Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 19
Capitulo 19 - O fracasso do Cinco


Notas iniciais do capítulo

Saga 3 Arena



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Capitulo 19 - O fracasso do Cinco

Jose tropeçava em meio a mata, tentando afastar-se da clareira, afim de descansar. Gritava para que Maria não parasse de segui-lo. Seria fácil os dois se perderem naquele local de mata alta, locais completamente parecidos e com diversas poças de lama e água que os faziam cair em pequenos lagos constantemente. Ainda havia o agravante de estar dopado e assim os sentidos iam todos embora.

Sentindo o torpor já tomando de sua mente e corpo, o jovem do distrito 6 desconhecia que sua companheira de distrito não havia, a nenhum momento, começado a segui-lo e que ela estava ainda junto aos jovens do distrito 10.

Jose ignorava os locais que passava, sempre correndo e se afastando, enquanto ainda podia correr, pois sabia, que logo não faria muita diferença correr ou não. Sua droga era realmente eficaz, ele sabia. Se ele não se afastasse dos demais tributos e buscasse um local para se esconder, enquanto o efeito não passasse, seria um alvo fácil.

Cerca de 20 minutos correndo naquela velocidade tropeçou, com o corpo respondendo a pouco de suas tentativas de movimentos. Não conseguia escutar ou ver mais de 5 metros a sua frente. Havia caído numa poça de lama que para ele não fazia muita diferença do que era, ele estava mole e não conseguia se levantar. Movimentou-se tanto que agora a droga, ou veneno como acabaria sendo chamada, estava circulando por toda a sua corrente sanguínea.

– Maria... Me ajude... - Ele disse vendo um vulto mover-se próximo a ele.

O vulto estendeu-lhe a mão ajudando-o a sair da lama. O rapaz estava completamente atordoado. Estranhava que sua companheira não estava como ele, mas agradecia por ela poder lhe ajudar.

– Vou cuidar de você... - A voz era melodiosa.

Com a visão turva e escutando pouco, e até mesmo com a sensibilidade de sua pele com problemas, ele teve a sensação de que algo estava errado. Maria estava carinhosa para com ele. Aquilo não era normal.

Conheceram-se na colheita, antes disso um ignorava que o outro sequer poderia existir. A menina sempre quis manter distancia para evitar uma dor na hora de perder, ou mesmo ter de matar o companheiro de distrito. Nunca teve um sinal de afeto, ou escutou-a falar de forma melodiosa. Nem mesmo aceitou receber tal tratamento vindo dele.

Jose se lembrava que até mesmo quando eles se encontraram e ele cuidou de seu ferimento ela não retribui com qualquer tipo de atenção. E aquela fora uma situação inusitada, já que ele próprio identificara a planta que poderia ser usada para criar o remédio que ele precisava e o fez rapidamente.

Agitou-se, tentando se livrar da menina que estava junto a si. Ela não podia ser Maria.

– Deixe-me ajudar a limpá-lo. - A voz suave foi rápida em por a mão ao rosto, fazendo um carinho suave fez. Jose parou respirando fundo e sentindo o calor daquele toque.

Não era Maria certamente, as mãos de Maria ele havia conhecido a pouco. Essas eram mais macias, delicadas e quentes. Mas, ele não podia identificar devido aos efeitos de seu veneno. O que gerava a pergunta, se aquilo não era a mais doce alucinação que estava sentindo, então quem seria a menina a se dispor a cuidar dele ao invés de matá-lo logo de uma vez como todo o tributo consciente deveria fazer?

– Quem... Quem é você? - Perguntou o jovem tentando raciocinar, mas já não conseguia bem.

– Seu anjo... - Disse a voz melodiosa. - Gostaria de algo? - Ao dizer isso Jose sentiu que levemente a mão da menina que estava com ele, percorria seu corpo.

– Gostaria de não estar dopado... - Disse Jose.

– Dopado? - A voz de repente mudou.

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Amabile e Alex haviam parado para descansar depois de correrem para se afastar do lago e dos primeiros perigos. Os dois estavam exaustos, não possuíam nenhum equipamento, água ou comida. Iam ter que se virar, até que conseguissem alguma dádiva ou algum plano surgisse.

A face dos dois jovens estava extremamente vermelha de cansaço. Um pouco molhados, em certas partes de suor, em outras da água da lagoa que ainda estava presente com eles, os dois reluziam com o pouco de sol que chegava a eles passando pelas arvores.

Nenhum dos dois estava machucados ou arranhados. Apenas as barras das calças e botas estavam sujas devido a lama que estavam enfrentando desde que saíram do lago. Sim, eles estavam em uma grande área lamacenta. Por isso evitavam sentar-se, estavam escorados em uma arvore e tentavam recuperar-se para sair dali.

– Como pode mesmo suja e pingando parecer ainda mostrar tanta beleza.... - Murmurou Alex observando Amabile que levantou os olhos e percebeu que ele estava a observando.

– Foram sete mortos... - Alex começou a falar, tentando evitar aquele olhar de Amabile. - Um número razoável e até alto. -

Amabile, no entanto, ignorou a fala do rapaz. Estava cansada e ainda sentia o corpo tremer devido ao medo da perseguição de Croconal. Ela não sabia como poderia enfrentar tanto daquela forma.

– Obrigada! - Disse a menina arfando. - Eu sei que agradeci e tudo mais... Mas, eu não sei o que seria de mim sem você aqui. -

– Amabile? - Alex parou olhando-a, via que ela não estava bem.

– Eu não quero ser um estorvo para você... - Amabile de repente parou de falar e viu que o menino estava a encarando sério.

Eles viraram bons amigos durante o tempo que estavam no treinamento. Uma única vez ocorreu uma discussão e foi quando Amabile disse que ele não precisava tratá-la bem e nem se preocupar em ajudá-la na arena por conta do pai dela. Selena visivelmente preferia ele a ela, mas foi nessa que o jovem gritou com ela e pediu para nunca mais falar aquilo. Alex a ajudaria porque queria, não pelo plano e não para conseguir os patrocínios de uma filha de vitorioso.

Amabile lembrou-se dessa conversa e parou de falar. Sabia que não era aquilo que iria gerar um desconforto entre os dois.

Alex resolveu dar um tempo para que ela se refizesse de toda a ação inicial. Era duro para qualquer um, e ele sabia disso. Mas, o tempo passou e a menina não se refazia.

– Amabile, vou dar uma olhada em volta, já fiz a zarabatana e a corda. Quero ver se acho algo comestível... - Alex sorriu. - Tente fazer o seu melhor por aqui, ok? -

Amabile parecia ter sido atingida por um raio. As palavras ressoaram em sua cabeça e ela se lembrou de Jack dizendo para ela tentar fazer o seu melhor. Ela não estava fazendo o seu melhor. Ela não estava fazendo, nem o seu pior. Não estava tentando nada.

– Espere... Temos que fazer algo antes. - Disse Amabile se desapoiando da arvore. - Serei a primeira... -

Alex olhou-a incrédulo, sem entender o que se passava, o súbito erguer de Amabile. Mas, percebeu a aproximação de alguém. A menina parecia confiante em fazer algo.

Eles identificaram o menino do seis se aproximando, correndo aos tropeços, como se fugisse de algo. Amabile o viu cair e Alex se preparou para matá-lo, assim que Amabile acabasse de seduzi-lo e ganhasse uma distração.

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– Seu anjo... - Disse a voz melodiosa. - Gostaria de algo? - Ao dizer isso Jose sentiu que levemente a mão da menina que estava com ele, percorria seu corpo. -

– Gostaria de não estar dopado... - Disse Jose.

– Dopado? - A voz de repente mudou.

Amabile estava, até então, tentando ao máximo fazer o que tinha de fazer. Ela não sabia seduzir, apesar dos empenhos de Selena ensiná-la. Ela tentava o que lhe era fácil e o que desejaria que fizessem a ela.

Enquanto via que estava conseguindo a atenção dele, sem que ele tentasse matá-la ou fugisse sentia que estava conseguindo. Mas, desmoronou no mesmo instante que escutou que ele estava dopado. O seu primeiro tributo não estava servindo de teste para ver se ela estava pronta.

Era evidente que ele estava encantado com a menina, mas dopado as tentativas de sedução de Amabile estavam sendo desperdiçadas, já que poderiam matá-lo de qualquer maneira.

– Quem o dopou? - Perguntou Alex que estava próximo esperando sua oportunidade.

– Quem está ai? - Jose se agitou, mas ele estava já sem controle do corpo.

– Calma... - Amabile voltou a passar a mão levemente pelo corpo dele, para tentar que ele falasse. - Você está delirando, deve estar escutando mal. -

– Sim... Alucinações. Capim aquático misturado a cogumelo de fogo causa perda de quase todos os sentidos e alucinações. - Disse Jose.

Amabile olhou para Alex. O jovem pedia para quela fizesse o falar mais.

– Nossa... E te doparam com isso? - Disse Amabile junto a ouvido dele. - Como descobriu? -

– Eu criei. Tem... tem nos meus bolsos. - Disse Jose. - Fácil misturar... -

Amabile então se afastou e viu Alex vir com a corda e preparar para enforcá-lo. Jose estava imóvel e a Alex agarrou o por trás, puxando a corda em seu pescoço em um nó no qual o jovem nem conseguia desfazer-se.

Amabile virou-se de costas chorando e logo escutou-se um tiro de canhão e Alex parou de fazer força. O tributo masculino do distrito 6 havia deixado os jogos vorazes, ele havia perdido a vida.

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– Matamos um. - Diz Clark observando a tela e recebendo os olhares de cumprimento dos outros mentores.

Era difícil entender, mas aquela situação era especial para todos. Apesar de cada qual pensar em seu distrito, em seus tributos, Amabile era filha de um deles. A cada passa que a garota desse para se libertar seria uma vitória para todos.

Clark com um pequeno sorriso saia da sala dos mentores para respirar aliviado e poder comemorar sem que aquilo chegasse a ser uma ofensa para os demais. Em especial para o mentor do distrito 6.

Não demorou para ele ganhar uma área aberta. Uma espécie de varanda na qual ninguém estava,] e alguns ali iam apenas para fumar. Ele sorria e comemorava. De alguma forma louca Alex e Amabile haviam conseguido sobreviver ao banho de sangue, já haviam matado um tributo e pareciam ter conseguido uma vantagem sobre os demais tributos, uma verdadeira substancia alucinógena.

Sim! Clark tinha motivos para comemorar! Mas, recebeu um tapa forte no rosto de repente. Olhou rapidamente e viu Selena irritada. Os dois se encararam por um tempo, com Clark tentando entender o que aquilo significava.

A mulher parecia estar profundamente contrariada e parecia que não compartilhava da felicidade de Clark.

– Aquela seu projeto de vagabunda vai matá-los na arena e nós aqui vamos ter muitos problemas. - Selena estava irritada. - Ela é péssima na arte da sedução. -

Clark olhou para Selena e agarrou-a pelo pescoço jogando-a contra a parede próxima. Ele prendeu-a com um braço e com o outro colocou um dedo na face da mulher.

– Se falar assim da minha filha novamente, não vai ter que se preocupar nem com a arena e nem com o que for que poderia nos acontecer com ela perdendo... Eu te mato! -

Selena começou a rir. Mesmo presa ela parecia estar em uma crise de risos.

– Me matar? O vitorioso que não matou sequer um único tributo? - Selena gargalhava. - Nesse momento você até parece forte me colocando contra a parede, mas ambos sabemos que eu te mataria com uma mãos nas costas - Desdenhando Selena se libertou de Clark facilmente.

Os dois se encararam novamente.

– Você a ensinou-a a fazer uma péssima sedução. - Dizia Clark a contra gosto. - Eu avisei que era para ficarmos com a oferta apenas para recompensa de patrocinadores, mas você tinha que querer que minha filha, que não tem experiencia nenhuma nessa área, seduzi-se na arena. O projeto Viuvá Negra não vai funcionar. - Clark mostrava-se desgostoso. - Ela é um anjo não uma prostituta e você sabia disso. -

– E como você acha que um anjo iria sair da arena sem matar? - Selena voltava ao tom irritado que tinha quando surgiu esbofeteando Clark. - Ia fazer Alex defendê-la na arena para depois o menino ter que se matar por ela? -

Era impossível negar que Amabile teria de matar para sair daquela Arena. Teria que matar pelo menos um tributo, nem que fosse por pura sorte. Clark respirou fundo mostrando que entendia e que aquela discussão era inútil. Selena também melhorou sua expressão, sabia que descontar nele não iria ajudar. Era a primeira vez que via ele sorrindo desde o inicio da manhã, precisava da ajuda dele nos planos, afinal ele poderia ter sobrevivido a sua edição dos jogos sem matar ninguém, mas certamente ele não sobreviveu a pressão da Capital sendo fraco.

– Acabei de ser contada por um dos nossos patrocinadores. - Disse Selena. - A menina no seu jeito doce atraiu ainda mais o interesse dele. - Selena riu. - Nas palavras exatas, ele quer ter o prazer de enxugar cada lagrima de dor do anjo. E está disposto a enviar até mesmo uma arma para ela. -

– Uma arma? - Clark parou assustado. Para conseguir patrocínio suficiente para uma arma era necessário reunir dinheiro de quase 5 dias de jogos, e seu tributo estar pelo menos sendo o favorito na arena para sair vivo dela.

– Mas, ele disse que só vai fazer algo se ver o potencial dela para sair viva. Se ela não mostrar nada não vai rolar patrocino e pior... - Selena voltava a ficar irritada. - Mandou dizer que se tentarmos enganá-lo, trazendo Alex ao invés de Amabile, nós é que iremos para a cama dele no final dos jogos. -

Clark engoliu um seco. Aquilo estava fora de controle.

– Nas próximas horas sua filha vai aprender os prazeres da carne, ou pode se preparar. - Diz Selana.

– É impossível Amabile aprender tal coisa sua louca! - Gritou Clark irritado. - Como você pretende corromper minha filha aqui de fora? -

– Alex. - Disse ela sorrindo.

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Amabile chorava encostada em uma arvore enquanto Alex fazia as misturas e preparava sua zarabatana. Eles havia se afastado do corpo de Jose e agora tentavam alinhar o que estariam fazendo em sequencia.

– Tivemos muita sorte com Jose. - Alex tentava animar Amabile. - Com essa mistura a pessoa ficará debilitada, então você vai ter mais chances e facilidades de seduzi-la. -

– Eu não consigo Alex! - Disse a menina chorando. - Eu tentei! Você viu que eu tentei, mas não consigo! Eu não posso seduzir alguém e matá-lo! -

Não diga que não pode! - Gritou Alex de pressa. - Diga que pode! Eu sei que pode! -

– Como é que eu vou fazer algo que não sei? - Perguntou Amabile encarando-o.

Alex desviou o olhar. Ele tremia e parecia hesitante diante aquela situação.

– Vo... Você precisa ser como uma aranha. Uma viúva negra. - Alex levantou o olhar e encarou Amabile. - Estamos nessa juntos. Se você não consegue por você, faça por mim. O plano é para os dois. -

Amabile olhou ainda chorosa. Ele respirou fundo e olhou em volta.

– Venha, vamos encontrar um local seguro para passar a noite e vou te ensinar algumas coisas. - Diz o jovem.

– Como assim me ensinar? - Questionou a menina.

– Só tem um jeito de você seduzir alguém, é aprendendo a seduzir antes. - Disse Alex. - Só tem um jeito de você saber fazer isso, você vai ter que fazer várias vezes até conseguir. - Alex parou. - Farei o sacrifício de ser sua cobaia. -

– Mas, eu.. Eu não quero te beijar ou qualquer outra coisa... - Diz Amabile.

– Eu não estou perguntando se você quer. Você vai e ponto final! - Alex olhou para a menina. - Selena falou que isso poderia acontecer... Até o dia amanhecer você vai aprender a seduzir e se tornará uma... Bem... No minimo uma piriguete. -

– E seu eu não quiser? - Amabile por um momento se mostrou confiante o suficiente para ir contra alguém.

Alex se aproximou de Amabile de forma gentil e foi até o ouvido dela. O que ele diria a seguir, seria algo que se fosse escutado pela capital, seria como ter assinado um termo de que eles sofreriam mesmo depois de mortos.

– Ao amanhecer estaremos os dois mortos. -


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