O4- Damon Salvatore

Fiquei alguns minutos fora do Grill esperando pra ver se o desconhecido retornava a mensagem, mas depois de uns cinco minutos desisti e decidi entrar. Levantei-me do banquinho que estava sentada e ajeitei minha roupa, vi que uma das minhas botas estava desamarrada e apoiei o pé no banco para amarrá-la. À hora em que eu dei o laço foi quando tive a impressão de ter visto um vulto negro por trás de mim. Virei-me assustada, mas não havia ninguém, havia somente o estacionamento com alguns carros, já que o estabelecimento não estava tão cheio, à noite. Estranhamente à noite, minutos antes fresca e agradável havia tornado-se fria e sombria, uma leve camada de neblina cobria o ar gélido, assim, subitamente. Para completar o ambiente medonho tinha um corvo grasnando em cima do cercado de madeira que cercava o Bar. Senti uma sensação ruim e um arrepio glacial passar pelo meu corpo. Assustada, decidi que estava na hora de entrar, afinal Elena ainda queria me apresentar Stefan e as garotas viriam me procurar em breve. Virei-me rapidamente, quando trombei com corpo alto e forte, teria caído se braços fortes não tivessem segurado minha cintura para me equilibrar. Arfei assustada, pondo a mão sobre o coração como se esse gesto fosse acalmá-lo.

–Deus do céu! Que susto!

Era um homem, aparentava ter uns 23, 24 anos, era alto, muito alto (minha cabeça chegava a altura de seu ombro, menos se duvidar), era branco, mas tinha as bochechas rosadas,cabelos negros como as penas de um corvo, seu corpo era forte, os músculos bem distribuídos, vestido com uma calça jeans preta,botas de combate pretas, uma camiseta gola V, também preta e uma jaqueta de couro. Preta. Imediatamente me lembrei de uma conversa com Angela em que eu dizia que homens de preto eram Sexies. Seu rosto era muito simétrico, mandíbulas perfeitamente delineadas, nariz afilado, sobrancelhas grossas e lindos olhos azuis, claríssimos, em seus lábios havia um meio- sorriso malicioso que me fez corar ao me dar conta de que ele havia notado minha inspeção em si.

–D-Desculpe, eu não vi você, estava distraída. – Sorri, constrangida. Seu meio-sorriso virou um sorriso inteiro, mas não verdadeiro. Seus olhos não desviavam dos meus. Ele me olhava atentamente. Havia malícia naquele sorriso sem dentes.

–Sem problemas, querida. – Sua voz rouca soou como um canto aos meus ouvidos, apesar de rouca, era muito melodiosa e gostosa de ouvir. – Eu a machuquei?

–N-Não- Gaguejei novamente e me amaldiçoei internamente. Suas mãos ainda estavam repousadas em minha cintura, fazendo com que ficássemos muito próximos um do outro. – Você pode me soltar, por favor?

Ele ainda me analisava minuciosamente e sem tirar seus olhos dos meus, soltou minha cintura.

–Eu a conheço de algum lugar? – Ele perguntou curioso. Seus olhos se estreitaram confusos e ele virou a cabeça para o lado, curioso.

–Hã, não que eu me lembre, senhor.

–Damon.

–Hã?!

–Meu nome é Damon. Damon Salvatore. – Ele explicou. – E você?

–Isabella Swann. Só Bella. – Ofereci a mão em cumprimento sorrindo amigável. Quando Sua mão tocou a minha eu senti como se mil agulhas espetassem minha mão, como um formigamento, ele sem tirar os olhos dos meus levou minha mão aos seus lábios, e eu senti o toque quente de seus lábios macios nas costas de minha mão esquerda. Eu senti meu rosto queimar como nunca.

–É um prazer lhe conhecer Srta. Swann.

–Só Bella. – Lembrei-lhe, constrangida.

–Só Bella. – Ele afirmou. –Então, Bella, nós nos conhecemos em algum lugar? Seu rosto me parece familiar. –Ele voltou a me perguntar.

–Receio que seja só uma coincidência, Damon. Eu me lembraria se o tivesse visto. –Estava claro para mim que eu não o conhecia, mas de alguma forma seus olhos me eram muito familiares, como se tivéssemos nos conhecido em outra vida.

–Certo, mas eu não acredito em coincidências. –Ele resmungou revirando os olhos. –Você não é daqui, certo? Eu nunca á vi na cidade.

–Na verdade, eu nasci e cresci aqui em Mystic Falls, mas eu me mudei pra Washington aos 14 anos. –Esclareci. Ele arqueou a sombracelha esquerda.

–Está de passagem? –Eu me perguntei de onde vinha tanta curiosidade.

–Não, eu voltei pra ficar. Estou morando com minha avó. – Foi quando me lembrei de Elena e o Tal Stefan.

–Hmm.

–Oh, droga! Eu tenho que entrar, meus amigos devem estar me procur...- Minha fala foi interrompida por alguém que empurrou a porta do Grill, animadamente e saiu chamando:

–Bells! –Era Elena que se assustou brutalmente quando olhou o ser ao meu lado. - Damon!

–Hey, Lee! Eu estava indo te procurar.

–O que você está fazendo com ela?- Ela me ignorou totalmente e se dirigiu a Damon, furiosa. Fiquei confusa.

–O quê? Eu não fiz nada, por que sempre eu quem faz alguma coisa? –Damon perguntou indignado, se a situação não fosse constrangedora eu teria rido.

–Porque será né, Damon?! –Ela perguntou e me puxou para seu lado. – Deixe minha Isabella em paz!

–Vocês são amigas, Bella? – Ele perguntou surpreso.

–Sim.                                                         

–Sinto por você, Doçura. – Ele sorriu com falso pesar. - Elena é tão... irritante.

Eu ri abertamente e o olhei, ele piscou pra mim e eu sorri envergonhada, desviei os olhos, para uma Elena que me encarava indignada.

–Bella, vamos! Stefan está te esperando, ele quer te conhecer.

–Ah, claro! Foi um prazer te conhecer, Damon. – Ofereci minha mão em cumprimento novamente e ele me puxou para seu lado, me assustando.

–Acredite Isabella. – Ele sorriu cafajeste. – O prazer foi todo meu. – E então seus lábios foram em direção a minha bochecha direita, dando um beijo no canto dos meus lábios. Ele se afastou e Elena me puxou, sem me dar tempo de dizer algo ou ter alguma reação e me levou para dentro do Grill. Eu só sei que um sorriso bobo que não aparecia mais nos últimos meses surgiu em meus lábios. Eu só esperava que ele durasse por muito tempo.

***

***

–Elena, para com isso, você tá me machucando! – Quase gritei de nervoso. Ela parou imediatamente e me olhou assustada com meu tom de voz. – Que cena foi essa lá fora?

Ela suspirou.

–Bella, Damon Salvatore é o irmão mais velho do Stefan, e acredite em mim quando digo que ele não é a melhor das pessoas da terra.

–Bom, ele não me pareceu tão ruim. – Admiti.

–Mas ele é. – Ela afirmou decidida. – Por favor, tome cuidado com ele.

–Mas o que ele fez de tão ruim, Elena? – Perguntei assustada, afinal Elena falava como se ele fosse algum tipo de psicopata serial killer.

–Você confia em mim? – Era uma pergunta tola.

–Hmm... Sim.

–Se eu te pedir pra não ter nenhum tipo de contato com ele, você vai me ouvir?

Não.

Se Damon se aproximasse de mim novamente, eu não poderia resistir. Ele era misterioso demais, sedutor demais, eu não pensaria duas vezes se ele resolvesse se aproximar de mim novamente. Não era algo que eu pudesse evitar.

–Posso tentar. – avisei. - Não prometo nada.

–Isso já me basta. – Ela sorriu, como se me compreendesse, como se dissesse: “Eu te entendo, ele é irresistível, não?”

–Vamos, Stefan está nos esperando. Todos estão na mesa.

****

–Então eu virei pra ela e disse: - Vovó, a senhora está colocando o CD do lado errado, isso não é um LP. –Contava Caroline, enquanto todos na mesa se matavam de rir da pobre avó da garota que não acostumada com a tecnologia tentou virar o CD para que o “lado B” funcionasse.

Estávamos todos sentados na mesa à algumas horas, conversando sobre amenidades, eu havia conhecido Stefan e ele me pareceu uma ótima pessoa, e um homem muito apaixonado por Elena. Como Damon, ele também havia me perguntado a mesma coisa: Se me conhecia de algum lugar, e quando eu disse não ele ficou me encarando como se eu fosse algo precioso, do tipo algo que você nunca encontraria na sua vida. Fiquei constrangida quando ele me encarou, como se esperasse algo de mim. Algumas vezes faziam perguntas sobre minha vida, sobre Forks ou sobre por que eu decidi voltar pra Mystic Falls. É claro que era sempre educada e simpática com todos, mas eu fiquei receosa quando Caroline perguntou por que eu havia voltado pra Mystic Falls, Elena percebendo meu desconforto e a única que sabia o verdadeiro motivo disse em Tom de brincadeira:

–E vocês acham que ela conseguiria ficar tanto tempo sem mim?

Quando o relógio marcou 23h30min Jenna decidiu ser responsável e foi embora, pedindo que não Elena e Jer não se demorassem a ir embora. Elena concordou e me ofereceu carona, afinal éramos vizinhas, eu aceitei e ela disse que só se despediria dos amigos. Eu me despedi de Caroline, Bonnie e Tyler que estava conversando com Jeremy, e me despedi de Stefan avisando à Elena que à esperaria no carro, para dá- los mais privacidade.

Fora do Grill a noite estava fria, como quando antes quando fui ligar para Renée. Fui em direção ao carro e fiquei encostada lá, esperando Elena.

Alguns minutos depois, eu senti aquela estranha sensação de estar sendo observada. Virei-me, olhando descaradamente em volta para ver se encontrava alguém. Não havia ninguém à vista, somente um único ser vivo visível além de mim. Um corvo, pousado sobre a lataria de um dos carros no estacionamento, à movimentação real era dentro do Grill, de fora podia- se ouvir o barulho abafado da música animada que tocava no Jukebox.

–Vamos, Bells? – Elena apareceu sorridente ao meu lado. Eu levei um susto. Ela pareceu perceber que eu estava meio desesperada. – Você tá bem, Izzie?

–Tô, eu só estou com sono. – Menti. – Vamos embora?

–Claro.                                                                              

Entramos o carro e colocamos o sinto. Quando chegamos em casa despedi-me de Elena e entrei em casa, tudo estava escuro provavelmente vovó estava dormindo, subi e fui tomar um banho antes de dormir. Quando estava caindo no sono, antes que meus olhos se fechassem, meu celular apitou.

Sonolenta eu o peguei:

Você tem uma nova mensagem!

Desconhecido

“Logo suas perguntas serão respondidas, não se apresse.

Por hora você só precisa ter uma boa noite de sono.

Tenha bons sonhos, Sweet.”

E como em um passe de mágica, meus olhos se fecharam pra cair na inconsciência.