Capítulo 3 - Who?

O passeio com Matt havia sido muito divertido. Ele havia me levado ao boliche e depois nós resolvemos comer no MCdonalds, então depois resolvemos passear no parque. O tempo que passamos juntos me fez perceber que o que as garotas haviam dito sobre Matt gostar de mim não era verdade. Ele sempre me abraçava, mas isso era um costume que nós já havíamos adquirido desde crianças.

Quando o passeio enfim acabou, Matt me levou pra casa perto das 20h30min e se despediu com um beijo em minha testa e saiu em direção do carro sem nem olhar para trás.

Entro em casa e ouço o som da televisão ligada. Vovó estava jogada no sofá, assistindo o jogo de baseball.

-Hmm, voltou cedo. – Vovó comenta, enfiando a mão em um pote gigante de pipoca. - Você tem visita no seu quarto.

-Visita? Quem?

-subindo a escada no fim do corredor, seu quarto. – Ela me olha e me dá um sorrisinho de escárnio. Estreitei os olhos. – Vá lá ver, ora.

Revirei os olhos, às vezes eu me perguntava como Renée não havia herdado essa ironia e sarcasmo de Oda Mae. Subo em direção ao meu quarto  ouço vozes femininas, conhecidas.

-Eu saio por algumas horas e meu quarto invadido por adolescentes tagarelas?! – Disse assim que abri a porta. Bonnie, Elena e Caroline estavam jogadas na minha cama conversando, enquanto Caroline fazia uma trança nos cabelos de Bonn.

- Não é invasão quando se é convidado à entrar, tá?- Bonnie mostrou a língua. Eu imitei seu gesto e me perguntei qual era minha idade mental. Caroline levantou em um pulo e veio me abraçar. Asfixiar-me, seria a escolha certa de palavras.

-Izzie, Izzie, Izzie. - Ela disse enquanto pulava me abraçando e eu fiquei um tanto confusa tentando não cair.

-Chamar uma vez só tem o mesmo efeito que chamar uma vez só, Caroline. - Bonnie revira os olhos.

–Hey, Bella! Voltou cedo!– Elena diz.

–É, parece que o Matt vai fazer alguma coisa hoje.

–Ah! Bom a gente tá indo pro Grill encontrar o Stefan. – Ela diz pegando às chaves do carro. – Tá a fim de ir? Assim você o conhece.

–Hm, não sei. –Digo hesitante.

– Vamos. Assim você relembra da cidade. –Bonnie diz, sorrindo amigavelmente.

–Ah, quer saber? Eu vou. Se eu ficar aqui eu provavelmente vou ficar trancada no quarto me lamuriando que nem uma velha chata. – Dou de ombros. Elas riem e depois vamos em direção ao primeiro andar.

Quando avisei vovó que ia ao Mystic Grill com as garotas ela me olhou de soslaio e deu um sorrisinho.

-Pensei que você ia passar a noite lamuriando, tipo uma velha chata. –Ela disse- Se sua aparência não fosse de uma garota jovem, eu diria que você parece uma velha rabugenta.

Abri a boca indignada e cerrei os olhos.

-Eu não pareço uma velha rabugenta. – Reclamei.

-Sim, você parece. – Caroline diz e me apressa. – Agora vamos logo, vovó.

-Até você!? – Digo exasperada. Mas que diabos! Eu por acaso me comportava como uma velha chata?

Abro a porta da sala e espero as garotas saírem antes de dizer:

-Tchau, vovó.

Fecho a porta sorrindo marotamente e ainda posso ouvir um resmungo e ela gritar de lá de dentro:

-Pra você é ODA MAE!

***

Quando entramos no grill elas ainda me perguntavam sobre o que conversamos. Caroline sumiu para o banheiro na primeira oportunidade dizendo que precisava se maquiar, pois um pretendente dela estava no Grill.

–Gente eu já contei TUDO o que vocês queriam saber.

–Hm, mesmo assim eu sinto que você está nos escondendo algo. –Elena disse me olhando inquisitiva.

–Eu não to escondendo nada. – Ela era louca. – Afinal, cadê o seu amado Stefan?

Só então ela se deu conta de que tinha um namorado.

–Ah, é mesmo. Bonnie guarda uma mesa pra gente? Eu vou com a bela procurar o Stefan e trazer umas bebidas.

–Ok. Traz um suco de melão com hortelã pra mim?

–Tá. Vamos, Bella. – E antes dela sair me arrastando eu olhei assustada para Bonnie perguntando-a mentalmente se Elena era sempre assim. Ela só deu de ombros como se dissesse. “Desculpe-me”.

–Olha só Elena, você não precisa me puxar, sabia? -Eu disse assim que nos sentamos em uns baquinhos que havia em frente ao balcão. –Eu tenho pernas! – Levantei as pernas e as balancei pra dar mais ênfase a minha reclamação. Sorri, pra mostrar que eu estava brincando. –Tudo bem que as duas parecem ser esquerdas, mas ainda assim eu acho que eu posso andar sozinha.

Ela corou, e eu me perguntei se havia sido grosseira demais.

–Desculpe, é que eu estou tão feliz por você ter voltado. Fiquei meio descontrolada.

Eu ri. Elena era a criatura mais fofa.                                          

–Ah, eu também fiquei feliz por ter voltado, Lee. – Eu disse pegando sua mão esquerda. – Você é a minha melhor amiga. É a irmã que eu nunca pude ter.

–Você também é como uma irmã pra mim, Izzie. –Ela sorriu. – Bom, eu vou pedir um Milk-shake de Chocolate, o que você vai querer?

–também.

–Tá, então você espera as bebidas pra mim enquanto eu vou chamar o Stefan? Eu o vi jogando dardo com o Alaric.

–Espero sim. –Sorri, enquanto ela fazia o pedido ao Barman. –Ok, eu já volto me espera aqui, tá?

E então ela sumiu da minha vista. Enquanto Elena estava fora eu fiquei sentada em frente ao balcão, observando o movimento com o queixo apoiado na mão e o braço apoiado no balcão. Meu celular vibrou em meu bolso indicando uma nova mensagem:

Desconhecido

Eu estou vendo você...

Fiquei confusa e até olhei em volta, procurando alguém, mas ninguém me encarava em específico. Devia ter sido engano. O Barman trouxe os Milk-Shakes, Agradeci e peguei os copos com cuidado levando-os para a mesa, assim que cheguei lá Bonnie estava em uma conversa animada com Jenna, tia de Elena e Jeremy, agora tutora.

–Aqui, Bonn. Seu suco e o Milk-Shake da Lee.

–Obrigada, Bella.

Sentei-me ao lado de Jenna, que estava mais do que animada. Prendi meus cabelos em um nó no alto da cabeça quando senti o calor abafado.

-Olá, Jenna. - Cumprimentei. - Como vai?

-Ótima obrigada por perguntar. - Ela sorriu. – E você?

-Bem. Renée mandou lembranças.

-Ah, Renée! Quanto tempo, eu não a vejo, diga à ela que eu sinto saudades.

-Claro.

– Você viu a Elena por aí, Bells? – Jenna perguntou.

–Ela foi atrás do Stefan que estava jogando dardo com um cara de nome difícil. –Brinquei sorrindo. Ela riu com Bonnie.

–Você tem o sorriso da sua mãe. – Ela observou. Eu ri.

–Ah, Bella! Enquanto você estava com Matt sua mãe ligou. – Bonnie mexia seu suco com o canudo. – Ela Pediu pra você ligar pra ela. Sua avó pediu pra eu te avisar.

–Obrigada, Bonnie.

–Vai lá fora, aqui tem muito barulho. –Jenna disse, tomando o Milk-Shake de Elena na cara dura. – Ah! Depois eu quero saber direitinho essa história de encontro com Matt Donovan. – Ela gritou assim que eu me afastei.

Metades das pessoas que estavam no Grill viraram para ver quem era a garota que havia tido um encontro com Donovan. Eu fuzilei Jenna com olhar e sai de cabeça baixa, morrendo de vergonha.

Lá fora não estava tão abafado como dentro do Bar, estava até um pouco frio. Tirei o celular do bolso e disquei os números tão conhecidos por mim. Chamou uma, duas, três vezes e nada de Renée atender. Pensei que ela deveria estar dormindo à essa hora e decidi parar de ligar. Tentaria amanhã de manhã, talvez.

Quando estava prestes a guardar o celular no bolso novamente ele vibra indicando uma mensagem.

Desconhecido

“Seus pais não lhe ensinaram a não ignorar as pessoas quando elas falam com você, Isabella?”

Suspirei confusa. Não era engano, a mensagem era realmente para mim. Sentei-me em um dos banquinhos do lado de fora do estabelecimento e decidi responder a mensagem.

De: Isabella Swann

Para: Desconhecido

“Quem é?”