Suave Morte escrita por Violeta


Capítulo 2
Noticia.


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco, mas está aqui mais um capitulo, espero que gostem ^^



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Minha casa está uma zona. Tão bagunçada que me dá medo.

Me olho vendo que estou com uma blusa comprida demais e os cabelos bagunçados. Coço a cabeça e saio do meu quarto indo pra cozinha tomar um remédio, quando dou de cara com Edward em pé arrumando minha sala. Ele me olha com aquele olhar de desapontamento, aquele que deixa qualquer pessoa arrependida ou algo parecido.

- O que está fazendo aqui? – pergunto estreitando os olhos.

- Arrumando esse lixeiro! – ele fala sem olhar pra mim, tirando do chão um saco de biscoito e colocando no lixo.

- Como entrou aqui? – mordo os lábios apertando os olhos, com dor de cabeça.

- Acho que... – Ele parou pra me olhar – Acho que você anda tão bêbada que se esquece de fechar a porta antes de se tacar na cama e acordar só no dia seguinte.

- Se vai começar com os seus sermões, por favor, retire-se. – apontei pra porta.

- Bella, me ouça. – ele largou a vassoura, vindo em minha direção – Já faz duas semanas que você está nesse ritmo, não vai trabalhar mais, quando esta em casa é só pra dormir e comer, fica na rua à noite inteira bebendo. – ele dá uma pausa – Se não entrar em coma alcoólico vai acabar...

- Edward para! Isso é minha vida.

- Não. Você tornou isso a sua vida. – ele me encara – Desde quando você gosta de fazer essas coisas? Você sabe que isso não faz parte de você.

- Como pode ter tanta certeza? – jogo o cabelo para trás – As pessoas mudam.

- Não! – ele dá um sorriso forçado – Você gosta de ler, ir a praça e ficar escrevendo estórias, de ir ao cinema, passear pela manhã porque é a hora mais agradável do dia. Isso sim é sua vida e você não é dessas pessoas que de uma hora pra outra muda.

- Acostume-se. – rosno – E pare de me vigiar.

- Pare de ser tão infantil Bella. – ele coça a cabeça – Diga-me o que esta acontecendo com você.

- Nada. – grito fazendo minha cabeça doer mais.

- Não minta pra mim, esta acontecendo algo que eu sei. – ele persiste.

- Não tem nada. – desvio o olhar já ficando irritada – Vai embora Ed.

- Bella, conte-me...

- Estou morrendo. – grito tão alto que ele arregala os olhos e seu olhar se perde num vazio distante – Droga. Estou morrendo.

Ele continua parado com o olhar vago, um olhar assustador, perdido. Meus olhos começam a marejar, ninguém gosta de dizer que está morrendo, é algo um tanto particular. Ninguém quer saber o dia em que vai morrer. Todos apenas querem acordar um dia e sentir que está na hora de partir e não ser forçado a fazer coisas que jamais fez porque sabe que está pra morrer.

- Morrendo? – pisco algumas vezes o vendo olhar em meus olhos.

- Sim! – afirmo abaixando a cabeça e sentando no chão.

Ele permanece em pé ainda em estado de choque.

- Há quanto tempo? – ele pergunta atordoado.

- Desde o dia que você tentou me buscar naquela boate. – quase sussurro.

Ele me olha de cima vendo meu olhar triste e fracassado. Abaixa-se, sentando ao meu lado e pegando minha mão e apertando-a com delicadeza.

- Desculpa por não contar. – fico olhando pra nossas mãos juntas.

- Quando vai partir? – ele olha pra frente.

- O medico disse que no máximo dois meses. Dependia de muitas coisas. – o olhei, queria ver como ele estava reagindo aquilo – Talvez eu fosse durar mais ou menos. É claro que se eu me tratar...

- Então vamos. – ele me olha – Vamos ao medico, você tem que se tratar.

- Não. – estreito o olhar – Não quero que enfie agulhas em mim, não quero ficar careca, não quero me sentir doente e indisposta. Não quero retardar minha morte.

- Bella. – ele se aproxima um pouco – Isso tem cura.

- Mas e se eu não me curar? Vai ser em vão. – aperto sua mão e desvio o olhar – Deixe-me aproveitar o pouco tempo que tenho.

- Bella...

Ele iria começar a fala, sobre o tratamento e como eu iria ficar boa em pouco tempo, mas aquilo era besteira, ele queria que eu me sentisse melhor. O que não aconteceria.

- Xii! Não aja como um amigo que é. Deixe-me fazer o quero fazer, por favor. – peço, na verdade imploro e ele suspira antes de me abraçar o mais forte. Um abraço apertado e quente. Sinto seu coração e aposto que ele sente o meu também. Mas, além disso, sinto suas lagrimas caírem sobre meu ombro – Está chorando? – pergunto ao fechar os olhos.

- Só quero que você realize todos seus sonhos antes de partir. Quero estar ao seu lado quando estiver incapacitada de fazer algumas coisas, quando estiver de cama e doente...

- Já estou doente. – começo a chorar, apertando mais os olhos.

Ele me aperta mais contra seu corpo, fazendo seu calor irradiar mais. Ele acaricia meus cabelos enquanto aprecio cada segundo. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Bom, até o outro capitulo.



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