Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 20
Capitulo 20 – Um Apelo aos Patrocinadores ao Cair


Notas iniciais do capítulo

Sou muito grato por você estar acompanhando a fanfic até aqui.
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Saga 3 Arena



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Capitulo 20 – Um Apelo aos Patrocinadores ao Cair da Noite

 



O lago estava calmo. Croconal estava alerta na ilha e olhava em volta. Ele parecia que não pretendia sair da área da cornucópia. Tendo todos os tributos tendo fugido a cerca de duas horas desde o inicio dos jogos, aquele parecia ser o local onde não mais aconteceria nenhuma cena de luta por algum tempo, mas só parecia.



Os mentores, e até mesmo os telespectadores de toda Panem, conheciam a situação. Uma vez que o banho de sangue terminava e os carreiristas se metiam a caçar os tributos que saíram vivos, ou que saíram fugidos, era acompanhar uma incursão até que as próximas cenas de lutas começassem e torcer para que algum tributo mostrasse algo que valesse a pena assistir.



Os mentores dos tributos que ainda estavam vivos na arena conheciam a situação da calmaria da cornucópia. No entanto, sempre orientavam a não voltarem lá nas primeiras horas, pois normalmente os carreiristas iriam armar algo para ele.



– O que aquele idiota está fazendo? - O mentor do 12 estava irritado. - Alguém me traz mais uma garrafa que eu vou precisar para aguentar as próximas cenas. Eu garanto que serão fortes. -




Os demais mentores olharam a tela grande que ainda mostrava as cenas da Aliança Carreirista chocada com a mutilada maria, a tributa do distrito 6 que havia sido torturada e morta pelo John Jack, tributo masculino do distrito 10.


Aquela cena havia agradado a muitos de Panem. Uma emboscada dos tributos seis aos que eram dados como favoritos causou uma grande agitação na capital, a morte certa que vinha para John surpreendeu a todos, mas a reviravolta dada pela pequena Lirian deixou a capital em êxtase.


Jose, tributo do distrito 6, morreu nas mãos de Alex e Amabile. Mas, a população pouco se interessou. Não havia nada de interessante na cena deles. Mas, a tortura de Maria implorando opor sua vida era diferente.




– Alguém ai em cima! - Gritava o mentor do 12. - Isso vale a pena ser visto seus... - Ele para ao ver a tela grande mostrando agora a cornucópia. Ele se dava por satisfeito.



A próxima cena da arena realmente causaria impacto. E qualquer um iria querer ver Croconal em ação mais uma vez.



Já visível para todos que assistiam, e em especial para Croconal. O tributo masculino do distrito 12 estava diante do lago. Ele começou a vasculhar a beirada, em busca de algo, mas logo Croconal mergulhou para vir atras dele.



– Que besta de bestante! - Fênix respirou inconformado.



O jovem se afastou, andando de costas. Imaginava que talvez o bicho não fosse vir a terra no meio da mata. Não havia feito-o ainda e talvez, aquele fosse o limite dele. Saber disso poderia ajudá-lo de alguma forma. A cerca de 50 metros da margem viu o crocodilo parar.



– E Então? Ficou com medinho de me enfrentar aqui em terra seu monte de merda! - Fênix sorria triunfante.



O crocodilo gigante abriu a boca e rugiu forte. Em sua frente o rugido provocava uma pressão de ar que agitava a folhagem e fez com que Fênix desse alguns passos para trás. Ele não sabia, e nem mesmo quem estava olhando poderia dizer, se aquilo foram passos de quem estava sendo arrastado pela pressão do vento, ou pela pressão do medo.



– Mamãe... - Fênix viu o bicho começar a sair da lagoa, indo em direção a ele depois do rugido. Ele tentou, mas suas pernas estavam paralisadas.



O crocodilo era mais lento em terra, mas certamente ainda era veloz o suficiente para perseguir alguém que estava paralisado de medo.



Fenix começou a pensar que na verdade o rugido possuía alguma substancia paralisante. Ele tentava a todo custo mover-se, mas havia ficado paralisado. Diante dos dentes afiados que estavam pronto para abocanhá-lo o o jovem saltou para trás.


– Essa... Essa foi por pouco. - Caindo no chão e respirando ofegante Fênix não acreditava que aquela havia sido por pouco. Realmente em terra o bicho parecia mais lento.



No entanto, Croconal avançou mais uma vez, por estar perto do jovem. O jovem não se mexeu, apenas sorriu vendo o crocodilo ser preso por diversos cipos armadilhas. Vários laços prendiam sua boca e patas, sendo que os cipos tentavam erguê-lo para as arvores.



Fênix ergueu os braços em vitória. Não imaginou que seria tão fácil atrair o bestante para uma armadilha e prendê-lo. Era um plano ousado, que poucos teriam coragem para fazer, mas acima de tudo, era arriscado demais para quem a poucos dias aprendeu a fazer nós e armadilhas que ativavam-se com o peso do seu alvo.



O salto que dera escapando de um avanço do inimigo fora proposital. Evitar o oculto ativador da armadilha. Ele havia concluído o seu plano com sucesso. O que significava que ele agora poderia fazer o que desejava e ainda ganhava pontos com os patrocinadores.



– Seu fracote! São vinte laços. - Ele deu risadas e se aproximou dele observando as coisas que estavam presas nele. - Duvido que você possa se saltar. Eu vou é usar você para abrir um mercado de pulga de recursos da arena. -



Fênix foi até o lado esquerdo de Croconal, que debatia-se. Realmente havia algo de 20 itens agarrado no Crocodilo. Agora que estava perto o tributo do distrito 12 não tinha mais dúvida que aquilo era uma armação para provar os jovens.


No inicio todos pensavam que o Crocodilo havia passado em meio a mochila, armas e mantimentos, e desta forma as coisas haviam agarrado nele. Mas, estando tão perto a ponto de poder esticar a mão para pegar algo, Fênix praguejava mentalmente contra a capital. As coisas não estavam agarradas, foram afixadas no bicho.


Fênix pegou uma mochila. Ela era azul, simples, mas parecia que havia bastante coisa nela. Tão logo, ele colocou a mochila nas costas rapidamente percebeu um movimento mais forte do crocrodilo e apressou em pegar uma arma. Ao tocar a espada o rabo de Croconal se envergou acertando-o com força, com os espinhos da ponta e jogando-o para lado, fazendo ele se chocar contra uma árvore próxima.



– Ai! - Balbuciou gemendo o jovem do distrito 12 que tentava erguer-se, mas não conseguia.



Um rugido ainda mais alto foi escutado.




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As arvores iam ficando mais altas e mais próximas uma das outras, apenas de os galhos irem ficando cada vez mais fracos. Ainda assim os saltos de Dalia continuavam contínuos.


Ela já se sentia cansada e com sede, mas tinha certeza, não adiantava parar naquele momento, mas, talvez, refrescar-se, mesmo que não fosse tomar a água, ajudasse em algo. No entanto, ela parou mais rápido do que esperava, escutou um segundo rugido animalesco vindo da direção da cornucópia.


A menina ficou tremendo, parada em um galho durante um tempo até que sentiu-se segura o suficiente para fazer um movimento.


No distrito 11 era comum que as pessoas soubessem subir facilmente em arvores, e as vezes até se locomover entre uma e outra. Começavam cedo a trabalhar nas plantações, em geral como seus poucos mais de seis anos. A medida que iam ficando mais velhos iam migrando entre as diversas atividades que a produção agrícola necessitava.


Crianças sem muitos músculos normalmente ficavam para a colheita. O que era ruim, já que o nome lembrava o momento da seleção dos Jogos Vorazes. Mas, o que poderiam fazer? Esse era o nome e continuaria sendo.



– Eu sei que já estou a duas horas de distancia de corrida e salto por arvores. - Dalia respirava ofegante. - Qualquer um que me visse passando pelas arvores falaria que eu era uma macaca de tão veloz que estou sendo... - A menina fechou olhos respirando fundo por duas vezes até que conseguiu controlar a tremedeira. - Ainda assim estou escutando o rugido de Croconal. -



A menina olhou em volta. Viu algumas aves voando ao longe, elas ficaram assustadas com o rugido. E algumas vezes precisava matar alguns pernilongos que pareciam querer jantá-la. Mas, fora isso o mais perigoso parecia o chão pantanoso. Por bastante tempo ela viu um chão lodoso no qual tinha certeza de que pisar não seria boa ideia. Mas, estando o chão próximo a ela firme e com um lago de aparência tranquila perto, era hora de colocar uma de suas técnicas em ação.



Dalia desceu da arvore com cuidado olhando em volta. Tentou evitar fazer muito barulho e certificou-se de que o chão era confiável. Logo aproximou-se do lado e tocou-o com calma, com a ponta do dedo, temendo algo.


O contato com a água fez seu coração acelerar. Estava gelada e não parecia conter nada que fosse corrosivo. Dalia não se fez de rogada e enfiou a cabeça no lago rapidamente, molhando a cabeça e um pouco de seu tronco. Ergueu-se respirando aliviada. Uma corrida de duas horas era o que ela certamente nunca havia feito, mas havia aguentado bem.


Ela sentou-se ali aproveitando um pouco do momento refrescante que havia conseguido. Não sabia se estava segura, mas precisava descansar e mesmo sem coragem de beber a água lodosa do lago, ela havia prestado atenção nas aulas de sobrevivência.



– Mesmo que você não possa garantir que a água está bebível, você pode refrescar-se deixando sua pele em contato. A garganta vai ficar seca ainda, mas seu corpo vai absorver um pouco de água. - Sorriu naquele momento. Não imaginava que algo realmente fosse útil. - Mas, tenho que começar a procurar comida e sobreviver sem água até amanhã, o clima é quente e úmido. Deve dar para pegar um pouco de orvalho para beber. -




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O rugido de Croconal era poderoso. Fênix no chão, com dores, tremeu.


O jovem olhou para o crocodilo que com o rabo partia cada um dos cipos que o prendiam. Um a um, o crocodilo se libertava e virava-se para encarar de frente o jovem que havia lhe prendido e retirado algo de si.



– Qual é, você … Ai! - Fenix sentiu uma grande dor ao tentar levantar-se. Sabia que aquilo era uma costela quebrada. - Para que você quer a espada e a mochila? -



Um novo rugido foi escutado e o crocodilo foi em sua direção.



Fênix forçou levantar-se começou a correr em meio as arvores. O Crocodilo acelerava e não parecia que ia cansar. Era difícil avançar na mata, pelo menos para o jovem, pois para o crocodilo que derrubava tudo em seu caminho a coisa parecia fácil.


Enquanto o menor, que ia na frente, tinha sua velocidade retardada por todo o pântano, o réptil mutante ia avançando em sua velocidade rotineira, para o deslocamento em terra. Além disso, o jovem estava machucado e isso fazia mais lento. O resultado era que Croconal era mais rápido que Fênix.



O Crocodilo o alcançou e ele jogou-se para lado para fugir da bocada. Foi eficiente, apesar de sentir fortemente a dor da costela partida. O Crocodilo no mesmo instantes girou para o lado contrário de Fênix e acertou-lhe uma potente caudada quando o jovem levantava-se.



Desta vez, devido ao local, Fênix voou alto, caindo em cima de algumas arvores e rasgando-se nos galhos. Na arvore, ainda de posse da mochila, mas já tendo deixado a espada cair desde a sua primeira caudada, ele começou a tentar se equilibrar na arvore.



– Saca.. Eu não vou descer! - Disse o jovem que ofegava e sentia as dores dos machucados. - Se você quiser você pode subir que agente resolve isso aqui em cima. -



O crocodilo apoiou-se na arvore.



– Isso é alguma pegadinha? - O menino não acreditava na cena que via.


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– Será que alguém está lutando contra o bicho? - Questionou Druw sentado no galho de uma arvore segurando uma estranha fruta.



O jovem depois do primeiro rugido que escutara, após o nono tiro de canhão, resolveu parar um pouco sua excursão pela arena pântano. Sabia que ele deveria ser o tributo mais longe da Cornucópia.


Druw seguia o plano, assim como Dália. Sua companheira do distrito 11. Eles iriam até o limite da arena, cada qual mapeando um lado e vendo o que conseguiam de útil. Depois voltariam e se ambos estivessem vivos, uniriam forças, informações e recursos.



Naquele momento em especial Druw, após duas horas, havia finalmente achado uma arvore com algumas frutas de aparências suculentas. Ele teria passado direto por elas, não fosse o primeiro rugido que escutara. Parou assutado e sua visão atentou-se a arvore a frente. Diferente das demais que estavam em volta, ela era a mais alta que havia visto até então e tão grande que destoava das demais.


Era um perigo comer uma fruta desconhecida. Mas, a fome e a sede eram fortes. Depois de duas horas se distanciando da Cornucópia era o primeiro alimento e fonte de liquido que poderia ter chances de ser consumida.


Druw com a fruta na mão olhou a casca calmamente, observando se não havia nenhum dano a mesma. Depois, com calma, foi tentando parti-la com a mão, o que conseguiu fazê-la identificando a macies da coisa redonda e ficou olhando. Cheirou e encostou um dedo. Não parecia representar perigo para o tato ou o olfato a parte interior.


Ele iria testar o paladar, poderia ser venenoso. Ia levando a língua lentamente até a estranha fruta, temeroso. Tocou finalmente a língua na fruta e pode escutar um rugido animalesco novamente.



– Merda! - Tossindo, sentindo que o coração ia saltar pela boca, Druw tentava fazer o ar entrar em seus pulmões para recuperar-se do susto que levou.



Olhou o pedaço grande da fruta que havia caído. Estava no chão e já havia montado um bando de insetos em volta. Todos pareciam pequenos mosquitos. Ele suspirou levando o pequeno pedaço que havia sobrado até sua boca.



Era uma fruta, de gosto bom e com bastante liquido. Praguejava mentalmente contra o que havia feito Croconal rugir daquela forma, ele quase morrera de susto. E pior, quase deixara de experimentar a fruta.



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– O que esse pessoal está tentando fazer, afinal de contas? - O mentor do distrito 11 gritava com o mentor do distrito 12. - Eles querem se matar? Ficassem no banho de sangue. -



– Eles estão se achando o que? Super-heróis? Devem ter inalado alguma toxina! - O mentor do 12 gritava.


Os tributos masculinos do 11 e do 12 realmente pareciam estar se arriscando. Mas, a vida e os jogos eram deles. Não havia o que fazer a não ser esperar para ver que tipo de loucura viria a seguir deles.



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Fênix corria, mancando. Mantinha a mochila nas costas e via que agora Croconal começava ficar para trás. O terreno era mais aberto e finalmente e, mesmo que mais machucado que inicialmente, ele agora tinha mais velocidade.



Ele cairá da arvore quando Croconal a derrubou ao apoiar-se nela. Rolará e cairá em um um pequeno lago, se é que o tamanho permitira ser chamado de lado, já que possuía apenas 2 metros quadrados.


Agora, apenas corria.


No entanto, quem assistia não entendia o que ocorria. O jovem corria na direção do lago da cornucópia. Mas, apenas quando todos podiam ver o lago é que foram entender.



– Tive medo que você estivesse estraçalhado em algum canto. - Dizia Flora com algumas coisas próximo a ela.



– Sem... Sem... - Fênix estendeu a mochila para que ela guardasse tudo o que havia conseguido pegar na ilha da cornucópia e dentro do lago.



O plano dos dois havia funcionado. Apesar de não terem conversado sobre ele, sabiam que um saberia que o outro observaria e agiria da melhor forma. Era horrível ir com algum conhecido para arena, do que dirá um amigo. Mas, naquele caso, Fênix e Flora, que passaram pela experiencia de ficarem presos na mina, criando assim um elo, sabiam usar isso a seu favor.


Só um poderia sair vivo? Que fosse um dos dois então. Seria o suficiente para eles.



Enquanto Fênix distraiu Croconal, o atraindo para longe do Lago da Cornucópia, Flora teve a oportunidade de ir a ilha da cornucópia. Amarrada em vários cipos ela foi a ilha pegando pedaços de coisas que poderiam ser uteis, até lembrar-se que Croconal acabou jogando coisas dentro do lago. Ela procurou a margem da ilha achando algumas coisas intactas, e quando voltou deu de cara com Fênix, correndo cheio de sangue.



Um rugido os trouxe para a realidade.



– Vamos embora! -



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– Selena estou preocupado. - Dizia Clark pensativo.



Selena olhou-o com cinismo. Ele tem ficado todo o tempo preocupado. Ela precisou fazer quase tudo sozinha nas primeiras horas, mas parecia que finalmente seu parceiro mentor iria começar a sair de sua posição idiota.



– Morrerão oito no primeiro dia. - Clark esboçou uma pequena tristeza. - Croconal matou dois. Carreiristas 4, sendo que o Distrito 1 matou 3 e o dois matou 1. Nós matamos 1 e o 10 matou 1. -



Selena nada disse, apenas acompanhava as falas de Clark, esperando ver qual era a linha de raciocínio dele.



– Sabemos que isso é um programa. Se não houver atrações eles vão criar. Todos os dias precisa haver uma cena de emoção naquela arena ou ocorrerão intervenções. -



Selena sorriu. Parecia que Clark estava finalmente sendo mentor. Antes do inicio dos jogos ele realmente estava dedicado a ensinar tudo que Amabile e Alex precisavam. E as últimas doze horas tinham mostrado que eles tinham aprendido. Mas, depois que entraram na arena, ele apenas tem ficado aflito. Aquela era a primeira vez que ele parecia lucido, disposto a fazer algo.


Selena estava toda para interromper a fala daquele homem, gritar coisas desconexas e rir um pouco, mas se ele estava apresentando uma melhora, era melhor deixá-lo falar.



– Se a cena for forte, os organizadores nada farão. Mas, se a cena for aquém, provavelmente quem não participou da cena vai ser alvo das interferências da arena. - Clark parou. - Na melhor das hipóteses uma morte por dia satisfaria o público. -



– E com um Crocodilo modificado que resolveu caminhar fora do ninho, duvido que ele não seja direcionado para os escondidos. - Diz Selena. - Então temos que garantir uma puta cena a cada dia, para evitar que sejamos alvo. -



Mas, havia um problema. Se Fred do 10 pensasse da mesma forma, a coisa ia ficar difícil.


O público estava bem divido. Um grupo conservador estava gostando da atuação dos carreiristas matando a mãos nuas e andando em grupo. Pareciam um grupo de jovens aventureiros perdidos na mata e vivendo da mata, graças a Canivete e suas armas artesanais.


No entanto, o distrito 10 e 5 havia atiçado o gosto do público. O distrito 10 por meio de seu Jack estripador mostrou algo que em poucas edições o público pode ver. Torturas eram algo que chocava aos distritos, mas para os habitantes da Capital, dependendo de como era feito, era um verdadeiro banquete. Enquanto o grupo do 5 havia resolvido dar um pouco de erotismo aos jogos, no entanto Amabile se mostrou incapaz de conseguir fazer o que era necessário.



– Pelas próximas duas horas... Eles estarão salvos com o que estão fazendo. - Diz Clark. - Mas, acho que devíamos mandar algo para eles. Já sinalizaram dinheiro para as dadivas. -



– A pergunta é, o que mandar? - Falou Selena. - Ou melhor, o que eles devem fazer? -



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Mato. Lama. Água. Árvores. Mosquitos e nada que parecesse ser útil para sobreviver naquele lugar. Mancar parecia ser uma péssima opção, mas machucado não poderia ir tão longe.




– Isso está ficando complexo demais! - Encostando-se numa árvore o tributo masculino do distrito 9 tentava respirar com calma, procurando forçar para continuar. - Oliver, Oliver! Você vai conseguir sobreviver mais do que 12 horas? - ele riu para si mesmo limpando o grande nariz que estava cheio de lama.



Apesar de nada ter conseguido pegar na cornucópia ter fugido de lá com vida, apenas com um ferimento na perna havia sido muito bom para ele. Ele julgava que seu tivesse alguma chance, se algum patrocinador fosse apreciar alguma habilidade sua, aquela coragem que ele apresentou seria a única que ele poderia oferecer.



– Será que podem me mandar algo? - Gritava ele algumas vezes que parava.



O desespero já estava tomando conta dele, tentou manter o ferimento na perna limpo e protegido, mas com algumas folhas estranhas, cipos e a própria calça, não havia muito a se fazer.



Com o folego recuperado estava pronto para continuar a esmo, em busca de algo que lhe fosse útil. Qualquer coisa, mas naquele pano tudo lhe parecia inútil. Se alguém dissesse que ele estava andando em círculos, ele não duvidaria, tudo parecia igual. Mas, um barulho ocorreu atras dele.



Ele olhou assustado e viu algo pouco maior que um cachorro surgir por trás das árvores. Era simplesmente estranho ficar parado, mas aquela criatura não passava de um gigante coelho. Estranhamente de pelos brancos, tão limpo e aparentemente fofos. Devia medir algo em torno de um metro de altura para um metro e meio de comprimento.



– Isso é que eu chamo de coelhão! - Riu Oliver para si mesmo. - Mas, se ele está aqui, deve haver algo comestível e água. -



Oliver sorriu. Ia encostar-se em alguma árvore e observar o gigante coelho até identificar o que era bom para se comer e beber. No entanto, o coelho de olhos cinzas abriu a boca mostrando dentes afiados e uivou, como uma espécie de lobo. Seus olhos mudaram para vermelho e avançou contra o tributo masculino do distrito 9.




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– Acho que estamos seguros agora. - Sorriu John.



John e Lirian haviam caminhado por quase quatro horas. Sentiam os corpos cansados e a necessidade de descansar. Como a noite logo chegaria, eles resolveram montar um acampamento onde estavam. Era uma área fechada, mas uma arvore lhes oferecia uma fenda para se encostarem nela e descansarem.



Claro que sabiam que o local era seguro por terem encontrado diversos animais ali. Uma fonte de água segura para beber e um local que os demais animais não deviam se aproximar devido a ser território daqueles coelhos lobos.



– O que nós vamos fazer com tantos Cãoelhos? - Perguntou Lirian. - Nós capturamos dez deles com as armadilhas, mas ainda não fizemos nada com eles. -



Cãoelhos. Esse era o nome vulgar dado a aquela criatura estranha. A Capital havia saltado alguns bestantes que eram a mistura de coelhos com lobos para atacar os distritos na época da Traição. Aqueles bestantes eram, nada mais que coelhos crescidos com instintos de lobos. No entanto, após o final da guerra eles ficaram soltos e acabaram cruzando com os outros coelhos, ou devido aos instintos com lobos e cachorros. Esses eram menos perigosos, mas ainda assim bem enfurecidos.



– Estou querendo matar um ou dois deles. A carne ia nos fazer bem. - Diz John. - Mas, temos apenas essas duas flechas. - John riu. - Demos sorte de você ter escutado os uivos e podermos armas as armadilhas, antes deles chegarem perto. Um bando desse teria nos destroçado. -



– Conseguimos água, fizemos uma bolsa de cipos, já camuflamos o local onde iremos pernoitar. Comida ia cair bem... A menina sentou-se fadigada. Mas, não da para fazer nada sem fogo, né? -



John enquanto conversava continuava a trabalhar. Estava espalhando armadilhas por todos os lados do refugio. Não pretendia deixar que nada chegasse a eles por terra. Tributo nenhum saberia voar, e não havia como se preocupar com animais voadores a atacá-los naquele momento. O jeito seria vigiar durante a noite.



Quem entrasse no perímetro seria pego pelas armadilhas, ou pelo menos teria muito barulho para alertar a dupla de tributos do 10 que o perigo se aproximava. John não pretendia realmente parar para descansar a noite toda, mas ele olhava Lirian e via a exaustão da menina. Se não arrumassem comida logo, ela não poderia continuar, e certamente ele também teria problemas.



Respirando pesadamente, os cabelos desgranhados e uma expressão de dor. A fome estava acabando com a menina. Apesar de estarem acostumados a comer pouco, Lirian não estava acostumada a ficar sem comer e a correr em um local como aquele durante tanto tempo.


Lirian e John escutaram um guizo e olharam para cima, ao mesmo tempo, sorrindo. Estava chegando uma dádiva.




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– Vamos varar a noite? - Perguntou Onix. - Se formos, quero parar um pouco para comer. -



O grupo se olhou. Não tinham muito equipamento para uma caçada noturna, como óculos de visão noturna, ou mesmo sabiam qual seria a dimensão da escuridão que recairia na arena.



– Vamos votar. - Diz Steven. - Sem saber como será a noite o melhor era esperar, esse não é o melhor local para passar a noite, mas certamente serve para uma pausa. -



Amber disse que por ela não haveria problema continuar durante a noite. Eles já havia voltado para a beira do lago e iniciado a perseguição do jovem do distrito 9 chamado Oliver, mas parecia que ele ainda estava a uma boa distancia do grupo.



– Ei Canivete.. Não consegue fazer um equipamento de visão noturna? - Perguntou Carlos rindo.



A menina ficou calada pensando sobre aquilo durante um tempo e provocou risos no grupo.



– Então, depois do menino do distrito 9, acho que podemos pegar uma linha na direção que encontramos o Corpo da menina do 6, a Maria. Imagino que podemos achar Jack e Lirian nesse caminho. - Dizia Atalanta.



– Posso criar. - Diz Canivete deixando o grupo assustado.



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A respiração estava ofegante. A face estava completamente rubra. Seu corpo tremia, mas era impossível para Amabile esconder que tudo aquilo havia mexido com ela.



Sentado a sua frente, debruçado e cuspindo, Alex parecia cansado e com nojo de algo. Mas, tentava não transparecer aquilo. Mais parecia que ele estava vomitando algo ruim que estava no seu estomago.



– Bem... - Amabile fechou os olhos respirando fundo. - Ficamos aqui praticando por três horas, em cima dessa arvore. Está anoitecendo. Então o que deveríamos fazer agora? -



Alex olhou para Amabile sem muito animo. Escutou guizos e olhou para os céus. Lentamente um paraquedas descia até eles. O rapaz o pegou. Havia uma mochila azul, nela havia água, uma peça de roupa branca manchada, que na verdade era um maio para Amabile, um pouco de comida e um canivete.



– Merda! - Gritou Alex irritado. - Prepare-se que nós não vamos dormir essa noite. -



Amabile respirou fundo. Ela sabia que a dadiva havia trago um aviso não escrito. Seu tempo de aprendizado havia acabado e iriam fazer um teste, e parecia que Selana não estava interessada em saber se ela estava ou não pronta. Ela iria morrer tentando se fosse necessário. Alex tinha razão, eles não sobreviveriam até o amanhecer se ela não fizesse o necessário.



Alex ficou um tempo parado olhando a mochila. Ele respirava fundo e tinha certeza que Selena estava rindo naquele momento. Tinha certeza de que ensinar a Amabile a seduzir teria o levado a aquela situação.



Alex sabia que a mochila era um sinal. Um aviso de Selena. Talvez nenhuma outra dupla de mentor e tributo conseguissem conversar naquele nível. Mas, a verdade era que Alex entendeu o que Selena pedia para ele fazer. A Bolsa Azul significava que era ele quem iria seduzir e matar. A cor branca manchada da roupa de Amabile indicava o nível de erotismo que seria mostrado. Nível de manchar a pureza do alvo. E o alvo era determinado pelo item que estava na mochila, água indicava o distrito 4. Os pães iguais ao do distrito 4 e por fim o canivete.



A jovem do distrito 4 seria o próximo alvo deles, mas para alcançá-la, eles teriam que enfrentar a aliança carreirista. Se saíssem vivos, realmente iriam chover dadivas, mas a opção mais provável era não saírem vivos.


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Notas finais do capítulo

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