tenho nada. nao sei do que está a falar. - disse, calmo, com os meus cabelos negros diante de meus olhos, agora cobertos de lágrimas.

   Quando ousei olhar para ela, vi uma pistola apontada para mim. Colou o cano à minha testa.

   Sentia-me indefeso e vazio, sem saber o que fazer.

   Pensei que ela nunca faria tal coisa, sabendo que o meu pai iria odiá-la de morte por isso e resolvi continuar a mentir; continuar a atentar a minha vida.

- Não sei do que está a falar. - disse pausadamente e com a voz trémula.

   Maldita hora em que o celular começou a tocar.

De pistola apontada à minha testa, ela ordenou-me que atendesse e pusesse a chamada em tom alto.

   Era Gerard. Estava já a ver a minha vida a desfazer-se.

Atendi, tremendo.

- Jon? Como estás?
- Bem.
- Liguei para avisar que consegui arranjar um bom polícia para te ajudar. Amanha dou-te mais pormenores, okay?
- Sim. - respondi, cerrando os meus olhos.
- Eu prometi. Agora já sabes que podes confiar e mim. Vemo-nos amanhã.
- Ok.
- Boa noite. Gosto muito de ti.
- Adeus.


 
   De olhos cerrados, ouvi Edward rir. Ele estava à porta a assistir à cena toda.


Eu gosto muito de ti. Que gay. Mata-o logo! - disse Edward, rindo.

-   Ela olhou para Edward que parou imediatamente de rir e de seguida olhou para mim, choroso e pálido.

- O que é que nós dissémos? Para não envolver ninguém nisto!  Sabe o que vou fazer? - Ela perguntou, vezes sem conta, rindo de olhos húmidos. Parecia possuída. Senti a sua energia negativa sobre mim

 Repentinamente, pontapeei-a e tentei derrubar Edward, porém, sem sucesso.

Ela dirigiu-se a mim de novo de pistola em punho. Rindo alto, possuída pela sua mente desumana.

1, 2, 3.

O chão havia sido pintado de vermelho sangue e o peito de Jonathan, perfurado, sem misericórdia.






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Notas finais do capítulo

finalmente, o fim. Esse fim deixa muitas dúvidas quanto a Gerard e ao pai do Jonathan e quanto ao futuro dos dois "vilões", mas tal coisa foi propositada. Não quis enrolar mais, porque este fim já foi muito em volta da mesma coisa e pensei que se escrevese mais, iria tornar a fic muito monótona.

Espero que gostem.