O Tempo Da Esperança escrita por Beatriz Mellark


Capítulo 6
De volta as raízes


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! primeiro de tudo peço desculpas por não postar na sexta,como prometi. Fiquei sem internet e consegui hoje. Espero muito que vocês gostem do novo capítulo! Gale de volta!
Aproveitem!



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Tento controlar minha respiração mas sei bem que não há jeito de me acalmar neste momento. Os olhos cinzentos tão parecidos com os meus de Gale estão sobre mim agora. Depois de tanto tempo. Depois dela... Tento afastar o pensamento sobre Prim, mas a dor volta assim que encaro Gale e pareço ter uma visão de todo o passado. Nós dois, nos conhecendo na floresta, concordando em ajudar um ao outro para sustentar a família, nós dois...crescendo juntos... Os jogos... Peeta... O distrito 13... E ela. Prim. Nós estamos em silêncio absoluto ,apenas um tentando reconhecer de alguma forma o outro. Um novo trem chega e passa tão perto de mim, que poderia jurar que havia me levado junto. Gale se agita

- Bem, eu acho que não é seguro estar tão perto. Então... o que você está fazendo aqui?                                                 Tento impedir as lágrimas de caírem e pareço obter sucesso, pois consigo calmamente responder.

- Eu vim com Peeta.- falo com firmeza – Mas decidi ficar um tempo...

- Ah! É claro! – ele me interrompe com um certo riso e deboche em sua voz – Onde está o seu adorável amante?

O tom de sua voz desperta o ódio que guardo dentro de mim pela minha irmã, e o ódio por sua atitude agora me fazem responder

- Não,ele não é meu amante. – Encaro seus olhos diretamente – Ele é meu noivo.

A palavra parece atingir Gale como uma bomba altamente explosiva. Seu rosto ganha uma expressão de fúria indescritível. Ele começa a se aproximar de mim e dou alguns passos para trás.

- Eu acho que nós precisamos conversar – ele fala ainda com ódio –

- Não. Nós não temos nada para conversar. Se me dá licença, estou voltando para encontrar Peeta .

Começo a me afastar e seguir para a saída da estação, mas Gale me segura com toda sua força e me olha com desespero.

- Não você não vai. Eu disse que nós precisamos conversar.

Estamos tão próximos um do outro que posso ouvir sua respiração acelerada junta a minha. Ele respira mais uma vez e começa

- Katniss....

Mas ele não termina. Porque só me restou um segundo para ver Peeta correndo até onde estávamos e se jogar em cima de Gale. Ele me empurra para o lado e quase tropeço. Sua mão está quase atingindo o rosto de Gale, mas seguranças são rápidos o suficiente e evitam. O segurança consegue os manter afastados pelo fato de segurar uma arma, mas Peeta ainda está completamente agitado

- Nunca! Nunca coloque suas mãos nelas! – Ele grita enquanto um outro segurança o segura –

- Porque? Você acha que ela gostou? – Gale provoca –

- Parem! – eu grito antes que uma nova briga comece – Peeta...

Eu caminho até ele e o segurança o solta ainda desconfiado. Ele me envolve em seus braços e segura firmemente minha mão – O que ele está fazendo aqui?

- Não se preocupe padeiro. Eu não vim aqui pela sua namo... noiva. – ele corrige –

- Então o que o fez colocar suas mão nela?

- Eu apenas encontrei Katniss na estação por acaso... – ele nos encara – E estava pedindo para conversarmos.

- Bem, isso nunca vai acontecer. O que você fez a ela... é incrível que ainda posso voltar aqui depois de tudo. – Peeta o olha com decepção – Vamos voltar Katniss. Vamos agora.

Ele aperta mais minha mão contra a sua e apenas o sigo ainda sem decidir se deveria, ou se... queria ver Gale. Conversar com ele novamente. Olho mais uma vez para ele e seus olhos estão em tristeza, quase em agonia. Viro-me para a saída e sigo com Peeta. Seguimos até a padaria em total silêncio. Ouso olhar para Peeta e tentar falar algo, mas ele está com a expressão de quem está imerso em pensamentos. Quando chegamos,ele se vira e fala sem olhar em meus olhos.

- Eu tenho que ficar. Victor...

- Eu sei. – o interrompo – Não se preocupe, estarei em casa.

- Tudo bem.

E é tudo que ele diz. Sigo meu caminho pelo distrito perdida imaginando razões para Gale estar aqui. Ele não tinha um emprego no 2? Eu até imaginei,bem... por esse tempo que se passou, imaginei que ele poderia estar com alguém. Será que está? Afinal, nós não exatamente nos falamos hoje. Me lembro bem dele dizer que não está aqui por minha causa. Seria algo com Hazelle?... No fim de tudo, acho que há algo que eu realmente deveria ter aprendido. Quando você diz que está bem, quando tudo a sua volta está bom, sempre haverá algo que ameaçará a tudo isso. Porque agora?

Mas na verdade… porque eu estou me sentindo de uma certa forma, ameaçada?

Eu vou me casar. Com Peeta. O meu Peeta. Eu estou feliz, como eu nunca achei que pudesse me sentir novamente. Respiro fundo e me esforço para eliminar esses pensamentos ao entrar em casa. Para tentar relaxar, tomo um banho quente demorado, visto uma calça de moletom confortável e uma camisa cinza que Peeta cedeu para mim, pois eu adoro o perfume dele que atinge a roupa. Preparo um café em 10 minutos e me sento apenas esperando sua volta da padaria. Brinco com uma mecha de meu cabelo quando ouço o barulho das chaves abrindo a porta. E lá está ele, desviando novamente meu olhar.

- Oi – eu tento encontrar algo adequado para dizer, mas apenas espero por sua resposta

- Como foi a tarde? – ele senta no sofá ao meu lado, olhando-me pela primeira vez após o que aconteceu na estação de trem, e agradeço pelo fato de seu olhar não expressar raiva ou tristeza.

- Bem lenta...

- Eu só quero pedir desculpas – ele se aproxima mais de mim e encosta sua testa na minha. A sensação é de conforto. Fechamos ambos os olhos e Peeta respira com dificuldade antes de continuar – Eu fui tão... tão... Eu não quero perder você.

- Me perder ? – eu o olho em confusão – porque você estava pensando nisso?

- Eu não sei... eu vi você com Gale e o olhar dele para você... eu apenas me lembrei de como vocês dois terminaram. E... eu pensei... se não tivesse ocorrido o que houve com… Prim – ele entristece e a dor atinge meu peito, e juro que me sinto quebrar – Você realmente me escolheria?

Os belos olhos de Peeta, de um azul tão incrível, me olham em um conjunto de sentimentos agora. E a sua pureza de sempre está lá. E toda vez que a vejo, me lembro do quanto ele é maravilhoso. Com sua personalidade carinhosa, cuidadosa com todos. Do seu sorriso, que é suficiente para me deixar sem folego e me faz parar para admira-lo. De seus dons, como suas pinturas encantadoras. Tudo nele me faz bem. Ele é o único que me faz sentir assim. Em qualquer momento, por apenas pertencer a mim.

- Peeta, você não é apenas uma escolha para mim. Você é tudo. Você é meu futuro, você é minha esperança. Você é a única razão para eu ainda levantar depois de tudo... Você é... meu.

Só percebo que estou chorando depois de terminar de falar. Peeta também. Ele toca com calma minha bochecha e sussurra.

- Eu amo você mais a cada novo dia....

- E eu... amo você como sempre tentei negar. Amo você mais a cada novo minuto.

Me aconchego nos braços de Peeta e apenas deixo meus olhos fecharem, segura em seus braços.

Levanto – me da cama larga e percebo que o espaço está vazio, substituído por um pequeno bilhete escrito com uma caligrafia cuidadosa.

Bom dia, minha vida. Apenas não se preocupe. Escutei muitos barulhos vindos da casa de Haymitch e decidi dar uma olhada nele. Talvez demore um pouco... Eu preparei seu café da manhã, já está na mesa.

Somente seu, Peeta “

Não consigo evitar um sorriso ao ler “ somente seu” . Sim, meu. Depois de tudo que enfrentamos nas mãos dos cruéis da capital, nós estamos livres. E livres juntos, estaremos unidos pelo que o futuro trará.Isso me faz lembrar do casamento... Tenho certeza que Peeta não desejará que os preparativos demorem muito.

Quanto tempo exatamente para eu ser não mais Katniss Everdeen, e sim, Katniss Mellark ? Katniss Mellark. Isso soa tão bem para mim....

E só de pensar o quanto ainda temos para planejar, me assusto. Decoração, comida, roupas, testemunhas.... Testemunhas! Levanto-me e tomo o delicioso café que Peeta preparou para mim. Tomo um banho rápido e visto uma calça de couro marrom, uma blusa preta e a jaqueta de couro de meu pai para seguir em direção a casa de Greasy Sae, para encontrar minha mãe. Caminho com disposição e chego em poucos minutos na pequena casa. Toco a campainha e espero alguns segundos.

- Ah! È você!

- Gale? – falo com surpresa e espanto, pois não esperava vê-lo novamente. O que ele estaria fazendo? Porque ele não retornou para o distrito 2?  – O que... porque... porque você está aqui?

- Você não ouviu nada por aí ainda? – ele ri um pouco e prossegue – Eu estou de volta.

Ele se aproxima mais de mim e foca seus olhos nos meus quando termina

- Estou morando novamente no distrito 12.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero saber disso nos Reviews....
Obrigada pelos elogios,vocês são demais!
Beijos e até o 7!