Liebe: Zu Nahe escrita por Vanessa Mello


Capítulo 10
Uma nova chance (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

capítulo dividido em 2 partes, porque eu estou com a imaginação a mil, o que não significa muita coisa..

aqui tem outro poema podre, porque o outro foi muito bem aceita. obrigada meus amores *----*



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Quando se tem uma nova chance de viver


 


Isso é tudo o que procuramos fazer.


 


Mas se nós não queremos uma nova chance?


 


E se tudo o que queremos é nos afogar na nossa dor,


 


Pensar em nossas mágoas, e estar cada vez mais depressivo?


 


O que você faria se estivesse nessa situação?


 


Você recusaria a vida, porque tudo o que você quer é a morte?


 


E se o amor da sua vida está nessa situação?


 


Você pensaria em seguir a sua vida, ou você desistiria dela,


 


apenas para mostrar ao seu amor que está com ele?


 


Você saberia reconhecer até que ponto agiria com o amor? E com a loucura?


 


Bem, acho que é aí que entra o fato de amor ser a pior das doenças...


 


 


 


Olhei novamente para a carta de Bill, que eu encontrara na estante de vídeos. Enxuguei o rosto, e andei até a cozinha, onde o desajeitado do Tom fazia o almoço. Eu esperava que ele terminasse aquilo com a mesma quantidade de dedos na mão.


 


- Tom? –falei, enquanto a panela de pressão fazia um barulho irritante. Ele me olhou, e deixou uma panela cair no chão, com um barulho estridente.


 


- Ah, você está aí! –ele disse, aliviado. O rosto dele ficou triste rapidamente. – Andou lendo aquilo de novo.


 


- É. Sabe, ele faz falta. –admiti, sentindo um aperto no coração.


 


Ele ficou me olhando por um instante, e andou até a minha direção. Colocou a mão no meu cabelo, e eu senti aquela sensação estranha que sentia quando estava perto dele. Ele me puxou para si, como tentara um dia antes, mas eu o afastara, porque a campainha tocara. Dessa vez, uma outra coisa interrompeu. Era, era...


 


- Aargh, Tom? –perguntei, me afastando. – Está sentindo um cheiro de...


 


- A MINHA LAZANHA! –gritou, correndo até o forno.


 


- Tom, use uma luv...!


 


- AHHH! –ele gritou, quando a quentura do forno irrompeu por sua mão. Ele desligou o forno elétrico pela tomada, e correu até mim, feito uma criança.


 


- Ai, meu Deus, está doendo muito? –fiz a pergunta idiota, levando-o até o sofá.


 


- Não, eu só estou com uma queimadura de TERCEIRO GRAU! AAI! –falou, feito um bebezão.


 


- Aaah, pare de ser exagerado, Tom! Seu irmão era mais macho que você. –eu o provoquei, levando um tapa de leve na cabeça, que ele dera com a outra mão. – Au!


 


- Quem está sendo exagerado agora? –ele zombou, fazendo uma cara engraçada quando eu apertei propositalmente a mão dele, que só estava um pouco vermelha.


 


- Você. Seu bebê. –disse, levando-o de volta a cozinha, para passar um pouco de água fria.


 


- Meu almoço está arruinado. –ele se lamentou, quando eu voltei a sala.


 


- Quer almoçar fora? –perguntei.


 


- Depende, do que vamos comer. –ele torceu o nariz.


 


- Com certeza, não lazanha queimada. –torci o nariz também, vendo-o fazer uma cara amarga. – Tá bom, parei.


 


- Vamos logo. –ele andou até a porta.


 


- O que? Não assim. –olhei para mim mesma.


 


 Eu estava usando uma camisa branca social, com uma calça pantalona azul marinho, por causa da reunião de que eu acabara de voltar na editora. Os cabelos estavam presos em um coque onde caíam algumas mechas de cabelo, porque fora feito com uma caneta. Eu estava descalça, e descabelada. Ninguém me fazia sair de casa assim. Nem Bill. Não, Bill fazia. Lembrei-me da festa beneficente que íamos todos as anos.


 


- Alessaaandra! –ele gritou da sala, impaciente.


 


- Estou quase pronta, quase! –gritei, olhando minhas roupas.


 


Ora, é claro que eu não estava quase pronta coisíssima nenhuma. Eu estava usando um macacão laranja, com uma blusa branca por baixo, olhando para a cama, onde sete vestidos me encaravam. Um mais festivo que o outro, todos escolhidos por Carla, é claro. Um rosa, até os pés, um azul, baloné, um creme, justo no busto e largo até os joelhos, um branco, até os pés, completamente folgado e tomara-que-caia, um vermelho de seda, que eu não usaria nem morta(bom, morta, talvez), um cinza, que mais parecia um vestido de debutante e o que eu provavelmente vestiria, o preto. Ele era até os joelhos também, frente única, tinha um zíper que se fechava pela frente e o mantinha fechado, e deixava meu cólo a mostra, não de um jeito vulgar, e sim lindo. Tinha uma espécie de faixa, que passava atrás de meu pescoço. Era ele. Eu estava começando a tirar o All-Star branco, para entrar no banho, quando Bill entrou, com cara de bunda, no quarto.


 


- Você ainda está vestindo isso? –falou, furioso.


 


- É que...Que... falei, andando pra trás, ao ver que ele vinha em minha direção.


 


- Pois agora você vai assim, esse macacão combina muito bem com a limousine que está esperando lá fora. –falou, com um brilho psicopata nos olhos.


 


- Não, eu não saio assim nem que me paguem. –dei mais um passo, porque ele também se aproximou.


 


- Já está pago, meu bem. E agora... Agora você vai desse jeito!


 


-N...


 


Não pude nem me defender, porque ele avançou na minha direção, me colocando no ombro. Eu batia loucamente nele, porque várias equipes de revistas importantes – inclusive a minha- cobririam o evento. Era uma vergonha que eu aparecesse daquele jeito. Mas Bill não estava nem aí, porque ria de meu desespero quando chegamos ao lugar. Qualquer bebado ali estava mais decente que eu, porque pelo menos estavam usando a roupa certa.


 


- Alessandraaa? –Tom balançava a mão a um centímetro do meu nariz.


 


- Ooooi! –falei, me afastando de novo.


 


- Se você quer se trocar, anda logo, que eu to com fome! –ele fez uma cara tão bonitinha de cão sem dono, que eu tive que correr pro quarto, com a missão de me trocar antes que Tom ficasse com um buraco no estomago. Homens são uma merda com fome.


 


Optei por uma camiseta verde, regata, um short de jeans branco, curto, e uma sandália branca. Voltei a sala, onde ele encarava a lazanha, que finalmente tirara do forno.


 


- Vamos loogo, seu morto de fome. –eu o peguei pela gola da camisa, antes que ele atacasse aquele carvão mesmo.


 


Não nos falamos todo o caminho até um restaurante hiper tranquilo que havia no centro. Me arrependi quando chegamos ao local. Todas as mulheres casadas com homens importantes, que iam a festa beneficente que íamos (Bill e eu) estavam lá, tomando chá. Se não me engano, acertando os detalhes da festa daquele ano.


 


Brigitt foi a primeira a caminhar até a mesa em que me sentei com Tom.


 


- Ale, queridaaaa! –falou, com aquela voz que eu tanto detestava. Devo ter feito uma cara que me entregou, porque Tom começou a rir baixinho.


 


- Brigitt, meu bem, que prazer vê-la! –menti. Eu tinha que falar daquele jeito ridículo, até porque elas eram mulheres muito mais velhas que eu, eram verdadeiras peruas.


 


- Hmmm... Namorado? –ela olhou com malícia para Tom. Brigitt traía o marido com o primeiro gostosão que aparecesse, e Tom estava, eu querendo ou não,  nessa categoria. Fiquei com vontade de pegá-lo, e sair correndo, antes que ela tentasse seduzí-lo. Mulher sem vergonha. Todas aquelas vacas que estavam vindo para a nossa mesa, atrás de Brigitt também. 


 


- Não, cunhado.


 


- Sim, namorado. – Tom e eu falamos ao mesmo tempo. Pisei no pé dele com o salto por baixo da mesa, porque agora sim ela não me deixaria em paz. Porque, céus, porque ele disse que era meu namorado?


 


- Oh, você está namorando o seu cunhado, querida? –ela disse, e eu ouvi risinhos daquelas cachorras, seguidoras dela. Eu podia sentir a decepção e não surpresa na voz dela.


 


- Éeer... Não, ele aqui está só brincando. -falei, desa vez chutando-o para que ele comentasse algo, de preferência construtivo.


 


- É, apenas brincando. Sabe como é... Eu... Sou... Muito... Brin... Calhão? –ele tentava dizer de acordo com as mímicas que eu fazia, porque todas se viraram para olhá-lo.


 


- Ah. Sim. –ela respirou, e eu senti alívio na voz dela. – Ale, se importa se nós nos sentarmos aqui, com vocês?


 


- Bom, na verdade... –falei, pronta a negar aquela maldita companhia.


 


- Ah, que bom. Meninas! Vamos mudar o local da reunião. Tragam as suas coisas para a mesa de Ale, eu vou pedir para um garçom para unir mais algumas.


 


Assim que elas se retiraram, Tom e eu rimos sem controle, do modo como ela disse “Meninas”. Ali tinha todo o tipo de mulher(até idosas), mas nenhuma menina.


 


- Tom! –sussurrei.


 


- Hã? –ele me olhou, ainda rindo.


 


- Senta aqui, do meu lado! –falei, puxando uma cadeira ali. Ele podia ser assediado por aquelas velhas taradas, e eu não queria isso.


 


Conversamos, até que a comitiva parada dura se aproximou. Lá se ia, com certeza, nosso almoço tranquilo.


 


Durante aquilo, eu sorria, conversava, as vezes, até brincava (mas aquelas velhas sem humor estragavam tudo), quando tudo o que eu queria era estar em casa, sozinha, chorando a minha vida. Tom tornava tudo mais fácil, mas eu não queria mais nada daquilo. Eu só queria não viver. Eu queria estar em casa, lendo e relendo as minhas cartas, vivendo a minha vida de viúva, e ficar gorda de tanto chocolate, porque afinal, nenhum outro homem usufruiria do meu corpo. Fiquei contando os segundos para aquilo terminar, e eu voltar para casa, para reler a última carta que eu encontrara.


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Tom Kaulitz;


 


Eu sentia a tristeza até no sorriso dela. Eu sentia a dor dela até quando ela me olhava aparentemente feliz. Eu queria pegá-la nos meus braços, e levá-la para longe daquelas sanguesugas, que faziam comentários maldosos sobre como Alessandra esquecera Bill aparentemente rápido, quando aquilo não era justo, porque ela não o esquecera. Ela vivia por ele, se não para ele, mesmo quando ele não estava ali para ver aquele esforço. Eu sabia que se não fossem aquelas cartas que ele deixara, ela não viveria mais. Ela já tentara isso até. Agradecia imensamente á Ellen por ter retirado-a do hospital, e sem memória alguma do ocorrido. Mesmo que ela agora me odiasse, ainda tínhamos contato, porque ela agora estava no Brasil, e não podia ver com os próprios olhos a vida que Alessandra levava. As vezes, eu tinha a impressão que Alessandra não me queria por perto, como se doesse demais para ela. Mas eu ficaria ali, para o que ela precisasse e para o que não precisasse. Era o preço de amá-la.


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Notas finais do capítulo

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até outro dia. *___________*³