Liebe: Zu Nahe escrita por Vanessa Mello


Capítulo 8
Sentimento


Notas iniciais do capítulo

aqui! está aqui! *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/26116/chapter/8

 

Eu era forte. E me quebrei.

Eu tinha vida, e agora eu a dei.

Deixei escorrer por meus dedos como água.

Eu á entreguei de presente á alguem que não a devia ter, e agora eu estou machucada.

 Eu sou fraca.

E me perdi. E agora me sinto morta.

Morta como se a minha vida escorrese de por meus dedos como sangue.

Eu já fui tudo que eu precisava. Agora eu preciso ouvir sua respiração para saber que estou viva.

Mas eu não estou.

 

  Abri os olhos, me vendo de novo na mesma situação. Tiras de couro por todo o corpo, eletródos pelos braços, seringas pingando remédios para dentro de mim... Eu não aguentava mais nada daquilo, eu queria a minha família, queria a minha melhor amiga, queria meu melhor amigo, queria Bill, queria... Queria Tom. De algum modo, se ele estivesse ao meu lado, eu passaria por aquilo tranquilamente. Sentia-me mais dependete dele do que de outra pessoa, o sangue que corria em minhas veias... Era como se eu pertencesse á Tom. O efeito que ele tinha sobre mim era incontrolável, era inauterável. Nada e absolutamente nada podia me trazer a vida que me fora tirada, como Tom fazia. Nada podia tirar de mim o sentimento que crescera por ele. E o incrível era o modo como isso acontecera rápidamente. Senti uma lágrima ao perceber que eu precisava não só da amizade dele. Eu o queria, o queria só para mim.

Meus devaneios foram interrompidos quando a porta se abriu. Respireu aliviada, ao perceber que não era mais um enfermeiro para me sedar. Era Tom. Eu finalmente diria como o queria. Precisava fazer aquilo o mais rápido o possível. Ele sentou-se ao meu lado, com uma expressão de dor. Limpou minha lágrima em silêncio. Mas eu não mais chorava. Eu sorria. Sorria porque ele estava ali comigo.

-Tom. Eu senti tanto a sua falta...-falei, estendendo a mão para tocar o rosto dele. Não o alcançei, um fio me parou a dois centimetros.

-Ah, Alessandra... Eu sinto tanto.-ele disse, recolhendo a minha mão para junto do meu corpo.-Se você soubesse como eu sinto por...por...-ele quase começou a chorar.

-Tom, eu preciso falar com você. –falei, não queria vê-lo chorar, queria que ele estivesse feliz.

-Diga.-ele não olhou para mim.

-Todo o tempo que eu já estive aqui, eu percebi como sinto a sua falta, a cada momento de minha vida que me deixavam respirar, aqui dentro, eu percebi como ver você, ou não ver afeta o meu dia. Eu era infeliz, até você chegar. Mais aí, mais aí você chegou, e tudo mudou. Bom, no começo foi difícil, e eu acredito que um de meus atos impensados foi o que me trouxe aqui, e eu entendo a preocupação de minha família por ter me internado. Eu preciso de ajuda para voltar a vida sim, mas nenhum sanatório vai adiantar, se eu não tiver você ao meu lado e...-fui interrompida por um beijo dele, tudo o que eu precisava.

Senti meu rosto, meu rosto molhado, mas por lágrimas dele. Eu não sabia porque ele chorava, mas estava tudo bem, porque ele afinal, não estava me rejeitando. Ele estava me aceitando. Ele parou o beijo bruscamente.

-Porque você fez isso? Porque você faz isso?-ele disse, os olhos expressavam dor.-Não viu o que ia fazer na minha vida, se simplesmente desistisse da sua?

-Eu não estava pensando nisso, Tom. Eu não sei o que aconteceu. Eu só queria estar com Bill, mas agora tudo o que eu quero é estar com...-fui interrompida de novo pelo beijo dele. Dessa vez apressado. Podia quase ouvir o coração dele.

Fomos interrompidos pela porta que se abriu de novo. Uma Ellen que chorava apareceu, com uma pequena carta na mão. Ela olhou para Tom, depois para mim. Entrou, largou o envelope sobre as minhas pernas, e colocou a mão na boca, ainda chorando. Tom se afastou de mim, sem palavras. Eu apenas não podia entender a cena. Ela saiu correndo, ainda chorando. Olhei para Tom, assustada. Ele apenas me olhou, com culpa, saindo correndo pela porta aberta.

                              --------------------------------------------------------------------------

Tudo o que eu queria era sair dali, e rápido. Me sentia uma idiota, uma estúpida...Me sentia usada. Tom nunca se importara comigo. Tudo o que ele queria era a minha confiança, tudo o que ele queria era que eu assinasse os papéis para a internação da minha irmã, porque ele próprio não podia. Ele nunca me amara, jamais. Parei num corredor qualquer, me largando no chão, esperando que ninguém pensasse que eu era uma internada fujona. Mas era o que eu merecia, por afinal perceber o que eu fizera com minha irmã. Tom me alcançou, e quando eu ia me levantar, ele abaixou até mim, prendendo-me pelos joelhos, no chão.

-Me escuta. Me escuta... Droga, Ellen, fica parada e me ouve!-disse, quando eu tentei me soltar.

-Eu não tenho nada pra escutar, eu não preciso ouvir nada, eu vi o suficiente. E eu não vou ouvir mais uma palavra de você. Eu vou te deixar pra sempre, porque você nunca me quis. Tudo o que você queria está feito, a maior besteira de minha vida. Agora, você pode me deixar em paz!-falei, chutando-o pra longe, me levantando.

Eu ia correr, mas ele avançou de volta, prendendo as minhas mãos na parede.

-Você pode me odiar pra sempre, se quiser. Mas pensa na sua irmã! Ela está agora, naquele quarto se perguntando porque você agiu daquele jeito. Se você quiser ir até lá só pra dizer que eu sous eu namorado, e que eu a beijei, você pode. Apenas não a deixe naquele quarto, sozinha! –falou, tentando fazer com que eu olhasse em seus olhos.

-Não tente me ensinar como lidar com a minha irmã!-gritei, correndo de volta para o quarto de Alessandra, parando ao lado da porta.

Sentei naquele chão, tentando controlar o meu choro. Eu entraria ali, e contaria a verdade para ela. Não, eu não podia. Não, eu devia. Não...Ah, naquele momento eu queria ser internada naquele hospital, porque me sentia uma verdadeira maluca. Como, céus, eu pude deixar um homem fazer com que eu abandonasse minha irmã num hospital quando ela mais precisava de mim? E pior, como eu não notara que ela amava aquele homem? Eu devia dizer para ela como ele era de verdade, e que ele me convencera a deixá-la ali, não nossa família, como eu dissera algumas semanas atrás, quando os sedativos era menos, e ela já pudesse ter memória do que se passava.

Sim, ela devia saber. Quando eu parei de chorar, abri a porta. Ela chorava, segurando a carta de Bill que eu encontrara na estante dela. Soltando-a ao me ver. Controlou as lágrimas, me olhando entre a confusão e um talvez ódio.

-Ellen, que atitude infantil foi aquela?-disse, colcoando a carta de lado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

o poema podre é de minha autoria