Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 18
Capitulo 18 – A Estratégia do Distrito 6


Notas iniciais do capítulo

Saga 2 - Vidas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/264928/chapter/18

Capitulo 18 – A Estratégia do Distrito 6



Encharcados e um pouco cansados da natação acelerada que fizeram, os carreiristas observaram a cornucópia continuar a ser destruída pelo bestante. Eles se olharam conferindo se estavam todos em condições.



Era complexo entender a ideia daquele Crocodilo gigante. Realmente era algo que não havia tido nas outras edições dos jogos, pelo menos não logo no inicio. A expressão de todos os carreiristas era de estranheza, mas tinham a certeza de que se alguém fosse vencer aquela coisa, seriam eles.



Amber havia verificado o perímetro, já que ela era a mais descansada. Ela havia achado o rastro do garoto do 8. A perna manca e o rastro de sangue não deixaram dúvidas.



– Então vamos conferir o que Amber achou e vamos atras dele. - Diz Onix.



– Vamos fazer uma pausa. - Diz Canivete. - Com vinte minutos posso fazer duas armas para cada um aqui. -



O grupo se olhou. Ela pretendia fazer doze armas em vinte minutos. Aquilo realmente era algo que eles não iriam recusar ver. Ninguém estava ferido, ou mesmo cansado ao ponto de precisar de uma pausa. Mas, era preciso colocar a cabeça no lugar e planejar o que fazer contra o Crocodilo.



– Só temos três facas, o machado comum e o arco com 8 flechas. - Diz Steven. - Seria bom ter mais armas realmente. -



– Eu achei alguns outros rastros, mas apenas um que me deixou curiosa. - Disse Amber. - Quem mais foi ferido para deixar uma rastro de sangue? Pois achei dois. -



O grupo se olhou. Era possível que um embate entre os tributos tivesse acontecido em solo, mas não parecia tão natural assim diante ao terror que fora apresentado no lago. Outra evidencia para tal coisa era a falta de marcas de uma luta, pelo menos Amber, a única que sabia rastrear do grupo, não havia identificado nada.

Outras possibilidades para o sangue seria um tributo ter se ferido no nado, ou nas arvores, ou um outro bestante estar em volta. Havia muitas possibilidades, mas nem todas realmente satisfaziam as pessoas.



Quando Atalanta fora para dizer algo escutaram um estouro. Como um tiro de canhão. Sorrindo eles sabiam, era hora da Capital avisar aos tributos, quantos haviam morrido no lago.



Os tiros de canhão era como uma homenagem, militar, aos que morriam na arena. Apesar de apenas um único tiro. A tradição era muito antiga, então ninguém sabia quem havia criado-a, mas sabiam apenas que era assim que funcionava.



Escutaram um segundo tiro.



A arena inteira havia parado. Cada tributo em seu lugar, havia parado para contar quantos haviam morrido e por consequência saber quantos ainda restavam.



Escutaram um terceiro tiro.



Infelizmente pelos tiros de canhão jamais saberiam quem havia morrido, apenas a quantidade. No entanto, ao anoitecer, os tributos poderiam ver a imagem dos mortos, projetada nos céus da arena. Isso se não houvessem mudanças naquele ano.



Escutaram um quarto tiro.



Era a tradição a cada morte escutarem o canhão anunciador da morte. No entanto, no banho de sangue não ocorria os tiros até que o embate da cornucópia terminasse. Por algum motivo, dar os tiros enquanto a luta do inicio continuava se tornava algo impossível. Cada qual tinha sua teoria sobre isso.



Escutaram um quinto tiro.



Normalmente o banho de sangue era guiado pelos carreiristas. Inicialmente eles iam sem alianças e acabavam criando-as enquanto viam as habilidades assassinas em ação. No entanto, ao decorrer dos anos, era fácil identificar no rosto dos tributos, durante o treinamento, quem era realmente carreirista e assassino e quem não era.



Escutaram um sexto tiro.



Geralmente os carreiristas levavam a melhor no banho de sangue. Geralmente fugir da cornucópia era fácil. Geralmente os tiros seguidos após o inicio indicava para aqueles que haviam fugido de que os carreiristas, ou os vencedores do banho de sangue, já estavam a caminho. No entanto, esse ano alguém havia matado junto aos Carreiristas.



Escutaram um sétimo tiro.



Croconal havia feito suas vitimas. Um novo elemento havia sido inserido no banho de sangue.



Os carreiristas se olharam. Não havia mais nenhum tiro dado. Identificaram sete mortos.



– Vamos contar. - Diz Steven. - O pessoal do um e do dois está vivo. - Ele parou olhando em volta. - O pessoal do três o Tanque matou. -



Onix sorriu mostrando os músculos.



– Nós do quatro estamos aqui. - Diz Carlos. - O pessoal do cinco, Amabile e Alex, pelo que observei conseguiram fugir. -



Nesse momento Canivete irritou-se.



– Eu pego aqueles desgraçados. - A menina furiosa continuava criando as armas para sua equipe. - O garoto do seis fugiu, mas eu peguei a menina com uma flecha. -



– O garoto do sete eu peguei. - Diz Steven. - A menina serviu de comida pro Croconal. -



– A menina do oito o tanque pegou e o menino fugiu. - Diz Amber. - A menina do nove foi a primeira vitima do Croconal. -



– E o menino do 9 foi acertado por Atalanta. Da para ver o corpo dele daqui, apesar de estar sem a flecha no corpo. -



– Os demais fugiram. - Diz Carlos. - Então, deveriam ser oito mortos. -



O grupo se olhou. Alguém não havia feito o serviço direito. E era um fato de que o Croconal não parecia errar no que fazia. Tanque sabia que os do três não poderiam estar vivos se ele abriu a cabeça deles com suas mãos. Assim como não poderia a menina do oito ter vivido com o pescoço quebrado, até porque Croconal já a teria matado-a.

Restava o menino do sete e a menina do seis como dúvidas.



– O meu está morto. - Steven meteu o mão em um dos bolsos de sua calça e tirou de dentro duas coisas redondas. Que pareciam estar ensaguentadas.




Até Canivete parou o que estava fazendo e se aproximou. Tratava-se dos globos oculares do jovem.




– Seu maluco! - Gritou Carlos assustado.



– Por que fez isso? - Onix ficou assustado.



– Eu quebrei os braços, pernas e pescoço. - Diz Steven. - Bati com a cabeça nas estruturas metálicas da cornucópia. - Steven parecia tranquilo. - Porém, para ter certeza que não iria dar um jeito de ficar vivo e fugir da ilha, tirei os olhos. -



Os outros cinco olharam para o jovem com certa desaprovação. Aquele tipo de coisa não era para acontecer. Todos que morrem no jogo tem seus corpos levados aos seus distritos para um enterro. Agora o corpo do jovem do sete estava incompleto.

Mas, era evidente que normalmente os corpos voltavam mutilados, principalmente por conta dos bestantes. Era evidente, aquilo e que Steven não fugia de uma realidade dos jogos, mas guardar consigo os pedaços era algo que apavorava o grupo.



– Eu só fiz isso para garantir que quem eu matei não volte. - Diz Stven. - Estou em um grupo em que se eu falar que vou fazer algo tenho que fazer e provar. Afinal, não creio que se eu falhar vocês vão querer me deixar vivo. -



O grupo compreendeu o recado. Naquele grupo, era evidente que cada um tinha sua função, mesmo que não declarada. Se não cumprisse sua função, ou falhasse significava que ele era desnecessário aos grupo, então iria ser descartado pelos demais.




Todos eram habilidosos em lutas, isso não podiam negar. Mas, Amber era a a rastreadora. Sem ela iriam procurar a esmo os demais tributos, ou mesmo identificar as armadilhas. Onix era a força bruta, o rapaz era o que tinha mais força entre eles e também era o mais alto, sem armas ou em situações inusitados, o mesmo era uma verdadeira barreira protetora.

Steven estava como o cara que mantinha a calma, e por ventura estava a traçar os planos de ação. No entanto, não era a pessoa que liderava o grupo, apenas mantinha o povo unido e desfazia os conflitos. Atalanta entrava com seu conhecimento de plantas e habilidades de longa distancia, fosse com facas, lanças ou flechas.



Carlos tinha o conhecimento de plantas e montagem de armadilhas. Canivete demonstrava sua habilidade inegável de criar armas, que todos sabiam que seriam necessárias, mas nunca imaginavam ser vital. Mesmo assim todos se voltaram para a menina do distrito 4.



– A maldita do seis sobreviveu. - Diz Amber. - Mas, nessa distancia não tinha como realmente fazer muito. Ela está ferida e você poderá terminar seu trabalho. -



Canivete assentiu estendendo as armas que havia criado. O grupo ficou espantado. Ela havia levado menos tempo que o prometido. Matá-la, não era opção.



Amber ficou com duas de suas facas, e com duas lanças. Tanque ficou com o machado e ainda lhe foi dado espécies de braçadeiras com espinhos grandes e afiados. Atalanta ficou com o arco com 8 flechas comuns e mais 12 artesanais. Além disso ela estava levando consigo estacas, quatro para ser exato, que mais pareciam punhas devido aos serrilhados afiados pelas farpas. Steven recebeu dois bastões, onde haviam metais amarrado em suas pontas, pareciam verdadeiros facões, e uma zarabatana com pequenos dardos afiados. Carlos ficou com uma das facas e recebeu uma espécie de rede. Atalanta ficou com dois outros protótipos de facões, parecidos com o de Steven.



– Tem mais metal dentro das mochilas. - Disse Amber. - Da para aproveitá-los? -



– Claro! Mas, primeiro quero pegar a desgraçada do seis. - Disse A menina querendo saber qual era o caminho que ela havia ido.



– Ok, vamos começar a caçada. - Atalanta acabando de se organizar com as armas voltou-se para a menina do 2. - Amber, o rastro de sangue que não é o garoto do oito é da menina do seis. Vamos atrás dela primeiro. Depois voltamos aqui... Talvez o bicho feio resolva dar um passeio. - Diz Atalanta.



<><><><><>



A mata era densa, mas o caminho pantanoso. Eram poucos locais que realmente haviam terra firme. A maioria tinha lama, uma água escura e muitas arvores retorcidas. Quanto mais você caminhava, mais sujo de lama ficavam seus pés e pernas.

O céu estava com um tom esverdeado. Aquilo incomodava a qualquer pessoa. O tom verde não agradava a ninguém. Todos que haviam fugido estavam desarmados e sem nenhum equipamento.



Como foram os últimos a sair do lago, John e Lirian sabiam que o cinco possuía uma corda feita de cipós, assim como eles, e alguém estava com uma das flechas que haviam matado o menino do nove.



– Estamos com problemas. - Diz Lirian caminhando junto a John com passos apressados.

– Vamos procurar alguns pedaços de madeira resistentes para usarmos como armas por hora. Talvez, possamos voltar ao lago, quando tivermos certeza que aquele bestante saiu de lá. Duvido que vão deixá-lo lá plantado... - John parou de falar e andar olhando para frente e para trás. - Ah... esse tipo de problema. -



Era um pedaço de terra firme razoavelmente grande. Havia um pouco de lama, mais a maior parte era uma grama selvagem. As arvores ladeavam todo aquele local, formando algo que parecia uma clareira. A primeira clareira que eles encontravam.



A frente deles estava o menino do seis. Na sua mãos estava uma espécie de flecha. Certamente retirada do menino do nove. O problema é que atras deles estava a menina do seis, também com uma flecha na mão. Eles estavam cercados por dois jovens com armas, e a única coisa que eles tinham eram as corda que não media mais do que dez metros.



– E nossas primeiras vitimas serão a galerinha do sangue. - Disse o jovem do seis. - Não estamos com sorte Maria? -

– Acho que isso vai realmente nos dar alguns patrocinadores. - Diz Maria. - Jose, faça o trabalho direitinho. -



Lirian olhou para Maria. Ela sabia que ela havia sido flechada. Ela viu. Viu o sangue. Viu como ela se contorceu de dor no lago. Mas, estava atenta a Canivete instantes depois, então, não sabia como ela havia sobrevivido e nem como estava de pé tão bem. Via a camisa furada, então realmente a flecha havia acertado, principalmente porque via as manchas de lodo e sangue na calça da menina.



– Lirian... Vai! - Balbuciou John ficando sério e virando-se para que seu campo de visão passasse a captar o movimento dos dois jovens. - Então, acho que conseguimos nossas primeiras vitimas. -



Jose fechou a cara. Aquilo era muita petulância. Jack jamais poderia contra os dois sozinhos. Estavam sem armas e menina era inofensiva fisicamente. A escolha de atacá-los, ao invés dos demais que fugiram era básica. Os demais poderiam causar problemas.

O distrito 5 havia se mostrado muito habilidoso e estavam longe. Demorariam para chegar neles. O distrito 11 havia fugido pelas arvores e não podiam mais encontrá-los. O Distrito 12 havia nadado como eles, mas os dois jovens pareciam fisicamente mais fortes. A dupla que parecia mais fraca, sem as armas, era realmente a dupla do distrito 10.



Maria avançou junto com Jose. Lirian já havia corrido em meio ao mato. Atacaram juntos, cada qual em uma posição, tentando rasgar a carne de Jack com as pontas de suas flechas.

Jack abaixou e derrubou aos dois com rasteiras.

Tentou afastar-se, mas teve sua perna agarrada por Maria. Jose saltou fincando a flecha no ombro dele. Não foi fundo, o pequeno furo não incomodava, apenas a dor da ardência de um corte.

Jack chutou o rosto de Maria e conseguiu agarrar-se Jose prendendo em um enforcamento. O rapaz saltou sua flecha debatendo-se.



Maria levantou-se sorrindo, deixando Jack desconfiado. Sentiu sua visão embasar e rapidamente jogou José para o lado e afastou-se dos dois, sentindo as energias fugirem do corpo.



– Veneno? - Ele balançou caindo ajoelhado.



John já havia sido mordido por cobras e alguns outros animais no 10. Sabia que aquilo era veneno que corria em suas veias. Sentia o corpo tremer e sentou-se calado, vendo o mundo rodar.



– Distrito 6. - Jose gritou animado. - Está bem Maria? - Perguntou Jose indo até a menina que estava com uma marca vermelha bem feia no seu rosto. A marca da bota de John estava bem feita na face direita da menina.



– Estou vendo estrelas. - Diz a menina estendo a flecha que o companheiro havia deixado cair. - Mas, que vergonha o queridinho dessa edição morrerá na primeira ação. - A menina respirou aliviada. - Vamos continuar nessa pegada José. Vamos cercar os tributos e envenená-los. -



Maria riu. Olhou em volta pensando em Lirian, mas era claro que a menina havia fugido, pois não escutava nada se movimentar em volta.



– Então vamos matá-lo? - Perguntou Jose que recebeu um olhar feio de Maria. - Esqueci... Mato os homens e você as mulheres. -



<><><><>



– Parece que ela andou em círculos. - Disse Amber seguindo o rastro de Maria, a tributo feminino do distro 6. - Mas, ela se juntou há alguém que depois de caminhar com ela por alguns lugares, afastou-se correndo. -



Amber ficou alguns momentos abaixada observando. Levantou-se mexendo com os dedos como quem fazia alguma conta complicada.



– Ela se encontrou com o companheiro de distrito dela. - Disse Amber.



Os carreiristas passaram um hora seguindo os rastros da Maria do distrito 6. Canivete fazia questão de pegá-la. E realmente o rastro dela estava sendo o mais fácil de seguir.



– Como você sabe? - Perguntou Carlos surpreso com a fala. - A menina do distrito 6 se chama Maria e o companheiro de distrito se chama Jose. - Informando o grupo sobre quem eram.



– Pelo tamanho da pegada e pela profundidade da para dizer muita coisa. - Diz Atalanta. - Não sei fazer isso muito bem, mas acho que no nosso caso, como nossas opções são bem limitadas, dá para alguém que conhece bem de rastreamento dizer bastante. -



Amber assentiu sorrindo apontando o lado para o qual eles deveriam seguir.



– Agora, quem será que foi que morreu com o oitavo tiro de canhão? - Questionou Carlos.



– Espero que não tenha sido a menina do distrito seis. Uma hora atrás dela a troco de nada seria um desperdício. - Diz Tanque.



– Ela já deveria ter morrido pelo ferimento no estomago, isso ou ao menos ficado quieta em algum lugar. - Diz Steven. - Agora, se ela saiu correndo, cada qual para um maldito lado tem algo muito errado nessa parada. -



O grupo de carreiristas escutou um novo tiro de canhão. Eles se olharam e imaginaram que alguém havia sido emboscado. Dois tiros em menos de 10 minutos era coincidência demais.

Tinham escutado o oitavo tiro a pouco e imaginavam que Maria teria teria sucumbido devido ao ferimento. Mas, como os rastros mostravam ela correndo já estavam ficando confusos. Mal, puderam acabar de falar sobre o último tiro e um novo surgia. A emboscada poderia ter sido a melhor ideia deles, afinal era o tipo de coisa que pensavam.



Amber de repente vira o rosto gritando assustada. Parando sua corrida em torno do rastro. Passa pelo grupo encostando-se em uma arvore vomitando. O grupo se olha e avança para encontrar um dos dois tributos mortos a poucos instantes.



<><><><><>



– Então vamos matá-lo? - Perguntou Jose que recebeu um olhar feio de Maria. - Esqueci... Mato os homens e você as mulheres. -



O menino respirou fundo e deu um passo na direção de Jack. O jovem do distrito 10 estava parado em seu lugar, sentado e parecendo congelado. Jose nunca havia matado nada, nem mesmo baratas, estava hesitante ao pensar em matar alguém. Mas, sabia que John Jack já teria o matado. Seu pescoço provou que ele teria o matado não fosse o veneno.



Tremendo o garoto se aproximou de John tentando ganhar a coragem que precisava para o ato, mesmo sem saber como fazê-lo ao certo. Afinal, possuía apenas uma flecha. Já se lembrava das informações do treinamento de torcer o pescoço, ou mesmo pensavam em enfiar a flecha no olho de sua vitima, com toda a força que pudesse reunir.

Mas, escutou o grito de Maria. Virando-se para trás o rapaz viu a menina ser içada pelo pescoço a pouco mais de 4 metros de altura. Ela estava a ser enforcada.



Jack continuava parado em seu lugar, sem se mexer ou falar nada. Ele apenas observava tudo o que acontecia a sua frente. Viu José virando-se como louco de um lado para o outro, procurando quem haveria de ter feito aquilo.

José resolveu tentar ajudar a amiga, mas a quatro metros de altura não conseguia fazer nada mais do que pequenos saltos desesperados. A menina se debatia enquanto o amigo saltava como louco embaixo dela. No momento em que deu um salto para tentar alcançá-la a menina desabou sobre ele, do nada, como se a corda cipó que havia içado-a tivesse sido cortada.



Jose gritou de dor, sentiu algumas costelas se romperem enquanto também sentiu a flecha de Maria acertar-lhe a carne. Ela tentava cortar o cipó com ela, mas pareceu inútil.



– Droga Maria, você me dopou... - Diz ele gemendo de dor.



Mas, Maria estava tossindo tentando respirar. Havia sido pega de surpresa e estava assustada. Sentiu algo fincar-lhe nas costas. Olhou para o lado de viu Lirian com as duas flechas na mão atras dela, ela correu para junto de John que permanecia parado, imóvel.



– Merda Maria... - Jose se levantou aos tropeços gemendo de dor e preparando-se para fugir, no entanto a menina não o fez. Viu o parceiro desaparecer no meio da mata deixando-a para traz.



Por alguns instantes, Maria ficou encarando Jack e Lirian, que estava a sua frente. Até sentiu a visão turva e o corpo tremer.



– Tenho certeza que não errei a planta. Não é um veneno poderoso, apenas causa alucinação e se misturado a outra causa entorpecimento dos sentidos. - Diz Maria. - O efeito, para a quantidade, é de uma hora. Depois as alucinações param e os sentidos voltam ao normal -



– E porque o Jack está congelado? - Gritou Lirian.



Ela estava tremendo de nervoso, não queria chorar, mas tinha certeza que havia conseguido ser corajosa o suficiente para salvar o amigo.



Lirian havia sido perfeita no que fizera. Ao fugir, escondeu-se no mato, observando a situação e aumentando o tamanho de sua corda cipó como podia. Logo ela subiu na arvore criando o laço e observou toda a ação e conversa. Jack já havia sido envenenado e estava sentado quando ela estava pronta para ajudá-lo.

Escolheu Maria devido ao peso. Desceu a corda e quanto viu que conseguiria laçá-la pulou da árvore, pendurando-se em uma ponta e içando Maria na outra. Ficou dependurada até que teve a certeza de que os dois cairiam um por cima do outro e demorariam para se recuperar.

Então Lirian ao cair no chão correu até as flechas, pegando e envenenando Maria, uma vez que Jose já havia gritado ter sido dopado.



– Eu não sei porque ele está paralisado! - Gritou Maria.



Lirian imaginava que o efeito do veneno em Maria e Jose seria o mesmo do de John e assim poderia procurar um antidoto com eles. Aquilo Fred a ensinou. Aquilo o distrito dela a ensinou. Quem mexe com bicho venenoso carrega antidoto. Se eles haviam feito aquele veneno, no minimo sabiam como anulá-lo.



– Porque se você é envenenado e se agita demais o veneno corre na sua veia com mais força e velocidade. - John se levantou tonteando. - Mas, como eu sei que só vou ficar tonto você vai começar a falar. - Diz Jack que agarrou a menina socando o seu rosto.



Maria caiu para o lado e gritou por Jose. Lirian suspirou e amarrou a garota que movia-se debilmente. Eles levaram-na para uma árvore e olharam em volta.



– Eu conto tudo... - Maria gritava. - Não me matem por favor! Jose! -



Maria gritava atormentada. Lirian e Jack estavam de frente para ela, mas como havia sido envenenada mais de uma vez, pelas próprias flechas, ela estava vendo duas criaturas deformadas a sua frente. O ambiente em volta parecia vivo, pois as arvores se mexiam diante a visão dela.



– Como se curou da ferida feita pela flecha? - Perguntou Lirian gritando com a menina.



– Cogumelos de fogo! - Ela chorava tentando se saltar. Mas, Lirian havia feito bem os nós e Jack ia fincando as duas flechas pelo corpo da menina. - Eles são usados para criar medicamentos curativos. Transforme em pasta junto com água. Passe no ferimento. A área fica dormente.-



– Não minta para mim! - Jack berrou na cara dela. - O ferimento que está na sua barriga está fechado. -



– Cogumelos de fogo. Além de dormência ele reconstrói células mortas de forma acelerada em contato com sangue humano. - Maria chorava. - Se você come isso morre na hora, então transforma em pasta usando água e passa superficialmente. Encontramos eles nos caules das arvores mortas no caminho. -



Lirian sabia qual era o cogumelo. Pegou um próximo e fez o que Maria dizia. Iria testar na menina. Era real, as pequenas feridas que John provocava com a flecha cicatrizavam rapidamente.



– Agora, como fez o ve... - John parou de falar. A língua dele havia embolado. - ..Ne... -



– O veneno é só uma droga temporária. Capim aquático. Na beira do lago. Causa alucinação. Eu juro... Tem no meu bolso. - Dizia a menina chorando. - Eu... Misturado ao cogumelo de fogo causa perda de quase todos os sentidos. A pessoa fica inútil, se movimenta, mas sem muito controle e precisão alguma. O Cogumelo de Fogo perde a propriedade venenosa com o capim, mas mantem o entorpecimento. -



John sentou ao lado. Lirian reconheceu todas as duas plantas. Achou também uma pequena pasta diferente das duas citadas.



– Essa terceira pasta? - Perguntou Lirian.

– José é quem sabe. - Disse Maria.



Lirian ficou parada olhando a pasta. Sentia o cheiro de duas coisas conhecidas. Sabia que era algo que tinha no distrito dez, mas não sabia exatamente o que seria.



– Onde encontrou? - Perguntou Lirian a Maria.



Maria não disse nada apenas chorou. Lirian amordaçou a menina para que o barulho parasse. Se continuasse aquela gritaria, logo alguém seria levado a eles. Era preciso esperar John se recuperar.



Passou talvez trinta a quarenta minutos, quando escutaram um tiro de canhão. John acordou sobressaltado.



– Agora são oito mortos. - Diz Lirian.



– Então vamos fazer com que sejam nove. - John levantando-se olhou para Maria adormecida.



– Tem certeza que está bem? - Perguntou Lirian.

– Absoluta! - Disse John. - Descobriu o que era a terceira pasta? -



A pequena menina fez que sim com a cabeça e ficou cabisbaixa por um tempo. Não falou nada durante algum tempo. Jack abaixou-se abraçando a menina. Até ele tinha que admitir que aquelas primeiras horas de arena haviam sido chocantes até para ele, do que dirá para ela.



– Esse sim é veneno de verdade. - Diz Lirian. - Não tem aquele chá que dão aos animais que precisão ser sacrificados? -



– Tem flor de sacrifício aqui? - John se assustou ao ver a menina confirmar e apontar para um ponto em meio ao mato.



Lirian lembrava-se do cheiro, mas ao ver a flor mais a frente entrou em choque. Chorou enquanto os dois ao seu lado estavam adormecidos. Sabia que não deveria, mas não havia como não chorar diante da flor.

A flor de sacrifício era uma planta venenosa. Tocá-la ou mesmo cheirá-la causava grandes mal estar, mas nada sério. No entanto, ingerir era morte em pouco mais de duas horas. Os animais normalmente recebiam um chã do produto, pois parecia que o instinto os mantinha longe da planta.



<><><><>

– Quem fez isso? - Perguntou Tanque.

– Acho que temos esse ano dois sádicos. - Diz Atalanta rindo para Steven.



Steven ignorou a fala da companheira de distrito e se aproximou com cautela do corpo. Mas parou ao escutar Carlos falando.



– O corpo está cheio de armadilhas. - O Jovem do quatro que já havia se aproximado alertou afastando-se com cautela. - Aposto que imaginaram que alguém iria querer pegar a corda. -



O jovem oriental afastou-se com cuidado olhando em volta, imaginando se não haveriam mais armadilhas além de no corpo.



– Eu queria a corda. - Diz Canivete. - Trançar para criar algo depois não é legal. -



– Acho que a pessoa que fez isso pensou em atrair o Croconal. Não fez isso por sadismo. - Diz Carlos.



– Jack. - Diz Amber que finalmente teve coragem de olhar para o corpo. - São quatro pegadas. Maria e Jose do seis. Mas, também a duas outras. Uma que eu diria que era dele, mas poderia ser do rapaz do 12 também, mas a menor que parece auxiliá-lo está indicando a menor que ainda está viva, essa é certamente Lirian. -



Os carreiristas olhavam uma bizarra cena diante a uma clareira. Amarrada a uma arvore, estava a menina do distrito seis. Porém, ela estava completamente mutilada. Sem as orelhas e alguns dedos, ela tinha diversas partes do seu corpo furadas e algumas partes de pele estavam penduradas. Seu cabelo havia sido arrancado e os tufos estavam espalhados pelo local. Não apenas os tufos, mas os dedos e orelhas arrancados, e eles tinham a impressão de que a língua da menina também estava no chão.



A menina não havia sido apenas assassinada, ela havia sido torturada por algum tempo e aparentemente morreu sendo torturada. A causa final da morte eles jamais saberiam, afinal o corpo era como uma bomba, pois estava toda cheia de armadilhas.



Os carreiristas se olharam. Amber negava-se a olhar a menina mutilada. Mas, depois de muito esforço ao olhar, viu acima da cabeça da menina um entalhe feito na arvore.



“Escolha como deseja morrer e faça dessa forma antes que eu o encontre. Ou eu decidirei quando você morrerá.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E isso fecha nosso segundo Arco! A fic em si eu planejei em três arcos, mas conforme vão surgindo comentários, estou pensando em um quarto arco, mas vamos esperar para ver, né?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.